Escrita

Recensões Críticas - ebook (2018/2019)

Concurso: "Resume um livro numa frase" (outubro 2019)

Resume um livro numa frase.pptx

SWAY - Declaração de amor à língua portuguesa (maio 2020)

SWAY - Diário do isolamento social 10.ºA (2019/2020)

O desconcerto do Mundo

crónicas (2019/2020)

Hoje, tal como ao longo dos tempos, o desconcerto está presente no dia a dia da Humanidade. Umas vezes com maior expressividade, outras menos. Em poetas, escritores (menos ou mais conhecidos), pessoas anónimas esta temática, em algum momento, foi motivo de reflexão. Exemplo disso é o poema “Ao desconcerto do mundo”, do ilustre poeta Luís Vaz de Camões.

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Podemos ainda não viver numa distopia, mas o mundo encontra-se muito mais distópico do que se imagina.

Seria muito mais fácil aceitar o desconcerto do mundo se a água se dirigisse ao céu, se o fogo gelasse ou se a lua brilhasse de dia, em vez de olhar à volta e ver corrupção, injustiça, fome e guerra. Se a Humanidade parasse de culpar os outros pela sua autodestruição talvez se apercebesse de que não está “tudo bem”, de que é possível voltar atrás, mas não por muito mais tempo.

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Acordo por volta das nove e meia. Tomo o pequeno-almoço e como a minha rotina não tem sido outra, começo a estudar. Primeiro francês e depois português.

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O tema do “Desconcerto do Mundo”, que o poeta Luís Vaz de Camões, no século XVI, focou nos seus poemas, mais de 400 anos depois continua a ser um tema atual que nos deixa a questionar se a nossa mentalidade, tanto individual como a da sociedade em geral, evoluiu com o passar do tempo e se deixámos os velhos hábitos para trás.

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Ensaios filosóficos

Tema: Igualdade e discriminação (na sociedade)

Problema: “Será a nossa sociedade deste século XXI mais igualitária?”

O problema proposto para ser desenvolvido neste ensaio filosófico é: “Será a nossa sociedade do século XXI mais igualitária?”

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Menção Honrosa no concurso da Caminho, "Uma aventura literária" 2020

