Seja bem-vindo, estudante! É com prazer que apresento a décima segunda lição de nossa disciplina de Computação Gráfica. Como você sabe, na lição anterior falamos sobre a criação de imagens digitais, bem como, sobre os formatos e as particularidades de cada um. Além disso, também vimos sobre os softwares de criação e edição mais conhecidos, como o CANVA, GIMP e o Photoshop. Esses conteúdos possuem a sua importância não só pelos temas, mas por contribuir como base aos próximos avanços dos conteúdos.
Nessa lição, busque ampliar sua compreensão sobre o tratamento de imagens digitais, fomentando com que adquira e treine habilidades além dos conhecimentos teóricos. Dentre os objetivos de aprendizagem, que você compreenda os fundamentos básicos do ramo, como os ajustes de cores e remoção de imperfeições e manipulação de pixels, contribuindo para uma base de conhecimentos que auxiliará em suas futuras práticas profissionais. Além do que, o domínio e prática de realizar correções e melhorar a qualidade visual das imagens é fundamental em diversas áreas do campo da tecnologia na atualidade, como desenvolvimento de interfaces, criação de conteúdo voltado ao meio digital ou mesmo o design.
A aplicação de tais habilidades podem ser vistas em segmentos práticos como a publicidade, mídias sociais e o design de produtos, nesse último em que uma apresentação visual positiva poderá contribuir de igual forma no consumidor. É importante ressaltarmos que a capacidade de customizar e personalizar as imagens digitalmente não se limitam às demandas estéticas, mas se estendem a um papel relevante na comunicação visual de qualidade.
Dessa forma, essa lição busca capacitar você para não somente realizar trabalhos de manipulação de imagens digitais, mas também desenvolver reflexões éticas sobre as práticas profissionais, bem como o impacto do trabalho realizado e sua participação.
Pensando na problematização dessa nossa temática do tratamento de imagens digitais, podemos perceber que ela transcende pontos técnicos e permeia implicações sociais e éticas relevantes. Em especial, no contexto contemporâneo, em que a manipulação digital de imagens é uma prática comum em diversos segmentos, surgem desafios quanto à confiabilidade e a autenticidade visual sobre o trabalho ou imagem.
Sabemos que a disseminação de imagens alteradas pode comprometer narrativas, contextos e influenciar percepções públicas e até mesmo criar realidades que não são verídicas. Esse fator, por si só já levanta preocupações com relação aos pontos éticos, em especial sobre a veracidade da informação, da imagem, da publicação e até onde, ou até que ponto a responsabilidade dos profissionais está vinculada ao passo que são parte dos que empregam técnicas de tratamento de imagens.
Não somente, a problematização dessa temática se estende aos possíveis impactos psicológicos e emocionais das imagens que, porventura, forem manipuladas, carregando responsabilidades com relação à mensagem que ela transmite, por exemplo. Muitas vezes, edições fomentadas pela pressão social com o intuito de atender a padrões estéticos que não poderiam ser alcançados naturalmente podem gerar pensamentos e julgamentos distintos sobre a realidade.
Nesses pontos, as reflexões avançam para além do simples domínio técnico, e envolvem reflexões sobre qual seria o papel dos profissionais na construção e também na preservação de um trabalho visual autêntico da realidade e nos que expandem as fronteiras do real. De tal maneira, podemos perceber que o tratamento de imagens digitais não se limita aos quesitos técnicos, mas abraçam os pontos da ética e exigem uma abordagem mais crítica e reflexiva enquanto buscamos por soluções éticas e equilibradas no uso dessas potentes ferramentas do meio visual.
Vamos ver um exemplo prático dos conceitos que trabalharemos nessa lição? Neste exemplo, trago uma agência de publicidade, a EpNews. A empresa recebeu uma demanda delicada e com prazos curtos, onde deverá ter bastante planejamento para conseguir realizar as entregas com os requisitos propostos e dentro do prazo estipulado. A tarefa recebida é a de aprimorar as imagens de um produto que está sendo relançado para uma nova campanha de marketing daquele produto. De tal forma, a equipe de profissionais da computação gráfica terá de equilibrar a estética visualmente com a integridade ética da representação do produto, ou seja, sem ludibriar ou realizar algum tipo de imagem enganosa. Dessa forma, o desafio está em apresentar as características daquele produto da melhor maneira possível, ao mesmo tempo que mantém a representação autêntica dele e de suas características.
