"Uma jornada de mil milhas começa com um passo" (Lao Tzu): esta aula é esse primeiro passo na sua jornada pelo universo do desenho. Vamos desvendar alguns mitos relacionados à prática de desenhar e conhecer um pouco do que há para ser explorado pela frente. Se você nunca desenhou, acha que não consegue ou, simplesmente, está sem prática e precisa de um empurrãozinho, este é o seu lugar. Se você já desenha, curte desenhar e está confiante com sua habilidade, relaxe e aproveite: você, provavelmente, vai gostar de conhecer mais, refletir e debater sobre os assuntos que estudaremos neste tópico.
Há quem acredite que só quem tem o "dom" consegue desenhar. Que, se você não tem "talento", nunca será capaz de desenvolver habilidades para o desenho. Que algumas pessoas têm, desde o nascimento, aquela capacidade natural, espontânea e quase "fácil" de criar figuras no papel... e outras pessoas, simplesmente, não têm.
O que você pensa sobre isso?
Se você desenha, provavelmente já ouviu algumas pessoas elogiarem a sua capacidade de desenhar como se fosse algo que "nasceu com você", como se você nunca tivesse tido que se esforçar para cultivar.
Ou será que você faz parte do grupo que ficou com receio quando soube que teria que fazer aulas de desenho? Boa notícia: se as suas funções cognitivas te permitiram entrar em um curso de graduação, e se você possui a capacidade de escrever seu próprio nome manualmente de forma minimamente legível, há 99,9% de chances de que você pode, sim, desenvolver habilidades para o desenho.
A primeira coisa a fazer é desmitificar a ideia de que "só algumas pessoas são capazes de desenhar".
Duração: 7'40"
Ok, mas... se todo mundo é, potencialmente, capaz de desenhar, por que é que, na prática, só algumas pessoas, de fato, conseguem? O que fizeram para aprender? Qual o "caminho das pedras"? Por onde começar?
O começo é igual para todos: na infância. Explorar a criação de traços e rabiscos é um processo natural do desenvolvimento do ser humano, e é provável que você lembre de uma época em que você fazia o típico "desenho de criança": a casinha, o solzinho no canto do papel, os bonequinhos de palito.
A partir de um certo estágio, porém, começa a busca por complexidade e realismo no desenho, e é nessa fase que ocorre a divisão: algumas pessoas continuarão a desenhar, e outras (a maioria) deixarão essa atividade de lado. A principal diferença entre esses grupos é que as pessoas que seguem desenhando encontraram, em seu caminho, estímulos que, de alguma forma, incentivaram-nas a continuar praticando e cultivando aquela habilidade.
Veja, nos vídeos abaixo, explicações sobre como o desenho se transforma ao longo da infância, e como é possível fazer para retomar a prática da habilidade de desenhar (vale destacar: não é batendo a cabeça).
Duração: 12'36"
Duração: 15'30"
Uma ideia equivocada que as pessoas que não desenham costumam ter é que desenhar é "fácil pra quem sabe": uma vez que você sabe desenhar, pronto - qualquer desenho que você queira pode, simplesmente, "brotar" facilmente através dos seus dedos em um ato de inspiração.
Não, não.
Desenhar é um processo. Cada desenho é uma construção.
Ao escrever, precisamos sincronizar letras, palavras, frases e parágrafos para criar um texto que faça sentido. De forma análoga, ao desenhar, precisamos sincronizar linhas, formas, espaços e tons para que a figura que visualizamos possa existir. Às vezes, esse processo flui de forma relativamente tranquila; às vezes, ele é cheio de turbulências e correções de curso.
Mas é sempre um processo no qual tentamos resolver um problema por vez. Veja a seguir.
Duração: 11'16"
Duração: 17'30"
Agora que (espero) você já entendeu que desenhar é um processo de construção contínua e que não requer nenhuma habilidade "mágica", já removemos do caminho os maiores obstáculos mentais para o seu aprendizado. Estamos a um passo de ver as coisas evoluírem na prática. Vamos chegar lá.
Para relaxar um pouco, agora, veja algumas curiosidades sobre métodos, estilos e materiais de desenho. É sempre útil conhecer!
E lembre-se sempre: dê um tempo na autocrítica.
Duração: 11'10"
Duração: 22'43"
Os materiais de desenho possíveis são inúmeros, mas, nesta disciplina, precisaremos apenas do mais básico: lápis comum e papel comum. Ocasionalmente, é útil ter também uma borracha e algo para apontar o lápis.
Sobre esses últimos, você pode ver, mais abaixo, dois vídeos curtinhos apresentando duas técnicas especiais que, embora não sejam obrigatórias pra gente, podem ser úteis: como usar estilete para apontar o lápis (às vezes, pode ser melhor do que apontador); e como utilizar a borracha "limpa-tipos", um tipo de borracha especial que é bem funcional para quem quer ter maior controle na hora de fazer ajustes ou trabalhar com sombreamento futuramente. Se tiver curiosidade para saber mais sobre esses ou outros materiais, fique à vontade para pesquisar por sua conta e trocar ideias com o professor.
E, claro, se você quiser, pode utilizar, à vontade, outros materiais que você achar que se adequam à sua forma de desenhar.
Geralmente, materiais de desenho são uma escolha muito pessoal: o mais importante é que os que materiais que você utiliza atendam bem aos seus objetivos, seus métodos e suas preferências pessoais. Quando o assunto é materiais, a dica principal é experimentar muito, observar que materiais funcionam bem pra você e estar constantemente observando e se readaptando - suas necessidades e metas podem mudar com o tempo e a experiência.
Faça um desenho livre à sua escolha. Pode ser observando uma foto, um objeto, um outro desenho... pode ser algo da sua imaginação. O estilo e os materiais não importam. Use o que sabe e o que tem, não se preocupe com o resultado. Dê um tempo na autocrítica. Apenas desenhe, corra o risco. Se possível, divirta-se!
Você já se desenhou alguma vez?
Utilizando um espelho para observar, desenhe o seu próprio rosto em uma folha de papel inteira. Empenhe-se em observar, mas, se possível, esforce-se também para não julgar o resultado; simplesmente, siga com a tarefa até terminar o desenho, independente do quão "bom ou ruim" você ache que está ficando. Evite estilizar, cartunizar ou modificar intencionalmente as formas e as feições do rosto - apenas desenhe exatamente o que você vê da forma mais fidedigna que você conseguir. Importante: este primeiro autorretrato realista vai servir como referencial para que você possa analisar seu progresso mais à frente; assim, este exercício não é para avaliar o resultado do seu desenho, e, sim, apenas para servir de "marcar" o seu ponto de partida na disciplina.
Quer expandir seus estudos? Aqui vão algumas sugestões de que você pode gostar.
Achou mais alguma coisa por aí que pode ser útil como material complementar?
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