Manuscritos

Escrita criativa

Público na Escola 

2023

A Rede de Bibliotecas Escolares (RBE) e o jornal PÚBLICO organizaram o concurso “Jornalistas em Rede”

Na modalidade/género jornalístico Reportagem, concorreram as alunas Matilde Teixeira, do 8ºG, com o trabalho "A gata que adotou uma escola", e Lara Silva, do 8º M, com "Entre portas e idades". 


Apresentamos-vos os seus textos, que foram a concurso.


Parabéns às duas alunas pela participação!

A gata que adotou uma escola 

Já todos ouvimos falar sobre escolas com mascotes, mascotes fictícias como dragões e unicórnios. Mas raramente ouvimos falar de uma mascote com vida. Nesta escola, localizada na freguesia de Mindelo, em Vila do Conde, Escola Básica D. Pedro IV, o caso é um pouco diferente. 

Pantufa é uma gata de aproximadamente 15 anos, saudável e muito amigável. Começou a aparecer na escola há 11 anos, já adulta e castrada. Dizia-se que tinha vindo de uma casa com muitos gatos. No início, a gata mostrava-se um pouco tímida e assustadiça por causa crianças que implicavam com ela, por isso só aparecia depois de os alunos saírem, às 18horas. Passado algum tempo, o animal foi-se habituando ao movimento e aos alunos que lá estudavam. 

Não demorou até que todos os funcionários, professores e alunos se afeiçoassem à gata, trazendo-lhe comida, água, uma cama, e muito mais. De todas estas pessoas, destacou-se a D. Conceição, assistente operacional que supervisiona os espaços exteriores da escola. Assim que viu a gata, apaixonou-se de imediato “Só me apetece levá-la comigo para casa” diz ela. Todos os dias lhe dá de comer, ração, comida húmida e também fiambre, quando sobra do almoço, que ela adora. Os alunos da escola, no geral, adoram a companhia da Pantufa e tratam muito bem dela. Até já saltou para o colo de alguns… Que inveja! 

A Pantufa anda livremente pela escola, pela cantina, pela biblioteca, pela Direção e até vai a algumas aulas. Ela é bastante sossegada, não incomoda ninguém; na realidade, acontece o contrário: assim que é vista, torna-se logo o centro das atenções, um alvo fácil de festinhas e carinhos. 

Nos seus tempos livres, a Pantufa adora passear pela escola ou até mesmo fora dela. Pode ser, muitas vezes, encontrada a dormir numa pequena estufa na Horta do Óscar, a horta da escola. Ela aproveita o calor da estufa e a comida que, supostamente, serviria para alimentar as gaivotas. Ela adora gaivotas, o mesmo não se consegue dizer das gaivotas que fogem mal a veem, já que um dos passatempos da Pantufa é correr atrás delas. Quanto aos passeios fora da escola, já foi vista muitas vezes nas piscinas de Mindelo, que ficam mesmo ao lado da escola. Ela costuma ir lá frequentemente, e os trabalhadores também devem gostar dela. À noite, ela vai dormir numa cama que está nos balneários e que lhe foi dada, muito quentinha e confortável, onde dorme até de manhã, quando a funcionária, a D. Isabel lhe vai dar de comer. 

É notório o impacto que a gata tem nos funcionários, professores e alunos. A nossa querida Pantufa não passa despercebida a ninguém. 

É isto que torna peculiar a D. Pedro IV, uma escola que foi adotada por uma gata. 


Matilde Teixeira, 8ºG

Entre Portas e Idades

“Porta 55+ - Viver os dias, combater a solidão”

Como surgiu? 

O projeto surgiu com a necessidade de conhecer a sociedade idosa envolvente da freguesia. Antigamente as pessoas procuravam o Centro Social e Paroquial de Mindelo (C.S.P.M.) para mais conforto, hoje em dia, as pessoas encontram-no em casa dificultando o conhecimento acerca das suas vulnerabilidades.

A iniciativa teve origem em Mindelo e já se expandiu até às freguesias de Árvore e Vila Chã, todas elas integrantes do concelho de Vila do Conde, no Porto.


O que é?

