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Desconcerto do Mundo, Sofia Silva, 10.ºAAcordo por volta das nove e meia. Tomo o pequeno-almoço e como a minha rotina não tem sido outra, começo a estudar. Primeiro francês e depois português.Assim que leio o que tenho para fazer, cresce uma tristeza interior instantaneamente. A verdade é que tenho de fazer uma crónica, UMA CRÓNICA. Para ser sincera nunca gostei muito de escrever crónicas. Talvez por não ter jeito, ou não tentar ou talvez por não saber como o fazer e todas estas desculpas só apelam, cada vez mais, à minha ignorância pelo assunto.No mesmo instante, sinto um sentimento de derrota, sem sequer ter começado ou tentado escrever uma única palavra. Apelo desesperadamente por ajuda à minha irmã. Esta diz para procurar exemplos de crónicas na internet e inspirar-me. Assim o fiz, procurei, procurei, e nada me despertou curiosidade. Confesso, eu achei que seria o fim. Foi então que me acalmei, puxei pela cabeça e aqui estou eu, a escrever sobre a manhã atribulada que estou a ter.O tema desta crónica é suposto ser sobre o desconcerto do mundo e não sobre o desconcerto da minha manhã e da minha pessoa.Hum… desconcerto do mundo, este é um assunto que dá muito que falar, discutir e debater. O mundo está desconcertado, é inegável esta afirmação. É através de jornais que observamos o desconcerto em cada canto no mundo. Eu diria que o desconcerto do mundo se resume a uma única palavra, ignorância.Ignorância destes novos presidentes, entre eles Donald Trump, para quem “o aquecimento global não existe”. Pois claro que com um presidente que despreza/ignora este tipo de situação que abala os dias de hoje, o problema não precisa de ser resolvido, porque afinal não há nenhum problema, o planeta, aliás, está perfeitamente bem. Esta ignorância por parte do presidente vai agravar ainda mais o planeta. Pode agravar tanto, que podemos deixar de ter planeta. E não digo ignorância apenas por parte de presidentes que apenas procuram a ganância e aumentar o seu bem-estar, pondo-o acima do povo e da nação que representam. Como dizia, esta ignorância começa nos que votaram neles. Essas pessoas foram ignorantes quanto à política, quanto ao que acontece no mundo, e não procuram votar pela melhor escolha para o seu país.Agora, vivemos um tempo de uma pandemia intitulada coronavírus que, sem dúvida alguma, parou o mundo e ficará na História. Peguemos no exemplo de Itália, que foi ignorante ao ponto de escolher quem vive e quem morre por critérios que não tenho curiosidade nem sinto necessidade de saber, de tão grave que a situação está. Outro, o presidente brasileiro Bolsonaro, acha que não é necessário fechar os locais de culto, nomeadamente as Igrejas, pondo em risco a vida de milhões de pessoas ou uma nação inteira por quem é responsável. Que é mais um exemplo de ignorância por parte do presidente em relação à pandemia.Por ter parado o mundo, a poluição está a diminuir o que é algo de positivo no meio deste pânico mundial. Uma coisa que todos temos de fazer é tentar dizer não à ignorância, tentar minimizar este desconcerto e aproveitar este tempo para refletir na vida, nas nossas ações e, assim, evoluir quer individualmente, quer como comunidade.Termino apenas com isto. O desconcerto do mundo vai sempre existir, mas cabe a cada um de nós parar de ser ignorante e lembrarmo-nos que, se queremos mudar, concertar ou minimizar este desconcerto, decerto que teremos que ser nós e não seguir o exemplo de não fazer nada e ficar à espera que se resolva sozinho ou que alguém o faça por nós.Se queremos mudar o mundo temos de arregaçar as mangas e pôr mãos à obra.
