Inclusão 360° é uma plataforma digital colaborativa desenvolvida para promover a integração entre famílias, educadores e profissionais da saúde no acompanhamento de crianças neurodivergentes, como aquelas com TEA, TDAH e dislexia.
Seu principal objetivo é quebrar barreiras de comunicação e oferecer um espaço seguro, acessível e estruturado para compartilhamento de informações, estratégias pedagógicas e relatórios terapêuticos. Com módulos específicos para educação, família e profissionais cuidadores, a plataforma proporciona uma visão abrangente e contínua do desenvolvimento da criança.
Público alvo
Famílias de crianças e jovens neurodivergentes
Pais, responsáveis e cuidadores que desejam acompanhar mais de perto o desenvolvimento e compartilhar informações relevantes sobre suas rotinas, reações e avanços.
Educadores e profissionais da educação
Professores, auxiliares, coordenadores pedagógicos e gestores escolares que atuam diretamente com estudantes neurodivergentes e necessitam de uma comunicação mais fluida e de registros consistentes para apoio no processo de ensino-aprendizagem.
Profissionais multidisciplinares
Psicólogos, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais, psicopedagogos, neurologistas e outros profissionais que acompanham crianças e jovens e precisam alinhar estratégias com a escola e a família.
Funcionalidades
Módulo Família:
Aplicativo mobile com roteiros visuais, orientações e canal direto com a escola e terapeutas.
Módulo Educação:
Cadastro e acompanhamento de PEIs (Planos Educacionais Individualizados).
Módulo Profissionais Cuidadores:
Integração automática de relatórios de terapeutas (ABA, fonoaudiologia, terapia ocupacional).
Problema
Apesar dos avanços na identificação e reconhecimento da neurodivergência no ambiente escolar — como nos casos de autismo, TDAH, dislexia, entre outros — a prática cotidiana ainda revela uma lacuna crítica: a comunicação entre famílias e educadores permanece frágil, fragmentada e, muitas vezes, superficial.
Essa desconexão vai além da troca limitada de informações. Ela reflete um desalinhamento estrutural entre as compreensões, expectativas e estratégias adotadas pelos dois principais núcleos de desenvolvimento da criança: a casa e a escola. Nas instituições de ensino, muitos professores ainda enfrentam desafios decorrentes da falta de formação continuada e suporte técnico para lidar com as múltiplas expressões da neurodivergência. Sem essa capacitação, tornam-se comuns abordagens pedagógicas padronizadas, que ignoram o ritmo, o estilo de aprendizagem e as necessidades sensoriais específicas de cada aluno. Como consequência, comportamentos são frequentemente mal interpretados como indisciplina, desinteresse ou deficiência intelectual, resultando em práticas ineficazes e, por vezes, punitivas.
Do lado das famílias — especialmente aquelas em processo de descoberta ou adaptação ao diagnóstico do filho — é comum a sensação de insegurança, sobrecarga e afastamento do ambiente escolar. Em vez de atuarem como parceiras no processo educativo, muitas vezes são chamadas apenas em situações de conflito, o que aprofunda ciclos de desconfiança e culpabilização mútua.
A ausência de um diálogo contínuo e empático compromete diagnósticos precoces, enfraquece as intervenções e reforça a sensação de invisibilidade por parte da criança, que não se sente plenamente compreendida nem apoiada. As consequências vão além do desempenho escolar: impactam sua autoestima, socialização, permanência na escola e a construção de um projeto de vida com propósito.
Enfrentar essa realidade exige uma abordagem sistêmica, com o fortalecimento das competências socioemocionais dos educadores, a valorização da escuta ativa das famílias e a criação de canais estruturados de comunicação. Só assim será possível transformar a escola em um espaço genuíno de pertencimento, acolhimento e desenvolvimento integral para crianças neurodivergentes.