Olá, estudante! Chegamos à nossa décima primeira lição, esta lição marca nosso avanço a segunda metade do nosso conteúdo. Na lição anterior, vimos a respeito dos softwares para modelagens gráficas, como o Maya e o Blender, bem como suas aplicações e características, de modo que você compreenda as especificidades dos softwares mais adotados. Agora, guiarei você para que tenha condições de aplicar esses conhecimentos em diversas situações de sua futura rotina profissional. Haja vista, que a habilidade de trabalhar com imagens digitais tornou-se relevante no cenário onde a comunicação visual desempenha um papel fundamental.
Partindo do design de interface de usuário e avançando até a criação de imagens e elementos visuais para sites e jogos, os profissionais do segmento da tecnologia, de forma recorrente, precisam integrar imagens com alta qualidade em seus projetos visuais. Não somente, compreender as entrelinhas que estão ligadas a criação de imagens nesse meio digital é de grande relevância para os futuros profissionais que atuaram nos diversos setores que contempla esta arte, como a publicidade, o marketing digital, design gráfico e os demais segmentos da tecnologia que também se relacionam.
As habilidades aqui estimuladas podem ser empregadas e se tornar itens de destaque em processos seletivos, promoções internas e até mesmo pela multidisciplinaridade de conhecimento, que vem sendo valorizado bastante frente ao mercado de trabalho. Portanto, a lição busca não apenas abranger a aquisição de habilidades técnicas, mas também proporcionar a você, estudante, uma visão objetiva e palpável do modo como os conhecimentos desta área poderão ser empregados em seu futuro enquanto profissional, e contribuindo em sua construção de carreira.
Pensando na complexibilidade de gerar imagens digitais, não podemos esquecer que os desafios se estendem além das técnicas e ferramentas, conforme evidenciamos ao longo das lições já percorridas. Nesse sentido, há o intuito de instigar você que, dentro do possível, mantenha a busca e exploração das implicações éticas, sociais e econômicas dessa prática. Por exemplo, em nosso cenário contemporâneo, onde sabemos que as redes sociais acabam por desempenhar um papel importante na disseminação de informações.
O que nos provoca a refletir sobre o modo como as mídias e imagens digitais podem influenciar a percepção sobre algo e moldar a narrativa do mundo virtual. Nesse tocante, precisamos nos atentar a uma prática que não é incomum na atualidade, que é a disseminação de notícias falsas, as conhecidas Fake News e a manipulação visual que distorcem narrativas, que estão junto aos desafios que os profissionais do segmento terão de enfrentar.
E, como sabemos, as mídias digitais, noticiários e demais portais, são grandes dependentes das imagens digitais, levantando outros pontos interessantes, como os aspectos estéticos e visuais que impactam situações rotineira, como decisões de comprar um item, a construção de algo ou a ida em um determinado local, sem falar dos aspectos de construção de marca. E para tal essa reflexão se estende na responsabilidade ética daquela parte dos profissionais da tecnologia que elaboram ou mesmo editam imagens digitais, colocando em discussão a transparência no uso de ferramentas.
Não nos esquecendo dos aspectos econômicos, onde a criação de imagens nesse mundo digitalizado transcende o campo da criação artística e avança como uma indústria em expansão e flexibilidade, acompanhando até mesmo tecnologias como o metaverso e o conjunto de realidade aumentada e virtual. De tal forma, estudando esse assunto, você poderá utilizar de suas habilidades nesse e em diversos outros campos da tecnologia encontrando, por exemplo, soluções criativas para as marcas apresentarem suas empresas nos meios virtuais e outros desafios que surgem com as possibilidades que esse campo pode oferecer.
Se você, assim como eu, também é um fã da tecnologia e está instigado a enfrentar tanto os desafios técnicos e operacionais, acompanhe-me e veja o quanto os dilemas sociais e éticos se entrelaçam quando falamos sobre o campo da criação de imagens digitais.
O case desta lição é referente a um cenário de trabalho, em que um grupo de design passa por um processo seletivo e são os escolhidos para criar toda a campanha publicitária para uma marca de drones que atua especificamente com a entrega de encomendas por via aérea. O principal desafio é criar imagens que despertem interesse dos possíveis parceiros da marca, por meio das características dos seus drones, como baixo custo por entrega e maior agilidade, sem esquecer de transmitir a sensação de inovação que a marca deseja que seja associada a seu nome.