A minha vida entre o pecado, Beatriz Lopes, 10.ºA
Como é que conto uma história bem estruturada quando a minha vida é um caos? Tudo começou no dia 13 de outubro, quando mudei de casa. Se pesquisarem online “casas abandonadas”, a minha casa é logo a quinta. O preço era uma pechincha e eu comprei-a no fim do curso de direito, altura em que não acreditava voltar a ter um lar…O que eu não tinha maneira de saber era que esta casa já se encontrava habitada por… bem, sete celebridades infernais. - Sai da frente do espelho, Orgulho! Temos de ver quem é o desgraçado que vem legalmente roubar a nossa propriedade! Recuso-me a partilhar casa outra vez! - gritou a Inveja, desejosa de possuir a casa só para si novamente.- Pensa de forma positiva! O frigorífico estará sempre cheio, o que dá jeito porque o tipo das pizas já não faz cá entregas. Mais comida para mim! - refutou a Gula, ansiosa por usurpar o frigorífico ao novo morador.- Sim, sim, isso tudo, mas, por favor, deixem-me em paz! Por amor de Lúcifer, já ninguém se cala nesta casa! -implorou a Preguiça, sem mover o espectro no sofá.Ainda a discutir, os sete demónios foram silenciados com a minha entrada em casa. Todos tiveram oportunidade de se esconder exceto a Preguiça, que flutuou para o armário, e a Gula, que observava do frigorífico. Atirei com as malas para o chão e deixei as poucas cervejas que ainda não tinha bebido no frigorífico antes de me atirar para o sofá e chorar até adormecer enquanto olhava para as fotos da minha ex.A Preguiça e a Gula sentiram-se envergonhadas com o meu comportamento, mas também um pouco comovidas. Chamaram os outros para a cave e lideraram uma reunião decisiva para o meu futuro.-…garanto-vos, o miúdo está um palito! Juro-vos por Mefistófeles, nunca vi nenhum alcoólico tão malnutrido! - continuou a Gula a descrever a minha miséria.- Até eu fiz mais do que ele quando cá chegamos há …não me dei ao trabalho de contar o tempo. O que interessa é que nem sequer a Inveja arranjou algo para invejar nele, e isso é obra. Não tem autoestima e vai acabar morto num beco por este andar - murmurou a Preguiça, a menos violenta dos pecados.- Sinceramente, até me custa dizer, mas temos de ajudá-lo. Recuso-me a viver com alguém tão depressivo e, se matarmos mais um, podem demolir a casa - concluiu o Orgulho, conseguindo um consentimento de todos os presentes.- Irrita-me que saiba tomar tão mal conta de si! - rosnou entre dentes a Ira que, segundo reza a lenda, me cobriu com um cobertor e tirou-me as fotografias da mão enquanto me secava as lágrimas, que mesmo durante o sono não cessavam.- Oh meu Belzebu! Que roupas são aquelas?! Aquilo é tão deprimente! Vai precisar de uma roupas novas, um corte de cabelo, bastante comida, uma paixão e talvez um pouco de ginásio… – enumerava escandalizada a Luxúria, incentivando a Gula a ir cozinhar qualquer coisa.Não sei o que aconteceu, entretanto, mas, quando acordei, já não estava mais sozinho. Sete seres de aspeto humano viam televisão no mesmo sofá que eu, rindo-se de um filme de tragédia que eu não reconheci. Apesar das máscaras humanas, qualquer um conseguiria distinguir os daemoniums de uma pessoa normal: era possível cheirar a sua aura e espalhavam um odor a medo pela sala. Tal como qualquer macho honrado faria, eu berrei que nem uma menina e comecei a chorar de pânico, tentando ligar à polícia.- Shhhh rapaz, não vais chamar ninguém - ameaçou suavemente a Ganância, uma mulher negra e musculada de cabelo rapado dos lados, tirando o telemóvel da minha mão petrificada. - Como te chamas?- X-x-xavier…Xavier Santos…-Bem, Xavier, - disse o Orgulho, um rapaz moreno alto de fato branco e cabelo perfeito - nós somos os sete pecados mortais. Chama-lhe o que quiseres: destino, pena, conveniência… mas irás ter a honra de ser ajudado por nós. Eu sou obviamente o Orgulho.- Espero que tenhas fome! - disse uma figura pálida, baixa com um pouco de barriga mas um sorriso acolhedor, estendendo-me um prato de massa à bolonhesa coberta de queijo. - Eu sou a Gula, prazer. - Olá, borracho, sou a Luxúria - apresentou-se a própria, uma mulher mulata de vestido cocktail vermelho com uma enorme racha na perna.- Preguiça – murmurou a própria apontando para si, uma adolescente pálida de cabelos pretos oleosos e de fato de treino escuro.- Sou a Ganância, prazer. Presumo que deverias comer pelo menos um bocado, Xavier.Eu ainda estava a limpar lágrimas e a temer o pior, mas resolvi comer um pouco. Se tivesse sorte, estava envenenado. Mas, na verdade, estava mesmo muito bom.-Mhhm, Gula, isto está espetacular! Cumprimentos ao chefe!7 MESES E ALGUMAS VISITAS À ESQUADRA DEPOIS- Ok, gente, acho que finalmente encontrei o melhor plano de reforma de sempre para o Xavier! Bem, técnica e legalmente é fraude fiscal apoiada num esquema em pirâmide, mas quem é que está a contar? - gritou da cave a Ganância, subindo a escadas.Desde que mudei de casa que tinha deixado de beber, talvez graças à Preguiça. Estava, finalmente, enamorado outra vez e a vida tinha tomado rumo. A Luxúria estava a ajudar-me a preparar o meu primeiro encontro depois do desastre anterior. Segundo o demónio, o fato preto carvão que eu tinha escolhido do armário do Orgulho era muito mais elegante do que o azul noite que este me sugeriu e “realçava as minhas belas formas”. Também me tinha ido buscar as flores: um ramo romântico de cravos vermelhos. “Patriotas quanto baste e possuem uma ironia literária. Além disso, as rosas estão demasiado usadas, tens de ser original!”- Lembra-te, Xavier! Eu reservei a mesa no nome de Senhor Santos. Não comas nada com muito alho, afasta-te do vinho e sê tu próprio. A Luxúria continuava a preparar-me enquanto me apertava a gravata vermelha à volta do pescoço. - Eu vou tirar esta gente de casa e preparar um pouco o ambiente para quando vocês chegarem - piscou-me o olho e não pude evitar corar um pouco.Estava tudo preparado. Eu só precisava agora de coragem para realmente aparecer. Comecei novamente a sentir-me inseguro, a ansiedade a voltar e os pensamentos negativos tomaram conta de mim outra vez. Não importava os esforços, eu seria sempre um inútil.Foi a Gula quem notou isto e deu-me um abraço forte. É sempre a Gula que nota primeiro quando estou a ficar deprimido e ansioso.- Vai correr bem! Não te preocupes Xavi… - ajudava a Gula.- Mas e se eu fizer asneira? E se eu…- Tu vais arrasar, Xavier. Podes não ser como eu, mas orgulho-me do teu progresso. Vai correr bem - encorajava o Orgulho. - Tu mereces.Pela primeira vez desde que havia chegado inspirei fundo e sorri, um sorriso verdadeiro e confiante. - Sabem que mais? Têm razão, eu mereço!Despedi-me e saí disparado com a minha carteira cheia de dinheiro, que a Ganância me dera, o telemóvel, as chaves do carro e as flores.Consegui ouvir um compasso de espera dentro de casa e os meus colegas de casa a celebrar sonoramente o meu primeiro sorriso em mais de meio ano.Afinal, sempre consegui contar uma história bem estruturada com os alicerces de uma vida repleta de caos, mas isto foi o início de algo mais caótico, consigo senti-lo. Pode soar doido, mas a minha vida entre o pecado foi a melhor que alguma vez tive até agora e juro por Belzebu que não estou disposto a trocá-la por uma vida normal.

