Fundação
Fundação
A Psicanálise entra na história do Brasil em meados de 1920. A teoria foi recebida sobretudo por Oswald de Andrade e Mário de Andrade, levando a influência freudiana à Semana da Arte Moderna de 1922. Seu espaço foi construído primeiramente na literatura, ou seja, a Psicanálise chegou aqui antes dos psicanalistas (Dunker, 1915, p. 119). Uma página infeliz da nossa história é a Psicanálise também ter sido recebida por psiquiatras, nessa época a teoria fez coro a um discurso asilar e higienista.
Nota-se que desde a chegada da Psicanálise no Brasil, ela circula num meio intelectualizado. Mas muitas tentativas foram e são feitas para que haja maior disseminação e democratização da teoria e seu acesso¹, para que esta ocupe outros lugares que não apenas as quatro paredes de um consultório.
Assim nasceu a “Casa Aberta”! Um projeto que criado por seis mulheres de Belo Horizonte, em julho de 2022, a partir de conversas entre jovens psicanalistas acerca do fazer da clínica psicanalítica e possibilidades de acesso, mas também de um incômodo com a falta de espaços na cidade para isso, já que há uma concentração em espaços particularizados e estratificados na cidade, como consultórios e instituições privadas.
Na cidade, percebe-se que a Psicanálise tem participado pouco dos processos urbanos, e não encontramos lugares que permitam essa construção. Analistas operam em espaços cada vez mais restritos e consequentemente mais distantes da dinâmica real e coletiva, gerando diálogos homogêneos e privativos.
Lacan nos orientou a “pensar com os pés”, é preciso estar atento àquilo que nos atravessa, que constitui a subjetividade de nossa época. E, mais do que isso, saber em que território nossos pés estão fincados. Assim, a possibilidade da Casa Aberta fazer parte dos processos urbanos, de endossar diálogos com agentes que compõem a cidade, de construir um movimento psicanalítico mais próprio, de fazer um espaço privado ser ocupado de uma maneira mais coletiva, nos pareceu urgente.
Por fim, a criação da Casa Aberta é uma tentativa de um espaço experimental de criações e invenções psicanalíticas. À cidade, é uma oferta de um ponto de encontro; aos analistas, a transmissão e trocas psicanalíticas; e a cada sujeito, tratamentos possíveis para aqueles que se dispõem à abertura do inconsciente.
Fundadoras
Amanda Lessa Malta
Mestre em Psicologia pela Universidade Federal de Minas Gerais. Possui graduação em Psicologia pela mesma universidade com ênfase em Processos Clínicos. Tem experiência na área de estudos psicanalíticos com interesse nos seguintes temas de pesquisa: laço social, política, arte, juventude e clínica contemporânea. É cofundadora da Associação Casa Aberta BH e atua como psicanalista em consultório particular.
Ana Clara Rocha Franco
Mestre em Psicologia Social na linha Cultura e Processos de Subjetivação da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Possui graduação em Psicologia pela mesma universidade com ênfase em Processos Clínicos. Especialista em Clínica Psicanalítica na Atualidade pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MG). Atualmente integra o grupo de pesquisa "Violência, Gênero e Saúde" como apoio técnico no Instituto René Rachou- Fundação Oswaldo Cruz (IRR/ FIOCRUZ/MG). É cofundadora da Associação Casa Aberta- espaço de invenções psicanalíticas. Tem experiência na área de Saúde Coletiva com interesse nos seguintes temas: Atenção Primária à Saúde, Violência, Saúde da Família, Apoio Matricial, Saúde da Mulher, autonomia e pela interface entre saúde coletiva e psicanálise.
Bruna Miranda
Graduada em Psicologia pela Universidade Federal de Minas Gerais, com ênfase em Processos Clínicos. Pós - graduada em Psicanálise: Clínica com Crianças e Adolescentes pela PUC-MG. Atua em consultório particular orientada pela Psicanálise em composição com a Esquizoanálise, onde atende adolescentes e adultos. Compõe equipe clínica transdiciplinar de atendimento a crianças em "Off-Sinas Ludoterapêuticas". Tem interesse na interseção entre Clínica e Arte, pesquisa dispositivos artísticos enquanto práticas de cuidado e pesquisa do desejo.
Julia Alves Werneck
Psicanalista, graduada em Psicologia pela Universidade Federal de Minas Gerais, com ênfase em processos clínicos. É co-fundadora da Associação Casa Aberta BH, e membro da Associação Freud Nas Quebradas. Atua como psicanalista em consultório particular.
Julia Martins Damas
Especialista em clínica psicanalítica na atualidade pela PUC-Minas, graduada em Psicologia pela UFMG, com ênfase em processos clínicos. No momento, em formação em Psicanálise, pelo Instituto de Psicanálise e Saúde Mental de Minas Gerais (IPSM-MG). Foi membro fundadora da Traço - Clínica e transmissão em Psicanálise, e é cofundadora da Associação Casa Aberta BH. Já atuou como psicóloga na Equipe de Saúde Mental em um centro de saúde na região noroeste de Belo Horizonte. Atualmente atua como psicanalista em consultório particular.
Marcela Mascarenhas de Figueiredo Burni
Especialista em Clínica Psicanalítica na Atualidade pela Pontifícia Universidade Católica de MG, graduada em Psicologia pela mesma instituição. Atua como Psicanalista em seu Consultório Particular e faz parte da coordenação do projeto Casa Aberta BH. Já foi psicóloga na rede SUS/BH e na Secretaria de Educação de Santa Luiza. Também foi estagiária extracurricular na rede se Saúde Mental de BH - Serviço Residencial Terapêutico e bolsista no projeto de extensão de acolhimento psicológico na APAC.