Com isso, os designers enfrentam a tarefa de equilibrar a estética com a autenticidade da marca, trazendo esses aspectos de inovação em sua conjuntura. Deste modo, torna-se relevante que realizem uma escolha cuidadosa de aspectos visuais como as cores, composição visual e tipografia, itens que se tornam indispensáveis para dar vida a uma narrativa visual que passe a sensação pretendida e desperte o interesse deles.
Como você já deve ter notado, como costumamos trazer em nossos cases da disciplina de Computação Gráfica, este case também se estende além da compreensão técnica. Nesse caso, mesmo sendo uma situação fictícia, podemos observar que a situação apresentada avança para aspectos mais abstratos, como a psicologia, que nos leva às entrelinhas das escolhas visuais e como estas escolhas podem influenciar a percepção do público.
Chegamos naquele momento de explorarmos mais afundo nossos conteúdos sobre a temática da criação de imagens digitais. Vamos começar contextualizando e logo em seguida avançaremos aos temas que separei para este encontro e como você perceberá, nossos conteúdos vistos nas lições anteriores ficam cada vez mais presentes como fundamentos para os conteúdos seguintes, vamos lá!
Você se recorda do conceito de pixel? Nessa lição, ele servirá como ponto de partida. Para refrescar a sua memória, lembro que conforme Williams (2014), o pixel é a menor unidade de informação visível em uma tela. É um ponto de uma única cor que em conjunto a outros pixels conseguem formar imagens e dar vida a trabalhos visuais que cativam os espectadores. Ou seja, ele é a menor unidade em uma imagem digital, e por este motivo é a base da representação visual. E como já abordado em encontros anteriores, a densidade desses pixels, a tão famosa resolução, influencia na qualidade da imagem percebida pelo espectador.
Nós, enquanto profissionais do ramo, temos que enfrentar a linha tênue entre resolução e desempenho, onde muitas vezes, para atender a demandas de projetos que precisam de altas resoluções, o desempenho acaba por ser comprometido. Pensando em um cenário ideal, é sempre interessante olhar as rotinas e demandas de modo geral, com um viés de custo benefício, destacando a importância de encontrar um ‘meio-termo’, ou seja, um equilíbrio para entregar trabalhos com qualidade visual sem comprometer inapropriadamente o desempenho dos recursos gráficos.
Outro ponto relevante da construção de imagens digitais são formatos de imagens, que também já vimos um pouco sobre em encontros anteriores. E por falar nisso, você se lembra dos formatos GIF, PNG e JPEG? Ficarei feliz em saber que se lembrou, mais ainda se recordar que cada formato possui as suas características específicas e que atendem a diferentes propósitos.
Começando pelo formato GIF (Graphics Interchange Format) que é um formato de arquivo rasterizado e que suporta animação, o famoso efeito de imagens se movimentando, ou breve fragmento de um vídeo. Tão logo, temos o JPEG (Joint Photographic Experts Group), outro formato bastante conhecido e utilizado, inclusive indicado para fotografias devido à sua eficiente capacidade de compressão, ou seja, com ele é possível ter arquivos de imagens mais leves.
Sem nos esquecermos do PNG (Portable Network Graphics), é um outro formato comum na rotina dos profissionais do segmento gráfico, em especial por conseguir preservar detalhes e possuir o fundo transparente, sendo de grande valor para trabalhos gráficos, como a criação de logo e similares.
Já comentamos em outros momentos sobre a importância do design gráfico, e agora poderemos explorar um pouco mais a fundo sobre este aspecto, compreendendo o design gráfico como sendo a peça estrutural da criação visual, de modo que a compreensão sólida dos princípios fundamentais torna possível execuções assertivas e resultados com maior qualidade.
Nesse sentido, é importante abordarmos o contraste, o equilíbrio e a hierarquia visual, de modo a ampliar nossa base de conceitos, que auxiliaram nossa compreensão, bem como utilização das ferramentas e softwares voltados à edição de imagens. Podemos compreender o contraste, seja ele de cor, tamanho ou forma, como o item que se destaca entre os elementos visuais, direcionando o olhar do observador onde é de interesse a pontos estratégicos da imagem, sem que ela deixe de ser impactante e criativa.
O equilíbrio visual, seja ele assimétrico ou simétrico, também possui papel relevante na composição de uma imagem, onde, por exemplo, a distribuição ponderada de elementos é capaz de proporcionar uma sensação de estabilidade ou então de movimento, conforme intuito e contexto. Já a hierarquia visual, como apresentado por Lupton (2011), é um sistema capaz de organizar os elementos de um design conforme seu grau de importância. Podendo ser utilizado diversas técnicas, como tamanho, contraste, posição e similares. O próprio nome já diz, refere-se a hierarquia dos elementos apresentados e contribui em guiar a atenção do espectador através de camadas de informações, garantindo que elementos mais relevantes ou de maior importância se destaquem em meio aos demais.
