RESSONÂNCIA MAGNÉTICA DE ABDÔMEN TOTAL
Técnica:
Exame realizado em equipamento de ressonância magnética de ultra-alto campo (3.0 Tesla), com cortes multiplanares obtidos nas sequências T2 TSE, T2 TSE FS, T2 HASTE, Difusão, T1 GRE "em fase" e "fora de fase" e T1 VIBE antes e após a infusão do meio de contraste endovenoso (gadolínio), incluindo estudo dinâmico e utilização de bomba injetora.
Informações clínicas: Estadiamento de neoplasia endometrial.
Exame correlacionado com USTV prévio datado de 31/07/2017.
Interpretação:
Útero em AVF, aumentado de volume, medindo 9,9 cm x 7,1 cm x 5,8 cm (volume = 221 cm³).
Espessamento do endométrio em sua porção anterior, com aproximadamente 2,5 cm x 2,2 cm, por lesão que apresenta isointensidade de sinal nas sequências ponderas em T1 e T2, com menor realce pelo meio de contraste em relação ao miométrio, apresenta restrição na sequência em difusão, com características de neoplasia.
A lesão determina invasão da zona juncional e do miométrio, na parede anterior, sem comprometimento da serosa uterina.
Paramétrios preservados, não havendo densificação dos planos adiposos adjacentes.
Não se identifica dilatação ou comprometimento perceptível dos ureteres terminais.
Associados, observam-se miomas uterinos, com realce pelo meio de contraste, os maiores com 3,5 cm, subseroso na parede posterior; 1,7 cm intramural na parede lateral esquerda e 1,1 cm intramural/subseroso na parede anterior.
Também são observadas pequenas áreas císticas esparsas no miométrio e submucosa, secundárias a adenomiose.
Ovários foram bem identificados, medindo o direito 4,7 cm x 4,6 cm x 4,5 cm (volume = 50,5 cm³) e o esquerdo 1,9 cm x 1,8 cm x 1,2 cm (volume =2,1 cm³).
Identifica-se cisto com paredes delgadas no ovário direito, sem septações ou nodulações murais, não sofrendo realce anômalo pelo meio de contraste endovenoso.
Linfonodos pélvicos, o maior na cadeia ilíaca externa esquerda, com 0,8 cm x 0,4 cm, sem configurar linfonodomegalia.
Ausência de linfonodomegalias inguinais.
Paredes da uretra, vagina e reto sem alterações perceptíveis.
Espaço retovaginal de aspecto normal.
Mínima quantidade de líquido livre em fundo de saco posterior, não hemático.
Fígado com dimensões normais, identificando-se diminuto nódulo sólido no segmento hepático IV a, com 0,6 cm, com hiperintensidade de sinal nas sequências ponderadas em T2, sofrendo realce semelhante ao parênquima hepático após o meio de contraste, devendo ser considerada a possibilidade de hemangioma.
Baço de configuração anatômica. Pequeno baço acessório com 1,0 cm.
Vesícula biliar sem alterações significativas pelo método.
Não há dilatação da via biliar intra ou extra-hepática.
Pâncreas de dimensões e intensidade de sinal habituais.
Glândulas adrenais preservadas.
Rins de dimensões normais e ausência de pieloectasia.
Observa-se pequeno nódulo, na cortical do terço médio do rim esquerdo, com alto sinal nas sequências ponderadas em T1, com saturação de gordura e baixo sinal em T2, sem realce pelo meio de contraste, medindo 0,6 cm, podendo corresponder a pequeno cisto hemorrágico.
Aorta abdominal de calibre normal e pérvia.
Ausência de linfonodomegalias retroperitoneais ou ascite.
Bexiga urinária normalmente distendida, com paredes preservadas.
Estrutura óssea com intensidade de sinal preservada.
Impressão diagnóstica:
Neoplasia endometrial com invasão da zona juncional e miométrio, na parede anterior, sem aparente comprometimento da serosa uterina.
Miomatose e adenomiose uterina.
Cisto não complicado no ovário direito.
Diminuto nódulo sólido no segmento hepático IV a, com realce semelhante ao parênquima hepático após o meio de contraste, devendo ser considerada a possibilidade de hemangioma.
Imagem sugestiva de pequeno cisto hemorrágico, no rim esquerdo.