Olá, estudante!
Como vão os estudos por aí? Espero que você esteja animado para avançarmos nesta nossa nona lição!
Anteriormente, abordamos a temática das transformações geométricas, falamos sobre os movimentos no cenário virtual, como o de rotação e translação, sobre como esses influenciam no resultado e nas possibilidades do projeto como um todo. Dessa forma, estamos aptos a avançar nossos estudos e compreender, com maior clareza, este novo conteúdo que abordaremos. Ficou curioso para saber qual é? Acompanhe-me!
Nesta lição, abordaremos a temática de Composição Visual e Design Gráfico, e meu maior propósito é proporcionar uma visão clara e abrangente do que você, estudante, aprenderá e, como esses conhecimentos podem ser transformados em habilidades aplicáveis em rotinas do mercado de trabalho. Destacaremos o quão relevante pode ser possuir uma boa compreensão dos princípios do design gráfico, que se estendem além dos aspectos visuais e teóricos e abrangem uma visão funcional e prática.
Os pontos norteadores desta lição serão as temáticas de Princípios do Design Gráfico e Teorias de Cores e Tipografia, com maior ênfase ao primeiro, em razão de sua abrangência contemplar a base de diversos seguimentos e possibilitar vasto leque de horizontes profissionais. Como você já está acostumado em nossas lições, buscamos além da simples transmissão de conteúdos teóricos, mas procuramos criar uma conexão entre a teoria e sua futura aplicação prática, enquanto profissional. Há muito o que aprender, portanto, vamos lá!
Trabalhar a temática de Composição Visual e Design Gráfico nos desafia a ir além de uma visão superficial e adentrar aos detalhes da interação humana com a informação visual em si. Um dos principais impasses enfrentados pelos profissionais do segmento é a linha tênue entre qualidade funcional e estética. De que forma é possível garantir que uma composição visual mantenha a eficiência no quesito transmissão da mensagem desejada e, ainda assim, seja visualmente relevante e atraente?
A aplicação prática dos conceitos de Composição Design não apenas busca promover melhor experiência visual, mas fazer com que a comunicação ocorra de forma clara. Como exemplo, podemos citar um website de vendas on-line de suplementos alimentares que busca equilibrar seus aspectos estéticos das páginas com o fato de que o site em si precisa ser intuitivo, de forma que os usuários se orientem, de forma eficiente, em todas as etapas, da visualização até o fechamento do carrinho de compra e as formas de pagamento.
Buscaremos, também, expandir a compreensão sobre o papel do design gráfico e como ele pode influenciar a visão dos usuários sobre determinada marca. Ou ainda, o que pode ocorrer quando o design não leva em consideração a diversidade cultural de seu público? Esses e outros questionamentos são cruciais para os profissionais que buscam criar soluções que promovam inclusão e ou sensibilização.
Dessa forma, ao avançarmos nos nossos estudos, buscaremos incentivar que você, estudante, desenvolva uma abordagem analítica em relação às vertentes da computação gráfica, para que esteja melhor preparado para as situações do mercado de trabalho e possa contribuir com designs mais conscientes.
Chegou o nosso momento de vivenciarmos um pouco dessa temática na vida real! Para tanto, peço que por um momento, você imagine uma empresa de streaming de música, como o YouTube, que lançou, há alguns anos, seu aplicativo com foco em música (YouTube música). Considere que a empresa que você imaginou está lançando uma nova funcionalidade, que, até então, nenhum outro streaming possui. Essa funcionalidade visa permitir que os usuários criem playlists colaborativas durante eventos, em tempo real, o famoso “ao vivo”.
Nesse cenário, a equipe de design gráfico recebeu o desafio de criar uma interface intuitiva, envolvente e que incentiva a colaboração entre os usuários. Para tal, os designers precisam considerar alguns pontos relevantes, como a hierarquia visual para destacar elementos mais intrínsecos, como o botão de adição de músicas à playlist do usuário. As cores da interface devem transmitir a energia do evento ao vivo a qual se refere, e a tipografia precisa buscar garantir que as informações sejam legíveis em diferentes dispositivos.
