Em Primeira Mão

Opinião

Opinião - A importância dos avós

2º período

Concluída a leitura integral do conto de Teolinda Gersão "Avó e neto contra vento e areia", orientada pela professora Virgínia Nóbrega, os alunos do 7º C foram desafiados a escrever textos de opinião sobre a importância dos avós para a família e para a sociedade. Eis alguns dos seus trabalhos.


Parabéns!

        Infelizmente, não tive a oportunidade de conhecer os meus avós, pois quando nasci já tinham partido. Os meus pais contam algumas coisas sobre eles: o que faziam, do que gostavam mais de fazer, o que contavam e até mesmo algumas formas de educar.

Eu gostava de ter tido a experiência de conviver com os meus avós, uma vez que os meus colegas dizem que muitos deles fazem parte da sua educação. De facto, com os avós podemos aprender coisas novas, descobrir outras experiências, saborear as nossas comidas e lanches preferidos. Além disso, estão sempre disponíveis para nos ajudar, conversar ou até mesmo dar uma boleia para a casa dos amigos ou para passear. Acho que deve ser muito divertido ter avós!

 Embora eu não tenha essa experiência, considero que os avós são sempre importantes na vida dos seus netos. De facto, costumam dizer que os avós são os nossos segundos pais!

Apesar de os avós serem importantes para os netos, estes também têm de ensinar os avós a fazer certas coisas, pois eles já têm alguma idade e não percebem muito das novas tecnologias ou até mesmo de alguns cuidados que devem ter.

Em suma, a relação dos netos com os avós é sempre uma mais-valia para todos, pois eles ajudam a reviver e a transmitir memórias por gerações. Connosco eles também se sentem mais valorizados e com um papel mais importante na sociedade. Esta troca de mentalidades e de experiências são enriquecedoras para qualquer criança se sentir feliz.


Diana Neiva, 7º C

        Na nossa opinião, os avós ocupam um papel essencial na sociedade atual por vários motivos.

        Em primeiro lugar, os avós são um elo importante para a história da família, compartilhando lembranças e momentos com a nova geração. Os nossos avós, cada um com vivências diferentes, partilham connosco histórias familiares e pessoais, que nos permitem conhecer melhor o passado. Do nosso ponto de vista, esta partilha aproxima gerações e ajuda a criar identidade familiar e sensação de pertença. Além do mais, o sentimento de fazermos parte de um todo é importante para o nosso desenvolvimento emocional. Também o convívio entre avós e netos cria memórias importantes e afetivas, pois são cúmplices nas brincadeiras. Na nossa perspetiva, o tempo passado em companheirismo com os nossos avós permite-nos criar memórias inesquecíveis. Além das brincadeiras, os momentos de leitura promovidos pelos avós estimulam a imaginação, a criatividade, a linguagem e os hábitos de leitura. A nosso ver, os avós conseguem, assim, ensinar-nos juízos de valor e conceitos morais, tornando-nos pessoas melhores. Também nos ensinam habilidades, como cozinhar, fazer trabalhos manuais, jardinagem ou pesca, que nos trazem mais-valias no futuro. Por último, os avós são muitas vezes o apoio dos nossos pais, já que os mesmos frequentemente trabalham até tarde. Os netos e os avós são regularmente a companhia um do outro.

        Concluindo, por mérito dos nossos avós, trazemos memórias especiais que nos vão acompanhar toda a vida.



António Silva e David Viterbo,  7ºC

         Os avós são importantes na nossa vida e no nosso crescimento físico e intelectual. Como são pessoas com mais experiência de vida ensinam-nos muito. Para além disso, dão-nos carinho e atenção enquanto crescemos. 

    Ao fim de semana, gosto de passar algum tempo com os meus avós; janto e durmo em casa deles. A minha avó aproveita para me fazer, sempre, uma comida de que eu gosto. Normalmente, vou passear com o meu avô, ver o mar e apreciar os jardins, pois o meu avô é jardineiro e ensina-me o nome de algumas flores. Como fui criado com eles desde que nasci, sinto que, agora que eles já estão mais velhos, posso tentar ajudá-los, fazendo-lhes companhia. Eles estão sempre preocupados com a minha saúde e estão sempre a dar-me apoio nos bons e nos maus momentos da minha vida. Sei que posso contar com eles!

   Muitas crianças vivem longe dos avós, outras nunca os conheceram por desavenças de família e outras porque, infelizmente, os avós já partiram. Eu ainda tenho a sorte de ter todos os meus avós vivos e, assim, posso vir a ter boas memórias quando for adulto.

  Um grande obrigado a todos os avós!

Guilherme Maia, 7ºC

        Os avós são um elo importante para a história da família.

        Alguns fazem parte da educação dos netos, uns são mais autoritários e outros mais calmos. Alguns avós dramatizam demais e outros nem tanto. Os avós ajudam os netos a entenderem a história da família e contam as memórias do que faziam no passado, brincam com os netos, cuidam deles e, por vezes, ainda os ajudam a fazer os trabalhos de casa enquanto os pais trabalham. 

        É na casa dos avós que acontecem as melhores festas e convívios de família, pois a sua prioridade não são as regras, mas sim as trocas de afeto, porque eles não precisam de educar como os nossos pais educam: são muito mais tolerantes e compreensivos. As crianças aprendem que a casa dos avós é diferente da sua, pois em casa deles não há tantas regras, aliás, os nossos pais costumam dizer que os avós “estragam” os netos. 

