Subprojeto VI: Programa de Promoção de Qualidade de Vida, Saúde Emocional e Envelhecimento Saudável - http://ow.ly/SdcHa
Objetivo: Incentivar de forma virtual a promoção da qualidade de vida, saúde emocional e o envelhecimento saudável, dos usuários com transtornos mentais e usuários de álcool e outras drogas.
Foco: Cuidado do usuário (hábitos de vida saudáveis- exercícios alimentação saudável , relaxamento, combate as drogas, diminuição do estresse, yoga, Tai chi chuan e os outros da politica de promoção da saúde.
RESENHA SOBRE SAÚDE MENTAL E QUALIDADE DE VIDA - YANCA SANTOS SOUZA/ FACULDADES INTEGRADAS DO EXTREMO SUL DA BAHIA
"A Organização Mundial de Saúde afirma que não existe definição "oficial" de saúde mental. Diferenças culturais, julgamentos subjetivos, e teorias relacionadas concorrentes afetam o modo como a "saúde mental" pode ser definida. Entende-se então que é um termo usado para descrever o nível de qualidade de vida cognitiva ou emocional, que inclui a capacidade de um indivíduo de apreciar a vida e procurar um equilíbrio entre as atividades e os esforços para atingir a resiliência psicológica. Assim, percebe-se que o conceito de Saúde Mental é mais amplo que a ausência de transtornos mentais.
Para entender melhor a saúde mental e saber como proporcionar uma qualidade de vida aos usuários do SUS (Sistema Único de Saúde) deve-se conhecer um pouco sobre as síndromes que acarretam boa parte dessa população. Nessa presente resenha, vão ser abordadas algumas síndromes como as síndromes ansiosas, depressivas, maníacas, neuróticas, psicóticas, obsessivas – compulsivas, e os quadros histéricos.
As síndromes ansiosas são ordenadas inicialmente em dois grandes grupos: O primeiro é a ansiedade generalizada, que são quadros em que a ansiedade é constante e permanente, a pessoa vive angustiada, tensa, preocupada, nervosa ou irritada, apresentando sintomas diferenciais como insônia, dificuldade em relaxar, angústia constante, irritabilidade aumentada e dificuldade em concentrar-se, além dos sintomas físicos, como cefaleia, dores musculares, queimação no estômago, taquicardia, tontura, formigamento e sudorese fria. E o segundo, são os quadros em que há crises de ansiedade abruptas e mais ou menos intensas, mais conhecidas como crises de ansiedade e as crises de pânico. As crises de pânico são crises intensas de ansiedade, apresentando sintomas como taquicardia, suor frio, tremores, desconforto respiratório ou sensação de asfixia, náuseas, formigamentos em membros e/ou lábios. E o transtorno de pânico, é quando as crises passam a ser recorrentes, e o paciente desenvolve medo de ter novas crises.
As depressivas têm como características principais o humor triste e o desânimo, que desencadeiam vários sintomas, sendo os principais o choro fácil, sentimento de falta de sentimento, incapacidade de sentir prazer em várias esferas da vida, fadiga, cansaço constante, desânimo, insônia, perda ou aumento do apetite, constipação, palidez e pele fria.
Na síndrome maníacas, os principais sintomas que constituem a base da síndrome são a euforia, e a elação (ou expansão do Eu). O paciente sente-se superior as demais pessoas, tem insônia (não desencadeada por não conseguir dormir, mas sim pela necessidade de dormir diminuída), produção verbal rápida, fluente e persistente, distraibilidade, irritabilidade, arrogância, agressividade, desinibição social e sexual, tendência exagerada a comprar objetos ou a dar seus pertences e alucinações.
As síndromes neuróticas se caracterizam por dificuldades e conflitos intrapsíquicos e interpessoais que mantêm o sofrimento, a frustração, a angústia, o empobrecimento e a inadequação tanto do Eu como das relações interpessoais. Dentro das síndromes neuróticas existem as síndromes obsessivas – compulsivos que se caracterizam-se por ideias, fantasias e imagens obsessivas e por atos ou rituais. Esses quadros são vividos como uma pressão sobre o indivíduo, como algo que o obriga e submete. Elas se diferenciam pelas ideias, pensamentos ou fantasias que surgem repentinamente na consciência do paciente, e essas são características da síndrome obsessiva. Já a compulsiva tem característica o comportamento e rituais repetitivos, como lavar as mãos diversas vezes, e para esses comportamentos serem considerados compulsivos devem ocorrer com uma frequência muito superior ao necessário de acordo com o padrão de avaliação. Os quadros histéricos, que também estão dentro das síndromes neuróticas, o indivíduo possui um comportamento dramático, teatral (o paciente quer constantemente ser o centro das atenções), infantil, sedutor e, eventualmente, manipulativo.