Para esse desafio, os designers tiveram que construir toda uma conjuntura, priorizando os elementos, trazendo maior destaque ao botão de adição de músicas à playlist, por meio de cores intensas e tamanho correspondente ao espaço, além de adotar a hierarquia visual para guiar o usuário em sua utilização e transmitir energia por meio de cores vibrantes e contrastantes que representem a “energia” do evento ao vivo da ocasião, sem esquecer dos elementos dinâmicos para aumentar o engajamento do público.
Já com relação à legibilidade em diferentes dispositivos, a equipe adotou tipografia legível mesmo que em diferentes telas e adaptando o layout para garantir uma experiência agradável em dispositivos distintos. Além disso, deu uma atenção especial aos testes de usabilidade com usuários reais para identificar pontos de melhoria e adaptar o design de acordo com os feedbacks dos usuários, garantindo maior assertividade na proposta em apresentar um design criativo e envolvente.
Perceba então que, nesse caso do exemplo, conseguimos explorar algumas das decisões que cabem aos profissionais envolvidos, de modo que essas escolhas influenciarão diretamente na experiência dos usuários! Sendo assim, para que você tenha sucesso em demandas relacionadas, é preciso que você domine esse assunto!
E aí, pronto para mais um aprofundamento de nossos estudos? Iniciamos nossa compreensão sobre a composição visual e design gráfico adentrando nos fundamentos que modelam a eficácia na comunicação e a estética visual de qualquer projeto gráfico. Para tornar nossa compreensão completa, começamos explorando quatro princípios básicos de design: alinhamento, contraste, proximidade e repetição. Esses princípios são mais do que conceitos abstratos, são ferramentas tangíveis que os designers utilizam para gerar experiências visuais cativantes e coerentes.
O alinhamento diz respeito à forma de organização que contempla todo o design gráfico. O conceito se estende para além da disposição de elementos na tela; ele é o ponto fundamental por trazer ordem, clareza e coesão visual aos projetos. Como dizia Bringhurst (2005), o alinhamento é dos princípios fundamentais do design que colabora para a criação da sensação de organização e ordem.
Quando os elementos de um design estão alinhados, eles se demonstram estar relacionados aos demais, o que pode tornar mais prático o entendimento e a apreciação dos espectadores. Desse modo, para facilitar a compreensão, peço que você imagine o design como uma cidade e, para esse exemplo, o alinhamento são as “vias” que norteiam o olhar do espectador. Dessa forma, quando alinhamos, de maneira consistente, os elementos, colaboramos para a criação de uma estrutura visual intuitiva e clara. São como linhas que não podemos ver, mas que conectam elementos que possuem relação, norteando os usuários por meio de narrativas visuais mais lógicas.
O alinhamento contribui, também, com a hierarquia visual, uma vez que elementos alinhados, especialmente de maneira uniforme, transmitem a sensação de igualdade, do mesmo modo que um alinhamento seletivo pode ser adotado para destacar elementos específicos, dando ênfase ao mais relevante. Dessa forma, um design capacitado é capaz de direcionar o foco do observador ou usuário para elementos específicos, facilitando a absorção de informações.
Pensando nos aspectos estéticos, o alinhamento, também, contribui para promover uma estética mais casual ou profissional de um design. Projetos coerentes visualmente costumam ser resultado de uma aparência refinada que um alinhamento cuidadoso pode promover. A ausência de alinhamento, por sua vez, pode resultar em uma sensação mais casual ou, até mesmo, de desorganização, prejudicando a percepção do projeto.
Embora seja de relevância a prática de manter a consistência no alinhamento, é importante que haja espaço e flexibilidade para que a criatividade seja trabalhada dentro dos projetos, como nos alinhamentos assimétricos ou deslocados, em que podem ser adotados de maneira estratégica, para criar certo dinamismo ao projeto.
O alinhamento, também, contribui na solução e na criação de conflitos visuais. Como nos casos onde há elementos que não estejam alinhados de forma coerente, contribui para haja conflitos visuais que podem confundir ou mesmo distrair aqueles que visualizam. Ter essa clara compreensão sobre o alinhamento, em especial, compreender como ele pode influenciar no resultado, na solução ou mesmo em gerar conflitos visuais, você poderá evitar erros comuns no seguimento do design.
Resumidamente, o alinhamento se estende além de uma simples regra de formatação, ele é uma importante e poderosa ferramenta para criar designs cativantes e organizados.