O projeto foca-se no combate à solidão na terceira idade, visitando pessoas idosas, que estão sozinhas e que não têm muito apoio familiar próximo. Ele favorece a integração e participação social e promove um envelhecimento acompanhado, mais ativo, mais saudável e mais feliz.

Brigada da minha rua - Esta ação tem por função detetar eventuais situações de idosos em risco de isolamento social e solidão.

 


Financiamento do Projeto

A ação é financiada pelo Fundo Social Europeu submetido ao Programa Operacional da Inclusão Social e Emprego no âmbito do Programa de Parcerias para o Impacto, da Portugal Inovação Social.


Beneficiários/Utentes

Os beneficiários deste projeto piloto são homens ou mulheres com idades igual ou superior a 65 anos que mostram vontade de ter companhia e que são residentes nas freguesias de Vila do Conde integrantes. Atualmente são 106 utentes acompanhados.

Comentários de um utente:

-    “Sempre mais uma ajuda para passar o tempo”;

-  “É uma companhia diferente”;

-  “É gente que vem fazer a festa”.



Voluntários/Embaixadores

No Porta 55 +, o embaixador é o voluntário capacitado para levar junto dos utentes atividades específicas e preparadas para cada um deles, segundo as suas necessidades, dificuldades, interesses e gostos pessoais (jogar cartas, damas, xadrez, entre outros).

Homens e mulheres que queiram e tenham capacidade de construir um projeto de envelhecimento ativo, saudável e feliz, com idade igual ou superior a 55 anos, residentes em Árvore, Mindelo ou Vila Chã (preferencialmente) são ótimos candidatos a serem embaixadores.

Dos 28 voluntários ativos, que realizam visitas, 22 são do sexo feminino e 6 do sexo masculino, sendo que 11 se encontram com idades inferiores a 65 anos, 15 com idades entre os 65 e 74 anos, e há 2 pessoas acima dos 75 anos de idade. Cada voluntário passa por  um processo de formação de 54 horas, nas áreas de desenvolvimento pessoal, social e de competências.



O projeto nos jovens

O projeto fez uma parceria com os Escuteiros de Árvore em que, acompanhados pela Equipa Técnica, os Dirigentes e os Exploradores visitam os beneficiários, desenvolvendo as suas competências sociais. “Assim, também nós, Escuteiros, somos agentes de apoio à comunidade onde estamos inseridos. Como membro integrante da comunidade escutista, adoro esta experiência de confraternizar com pessoas mais velhas e mais sábias, proporcionando-nos, mutuamente, bons momentos e muitas aprendizagens." Chefe de Agrupamento dos Escuteiros de Árvore.

Atividades com os jovens

Avodrinhamento - Através da parceria com entidades educativas, pretende-se desenvolver um conjunto de atividades intergeracionais que permitam a criação de laços de afeto e compromisso entre diferentes gerações e ao mesmo tempo promovam a formação cívica e para a cidadania nos mais jovens.


Equipa Técnica

A Equipa técnica que acompanha o grupo Escutista é formada por duas educadoras sociais e duas assistentes sociais. Elas são fantásticas, carinhosas e super divertidas e interativas tanto connosco como com os utentes.

Reflexão da Equipa Técnica

Fátima Carvalho

Licenciatura em Educação Social

Mestrado em Ciências da Educação – Educação, Comunidade(s) e Mudança Social

Certificação de Líder de Yoga do Riso

 

“Fazer parte de um projeto como o Porta 55+ é sem dúvida um desafio. Sair das quatro paredes de uma instituição, estar no terreno, próximo das pessoas, é fundamental para conhecer a realidade à nossa volta e criar respostas mais adequadas às necessidades existentes. Chegar a estas pessoas nem sempre é fácil. Muitos utentes foram bastante recetivos aquando da abordagem do projeto para si, ao passo que outros não mostraram a mesma recetividade, muito embora, na perceção da equipa técnica, o projeto fosse importante para elas. A desconfiança, a dificuldade em aceitar a ajuda, o medo da opinião alheia e não reconhecerem a sua fragilidade são alguns dos motivos que levam estas pessoas a resistirem. Há um trabalho de consciencialização e sensibilização para com estas pessoas que é necessário fazer para que, também elas, possam ser agentes da sua própria mudança.”