Desconcerto do Mundo, Íris Neves, 10.ºAHoje, tal como ao longo dos tempos, o desconcerto está presente no dia a dia da Humanidade. Umas vezes com maior expressividade, outras menos. Em poetas, escritores (menos ou mais conhecidos), pessoas anónimas esta temática, em algum momento, foi motivo de reflexão. Exemplo disso é o poema “Ao desconcerto do mundo”, do ilustre poeta Luís Vaz de Camões. Viver… é balançar no limbo do desconcerto e do concerto, no limbo de escolhas acertadas e escolhas erradas …. Viver é percebermos que a vida, às vezes, pode ser injusta. O crime, aliado ao poder e à riqueza, parece compensar; os pobres acabam, inúmeras vezes, por serem os mais atingidos; os “espertos” governam-se em esquemas e enredos que contornam as leis e as regras instituídas; outros há que alcançam lugares de relevo sem merecerem. A guerra atinge normalmente os inocentes, os chamados civis, que apenas podem (quando podem) fugir e tornar-se refugiados. E o desconcerto continua, pois, ser refugiado é outra condição de desconcerto. A fome… como morrem ainda tantas pessoas à fome, quando eu, quando nós, desperdiçamos ou escolhemos com muita esquisitice aquilo que nos apetece? Pois, quase sempre, se o poder e o dinheiro fossem colocados noutro patamar de importância, bem menor, a humanidade em si seria melhor e haveria mais humanismo e harmonia. A saúde, ou melhor, a falta dela é mais um dos tristes desconcertos que o mundo vive. E, atualmente, não se fala de outra coisa, pois fomos atingidos pelo temível coronavírus que virou o mundo de pernas para o ar, que o paralisou e embrulhou num mar de angústia e tristeza, com ânsias de dias melhores. Como numa orquestra, onde todos se regem pela mesma pauta, fazendo um esforço para dar o melhor de si, assim deveria ser o mundo: “todos a tocar pela mesma bitola”, “todos a remar para o mesmo lado, o lado do mundo concertado. Com os instrumentos afinados, com as orientações corretas do maestro em palco, e muita empatia uns pelos outros, as pessoas, o mundo, a vida, seriam tão melhores! Utopia? Talvez! O certo é que os desconcertos atuais ferem, angustiam, desgastam e destroem.
Desconcerto do Mundo, Beatriz Lopes 10.ºAPodemos ainda não viver numa distopia, mas o mundo encontra-se muito mais distópico do que se imagina.Seria muito mais fácil aceitar o desconcerto do mundo se a água se dirigisse ao céu, se o fogo gelasse ou se a lua brilhasse de dia, em vez de olhar à volta e ver corrupção, injustiça, fome e guerra. Se a Humanidade parasse de culpar os outros pela sua autodestruição talvez se apercebesse de que não está “tudo bem”, de que é possível voltar atrás, mas não por muito mais tempo.Mas, a verdade, é que toda esta falta de coerência, toda esta distópica realidade é benéfica para alguns. Os “vilões” são recompensados, beneficiados, poderosos e podem agir como se as regras não se aplicassem a eles, pois um pouco de papel sobrevalorizado e denominado pelas massas de “dinheiro” é mais forte do que qualquer lei. Mas, mesmo com todos os outros a quererem salvar o mundo, a verdade é que ninguém quer chegar-se à frente e ser o herói. Porquê? Porque, ao contrário dos “vilões”, o “herói” sofre, perde tudo o que tem e, por vezes, fracassa, perdendo a vida, a sanidade ou, no melhor dos casos, é seduzido pelo poder e torna-se num vilão, perdendo a integridade.Este não é um mundo justo. Há muito que os valores se foram esbatendo até serem meros fantasmas daquilo que um dia foram. Os cacos de integridade estão espalhados por alguns, os que não são vistos nem ouvidos, mas que existem. Acredito nessas pessoas, acredito que ainda são muitos e ainda têm poder.É apenas uma questão de tempo até a conclusão deste ato da história humana ocorrer, o fim do tão aclamado “capitalismo”. Apenas falta saber se temos direito a um final feliz ou não.
Desconcerto do Mundo, Martim Costa 10.ºAO tema do “Desconcerto do Mundo”, que o poeta Luís Vaz de Camões, no século XVI, focou nos seus poemas, mais de 400 anos depois continua a ser um tema atual que nos deixa a questionar se a nossa mentalidade, tanto individual como a da sociedade em geral, evoluiu com o passar do tempo e se deixámos os velhos hábitos para trás.O poema, na minha opinião, é atual e intemporal porque parece que o mais importante para a sociedade é o dinheiro e a fama (referidos, posteriormente, em Os Lusíadas pelo mesmo autor) e a sociedade não olha a meios para alcançar estes fins esquencendo-se dos seus valores e não respeitando o próximo, passando a ser comum roubar e enganar algo que podia deixar de ser recompensado se houvesse mão pesada da justiça sobre estas ações o que leva a que haja um desconcerto do mundo, pois parece que quem pratica estas más ações é recompensado e não punido por estar no topo da hierarquia e por não haver provas contra estas pessoas por serem intocáveis, mas toda a gente sabe que não são honestas.Em suma, com a leitura do poema, fica no ar uma ideia que alguém que opte por uma vida honesta e simples é lesado e que, ao mínimo deslize, é logo castigado e que as únicas pessoas que passam tormentos e dificuldades são as pessoas simples que acabam por não aproveitar a vida e morrem esquecidas.