Sendo assim, o equilíbrio visual e a hierarquia visual são elementos fundamentais na composição de uma imagem ou design e oferecem uma série de benefícios aos usuários, como facilidade na compreensão, pois organiza os elementos visuais de forma clara e lógica. Além disso, podem melhorar a navegabilidade, destacando elementos interativos importantes, como botões de chamada para ação ou links de navegação. Ambos os conceitos também são úteis na comunicação eficaz de informações, destacando mensagens-chave e guiando os usuários através de conteúdo complexo, como gráficos de dados ou apresentações visuais.
Avançando nossos conteúdos com relação à criação de imagens digitais, adentramos a diversas possibilidades, tais como a animação e efeitos visuais, pontos de importância quando falamos sobre a criação de imagens impactantes. A animação, por exemplo, dá mais simples a complexa é capaz de adiciona dinamismo às imagens estáticas, dando o aspecto de ‘vida as imagens’ com seus conceitos norteadores como o movimento e a aceleração, que contribuem para que a ‘magia’ da criação de imagens animadas envolventes aconteça.
Por sua vez, os efeitos visuais englobam um leque de técnicas que podem ajustar e aprimorar as imagens digitais. Com recursos básicos como ajustes de contraste ou uma leve alteração de brilho, até técnicas mais elaboradas e que exigem maior conhecimento, como a manipulação de texturas e a aplicação de filtros. Frente a este cenário, os profissionais têm a possibilidade de inovar e aprimorar a qualidade visual de seus projetos visuais constantemente, o que proporciona aos usuários ambientes mais atraentes, melhor percepção de qualidade e profissionalismo e maior engajamento. Dessa forma, através dos efeitos visuais os profissionais têm a capacidade de manipular texturas, cores e formas, permitindo designs únicos e distintos, o que pode aumentar significativamente o interesse e a imersão dos usuários.
Agora, com clareza sobre esses conteúdos, podemos avançar para conhecer as ferramentas de edição de imagens.
Nesse contexto da geração de imagens, é importante que saibamos sobre a diversidade de ferramentas disponíveis na atualidade, que vão desde as mais simples e básicas, até ferramentas mais elaboradas. Também é relevante mencionar sobre as ferramentas on-line, que oferecem recursos pré-formatados ou ‘quase prontos’, como o CANVA, que tem alcançado um bom público dado sua praticidade e resultados satisfatórios a usuários entusiastas e menos exigentes.
De igual forma, quando falamos de um uso profissional e direcionado a usuários mais exigentes, como no caso de trabalhos com os controles de elementos, bem como à aplicação e manipulação das camadas e demais efeitos e manipulações robustas de imagens, abrangemos com ferramentas de uso profissional, voltadas a trabalhos avançados, como é o caso do Photoshop, tornando-se inclusive uma ferramenta muito conhecida no meio da edição de imagens profissionais.
Com o advento dos avanços tecnológicos, em especial da democratização do acesso às ferramentas de inteligência artificial, é importante destacar a mencionar algumas dessas ferramentas on-line que possibilitam a geração de imagens com boa qualidade, equiparando-se a edições realizadas manualmente.
Para tal, apresento o Deepart.io (https://creativitywith.ai/deepartio/) que, ao utilizar algoritmos de aprendizado profundo, consegue transformar imagens com estilos artísticos bastante específicos. Ou então a ferramenta DALL-E, que pertence a um grupo bastante famoso na atualidade, a OpenAI, muito conhecida pela ferramenta ChatGPT. O DALL-E (https://openai.com/research/dall-e) é capaz de gerar imagens a partir de descrições de texto, ou seja, com ele é possível digitar qual imagem gostaria que fosse criada e com quais características e a ferramenta fará o seu melhor para entregar o resultado, muito semelhante à ferramenta Leonardo AI (https://leonardo.ai/), por exemplo.
Como você pode notar, ferramentas não faltam para dar vida aos projetos de edição na atualidade, possibilitando desde trabalhos amadores como os rápidos e sem grande atenção a detalhes, feito por usuários sem tamanha instrução do seguimento, até trabalhos mais elaborados realizados por profissionais treinados e conhecedores de técnicas, uso intenso da criatividade e uma atenção meticulosa em todos os detalhes e etapas do processo de criação e edição.