Patrícia Fernandes

Licenciatura em Educação Social

Mestrado em Ciências da Educação – Educação,

Comunidade(s) e Mudança Social


“A atividade de identificação de seniores em risco de isolamento social e/ou solidão nem sempre foi fácil. O facto de residir numa freguesia de atuação do projeto foi facilitador para entrar em muitas portas. Sentir que, em muitas situações, somos assemelhados à família por um lado conforta-me, por saber que faço a diferença na vida daquelas pessoas, mas, por outro, também me leva a questionar o quão dependente podem estar de mim. Nem todos os seniores que acompanho tâm uma forte rede social. Uma das nossas funções é encontrar na rede comunitária (vizinhos e/ou entidades institucionais) uma referência para essas pessoas. Sabendo da importância das camadas mais jovens junto da população mais idosa e da importância de cativar para a ajuda ao próximo, as atividades intergeracionais têm-se revelado muito importantes para a mudança do paradigma do envelhecimento."





Lara Silva, 8ºM

“Concurso Escrever é Viver”

2023

O “Concurso Escrever é Viver” é uma iniciativa dirigida aos estudantes do 3º ciclo do Ensino Básico, das regiões Norte e Centro do país, com o objetivo central de os mobilizar para a produção de textos poéticos ou em prosa, sobre temas indicados anualmente. É organizado pelo Instituto Multimédia e conta com vários outros parceiros.

O tema de 2023 é a CRISE CLIMÁTICA, que tem vindo a agravar-se em quase todo o mundo, de acordo com várias organizações nacionais e internacionais. 

Qual o contributo dos cidadãos em geral, e dos jovens em particular, para evitar, ou alterar, este estado de Crise Climática? 

Apresentamos-vos três dos trabalhos que foram a concurso, escritos por alunos do nosso Agrupamento. 

Parabéns aos participantes!

                   Alterações Climáticas 


            O Sol brilha mais forte
            E as ondas a dobrar,

            As árvores não falta quem as corte
            E o mar estamos a ignorar.


            Mais fortes são os ventos

            E o frio vem-nos congelar,
            Ligamos os aquecimentos
            E nem as energias estamos a poupar.


           Vamos deixar de poluir,
            Vamos reciclar muito mais!
            Teremos um planeta a evoluir

            E as pessoas a viver mais.


             Ainda há tempo e esperança
            De reverter a situação,
            Se do planeta queres a mudança
            Basta dares-lhe a mão!

 




Guilherme Azevedo Ferreira, 7ºB 

 Alterações climáticas 

Quente. A cada dia, o planeta fica mais quente. A cada dia, o céu perde um pouco do seu azul, ficando coberto por uma manta de negritude. A cada dia, mais animais perdem o seu habitat, as suas casas e, eventualmente, as suas vidas. A cada dia, sobe um pouco o nível das águas e mais inundações destroem habitações, levando tudo consigo.

       Num mundo com biliões de pessoas, poucas agem, preferindo deixar o trabalho em mãos alheias. Mas remediar os estragos feitos não é tarefa fácil. Para salvar a Terra, necessitamos dos esforços de todos. Sem nos unirmos, não haverá forma de parar a morte do planeta.

Desde as indústrias a um simples plástico no chão, tudo é decisivo face ao desafio que é a crise climática. Infelizmente, os recursos desenhados para facilitar o dia-a-dia das populações são os que nos conduzem para cada vez mais perto da deterioração deste sítio a que chamamos “lar”. Reduzir a utilização destes recursos seria a melhor opção. Mas como nos vemos livres de algo tão entranhado nas nossas vidas? Não há uma só resposta a esta questão, e nenhuma estará mais certa do que a outra; porém, cada uma nos torna mais próximos de um ambiente melhor, de um ambiente em recuperação.

  Os ativistas ambientais trabalham e esforçam-se para cumprirmos este objetivo, mostrando-nos hábitos melhores. Temos de aproveitar os seus estímulos e cumprir a missão que nos é dada a todos, na esperança de evitarmos o pior que pode acontecer.

