Tempo

“O tempo perguntou pro tempo

Quanto tempo o tempo tem

E o tempo respondeu pro tempo

Que o seu próprio tempo

Todo mundo tem”


(Dido da Mangueira)



O tempo, uma noção tão viva e de definição tão complexa. Segundo o dicionário, o tempo é a sucessão dos anos, dias e horas, que envolve a noção de presente, passado e futuro. Para um olhar lírico, como na composição de Dido da Mangueira, citada acima, o tempo aparece como um trava-línguas, confuso, que não se significa por si só.

Para a História, o tempo é um elemento fundamental, pois a disciplina estuda a sucessão de acontecimentos que ocorreram com o ser humano em um determinado tempo, havendo profunda relação de um com o outro, sejam esses acontecimentos de continuidade ou de ruptura. E, assim, a análise do passado é marcada pela noção de temporalidade: somos seres humanos, frutos de nosso tempo, analisando ações de outros seres humanos, pertencentes a outro espaço de tempo, dentro de uma cronologia.

Dessa forma, o tempo marca singularidades de um determinado período histórico, como também as multiplicidades, que são os elementos constituidores de memórias coletivas. A memória é como acessamos cada uma das histórias dentro das temporalidades.

Embora essas pareçam ser definições muito distantes de nosso dia a dia, seguimos calendários e relógios para organizar até as mais simples atividades cotidianas, como também para lembrar de eventos passados e contextualizá-los no “quando” e “quanto” de nossas vidas. Essas memórias nos ajudam a contar a nossa história pessoal, e o exercício de pensar no “quando” e no “quanto”, montando o nosso próprio quebra-cabeça, nos permite identificar como chegamos em quem somos hoje. O mesmo acontece com a história das instituições, através da junção de várias memórias das pessoas que se cruzaram nelas em algum período de tempo. A soma das memórias serve como peça para a construção da história da instituição, e que, passadas de geração em geração, se tornam patrimônio, seja ele material ou imaterial.