História Lisboa

Achados arqueológicos sugerem que já havia trocas comerciais com os fenícios na região de Lisboa em 1 200 a.C.,[33] levando alguns historiadores a admitir que teriam habitado o que é hoje o centro da cidade, na parte sul da colina do castelo. Na praça de D. Luís, em Lisboa, foram localizados vestígios de um fundeadouro com mais de 2000 anos, remontando ao século I a.C. e ao V d.C., onde os navios ancoravam para fazer descargas e reparações e também para o trânsito de passageiros e carga.[34] Além de viajarem daí para o Norte, os fenícios também aproveitaram o facto de estarem na desembocadura do maior rio da Península Ibérica para fazerem comércio de metais preciosos com as tribos locais.[35] Outros importantes produtos aí comercializados eram o sal, o peixe salgado e os cavalos puros-sangue lusitanos, bem conhecidos na Antiguidade.[36]

Recentemente (1990/94)[37] vestígios fenícios do século VIII a.C. foram encontrados sob a Sé de Lisboa. Não obstante, alguns historiadores modernos[38] consideram que a ideia da fundação fenícia é irreal, convictos que Lisboa era uma antiga civilização autóctone (chamada pelos romanos de ópido) que se limitava a estabelecer relações comerciais com os fenícios, o que explicaria a presença de cerâmicas e de outros artefactos com tal origem. Uma velha lenda refere que a cidade de Lisboa foi fundada pelo herói grego Odisseu (Ulisses),[carece de fontes] e que, tal como Roma, o seu povoado original era rodeado por sete colinas. Se todas as viagens de Ulisses através do Atlântico tivessem ocorrido como Théophile Cailleux as descreveu,[39] isso significaria que Ulisses fundou a cidade vindo do Norte, antes de dar a volta ao Cabo Malea, (que Cailleux diz ser o Cabo de São Vicente), na sua viagem para Sudeste, rumo a Ítaca. No entanto, a presença dos fenícios, mesmo ocasional, é anterior à presença helénica neste território. Posteriormente, o nome grego da cidade teria sido corrompido em latim para Olissipona. Outros deuses pré-romanos da Lusitânia[carece de fontes] são Araco, Carióceco, Bandua e Trebaruna.[40]