Ensaio filosófico, Sofia Silva, 10.ºA
Tema: Igualdade e discriminação (na sociedade)Problema: “Será a nossa sociedade deste século XXI mais igualitária?”O problema proposto para ser desenvolvido neste ensaio filosófico é: “Será a nossa sociedade do século XXI mais igualitária?” Quando falamos em discriminação, o que me vem logo à cabeça é a mais conhecida, o racismo. Contudo, existem muitos outros tipos de discriminação que merecem a nossa atenção, tais como a homofobia, a desigualdade de género, as desigualdades social e política, o antissemitismo, no que respeita a religião. Acredito que existem muitos mais, que andam nas sombras, mas que, assim que tiverem oportunidade, irão ter um holofote para que quem discrimina possa protestar e afirmar-se.No meu ponto de vista, este tema da desigualdade e discriminação esteve, está e estará presente na nossa sociedade, uma vez que se encontra ainda em fase de evolução. Por exemplo, ainda ontem, estava a ver alguns posts no Instagram e houve um que me chamou a atenção. Nesse post encontrava-se uma ilustração de um tronco cortado intitulado racismo e, debaixo desse tronco, encontravam-se as raízes. Ou seja, este tipo de discriminação já vem de muito lá atrás no tempo. De modo que, para construirmos uma sociedade não racista e não preconceituosa, temos de educar as pessoas desde cedo. Assim, o racismo deixará de ser um tronco cortado com raízes bem visíveis e fortes, bem enraizado na sociedade, e passará a ser um tronco cortado, ressequido, sem vida, que um dia deixará de existir. Ou seja, a ilustração de que estou a falar pretende criticar a sociedade e abater esta ideia e lutar contra a discriminação, em prole de um mundo melhor e de uma sociedade mais instruída e pura. É impressionante como a sociedade em geral não aprende com os erros do passado e chega a ser revoltante ao ponto de se dizer: basta! É preciso começar a exigir mudança no mundo. Estes erros de que falo aplicam-se a muitos outros temas, mas vou cingir-me aos erros relacionados com a discriminação. Ainda hoje, as mulheres lutam para obter os seus direitos que tanto merecem e sofrem violência por parte dos seus parceiros. Ainda hoje, a comunidade LGBT não se sente bem-vinda e não tem a liberdade de amar uma pessoa do mesmo sexo, sofrendo com preconceitos a que está sujeita. No passado, assistimos a verdadeiros massacres aos judeus nos vários campos de concentração. No entanto, parece que as pessoas não aprenderam com a História. Ainda hoje se assiste a perseguições a judeus, a pessoas de etnia cigana e a tantas outras minorias, o que prova a desumanidade da sociedade que não se alterou.Não bastava toda a história abusiva, revoltante, repugnante, abominável que as pessoas de condição negra passaram durante toda a História do nosso planeta? Não, não basta porque ainda hoje, em pleno século XXI, se assiste a constantes manifestações de abusos. E porquê? Porque ainda existem mentalidades retrógradas que recusam aceitar a diferença, que recusam entender que apesar de sermos todos diferentes por fora, somos todos iguais por dentro. Todos nós temos um cérebro que nos permite fazer inúmeras coisas e raciocinar sobre vários assuntos. Todos nós temos pulmões para respirar, o ar é o mesmo. O ar é o mesmo! Não escolhe idade, géneros, raças, religiões, todos nós necessitamos dele para sobreviver. Todos nós temos um coração que nos providencia a vida e nos permite ter os mesmos sentimentos, as mesmas emoções e principalmente nos permite amar o próximo.Uma das coisas mais desrespeitosas, a meu ver, é quando se tira o direto à vida a inocentes. Todos nós temos o direito de viver, de amar, de ser felizes. Ninguém tem, repito, ninguém tem o direito de se desculpar com a ignorância para condenar o próximo por ser diferente. Quem disse que ser diferente é mau? A meu ver, cada diferença torna-nos mais especiais e únicos e isso para mim é lindo. São estas diferenças na nossa sociedade que a tornam tão diferente e especial, não a violência e a ignorância.É impensável, nos dias de hoje, assistirmos a violência nas manifestações contra a violência. É correto? Não, mas pode ser que, assim, governantes e agentes da autoridade que promovem a discriminação percebam a força que as vítimas têm as quais, agindo com violência, tentam mostrar o que não conseguiram com pacifismo. Vandalizar estátuas não é a forma correta de luta por uma causa, tendo-se chegado a um ponto em que algumas pessoas têm ultrapassado o limite do aceitável, é verdade.Para concluir e responder objetivamente ao tema deste ensaio filosófico, sim e não. Sim, porque, finalmente, as pessoas ganharam opinião e força. Ao mesmo tempo não, porque, como prova disso, em pleno século XXI, um negro, George Floyd, recentemente foi morto por um polícia branco que não o respeitou e não deixou respirar. Esse polícia não sabe o que é ser asfixiado inocentemente até à morte. Não sabe o que é ver a família sofrer com tamanha injustiça. Esse polícia associa negro a uma coisa má e, no final de contas, vai poder ir para casa abraçar os filhos e ter uma bela refeição. Nem sei se lhe custa dormir à noite! Finalmente, após tamanha explicação, concluo que a minha resposta ao problema é sim e não, se calhar um talvez, ou seja, inconclusiva.