De uma forma simplista, para realizar tal demanda os profissionais podem buscar realizar edições que contribuam para deixar em ênfase pontos positivos desse produto e aqueles que consideram menos importante ou negativos, sejam tirados do foco, da famosa ‘evidência’. De tal forma, o produto ainda será exibido em sua realidade, mantendo os padrões de autenticidade, porém com foco maior para os pontos positivos, mantendo o trabalho do marketing, vendas e demais departamentos que dependem de imagens cativantes, satisfeitos.
Dessa forma, a ideia principal era não cair no abismo da manipulação em excesso de imagens, e não distorcer a percepção dos futuros consumidores do produto, evitando que expectativas excessivas e até mesmo irreais acerca do produto sejam criadas. Esta situação, mesmo sendo apresentada através de uma empresa fictícia, demonstra a relevância de considerar cuidadosamente o ajuste visual antes de realizar grandes edições ou manipular totalmente a imagem, reconhecendo que o tratamento de imagens é, sim, uma ferramenta poderosa, mas que seu uso requer certa responsabilidade, em especial, com os pontos de ética.
E aí, pronto para aprofundarmos nossos conhecimentos sobre esse vasto campo da edição de imagens? Não quero dar muito spoiler, mas, prepare-se para uma visão ampla da temática de edição de imagens, em que utilizamos fortemente os conceitos e conhecimentos obtidos na lição sobre criação, dado sua sinergia e prática semelhante. Dito isso, convido você para avançarmos.
Para contextualizarmos, trago a fala de Lupton (2011), que nos diz sobre o tratamento de imagens digitais ser algo essencial para gerar visuais cativantes e transmitir a informação de maneira eficaz. O que nos reforça que o tratamento de imagens digitais é um segmento de grande abrangência e essencial quando falamos de nosso contexto contemporâneo, onde a comunicação visual faz um papel indispensável em diversos segmentos, abrangendo desde o segmento do design em si, até o campo da saúde.
Pensando logo na essência do tratamento de imagens digitais, temos a manipulação dos pixels, que como já vimos em outros encontros, eles são mais do que simples pontinhos na tela da nossa tv ou monitor, eles são os blocos fundamentais que compõem as imagens e cada um deles contém informações cruciais com relação à intensidade luminosa e a cor, e como sabemos através de nossos encontros anteriores, esses são elementos essenciais para a representação visual. Mas, nem toda a responsabilidade da qualidade das imagens se deve aos pixels, pois, embora de extrema importância e relação, outros fatores impactam na qualidade visual, como o Brilho, Contraste e Saturação.
Você se lembra desses três elementos? Espero que sim, pois eles são parte dos conceitos fundamentais, tanto que vamos reforçar alguns pontos técnicos para refrescar a sua memória e trazer um entendimento mais prático. Esses elementos são relevantes no processo de manipulação de imagens, a começar pelo brilho, que se refere à luminosidade de um modo geral da imagem. Observe na figura 1 um exemplo de imagem que esse elemento está em destaque:
Temos também o contraste, que, de forma resumida, diz respeito à diferença entre as áreas mais escuras para as mais claras. A imagem de um chalé em uma paisagem de neve exemplifica perfeitamente o uso eficaz do contraste. Na cena, o branco brilhante da neve contrasta fortemente com os tons escuros da madeira do chalé e dos galhos das árvores. Além disso, as texturas suaves e uniformes da neve se opõem à textura áspera e detalhada da madeira. Essa diferença também é perceptível nas formas, com as linhas retas e angulares do chalé contrastando com as formas orgânicas e curvas das árvores e das montanhas ao fundo. A luminosidade intensa da neve reflete a luz do sol, criando um contraste marcante com as áreas mais escuras e sombreadas da imagem. No conjunto, esses contrastes adicionam profundidade e interesse visual à cena, tornando-a cativante e visualmente impressionante. Observe a figura 2:
Já a saturação está relacionada diretamente à intensidade das cores, temos um exemplo na figura 3, acompanhe:
Ou seja, na prática dos trabalhos de edição, realizar a modificação de um ou mais em conjunto ou isolados poderá trazer uma nova perspectiva do espectador para aquela imagem a qual foi editada, por vezes, trazendo destaques a determinada características e criando efeitos envolventes, ou mesmo suavizando pontos de melhoria ou que não sejam tão interessantes a proposta do produto.