No âmbito do design gráfico, o contraste é uma ferramenta que vai além da simples escolha de cores impactantes. Ele é a quem direciona o olhar do espectador e contribui para que a mensagem seja transmitida de forma eficaz. Reforçando isso, Lupton (2011) nos enriquece dizendo que o contraste, também, é um dos princípios mais importantes do design, pois contribui para despertar a atenção, criar hierarquias e dar ênfase a informações de maior relevância. Ele pode ser criado por meio de diversos recursos, como formas, cores, tamanhos, texturas e direções.
Dito isso, uma das maneiras mais eficazes de criar destaque em um design é a utilização inteligente de cores. Por exemplo, a adoção de cores opostas no círculo cromático, como o verde e o vermelho, resulta em um contraste vibrante, enquanto a utilização de cores mais próximas, como o azul e o verde, resulta em um contraste mais leve e sutil.
É importante destacar que o contraste não é limitado apenas às cores, pois o ato de manipular a forma ou o tamanho dos elementos em um design, também, influencia em um projeto visual de impacto. Por exemplo, a diferença entre elementos menores e maiores contribui para despertar interesse e dinamismo na estética do projeto.
Uma forma de enriquecer a experiência visual de um design pode ser introduzir texturas em um design. O contraste das texturas, em áreas rugosas, lisas, opacas ou transparentes, enriquece, adicionando novas camadas visuais ao projeto. Além disso, não podemos nos esquecer do contraste aplicado à luminosidade, em que contrastes entre áreas claras e escuras permitem que a informação seja facilmente compreendida.
Nesse sentido, o contraste é um importante instrumento no conjunto de ferramentas ou, ainda, no toolkit, do designer gráfico, possibilitando a transformação de uma composição com visual monótono em expressões mais intensas e cativantes.
Quando falamos da proximidade no contexto do design gráfico, estamos nos referindo a uma forma de organização que influencia no modo como os elementos visuais são interpretados pelo público. O princípio da proximidade envolve agrupar elementos que possuem relação, de maneira próxima, de modo a criar uma conexão visual entre esses elementos. Embasando nosso estudo, apresento a fala de Suri (2011), em que ele argumenta que a proximidade é uma grande ferramenta na criação de diversos efeitos no seguimento do design. Ela pode ser aplicada para agrupar informações que sejam relacionadas, gerar hierarquia e dar ênfase a elementos mais específicos.
Olhando para um viés mais direto, podemos compreender a proximidade como a maneira que os elementos semelhantes ou que possuem funções correlatas devem ser agrupados próximos, fazendo não somente com que as informações fiquem organizadas de maneira lógica, mas também favorecendo a identificação das relações e dos padrões entre os elementos. Para exemplificar isso, podemos lembrar dos controles de videogame, em que os botões de movimentação costumam ficar agrupados, e os de feitos e poderes, que, também, são agrupados, de modo que, junto aos símbolos, desenhos dos botões, possibilita o uso até mesmo por usuários com pouca instrução.
A proximidade se estende além da prática de organização espacial, podendo ser adotada para destacar a relevância de alguns elementos em relação aos demais, ao passo que essa estratégia de distância entre os conjuntos de elementos pode ser utilizada, por exemplo, para direcionar a atenção do público em meio a outros objetos ou elementos. Sendo assim, um profissional que usa, de maneira eficiente, a proximidade consegue diminuir e, em alguns casos, evitar a sensação de falta de ordem visual, proporcionando melhor experiência e mais compreensão pelo público, seja em um aplicativo, site, plotagens ou outros projetos.
A repetição é uma ferramenta essencial para realização de trabalhos visuais de qualidade e, quando bem aplicada, pode proporcionar coesão e consistência a um projeto visual. Ela é mais do que simplesmente duplicação de elementos, tratando-se de uma estratégia que contribui para a criação de experiências visuais de qualidade. Purcell (2019) nos explica que a repetição, dentre os princípios do design, é um dos mais importantes, pois ela pode ser empregada para criar a sensação de ritmo, unidade e ordem.
