A fase de iniciação estabelece as bases estratégicas, organizacionais e operacionais do projeto. No Inclusão 360°, essa etapa foi conduzida segundo as diretrizes do PMBOK, garantindo clareza de escopo, alinhamento com os objetivos institucionais e engajamento das partes interessadas desde o início.
O Inclusão 360° nasce de um desafio concreto: aproximar família e escola no cuidado diário de crianças e jovens neurodivergentes. Embora o diagnóstico e a percepção do autismo e de outros transtornos tenham avançado, ainda persiste uma comunicação frágil entre os dois principais ambientes de desenvolvimento da criança – a casa e a sala de aula. Essa desconexão gera desalinhamento de expectativas, estratégias isoladas e sobrecarga emocional para professores e pais. Alinhado aos ODS 4 e 4.5 da ONU, o projeto propõe uma plataforma digital colaborativa capaz de integrar rotinas, relatórios terapêuticos e adaptações curriculares, assegurando acesso equitativo a uma educação de qualidade para os estudantes mais vulneráveis.
Durante a fase de iniciação, a equipe utilizou abordagens como brainstorming guiado, design thinking e ferramentas colaborativas como o “Divide the Dollar” para avaliar criticamente diversas ideias. A proposta que ganhou maior relevância foi a criação de uma plataforma digital multidisciplinar, centrada na comunicação contínua e empática entre escola, casa e clínica.
Essa plataforma foi idealizada para atuar como elo entre os diversos agentes do processo educacional e terapêutico, promovendo o registro estruturado de dados, o compartilhamento de estratégias eficazes, a capacitação contínua de educadores e o suporte à saúde mental dos envolvidos. Além disso, a união entre metodologias do PMBOK e os ciclos iterativos do Scrum permitiu que a estruturação do projeto fosse ao mesmo tempo sistemática e adaptável. Isso garantiu que as decisões tomadas na fase inicial fossem validadas por meio de empatia e testes com os usuários finais, minimizando retrabalho e aumentando a relevância social da solução.
A construção do Inclusão 360° parte do princípio de que nenhuma solução educacional é eficaz sem ouvir ativamente quem está na linha de frente do cuidado: pais, professores, terapeutas e gestores escolares. Por isso, a equipe adotou uma abordagem estruturada para identificar, analisar e planejar o engajamento dos stakeholders desde a fase de iniciação.
Foram mapeados três grandes grupos de públicos estratégicos:
Usuários finais: pais e responsáveis por crianças neurodivergentes, professores, terapeutas, coordenadores pedagógicos e demais profissionais que atuam diretamente no processo de inclusão;
Equipe de projeto: profissionais de desenvolvimento (backend, frontend, UX/UI), gestores de produto e consultores pedagógicos e clínicos que colaboram com a concepção da plataforma;
Partes interessadas externas: instituições de ensino (públicas e privadas), órgãos públicos (secretarias de educação e saúde), pesquisadores acadêmicos, clínicas parceiras e profissionais da saúde interessados em contribuir ou utilizar a solução.
Para cada um desses grupos, realiza-se análise de nível de influência e interesse, permitindo classificar sua importância estratégica no sucesso do projeto e identificar o tipo de acompanhamento mais adequado. Essa análise orientou a definição de estratégias de engajamento específicas, como:
Entrevistas empáticas com pais, professores e terapeutas para mapear dores e necessidades;
Testes de usabilidade iterativos, envolvendo usuários reais em protótipos navegáveis;
Validações incrementais das funcionalidades entregues a cada Sprint, garantindo feedback contínuo e adaptabilidade;
Oficinas participativas com especialistas para co-criação de recursos acessíveis e adequados à realidade da sala de aula inclusiva.
Além disso, foram definidos canais de comunicação apropriados para cada grupo: grupos de WhatsApp e Telegram para usuários finais; repositórios e ferramentas de versionamento (Git, ClickUp) para a equipe técnica; e boletins informativos e relatórios executivos para parceiros.
Esse processo de identificação e engajamento não é pontual — ele será mantido ao longo de todo o ciclo de vida do projeto, com reavaliações constantes a cada entrega, assegurando que o Inclusão 360° continue sendo construído com as pessoas e para as pessoas. Trata-se de um modelo participativo e iterativo, em que os stakeholders não são apenas consultados, mas integram de fato o processo de inovação.