  Temos de nos juntar e salvar a nossa pátria, a nossa terra, o nosso planeta. Com vontade, esforço e dedicação podemos impedir o agravamento desta crise climática. Assim, talvez um dia os ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) propostos pela ONU possam ser alcançados. Nessa altura, a Terra estará certamente protegida e poderemos viver sem preocupações e em segurança, em harmonia com a Natureza que nos rodeia.

  Esse dia ainda está longe, é certo, mas é por isso que temos de começar já a trabalhar, de modo a que, paulatinamente, contemplemos os frutos das nossas ações e possamos reservar um futuro melhor para as gerações vindouras.                  



Matilde Manso, 9ºD

Todos Juntos

A Crise Climática é um tema sobre o qual parece fácil falar, tendo em conta o que vivemos hoje em dia. Quando iniciei a minha reflexão sobre este tema, tive de pesquisar sobre ele e, então, encontrei uma definição que, na minha opinião, é um pouco básica, simples e que não explica quase nada. Depois de cogitar mais um pouco, cheguei à conclusão de que a questão é esta: o que será que nós podemos fazer para alterar esta situação?

Podemos tornar essa realidade menos drástica do que é, se todos nos unirmos, e, realmente, dermos a mão “a quem” precisa de nós. Não estou a falar propriamente de pessoas, mas de tudo aquilo de que precisamos para viver e para ser felizes. Precisamos de um planeta saudável, de que devemos cuidar, e de tentar combater o aquecimento global provocado por todos nós. É muito fácil escrever acerca do que está errado ou do que devemos todos fazer; no entanto considero que o mais difícil é, de facto, tocar o coração das pessoas, sensibilizá-las e fazê-las agir. Não pode ser ação de uma só pessoa, mas sim uma ação conjunta de todos.

Comecemos por olhar, em primeiro lugar, para nós e por pensar se estamos a atuar corretamente ou se devemos mudar. Depois, podemos olhar para os outros e, em vez de, simplesmente, dizer que eles estão a poluir o ambiente, podemos ensinar-lhes como realmente se deve proceder. A Terra pede-nos ajuda; porém, parece que ninguém lhe dá ouvidos. Nós deparamo-nos com os problemas, mas ninguém parece fazer nada. Como é que isso é possível? Será culpa da sociedade ou da escola? A escola pergunta-me: "Como é que podemos ajudar?". Talvez não seja apenas com palestras, mas também com atividades práticas, em que sejamos capazes de identificar o que fazemos errado.

Necessitamos de ajudar a população a encontrar os seus erros, para poder refletir sobre eles e, talvez um dia, dizer " Eu fiz isto errado toda a minha vida e bastava mudar uma simples coisa para ajudar o meu planeta." As pessoas aprendem muito mais se praticarem, se observarem e se virem os exemplos ou ações dos outros, que consideram ou não heróis. É preciso tomarmos a iniciativa de praticarmos pequenos gestos, como fazer a reciclagem dos nossos lixos. Parece um ato insignificante quando agimos sozinhos; contudo, se juntarmos as ações de muitos, constatamos que já não o é, e que estamos a contribuir para cuidar de um bem essencial para todos nós, o nosso planeta Terra. Todos juntos fazemos a diferença.

 

Matilde Oliveira da Silva, 9º D

A fuga de Ulisses

3º Período

E se Ulisses se libertasse das cordas que o amarravam ao mastro do barco e mergulhasse no oceano atrás do canto das sereias?

 

A Inês e o João apresentaram as suas versões…


Professora Fátima Costa


Um Mar de Ciladas

       Passando a Ilha dos Infernos, Ulisses não deu ouvidos a Circe e recusou-se a pôr cera nos seus ouvidos. Em vez disso, os seus companheiros amarraram-no a um mastro. Infelizmente, ele foi mal amarrado e atirou-se ao mar para “salvar Penélope”.

Como é óbvio, os seus companheiros não deram por nada, pois estavam com cera nos ouvidos. Ulisses, que sabia nadar muito bem e percebia muito do mar, encontrou aí umas algas que lhe permitiam respirar dentro de água e logo as engoliu.