Embora os conceitos primordiais como os elementos reforçados anteriormente nos remetam a algo até mesmo simples e práticos, não se limitam a esses pontos e destacamos que há formas mais elaboradas e finas entre os processos de edição de imagens que vão além dos simples conceitos fundamentais, onde é indispensável a todo futuro profissional que deseja realizar um trabalho de excelência entregando qualidade, explorar, conhecer e dominar as técnicas avançadas que possibilitam um tratamento mais refinado e específico de imagens, por exemplo. Inclusive, reforço uma das características mais solicitadas aos profissionais do campo do design e da tecnologia como um todo, que é a capacidade de estar sempre em busca de aprendizado, dado que as tecnologias, ferramentas, plataformas sempre avançam e os profissionais precisam estar minimamente atualizados para se manterem competitivos.
Avançando nossos conteúdos, não podemos deixar de falar sobre alguns pontos importantes sobre o tratamento de imagens digitais, em especial sobre técnicas de tratamento de imagens. Parte relevante no processo de construção da mensagem digital através de imagens. Tal relevância é notada na fala do autor Veen (2009), em que enfatiza que as técnicas de tratamento de imagens digitais são poderosas ferramentas e que quando bem utilizadas, podem melhorar a qualidade não apenas da imagem, mas da comunicação que se busca transmitir através dela.
Começaremos abordando a remoção de Fundo, que é uma técnica conhecida e crucial para realizar o isolamento de elementos de uma imagem, o que possibilita a sobreposição independente dos contextos. De um modo geral, a sua aplicação abrange desde as áreas do design até as da saúde, como a medicina, por exemplo. Na medicina em especial, contribui até mesmo para a identificação mais precisa de elementos em imagens médicas, por exemplo.
Tão importante quanto a remoção de fundo, temos a aplicação de Filtros, que no tratamento de imagens digitais contribui com novas perspectivas as imagens, onde os filtros se tornam uma ferramenta versátil e possibilitam a aplicação diversos efeitos. Geralmente, são vistos como uma alternativa prática de tratamento de imagens, uma vez que os filtros costumam ser padronizados. Os mais comuns vão desde a simples suavização de bordas até uma simulação convincente e realista de texturas e camadas, tornando possível que os profissionais consigam resultados estéticos únicos ao combinar filtros ou customizar os filtros com seus gostos e traços, de modo a expressar a criatividade do profissional.
Sem nos esquecermos do reconhecimento de padrões, que está geralmente ligada às técnicas mais elaboradas, onde o software realiza a identificação automática de elementos ou traços específicos em uma determinada imagem. Embora não se limite, essa técnica é mais voltada a um campo de aplicação técnico e industrial, sendo fundamental nas áreas da inteligência artificial, tema bastante relevante na atualidade, e na área da visão computacional.
Como comentamos anteriormente, há por trás do processo de tratamento de imagens, um campo intrínseco e que deve ser esclarecido. Este é o campo ético e deve ser considerado, pois abrange as implicações éticas associadas à prática do tratamento e edições. Em que um bom profissional deve ser capaz de diferenciar e escolher entre realizar um aprimoramento legítimo e um trabalho que tendencie a manipulação enganosa sobre a real forma, ou aparência da persona, ou produto.
E então, qual seria um ponto de equilíbrio? Um ponto de segurança ou um meio-termo saudável? Com relação ao aprimoramento não se torna uma falsificação? Bom, para que cheguemos a esse parecer, precisamos primeiramente pensar, refletir e delimitar até qual ponto estamos melhorando uma imagem com o intuito de destacar suas características e quando estamos avançando para algo que altere a realidade visual daquela imagem.
