Ensaio filosófico, Sofia Silva, 10.ºA
Tema: Igualdade e discriminação (na sociedade)Problema: “Será a nossa sociedade deste século XXI mais igualitária?”O problema proposto para ser desenvolvido neste ensaio filosófico é: “Será a nossa sociedade do século XXI mais igualitária?” Quando falamos em discriminação, o que me vem logo à cabeça é a mais conhecida, o racismo. Contudo, existem muitos outros tipos de discriminação que merecem a nossa atenção, tais como a homofobia, a desigualdade de género, as desigualdades social e política, o antissemitismo, no que respeita a religião. Acredito que existem muitos mais, que andam nas sombras, mas que, assim que tiverem oportunidade, irão ter um holofote para que quem discrimina possa protestar e afirmar-se.No meu ponto de vista, este tema da desigualdade e discriminação esteve, está e estará presente na nossa sociedade, uma vez que se encontra ainda em fase de evolução. Por exemplo, ainda ontem, estava a ver alguns posts no Instagram e houve um que me chamou a atenção. Nesse post encontrava-se uma ilustração de um tronco cortado intitulado racismo e, debaixo desse tronco, encontravam-se as raízes. Ou seja, este tipo de discriminação já vem de muito lá atrás no tempo. De modo que, para construirmos uma sociedade não racista e não preconceituosa, temos de educar as pessoas desde cedo. Assim, o racismo deixará de ser um tronco cortado com raízes bem visíveis e fortes, bem enraizado na sociedade, e passará a ser um tronco cortado, ressequido, sem vida, que um dia deixará de existir. Ou seja, a ilustração de que estou a falar pretende criticar a sociedade e abater esta ideia e lutar contra a discriminação, em prole de um mundo melhor e de uma sociedade mais instruída e pura. É impressionante como a sociedade em geral não aprende com os erros do passado e chega a ser revoltante ao ponto de se dizer: basta! É preciso começar a exigir mudança no mundo. Estes erros de que falo aplicam-se a muitos outros temas, mas vou cingir-me aos erros relacionados com a discriminação. Ainda hoje, as mulheres lutam para obter os seus direitos que tanto merecem e sofrem violência por parte dos seus parceiros. Ainda hoje, a comunidade LGBT não se sente bem-vinda e não tem a liberdade de amar uma pessoa do mesmo sexo, sofrendo com preconceitos a que está sujeita. No passado, assistimos a verdadeiros massacres aos judeus nos vários campos de concentração. No entanto, parece que as pessoas não aprenderam com a História. Ainda hoje se assiste a perseguições a judeus, a pessoas de etnia cigana e a tantas outras minorias, o que prova a desumanidade da sociedade que não se alterou.Não bastava toda a história abusiva, revoltante, repugnante, abominável que as pessoas de condição negra passaram durante toda a História do nosso planeta? Não, não basta porque ainda hoje, em pleno século XXI, se assiste a constantes manifestações de abusos. E porquê? Porque ainda existem mentalidades retrógradas que recusam aceitar a diferença, que recusam entender que apesar de sermos todos diferentes por fora, somos todos iguais por dentro. Todos nós temos um cérebro que nos permite fazer inúmeras coisas e raciocinar sobre vários assuntos. Todos nós temos pulmões para respirar, o ar é o mesmo. O ar é o mesmo! Não escolhe idade, géneros, raças, religiões, todos nós necessitamos dele para sobreviver. Todos nós temos um coração que nos providencia a vida e nos permite ter os mesmos sentimentos, as mesmas emoções e principalmente nos permite amar o próximo.Uma das coisas mais desrespeitosas, a meu ver, é quando se tira o direto à vida a inocentes. Todos nós temos o direito de viver, de amar, de ser felizes. Ninguém tem, repito, ninguém tem o direito de se desculpar com a ignorância para condenar o próximo por ser diferente. Quem disse que ser diferente é mau? A meu ver, cada diferença torna-nos mais especiais e únicos e isso para mim é lindo. São estas diferenças na nossa sociedade que a tornam tão diferente e especial, não a violência e a ignorância.É impensável, nos dias de hoje, assistirmos a violência nas manifestações contra a violência. É correto? Não, mas pode ser que, assim, governantes e agentes da autoridade que promovem a discriminação percebam a força que as vítimas têm as quais, agindo com violência, tentam mostrar o que não conseguiram com pacifismo. Vandalizar estátuas não é a forma correta de luta por uma causa, tendo-se chegado a um ponto em que algumas pessoas têm ultrapassado o limite do aceitável, é verdade.Para concluir e responder objetivamente ao tema deste ensaio filosófico, sim e não. Sim, porque, finalmente, as pessoas ganharam opinião e força. Ao mesmo tempo não, porque, como prova disso, em pleno século XXI, um negro, George Floyd, recentemente foi morto por um polícia branco que não o respeitou e não deixou respirar. Esse polícia não sabe o que é ser asfixiado inocentemente até à morte. Não sabe o que é ver a família sofrer com tamanha injustiça. Esse polícia associa negro a uma coisa má e, no final de contas, vai poder ir para casa abraçar os filhos e ter uma bela refeição. Nem sei se lhe custa dormir à noite! Finalmente, após tamanha explicação, concluo que a minha resposta ao problema é sim e não, se calhar um talvez, ou seja, inconclusiva.