Ele foi nadando, nadando, nadando… Cada vez mais fundo, mas nunca encontrou Penélope. Estava muito escuro. Olhou em seu redor e avistou uma luz, e, sem pensar muito, nadou até ela. De repente, apareceram umas sereias, que, com o seu poder, fizeram com que Ulisses encarasse duas mulheres humanas lindíssimas. Elas levaram-no por vários túneis muito bonitos, enfeitados com luzes, flores e musgo. Quando passaram esses túneis, Ulisses deparou-se com uma sereia, a mais bela delas todas, sentada num trono de ossos, que, provavelmente, eram de marinheiros também enganados.

Ao ver tudo isto, finalmente reparou que tinha sido enganado e perguntou:

– O que quereis de mim?

– Vossa sabedoria e encanto. – esclareceu, calmamente, a rainha.

– Se eu as der, a rainha liberta-me? – questionou, já pensando num plano de fuga.

– Mas é claro, meu caro Ulisses.

Neste momento, abriu-se um portal que mostrava os companheiros em pânico, no navio.

Ulisses chegou perto dela e, mal ela lhe tocou, ele já tinha fugido.

– Não! Não! Não! – gritou a sereia.

Já de volta à superfície, ele nadou até ao navio como se a sua vida dependesse disso. Os marinheiros ajudaram-no a subir e abraçaram-no muito felizes. Ulisses estava aliviado por estar rodeado por eles no navio.

Agora iria lutar para sobreviver e ver Penélope.

 

 


Inês Jesus, n.º 11, 6ºB 

Um Desastre em Alto-Mar

       Já ao cair da noite, mesmo no centro do Mar das Sereias, apenas um barco velejava. Era o de Ulisses, moço vigoroso e sempre valente, acompanhado por seus marinheiros e amigos, que outrora estavam transformados em porcos, mas isso é história para outro dia. Ora, ao passarem pelo Mar das Sereias, conhecidas pelo seu canto e encanto, os marinheiros puseram cera nos ouvidos, seguindo o conselho de Circe, mas Ulisses não; era bom demais para isso e, em substituição, pediu aos marinheiros que o amarrassem ao mastro principal.

       Passado algum tempo, um canto misterioso elevou-se nos céus. Era belo e Ulisses era o único que o ouvia. Logo, as vozes imitaram Penélope, esposa de Ulisses, e o mesmo, numa espécie de transe, conseguiu libertar-se e atirar-se ao mar. Já cego de saudade, nem reparou no bonito mar em que estava, cheio de corais coloridos, peixes com brilhos e muitas cores, água cristalina. O nosso herói já não estava com a sua amada esposa há cerca de dezoito anos, por isso não pensou duas vezes antes de seguir o canto, que agora era a voz de Penélope gritando por ajuda.

       Enquanto nadava, apareceu-lhe uma mulher, que Ulisses logo reconheceu - era Atena, a sua Deusa protetora:

          -  Ulisses, o que fazes aqui? - perguntou Atena.

   - Estou à procura de Penélope. - respondeu Ulisses apressadamente.

         - Não vais encontrar a tua amada. - afirmou Atena, como se fosse a coisa mais óbvia do Mundo.

           - Claro que vou! - insistiu Ulisses, enganado pelo canto.

       - Isto é uma armadilha! - respondeu já chateada a Deusa. - Pensa!

         E então Ulisses percebeu: tudo era uma mera ilusão, estava cego de saudade. E então, num misto de saudade e desilusão, o nosso grande herói regressou à superfície, questionando-se sobre como caíra em tão simples, mas poderosa ilusão.

           Lá em cima, os seus companheiros esperavam-no, apesar de já o julgarem morto.

            Quem nunca realmente deve morrer é a esperança.

 


João Pereira, n.º 12, 6ºC

Memórias

Fevereiro de 2023

A propósito da exploração do género literário "Memórias", as turmas A, E e F do 8º ano foram desafiadas a escrever as suas memórias com base na seleção de três fotografias que registassem momentos significativos da sua infância. Os alunos acolheram esta proposta com bastante entusiasmo! 

Aqui vos deixo o trabalho realizado pela aluna Raquel Rocha, do 8º A, ilustrativo do empenho e carinho com que evocou o seu passado. 

Para visualizares as suas memórias, clica no álbum abaixo e abre-o no modo "tela cheia".


Parabéns, Raquel!

