Data de postagem: May 13, 2016 4:56:15 PM
Esta é mais uma ferramenta para levar adiante os ideais do antigo Programa "Saber Saúde", incentivar a manutenção da abstenção do tabaco e também um incentivo aqueles que ainda não alcançaram a abstinência.
Programa Saber Saúde: buscando formar cidadãos conscientes
A ótica do Programa Saber Saúde, que foi implantado em 1998, é a Promoção da Saúde, como definiu a Organização Mundial da Saúde, com vistas a formar cidadãos críticos capazes de fazer opções conscientes que contribuam para sua saúde, a saúde coletiva e a do meio ambiente em geral, na busca responsável por uma melhor qualidade de vida.
Esta preocupação deve-se, sobretudo, a um significativo aumento no contingente de fumantes menores de idade.
Em 1989, foram registrados 2,7 milhões de fumantes na faixa etária de 5 a 19 anos; em 1997, observou-se que a experimentação do tabaco por adolescentes entre 10 e 18 anos aumentou consideravelmente; e, em 1998, constatou-se que 50% dos que experimentam tabaco tornam-se fumantes na vida adulta.
Desta forma, desde 1998, as escolas passam a ser o foco central para a abordagem da população jovem, visando ao controle da prática do tabagismo que vem sendo trabalhada junto a outros fatores de risco.
O alvo do Programa é, portanto, o aluno de ensino fundamental (de 6 a 14 anos de idade), sendo agregado ao processo o estudante de ensino médio (entre 15 e 18 anos) como agente multiplicador, que recebe para isso uma capacitação especial.
O material de apoio conta com dois livros:
– O câncer e seus fatores de risco e Saber Saúde –, com sugestões e informações sobre o tema;
um guia metodológico:
– Implantando o Programa de Controle do Tabagismo e Outros Fatores de Risco de Câncer nas Escolas –, que orienta a descentralização do Programa;
duas revistas para crianças e adolescentes, adesivos, cartazes e quatro fitas de vídeo.
Desde que foi implantado o Programa Saber Saúde, já foram capacitados, para sua execução, 4.853 representantes de 3.047 municípios, 56.827 professores do Ensino Fundamental, 484.654 alunos da 1ª à 4ª série e 651.959 da 5ª à 8ª série (dados até dezembro de 2000).
O processo de capacitação de recursos humanos é feito em cascata: partindo do nível federal, passa pelas Secretarias Estaduais de Saúde e Educação, chegando então aos representantes das Secretarias Municipais, que são os responsáveis diretos pela capacitação dos professores de cada escola.
A integração das áreas de Saúde e Educação é imprescindível para a implementação efetiva do Programa Saber Saúde junto às escolas, o que vem ocorrendo com eficiência e harmonia.
Atualidades em Tabagismo e Prevenção do Câncer - Ano 10 - jan a mar/2001
Estes dados mostram a necessidade da atuação preventiva sobre esse grupo. É bom lembrar que quanto mais precocemente se der a exposição aos fatores de risco de câncer (entre eles, o hábito de fumar), maiores serão as chances de adoecimento na vida adulta.
É importante portanto, garantir que os pais e os professores, modelos de comportamento nessa fase da vida, se engajem nesse trabalho de forma coerente, deixando de fumar ou não fumando na presença de crianças e adolescentes. Para tal, é importante o desenvolvimento de ações que levem a família e a escola a se tornarem espaços livres do consumo de derivados do tabaco. Além disso, pais fumantes são fortes exemplos para que seus filhos fumem, além de torná-los tabagistas passivos acarretando-lhes sérios problemas de saúde.
Preocupado com o impacto que o problema do tabagismo tem sobre os jovens, o INCA lançou em 1996 o sub-programa Saber Saúde, módulo do Programa Nacional de Controle do Tabagismo e Outros Fatores de Risco, desenvolvido especialmente para informar e educar as crianças nas escolas brasileiras quanto aos fatores de risco de câncer.
Baixar Arquivo oficial do Saber Saúde/ INCA
A seguir o conteúdo oficial de
PROGRAMA SABER SAÚDE
Prevenção do tabagismo e outros fatores de risco de doenças crônicas
A escola é, por excelência, um espaço privilegiado de troca de saberes e de mudança de comportamentos, um espaço para reflexão e formação de uma consciência crítica. A cultura escolar institui práticas socioculturais que ultrapassam as fronteiras da escola, e é dentro desse enfoque que se justifica um programa de educação para a saúde.
O Programa Saber Saúde de Prevenção do Tabagismo e de Outros Fatores de Risco de Doenças Crônicas, implantado no Brasil desde 1998 e gerenciado pelo INCA, por meio da Coordenação de Prevenção e Vigilância, em sua Divisão de Controle do Tabagismo e Outros Fatores de Risco, tem como objetivo geral formar cidadãos críticos, capazes de decidir sobre a adoção de comportamentos saudáveis, dentro de uma concepção mais ampla de saúde e que contribuam para a saúde coletiva e a do meio ambiente, na busca de melhor qualidade de vida.