Escuta Ativa e Mapeamento do Público Alvo
Como etapa essencial para a construção de uma solução verdadeiramente eficaz e centrada nas pessoas, realizamos uma escuta ativa junto ao nosso público-alvo por meio de um formulário digital pelo google forms - forms.gle/1T7oBo149Pv97Ftk7 Nosso objetivo foi compreender quem são os envolvidos diretamente no processo de aprendizagem de crianças e jovens neurodivergentes, bem como mapear suas experiências, necessidades e perspectivas.
O questionário foi respondido por 86 participantes, que se identificaram da seguinte forma:
Responsáveis por pessoas com TEA – 34 respostas
Professores com experiência com alunos com TEA – 29 respostas
Acompanhantes no suporte à aprendizagem de alunos com TEA – 12 respostas
Pessoas próximas que convivem com pessoas com TEA (familiares, amigos etc.) – 11 respostas
Essa escuta nos ajudou a reafirmar a importância de uma abordagem colaborativa e integrada, na qual todos os agentes envolvidos — famílias, educadores e profissionais da saúde — possam atuar em sinergia para garantir o pleno desenvolvimento das pessoas Neurodivergentes.
Tipo de Pesquisa
A pesquisa caracteriza-se como quantitativa descritiva, com elementos qualitativos de apoio. O objetivo principal foi identificar e quantificar os principais desafios enfrentados por pais ou responsáveis no apoio ao aprendizado de pessoas Neurodivergentes, bem como avaliar suas percepções sobre o suporte recebido.
População e Amostra
A população-alvo foi composta por pais e responsáveis legais de pessoas ou dependentes com diagnóstico neurodivergente. A amostra foi não probabilística por conveniência, formada por indivíduos que responderam voluntariamente a um questionário online.
Instrumento de Coleta de Dados
Utilizou-se um questionário estruturado com perguntas fechadas e mistas, aplicado de forma digital. O questionário foi dividido de acordo com publico. Pais, responsáveis e profissionais multidisciplinares
Procedimentos de Coleta
A coleta foi realizada por meio de formulários eletrônicos, disponibilizados via redes sociais, grupos de apoio e instituições voltadas ao atendimento de pessoas com TEA. A aplicação ocorreu durante um período determinado (abril de 2025).
Este documento apresenta os requisitos projetuais de um sistema digital integrado, desenvolvido com o objetivo de promover um acompanhamento completo, seguro e colaborativo da trajetória educacional de estudantes. A proposta contempla funcionalidades estratégicas que favorecem a comunicação entre escola, família e profissionais da saúde, com foco na personalização do ensino e no apoio ao desenvolvimento individual de cada aluno. A solução foi pensada especialmente para contextos que demandam atenção às necessidades específicas, como a inclusão de estudantes neurodivergentes.
O TAP foi o primeiro artefato formal elaborado, funcionando como documento autorizador e norteador do projeto. Ele contém:
Justificativa: fundamentada na fragmentação do cuidado de pessoas neurodivergentes e na ausência de uma plataforma digital integradora entre família, escola e profissionais da saúde;
Objetivo geral e objetivos específicos: desenvolvimento de uma solução digital com três módulos integrados, comunicação segura e recursos de apoio;
Escopo inicial: definição do que está e não está incluso no desenvolvimento (ex.: app mobile nativo e integração com sistemas hospitalares estão fora do escopo);
Cronograma macro: duração prevista de 8 meses com marcos principais por fase;
Principais riscos identificados: complexidade técnica, segurança de dados e resistência dos usuários;
Premissas e restrições: orçamento limitado, equipe enxuta, conformidade com LGPD e prazo fixo.
Kickoff do Projeto
A reunião de kickoff oficializou o início do projeto, garantindo alinhamento entre todas as partes. Foram apresentados:
Objetivos e escopo inicial;
Papéis e responsabilidades da equipe;
Estratégia de desenvolvimento híbrida (Scrum + PMBOK);
Ferramentas e ambientes de trabalho colaborativo (ClickUp, Google Workspace, Whatsapp etc.);
Primeiras histórias do backlog para planejamento da Sprint 1.
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