Professora Gilda Chiote

Páginas de Diário

Janeiro de 2023

No âmbito do estudo do texto diarístico, os alunos do 8º ano escreveram páginas de diários imaginários: diário de uma rapariga apaixonada, de um refugiado de guerra, de um mendigo, de uma aluna que muda de escola...

Eis os textos de alguns dos alunos das turmas 8º E e 8º F que aceitaram este desafio. 


Desfruta da leitura destas páginas em formato de livro! Abre o diário no modo "tela cheia", através do botão quadrangular situado no canto superior direito.

Boas leituras!


Professora Gilda Chiote

Exploração no fundo do mar

Texto colaborativo

   Quando o meu pai era pequeno, tinha um amigo que era biólogo marinho. Ele convidou o meu pai a explorar o mar e decidiram encontrar-se na praia.

   Entraram num submarino e começaram a viajar no oceano Atlântico. O meu pai Leonardo ficou espantado com a beleza do fundo do mar. Era tão diferente que nunca vira nada igual. Ele observou algas e animais marinhos muito diferentes. Havia caravelas-portuguesas, cachalotes, golfinhos-roazes, anémonas-do-mar, estrelas-do-mar-de-espinhos e cavalos marinhos-de-focinho-comprido. Viu ainda um tubarão-baleia a passar junto à janela redonda do submarino.

  De repente, avistou imenso lixo espalhado pelo fundo do mar. Havia garrafas de plástico, sacos, embalagens variadas, cotonetes, tampas de sanita, copos de plástico, latas de metal e brinquedos. O meu pai ficou admirado, triste e zangado com as pessoas que poluíram o mar.

  Ele perguntou ao biólogo António João como é que o lixo tinha aparecido ali. O senhor respondeu que as pessoas não cuidavam dele de forma correta.  Eles conversaram muito e tomaram uma decisão: decidiram dizer à humanidade para não poluírem mais e limpar o lixo que tinham observado. 

  Então foram à superfície para regressar ao barco de apoio. Eles entraram e falaram com os investigadores que estavam a trabalhar. Pediram ajuda para concretizar a sua missão.  Chamaram marinheiros, pescadores e surfistas de Portugal, Espanha, França, Inglaterra e até dos Estados Unidos da América para colaborar numa campanha de limpeza do Atlântico. Vieram muitas pessoas de vários países e retiraram quantidades astronómicas de lixo. 

O problema não estava resolvido porque as pessoas continuavam a não tratar dos detritos.

    Naquele momento, enviaram, através dos media, uma mensagem de sensibilização para alertar as pessoas de que devem reciclar, reduzir, reaproveitar, reutilizar e renovar o lixo. Devem, também, despejá-lo nos ecopontos corretos e não no mar, na praia, nos rios, no chão das ruas e na sanita.

Ilustração: Leonardo Barbosa, 5 MIN 

    Algum tempo depois verificou-se que as pessoas mudaram de atitude, começaram a pensar no planeta e praticaram ações de sensibilização para o proteger. E, consequentemente, o oceano ficou mais limpo.

   A história que o meu pai contou fez-me refletir e deu-me vontade de participar em ações semelhantes. Quem sabe, um dia, não venha a ser também biólogo marinho, mas agora prometo que vou aplicar os 5R em casa, na escola e em todos os espaços públicos.












Texto colaborativo: PLNM, PTT e turma 5MIN - EB de Mindelo

Poesia Visual

Novembro de 2022

Eduarda Gonçalves, nº 3, 6º C

Alimentação Saudável na Poesia Visual


Nas aulas de 6º Ano de Português, a professora solicitou aos alunos que criassem um poema visual (inserido no estudo do texto poético) para um alimento saudável, dispondo os versos a sugerir a sua forma ou que "dessem vida" a uma palavra (alimento saudável). 


Esta atividade foi ainda um DAC (Domínio de Autonomia Curricular), no âmbito do desenvolvimento do tema "Alimentação Saudável".


Professoras Fátima Costa e Luísa Varizo

Helena Gonçalves, nº 7, 6º D

João Ramos, nº 10, 6º C

Catarina Sequeira, 6º A

Anita Sequeira, 6º A





Melão

Sara Ferreira, 6º D