O termo humanizar é imprescindível para a enfermagem, pois significa tornar humano e dar condições humanas. Os cuidados ao pacientes devem ser fundamentados nessa origem da palavra humanizar, pois essas condições irão fazer com que os profissionais observem os pacientes como um todo, visando sua melhora e bem estar. A humanização na saúde é o respeito com cada pessoa em sua assistência nos hospitais, unidade de saúde e nas visitas domiciliares (WALDOW; BORGES, 2011).
A humanização nos cuidados é a essência do ser, o respeito, individualidade e a necessidade. Os profissionais das instituições de saúde devem ofertar o acolhimento aos pacientes, atender as suas necessidades, cuidar, ajudar, apoiar e confortá-los em qualquer situação. Toda pessoa deve ser tratado com uma visão holística sendo nas instituições de saúde ou não. (CARVALHO; SANTANA; SANTANA, 2005).
O ser humano é o único responsável por exercer a humanização, pois só ele é capaz de cuidar de forma consciente e dar às condições necessárias ao paciente, já que ele é o próprio responsável dos seus atos (WALDOW; BORGES, 2011).
Os profissionais de saúde devem iniciar uma conversa com os pacientes e seus familiares logo após á descoberta do diagnóstico e prognóstico médico. A comunicação deve ser franca e honesta entre paciente terminal, família, médico e enfermeiro devendo ser seguida em forma de sessões para que ambos absorvam as informações sobre as condições de saúde do enfermo (KAPLAN; SADOCK, 2007).
O profissional da área de saúde deve saber lidar com o paciente e suas respectivas doenças através do dialogo entre profissional e paciente ouvindo e respondendo as duvidas sobre sua saúde. Uma boa comunicação influencia nos cuidados a serem prestados aos pacientes (RAZERA; BRAGA, 2011).
A comunicação realizada sem preparo do profissional para o paciente e seus familiares, influenciará de forma negativa sobre o seu diagnostico e prognostico, podendo levar ao paciente e seus familiares ao desespero, medo e angustia (ALVES; ALVES; LANE, 2007).
As conversas deverão ser realizadas por profissionais de saúde capacitados, em um ambiente calmo, privado, com a presença ou não de algum membro da família. A linguagem deve ser clara e simples, o profissional responsável deve responder as perguntas dos pacientes, se possível repeti-las durante outras sessões. Desta forma ajudará os pacientes na aceitação da morte e encorajará aos familiares para lidar com a perda (KAPLAN; SADOCK, 2007).
É importante que o profissional seja honesto e verdadeiro, e forneça aos pacientes e seus familiares informações reais, para que possa estabelecer uma ralação de confiança. É de suma importância a relação entre profissional de saúde, pacientes e familiares para que possa trazer benefícios para ambos (SILVA; SUDIGURSKY, 2008).
A comunicação entre paciente, família e profissional de saúde se torna constante durante todo o processo da terminalidade, é por essa necessidade que as informações devem ser apresentadas de forma clara, discreta e que auxilie o membro familiar ou o paciente nas decisões a serem tomadas. É importante que na comunicação o profissional de saúde esclareça aos familiares e, principalmente ao cuidador, sobre os possíveis sinais e sintomas que o paciente possa apresentar (COSTA et al., 2008).
Para enfermagem a comunicação é de suma importância principalmente na prestação dos cuidados paliativos. Embora o paciente esteja na fase terminal é necessária uma boa comunicação entre paciente e enfermeiro para que se estabeleça, através desta comunicação, uma melhoria na prestação dos cuidados (ALVES, ALVES, LANE, 2007).
Uma boa comunicação é necessária, pois auxilia na forma de prestar os cuidados humanizados. É através da comunicação que será atendida as necessidades do paciente e seus familiar, fazendo com que o paciente participe de forma direta na tomada de decisões (ANDRADE; COSTA; LOPES, 2013).
Os pacientes e seus familiares têm a necessidade constante de expressar seus sentimentos. É através do diálogo entre pacientes e familiares que o profissional de saúde irá compreender e ajudá-los, tornando assim uma relação mais afetiva e duradoura (SOUSA et al., 2009).
É necessário que os profissionais de saúde melhorem as habilidades de comunicação para que durante o diálogo entre o profissional, pacientes e familiares se estabeleça um laço de confiança (COSTA et al., 2008).
A família dos pacientes terminais está designada a desempenhar o papel de cuidador, levando então ao afastamento de suas funções diárias dedicando todo seu tempo para atender às necessidades do enfermo (KAPLAN; SADOCK, 2007).
Os familiares de um paciente em fase terminal têm o direito de receber os cuidados paliativos, pois este cuidado abrange também os membros familiares do paciente. Os cuidados paliativos podem trazer conforto e apoio para esse grupo com o intuito de melhorar o ambiente e por consequência influenciar positivamente na qualidade de vida do paciente (SANTANA et al., 2009)
Alguma família que tem um membro terminal e que recebe os cuidados em residência tem as mesmas reações que o paciente, tais como depressão, negação, angustia, medo, devido a estes fatores que é importante os cuidados paliativos aos familiares. O membro familiar que sofre mais reações é o cuidador que está mais próximo e estando responsável pelo doente, este ultimo também deve ser acompanhado frequentemente (SUZANNE et al., 2008).