Outra síndrome que irá ser abordada também é a síndrome psicótica, e seus sintomas diferenciais são as alucinações e delírios, pensamento desorganizado e comportamento claramente bizarro, como fala e risos imotivados. E dentro dessa síndrome há uma patologia que acarreta várias pessoas, a esquizofrenia. Nesta, os sintomas são de primeira ordem de Kurt Schneider, como percepção delirante, alucinações auditivas características (são as vozes que comentam e/ou comandam a ação do paciente), eco do pensamento (paciente escuta seus pensamentos ao pensá-los), difusão do pensamento, roubo do pensamento (o indivíduo tem a sensação de que seu pensamento é inexplicavelmente extraído de sua mente, como se fosse roubado por outra pessoa) e também as vivências de influência na esfera corporal ou ideativa, onde nas vivências de influência corporal há experiências nas quais o paciente sente que uma força ou um ser externo age sobre seu corpo, e na de influência sobre o pensamento o paciente refere-se que algo influencia seus pensamentos, onde ele recebe pensamentos impostos de fora.
Agora, como proporcionar uma qualidade de vida aos pacientes com distúrbios mentais? Para começar deve-se saber que qualidade de vida vai muito mais além de se alimentar bem e praticar exercícios, pois compreende não só a saúde física como o estado psicológico, o seu nível de independência, as relações sociais não só em casa, mas também na escola e no trabalho, e até a sua relação com o meio ambiente.
O conceito de qualidade de vida tem uma importância crescente no domínio da saúde mental, e não é por acaso que a definição dada pela OMS para saúde é ampla. Ela define-a como “o estado de completo bem-estar físico e mental”. Muitas vezes, algumas pessoas ao pensar em saúde e qualidade de vida deixam de lado a saúde mental. No decorrer dos anos houve um aumento dos casos de stress crónico, ansiedade e depressão para além de tantos outros problemas psicológicos e emocionais. Uma pessoa com a saúde mental afetada está mais propensa à dependência de drogas e de álcool, a contrair doenças infeciosas, desenvolver alergias, doenças autoimunes, etc. Entende-se então que estar com boa saúde mental é estar em equilíbrio com o seu mundo interior e com o mundo que o rodeia, é estar em paz consigo mesmo e com os outros. Estar com boa saúde mental é estar em equilíbrio com o seu mundo interior e com o mundo que o rodeia, é estar em paz consigo mesmo e com os outros.
Para concluir, os profissionais de enfermagem podem ajudar esses indivíduos a terem uma melhor qualidade de vida, fazendo uma promoção da saúde mental. O enfermeiro do CAPS (Centro de Atenção Psicossocial) pode então trabalhar além do conjunto das equipes de Saúde da Família e Agentes Comunitários de Saúde, quanto na promoção da vida comunitária e da autonomia dos usuários, articulando atividades em outras redes, como as escolas, igrejas, associações, em praças de esportes, cooperativas de trabalhos, etc. Mas para isso o enfermeiro precisa virar um estrategista para traçar planos entre todas ou algumas dessas redes desenvolvendo projetos terapêuticos e comunitários, dispensando medicamentos (quando possível), encaminhando e acompanhando usuários que moram em residências terapêuticas, acompanhando o trabalho dos Agentes Comunitários de Saúde e Equipes de Saúde da Família no cuidado domiciliar.
Esse tipo de atendimento pode ser individual ou em grupo com oficinas terapêuticas, oficinas geradoras de renda, pois muitos deles não possuem mais trabalho, oficinas de alfabetização, grandes números dos usuários do CAPS não sabem ler e escrever, oficinas culturais, grupos terapêuticos e de suporte social, como a roda de conversa muito vista no estágio, atividades esportivas, grupos de leitura e debate, grupos de confecção de jornal, oficina de arte. Além desses trabalhos desenvolvidos no CAPS, não só o enfermeiro como toda a equipe multidisciplinar podem estar trabalhando justamente com outras redes, como citado anteriormente, inserindo, se possível, o usuário novamente no mercado de trabalho, se for uma pessoa religiosa pode também desenvolver ações com igrejas do bairro, pois a fé que a pessoa tem pode melhorar significativamente a sua saúde, pode ser também festas comunitárias, caminhadas com grupos da comunidade, terapia de relaxamento em um ambiente mais tranquilo como praças verdes e praias. Não se pode esquecer das assembleias, que podem ser feitas pelo menos duas vezes ao mês entre os profissionais da instituição, os usuários e seus familiares para que juntos possam discutir, avaliar e propor possíveis encaminhamentos para o serviço, discutindo os problemas e sugestões sobre a convivência, as atividades e a organização do CAPS, afim de ajudar a melhorar o atendimento oferecido, pois para saber se está tendo um bom retorno de suas ações, o enfermeiro e sua equipe devem conversar com seus pacientes levando em consideração as suas queixas e opiniões sobre o serviço."