     Concluindo, os avós são a ligação entre a família, pois quando eles partem, muitas vezes, a família vai-se afastando. Os avós são amor!



Simão Gomes e Gabriel Marrafa, 7º C

A era digital na primeira infância

Reflexão

Desde que nascem, as crianças são expostas a uma intensa variedade de tecnologias de comunicação e informação.


Os pais começam por ser um modelo para as crianças, que observam a atração irresistível que a tecnologia tem sobre os seus progenitores. A proximidade e a interação que as crianças têm com os meios digitais trazem aspetos positivos e negativos para o seu desenvolvimento.


As novas tecnologias permitem aceder a programas educativos, levando as crianças a contactem, conhecerem e a satisfazerem a sua curiosidade pelo mundo exterior, e até por novas realidades. Os jogos virtuais (adequados à idade das crianças) podem beneficiar o seu desenvolvimento cognitivo. Mas se, por um lado, a criança tem facilidade em aceder a um maior número de assuntos e realizar aprendizagens, por outro lado um excesso de estímulos pode levar à distração e desinteresse por competências que seriam importantes desenvolver e trabalhar nos primeiros anos de vida (socialização, comunicação verbal e aquisição de vocabulário).  


No mundo virtual, a criança “habitua-se” a, com um “click”, aceder rapidamente ao que quer, o que já não acontece na vida diária. Este facto pode levar a criança a tornar-se impaciente, expectante e ansiosa. Criam-se hábitos de sedentarismo, ficando as crianças privadas de brincar ao faz de conta, de criar, com os colegas, histórias, enredos, personagens, imaginar-se em variados papéis, aprender a lidar com conflitos, a saber partilhar ou superar frustrações.


O tempo de interação com outras pessoas (adultos e crianças)e  as brincadeiras ao ar livre são fundamentais para o desenvolvimento cognitivo das crianças. Por isso, deve haver um equilíbrio do tempo despendido diariamente com as novas tecnologias e o tempo utilizado em brincadeiras ao ar livre, jogos didáticos e em momentos em família.


Não se pode negar o acesso às tecnologias pelas crianças, que devem ter sempre a supervisão de um adulto, que deve estar alerta e proteger a criança da violência virtual, pois estas ainda não têm maturidade para saber separar a fantasia da realidade.


Educar as crianças neste cenário digital é, pois, um grande desafio!



Isabel Adão

 Educadora no J.I de Fajozes 

Vai ficar tudo bem... Ficou?

Editorial

Vai ficar tudo bem... Ficou?

Diz-se que o Covid-19 mudou as nossas vidas! De um arco-íris esperançoso cheio de cor, num momento complicado, será que passamos a umas cores esbatidas, num momento com mais liberdade?

Efetivamente, o Covid alterou rotinas, metodologias de trabalho, preocupações com a saúde, formas de ver o mundo... e forçou a humanidade a uma expressão diferente das emoções. 

A nossa rotina passou a encarar a máscara, a desinfeção das mãos, a higiene respiratória como comportamentos “normais” e até desejáveis do ponto de vista da prevenção da saúde. Trouxe palavras que não entendíamos (zaragatoa, imunidade...) e outras, com novos significados (distância, saudade, sobrevivência...).

Passou-se a utilizar ainda mais as tecnologias, passando a videoconferência, os audios e a “nuvem/cloud” a ser ferramentas de trabalho essenciais para a produtividade, para a eficácia e para a comunicação. E a tecnologia trouxe conexão com lives, streamings, seguidores, influencers e distanciamento, de olhos nos olhos e de mão na mão...

A saúde passou a estar na moda, com aplausos a profissionais, alimentação saudável, atividade física, autocuidado e bem-estar.  O psicológico começou a ter mais importância e, com isso, a atenção ao que sentimos, mas nem sempre atenção ao que sentem os outros. 

O mundo e a humanidade passaram a ser observados sob perspetivas diferentes, do egocentrismo à união, do arrecadar para si e para os seus à solidariedade, do “e eu com isso” para o “vai ficar tudo bem”... Esta dualidade traz, por um lado, o conflito e a revolta constantes, mas, por outro, a conexão e o sentimento de pertença.

As emoções são exploradas, por uns, do ponto de vista do que é saudável, do ponto de vista comercial, do ponto de vista da aceitação ou da promoção social; e escondidas, por outros, do ponto de vista do “ninguém tem nada a ver com isso”, do ponto de vista da vergonha, do ponto de vista do “eu nem sei o que sentir”... A experiência da expressão emocional é essencial, pois as competências socioemocionais serão o motor para uma sociedade saudável, sendo a empatia premente.

A questão passa não por tudo o que o Covid mudou nas nossas vidas, mas, sim, pelo que fazemos com a mudança. E mais do que refletir sobre o que perdemos, há que refletir sobre o que há a ganhar e sobre onde procurar esses ganhos. Esse é o mote para um ano letivo de trabalho, em colaboração, de aprendizagens estimulantes, de relações significativas, de crescer em solidariedade, de expressar em liberdade, de comunicar respeitosamente e de perspetivar o mundo com, efetivamente, todas as cores vibrantes do arco-íris!



Serviço de Psicologia do AE D. Pedro IV