Explorando a repetição no contexto do design gráfico, damos uma atenção especial ao seu vasto leque de aplicação, indo do design de interfaces complexas até a criação de logotipos simples. A utilização frequente de elementos visuais, como cores, padrões, ícones e tipografia, na identidade de marcas, por exemplo, facilita com que o público identifique seus produtos. Resumidamente, é por meio da repetição que estabelecemos alguns dos padrões visuais que norteiam a percepção e proporcionam uma sensação de previsibilidade e ordem.
Um dos exemplos clássicos dessa aplicação eficiente da repetição é a identidade visual de grandes marcas, como as da tecnologia e do vestuário. Logotipos, como o da reconhecida empresa da “maça”, a Apple, trazem a repetição de formas limpas e simples, o que contribui para que seja criada uma identidade visual que pode ser reconhecida com grande facilidade. Um ponto que reforça tal traço é a consistência visual em diferentes plataformas. Desde o uniforme de colaboradores e embalagens de compras até os anúncios, é fortalecida a imagem daquela marca na memória dos consumidores, e estes passam a assimilar todo o contexto.
No ambiente digital, a repetição desempenha um papel com maior relevância, por exemplo, contribuindo com a navegação intuitiva e mantendo, de maneira consistente, o posicionamento de elementos de interface, como os menus, botões e similares. Os designers de interface podem contribuir com uma aprendizagem mais intuitiva e simplificada de seus usuários e promovem uma experiência mais agradável.
Conectando esses conceitos teóricos com a prática, você, enquanto profissional, poderá realizar escolhas mais assertivas em seus futuros projetos, de modo que poderá contribuir também com ideias com maior embasamento, sendo em reuniões, entrevistas de projeto e, até mesmo, liderando equipes e validando etapas. Essa compreensão, junto a pesquisas que visem aprofundar seus conhecimentos, não apenas aprimora a estética do design, mas fortalece a capacidade de comunicação visual que os projetos apresentaram, tornando-os mais envolventes e impactantes para os usuários e o público em geral.
Vamos lá praticar um pouco nesse mundo das artes visuais? Então, acompanhe-me!
Pensando em consolidar parte desses conceitos apresentados, trouxe para você a utilização da plataforma Canva. Você já conhece? Bom, para os que ainda não conhecem, ela é uma ferramenta on-line e gratuita, porém muito útil para projetos de design gráfico. O Canva, também, possui App, disponível na maior parte das lojas de aplicativos! Em ambas as formas, on-line ou App, você poderá encontrar inúmeros recursos que tornam possível criar, de forma simples e rápida, design para segmentos distintos.
Para essa nossa prática, sugiro que acesse o site do Canva (https://www.canva.com/pt_br/) e, caso ainda não tenha uma conta, poderá se registrar de forma gratuita. Inicialmente, como costumamos fazer, recomendo que explore a plataforma e conheça as funcionalidades e seu ambiente. Experimente criar um projeto simples, como criar uma logomarca fictícia, podendo ser simplista, como uma logo que lembre a bandeira do Brasil. Porém não se esqueça, busque utilizar os conceitos apresentados no decorrer da lição, alinhando e calculando aspectos de proximidade, pensando no contraste que gostaria, e assim por diante, ou, se preferir, fique à vontade para recriar uma logomarca existente com esses mesmos princípios, pois o que importa nesse momento é que você exercite esse conhecimento. Combinado?
Com o tempo, você poderá praticar com cartões de visitas e outros, podendo até oferecer esse serviço para empresas locais que precisam de uma nova logomarca ou similares! Sinta-se à vontade para buscar por tutoriais e vídeos na internet que lhe possibilite desenvolver trabalhos com cada vez mais conhecimento e grau de qualidade dos projetos, afinal, conhecimento nunca é demais!
Esse desafio permitirá que você coloque a mão na massa e se sinta um desenvolvedor atuando na área de design gráfico, colocando em prática tudo o que estudamos nesta lição! Quem sabe, você não se apaixona por essa área e, futuramente, seja sua profissão!
BRINGHURST, R. Elementos da Tipografia. Porto Alegre: Bookman, 2005.
LUPTON, E. Design de Informação: uma ABORDAGEM Estratégica. 2. ed. São Paulo: Gustavo Gili, 2011.
PURCELL, K. H. Design: The Basics. 3. ed. New York: Oxford University Press, 2019.
SURI, J. F. Design: The Science of Creating Beautiful Objects. New York: Basic Books, 2011.