O Programa Saber Saúde forma profissionais da Educação e da Saúde para trabalharem conteúdos relacionados à promoção da saúde com crianças, adolescentes e jovens brasileiros dentro das escolas. Nesse sentido, apresenta, informações de base científica que auxiliam na abordagem do tema tabagismo e outros fatores de risco à comunidade escolar e local.
Por se tratar de uma metodologia que visa a despertar um pensamento crítico e reflexivo para que os estudantes tenham autonomia e optem por uma vida saudável, é imprescindível que toda a escola seja envolvida no processo: alunos, professores, equipe técnico-pedagógica, diretores e profissionais de apoio. Todos devem estar cientes do seu papel na implantação do programa. É preciso também envolver a comunidade do entorno, nas discussões realizadas no espaço escolar.
São abordados os seguintes fatores de risco para o desenvolvimento de Doenças Crônicas não Transmissíveis (DCNT): tabagismo, uso do álcool, alimentação inadequada, exposição excessiva à radiação solar, inatividade física. Outro fator de risco abordado é o "sexo sem proteção", e também os fatores de proteção para a prática de atividade física, alimentação adequada e sexo com proteção.
O material de apoio conta com dois livros, duas revistas para crianças e adolescentes, adesivos, cartazes, vídeos e um jogo. O público-alvo é formado por alunos do primeiro e segundo segmento do Ensino Fundamental, mas as sugestões de atividades podem ser adaptadas para a Educação Infantil e Ensino Médio.
Para que haja continuidade das ações propostas, é importante que a escola insira o debate nas suas práticas pedagógicas, abordando conteúdos relacionados aos fatores de risco e de proteção das doenças crônicas transmissíveis e não transmissíveis no dia a dia escolar. [1]
Acesse os materiais do Saber Saúde em Impressos e Multimídia e obtenha mais informações.
Saber Saúde e Programa Saúde na Escola (PSE)
O Programa Saúde na Escola - PSE foi instituído pelo Decreto Presidencial nº 6.286/2007 e surgiu como uma política intersetorial entre os ministérios da Saúde e da Educação, na perspectiva da atenção integral (prevenção, promoção e atenção) à saúde de crianças, adolescentes e jovens do ensino público básico, no âmbito das escolas e unidades básicas de saúde, realizadas pelas equipes de Saúde da Família e educação de forma integrada. De acordo com o Decreto as diretrizes e objetivos do PSE evidenciam que, mais do que uma estratégia de integração das políticas setoriais, ele se propõe a ser um novo desenho da política de educação em saúde. A implementação do Programa Saúde na Escola prevê a realização de diversas ações articuladas pelas equipes de saúde e de educação com o objetivo de garantir atenção à saúde e educação integral para os estudantes da rede básica de ensino. Os temas tabagismo e uso do álcool integram o PSE, entre outros. [2]
A equipe do Programa Saber Saúde, do INCA, integra o Coletivo Técnico do Programa Saúde na Escola e participa das reuniões contribuindo nas questões referentes à promoção da saúde e prevenção, em especial na temática tabagismo, considerando que o governo brasileiro assumiu ao ratificar a "Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco", o compromisso com a prevenção da iniciação do tabagismo. [3]
O Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento das Doenças Crônicas não Transmissíveis (DCNT) no Brasil 2011-2022 traz como uma de suas ações, no Eixo II, da Promoção da Saúde, o fortalecimento, no PSE, das ações educativas voltadas à prevenção e à redução do uso do álcool e do tabaco. [4] É preciso ressaltar ainda que nesse mesmo Eixo, a Estratégia 9, objetiva "avançar nas Ações de Implementação da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco" (Decreto nº 5.658/2006), ampliando ações de prevenção e cessação do tabagismo (Ação 3), fortalecendo ações de promoção da saúde junto aos escolares por meio da parceria MS/MEC - Programa Saúde na Escola (Ação 11) [4].
Diante disso, o INCA desenvolve ações intersetoriais, integradas e articuladas com a equipe do Programa Saúde na Escola por meio da participação no Coletivo Técnico, bem como com os estados, municípios e Distrito Federal a fim de promover a integração das ações de prevenção e controle do tabagismo.
Referências
[1] Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva. EAD Saber Saúde.Disponível em: https://ead.inca.gov.br/mod/book/view.php?id=1828&chapterid=1855 Acesso em: 07/11/2013.
[2] Brasil. Ministério da Saúde; Ministério da Educação. Decreto nº 6.286, de 5 de dezembro de 2007.Programa Saúde na Escola - PSE, e dá outras providências. Diário Oficial da União de 6 de Dezembro de 2007, Brasília, Distrito Federal.
[3] Brasil. Ministério da Saúde. Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva. Secretaria Executiva da Comissão Nacional para Implementação da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco. Texto Oficial. Coordenação de Elaboração Tânica Cavalcante. Rio de Janeiro: Inca, 2012. 58 p.[4] Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Análise de Situação de Saúde. Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento das Doenças Crônicas não Transmissíveis (DCNT) no Brasil 2011-2022. Brasília: Ministério da Saúde, 2011. 160 p.