Nessa lição falaremos com mais detalhes de duas ferramentas de grande abrangência no mercado da edição, a primeira sendo o Adobe Photoshop, inclusive seu nome é conhecido até mesmo por aqueles que não atuam no segmento, dado a sua popularização e grande número de profissionais que o utilizam. O segundo será o GIMP (GNU Image Manipulation Program), que embora não tão conhecido e adotado como o Photoshop, este se destaca e ganha sua parcela de mercado por ser um software livre. Fique tranquilo, veremos ambos os softwares com maiores detalhes, acompanhe-me.
O Photoshop, da empresa Adobe, é um software amplamente reconhecido e para muitos profissionais é referência quando falamos de criação e edição de imagens. Mas, a que se deve toda essa fama? Bom, a vasta utilização da ferramenta ocorre por sua interface intuitiva, além disso ele abrange desde as funcionalidades básicas como redimensionamento, recorte e ajuste de cores e avança, até para edição de máscaras e camadas, tornando o software completo e proporciona manipulações precisas mesmo diante de demandas mais complexas. Sem nos esquecer da integração com outras ferramentas da Creative Cloud e a comunidade global de usuários do Photoshop que também são pontos expressivos quando falamos na sua grande aceitação do público.
Enquanto o GIMP, uma alternativa de código aberto, onde sem custos é possível ter acesso a uma ferramenta que apresenta uma boa quantidade de recursos para edição, é vista pelos profissionais da área como uma alternativa que atende a grande maioria das demandas e como uma alternativa acessível e poderosa. Dando um pouco de ênfase em sua flexibilidade proporcionada pela natureza de código aberto. Isso, inclusive, fomenta com que os usuários personalizem a ferramenta de acordo com suas necessidades de uso, e que também promovam uma comunidade colaborativa de desenvolvedores e designers.
Frente a esses conteúdos abordados na lição, você, caro estudante, é desafiado a não apenas compreender como criar imagens digitais, mas buscar alcançar a arte de manipular elementos visuais que sejam capazes de ‘contar histórias’, ou seja, transmitir mensagens e contribuir com a experiência do consumidor. Tais conteúdos, servem como base para que em sua aplicação prática em rotinas de trabalho possa se ambientar, realizar e buscar aprimoramento de suas habilidades em projetos que venha a colaborar enquanto profissional.
Chegou o nosso momento de aplicação prática destes conceitos que discutimos anteriormente. Para tal, convido você, estudante, a transcender os conceitos teóricos que acabamos de percorrer e dar vida a uma campanha publicitária fictícia para um comércio, mas pode ser algo simples como um folheto de ofertas de uma padaria ou mercado, que tal? Se sentir à vontade, pode até escolher um comércio local e com a autorização dos seus responsáveis, poderá propor uma parceria com o comerciante para fazer folhetos desses locais.
Bom, de qualquer forma, o objetivo aqui é que você pratique as técnicas de edição de imagem, reforce a compreensão da importância da coerência visual com a identidade da marca e aproveite para explorar estratégias eficazes de engajamento visual do público. Para esta tarefa, sugiro que utilize o Canva, que como abordado em lições anteriores, é uma ferramenta disponível na internet e gratuitamente que permite que você crie, inclusive em conjunto, das simples artes até protótipos e designs de qualidade.
E se você for daquele que busca por uma dose extra de desafio, basta reunir alguns amigos e explorar o modo de criação colaborativa, pode convidar amigos para contribuir na criação de um projeto na plataforma Canva. Desta forma, será possível ampliar ainda mais o aprendizado, além de promover uma atividade colaborativa e de maior impacto em sua aprendizagem, já que poderão trocar ideias e experiências durante todo o processo. Para acessar o Canva, basta acessar o seu site oficial (https://www.canva.com/pt_br/) e realizar o login, ou caso necessário, realizar o cadastro gratuito e iniciar um novo projeto.
Lembre-se que na imensidão da internet há bastante conteúdos sobre esse seguimento, de tal modo, deixo a você um vídeo que pode servir de auxílio e inspiração para esta tarefa!
Desejo a você uma boa prática e espero que tenha uma divertida aprendizagem!
WILLIAMS, R. The Non-Designer's Design Book. 4th ed. Berkeley, CA: Peachpit Press, 2014.
LUPTON, E. Design de Informação: Uma Abordagem Estratégica. 2. ed. São Paulo: Editora Gustavo Gili, 2011.