Dessa forma, os profissionais da área precisam considerar qual será o impacto das escolhas e das edições na percepção do público, bem como na integridade das informações visuais que são apresentadas ao resultado do trabalho realizado. Não podemos nos esquecer de mencionar quais as ferramentas que nos possibilitam realizar os tratamentos, não é mesmo?
Pois bem, alegro-me em dizer que dentre as diversas ferramentas disponíveis no mercado de tratamento de imagens digitais, mantém-se entre as mais utilizadas duas já conhecidas e abordadas, inclusive na lição anterior. Você se lembra do Photoshop e do GIMP? Brevemente, refrescarei sua memória sobre as duas ferramentas.
Adobe Photoshop é conhecido por ser uma das ferramentas mais utilizadas pelos profissionais do segmento, onde oferece um leque relevante de recursos para criação, edição e manipulação de imagens que vão desde simples ajustes até as técnicas mais avançadas. É comum o Photoshop ser considerado por profissionais da indústria gráfica como referência.
E o GIMP (GNU Image Manipulation Program), quem é ele no cenário da criação e edição gráfica? Como você bem se lembra, o GIMP é conhecido por ser uma boa alternativa de código aberto, ao Photoshop, oferecendo quantidade de recursos semelhante. Seu principal diferencial é ser uma opção acessível para os entusiastas e profissionais que buscam uma ferramenta que, além de poderosa, possa ser adquirida sem taxas ou mensalidades atreladas.
Finalizamos esse conteúdo reforçando a importância da edição, tratamento de imagens e demais elementos gráficos e tendo consciência que eles desempenham em nosso contexto contemporâneo, uma parcela importante da mensagem transmitida, de modo que se torna fundamental para os profissionais que atuam com materiais publicitários ou mesmo no campo da tecnologia, como a parte de front-end, campo voltado a parte visual das soluções como sites e ferramentas.
Essa abrangência e contextualização aprofundada busca fornecer a você uma sólida base para que compreenda não somente a aplicação, mas a concepção ética por trás desse trabalho que, como vimos, pode influenciar diretamente o público alvo daquele material a qual foi editado e tratado antes da sua publicação. Desse modo, enquanto profissional do segmento você poderá realizar não somente o tratamento das imagens, tanto quanto poderá entregar resultados mais assertivos e condizentes às propostas sem deixar de lado concepções éticas sobre a prática.
Espero que esse conteúdo tenha expandido seus conhecimentos. Desejo bons estudos e sucesso.
Chegou o momento mais prático de nossa lição! Momento esse que convido você a editar uma imagem pensando nos pontos que trabalhamos no decorrer deste nosso encontro e produzindo um resultado bacana, combinados? Então vamos lá!
Acesse uma ferramenta on-line e gratuita que você já conheça, como o Canva (https://www.canva.com/pt_br/) que já é um velho amigo nosso de práticas em outras lições. Mas, se você tiver preferência por outra ferramenta, sinta-se à vontade para utilizar outras que já citamos no decorrer dos nossos estudos ou que você conheça, como Pixlr, ou Photopea. O importante é que você consiga editar imagens de forma prática, simples e gratuita, tudo bem?
Escolhido sua ferramenta online de edição gratuita preferida, vamos para as edições. Convido você a utilizar como base um folheto de ofertas, desses comuns em mercados, mercearias, frutarias e similares. É interessante que você já tenha o arquivo virtual para que faça o upload para a ferramenta e comece a fazer a magia acontecer.
Dentre ao folheto escolhido, escolha um produto para editar de modo a melhorar sua apresentação, que traga uma nova perspectiva aos olhos do consumidor, enalteça os pontos positivos e qualidades daquele produto e se for necessário, evite focar nos pontos comuns ou que precisam de melhorias, mas sem escondê-los, para garantir a autenticidade, certo?
Muito bem, deixo a você esse desafio junto com a missão de dar o seu melhor sem esquecer dos conceitos éticos. Boa prática e até mais!
LUPTON, E. Design de Informação: Uma Abordagem Estratégica. 2. ed. São Paulo: Editora Gustavo Gili, 2011.
VEEN, J. Designing with Web Standards. 3. ed. New York: New Riders, 2009.