Identidade

A identidade é o que nos diferencia dos outros, o que nos caracteriza como pessoa ou como grupo social. Ela é definida pelo conjunto de papéis que desempenhamos e é determinada pelas condições sociais decorrentes da produção da vida material.

(Maria Lúcia Patriota)


Na sociedade moderna, a noção de um sujeito como tendo uma identidade unificada e estável foi superada. A identidade cultural não é natural, geneticamente herdada; ela é uma construção. O sujeito passa a assumir identidades distintas em diferentes momentos, devido à fluidez do processo da evolução. A globalização da economia permitiu que tudo pudesse ser acessível a todos, independente da localização. Consequentemente, criou-se uma padronização dos costumes e o indivíduo passou a ter uma identidade mutável, ou seja, suas referências não são somente originadas em sua localidade ou estão ligadas à sua etnia. O sujeito, agora, possui múltiplas identidades.

O sujeito não é autônomo nem autossuficiente. A identidade se forma a partir da relação do eu com o outro, mediando valores, símbolos e sentidos. A cultura mutável disseminada pela globalização propicia a proliferação de grupos sociais que se formam por compartilharem do mesmo estilo, lugar, etnia, nação, entre outros, o que gera, consequentemente, uma nova identidade ao indivíduo.


A identidade cultural é um sistema de representação das relações entre indivíduos e grupos, que envolve o compartilhamento de patrimônios comuns como a língua, a religião, as artes, o trabalho, os esportes, as festas, entre outros. É um processo dinâmico de construção que se alimenta de várias fontes no tempo e no espaço.

(Lúcia Maciel Barbosa de Oliveira)


A cultura é dinâmica e móvel. Assim, os grandes conceitos que formam a construção da identidade (nação, povo, comunidade) são flexíveis, devido às influências promovidas pela globalização (estilos, lugares e imagens).

Fotografia de Jô Belissimo na ocasião da reabertura do Museu da Energia de São Paulo. Em plano geral, a fotografia apresenta, em primeiro plano, folhas desfocadas, criando uma moldura para os muros altos com grafites distribuídos em 7 retângulos, ao fundo da cena.  Na extremidade esquerda, no muro, destacam-se duas formas triangulares na cor vermelha e pequenos triângulos em tons de azul. Entre os triângulos, em um fundo branco, aparece parte do corpo e asa de um pássaro amarelo. Na sequência, ao lado, em fundo branco, um rosto de mulher com a pele morena, levemente rosada, cabelos pretos e lisos na altura do ombro. Ela tem traços finos, nariz e boca delicados, e olhos fechados; e na altura dos seus olhos, um pássaro azul claro abre as asas, com as penas das extremidades em azul mais escuro.  Seguindo, o outro grafite em fundo branco destaca-se mais um pássaro, grande, com asas abertas, corpo posicionado na diagonal; ele tem o topo da cabeça azul, seguido de um tom amarelado e o corpo todo verde. O próximo conjunto pintado no muro, no centro da fotografia, tem o fundo preto, com espirais que iniciam com formas brancas e vão assumindo cores. Na parte superior, há tons de azul, abaixo, roxo, que vai adquirindo tons rosados e avermelhados para se encontrar com outra espiral amarela e alaranjada. Acima, ao lado da espiral de tons azul, há outra espiral em tons de rosa.  Na sequência, mais dois conjuntos, desta vez representando rostos masculinos constituídos por formas geométricas; o primeiro, em fundo verde bem claro, está posicionado de forma convencional, e tem cabelos pretos e a cada trecho de seu rosto há uma cor. O último rosto, apresentado em fundo azul claro, segue a mesma padronização de cores, porém representado de ponta cabeça.  Na parte superior do muro, telhados das casas e janelas dos prédios vizinhos.

Fotografia de Jô Belissimo na ocasião da reabertura do Museu da Energia de São Paulo.