Muitas vezes o cuidador não tem preparo para estar exercendo está função, levando ao desgaste físico e emocional. O nível de estresse se torna grande, pois a família está vivenciando funções e situações novas. Algumas sessões de terapia familiar ajudarão os familiares a expressar os seus sentimentos sobre o surgimento de situações como a perda de um membro, perda da função ou papel familiar, sentimento de culpa e dentre outros, o bem estar do cuidador e família, poderá influenciar na tomada decisões sobre o paciente na fase terminal (KAPLAN; SADOCK, 2007).
A família deve ser inserida no contexto dos cuidados paliativos com o objetivo de apoiar emocionalmente o paciente em fase terminal. Alguns familiares ao saber da possibilidade de morte de um membro doente sentem-se triste, angustiado, desorientado, frustrado, decepcionado, depressivo e com o sentimento de morte muito próximo (SILVA; SUDIGURSKY, 2008).
A família traz consigo crenças e cultura e quando um membro de sua família se torna um paciente terminal eles tendem a sofrer muito, pois passam a vivenciar coisas novas como a possível perda de um ente querido (SOUSA et al., 2009).
É necessário que o cuidado aos familiares seja implantado logo após o prognostico do membro doente. Os familiares ao receber a noticia que o membro da família não tem chance de cura tende a fica desorientado, ansioso além de acarretar outros problemas psicológicos (MENDES; LUSTOSA; ANDRADE, 2009).
Os familiares necessitam expressar os seus sentimentos aos profissionais de saúde responsável para que juntos possam sentir-se, em parte, confortável e aceitar de forma menos dolorosa a morte e perda do ente querido, tornando a fase do luto passageira (SILVA; SUDIGURSKY, 2008).
A existência é entendida como uma relação do individuo consigo mesmo e com o mundo. A avaliação existencial visa compreender o humano internamente e externamente, assim como suas relações interpessoais (NOGUEIRA, 2006).
A avaliação existencial surgiu no século XIX pelo filosofo Heiddeger, foi o primeiro a identificar nos indivíduos a angustia existencial e o vazio, portanto visou compreender e explicar as experiências do ser. A avaliação nos profissionais de saúde e pacientes faz com que estes compreendam através de reflexões que a morte faz parte da vida, proporcionando a cada individuo compreender a autoestima, autovalorização, autocuidado, e se preocupar com os outros seres (CALDAS, 2000).
Espiritualidade e religiosidade, no entanto, têm conceitos diferentes. “A palavra espiritualidade vem do latim spiritus, que significa “sopro”, em referência ao sopro da vida”. A espiritualidade leva o individuo a ter uma reflexão sobre a vida, acreditando no transcendente e não necessariamente a uma determinada crença (FREITAS et al., 2006).
A espiritualidade está diretamente vinculada com as qualidades do espírito de cada ser, trazendo então felicidade para si e para os indivíduos ao seu redor. Espiritualidade é uma experiência do encontro com o ser vivo e o transcendente (BERTACHINI; PESSINI, 2010).
A mesma é uma dimensão entre o individuo transcendente, outras pessoas e o seu próprio eu. Pessoas espiritualizadas não estão diretamente vinculadas a uma religião, pois elas acreditam que estão conectadas espiritualmente com recordações de outra vida passada. Elas também buscam uma relação melhor com o parceiro ou a família e principalmente com o metafísico para que seja possível a geração de paz e tranquilidade interior (FREITAS et al., 2006).
A religião é um elo que liga o humano com um Deus ou entidades, que traz rituais para celebrar um transcendente. Os indivíduos que segue alguma religião trazem como resposta às mensagens de salvação, abordadas durante uma missa, cultos ou reuniões entre grupos (BERTACHINI; PESSINI, 2010).
Religiosidade é uma disposição do individuo para seguir uma crença, estabelecendo uma relação com Deus ou entidades. A religiosidade é uma forma de está expressando a espiritualidade em forma de cultos, reuniões e missa com um determinado grupo de pessoas que estão buscando uma paz espiritual com Deus ou outros soberanos (FREITAS et al., 2006).
O enfermeiro que atua nos cuidados do paciente terminal e seus familiares deve incluir no histórico do paciente uma avaliação espiritual. Muitos dos enfermeiros não sabem lidar com a dimensão transcendental do paciente e seus familiares, pois ambos nesta fase difícil, buscam descobrir a finalidade da vida, sofrimento, morte, propósito de Deus ou entidades e a existências da vida após morte (SUZANNE et al., 2008).
Para que os profissionais de saúde prestem cuidados espirituais precisam primeiro incluir uma avaliação espiritual e existencial em suas vidas, assim influenciando nos cuidados aos pacientes, com o intuito de atender suas necessidades espirituais (SUZANNE et al., 2008).