CONCURSO INTERNACIONAL "A MELHOR CARTA 2020"

Concurso lançado pela Fundação Portuguesa das Comunicações, com o tema “Escreve uma mensagem para um adulto sobre o mundo em que vivemos”.

Eis a participação da Íris Neves, 10.ºA

S.J.M., 15 de abril de 2020
Olá, querido avô António,Como estás? Espero que estejas bem, aliás… muito bem! Nós, cá por casa estamos bem, apesar das circunstâncias em que vivemos, confinados ao recolhimento a que o “senhor” coronavírus nos obriga. Tu, tal como já te disse nas nossas últimas conversas telefónicas, deves continuar a cuidar-te e a seguir todas as recomendações da Direção Geral de Saúde, pois, apesar de seres ainda um jovem de sessenta e sete anos, acabas por estar mais sujeito às complicações desta pandemia, caso sejas atingido. Mas, eu sei que já sabes tudo isto, que és consciente e que vais continuar a fazer tudo certinho.Estarás a questionar-te porque te escrevo esta carta, que penso ser a primeira. Pois bem, faço-o porque, apesar de mantermos contacto por outros meios, usando as novas tecnologias que o mundo atual permite, nada como uma carta que podes guardar num sítio especial e voltar a ler quando te apetecer, para nos manter mais próximos. Tu, melhor do que ninguém, sabes que as cartas já tiveram um lugar muito importante na vida de cada um, num tempo onde só elas mantinham em contacto as pessoas, traziam notícias, faziam sorrir quem as recebia… claro que algumas também traziam notícias desagradáveis, mas não me quero focar nessas. Já basta o que se passa no mundo, que tanta tristeza e angústia nos traz, pois não sabemos quando terminará e quem afetará. Acho que tu, tal como as pessoas da tua geração, ou até mais velhas, devem questionar-se frequentemente e nem sempre entender muito bem, toda a evolução que vai acontecendo, desde as novas tecnologias, o modo de as pessoas se relacionarem, a maneira de viver hoje em dia, por vezes caindo naquele velho pensamento “no meu tempo é que era bom”. Eu não conheci “o outro mundo”, esse teu mundo, e é-me difícil colocar no teu lugar quando partilhas comigo certas histórias passadas. Um dia, acontecer-me-á o mesmo com os meus filhos e netos. Dizes tu e diz a minha mãe. E, só desejo uma coisa: que o mundo não se torne num lugar ainda mais triste, regido pela sede de poder, pela ganância, pelo ódio, pela corrupção, pela guerra generalizada e por doenças como a da atualidade, doenças sem a proteção de uma vacina e que facilmente dizimam milhares ou milhões de seres humanos… Alimento a esperança e a fé de que a empatia, a bondade, a partilha, a generosidade, o amor, a fraternidade e o humanismo possam vencer e, pelo menos, se o nosso mundo não melhorar, que não piore. O mundo não vive a sua melhor fase, de todo, mas há de recuperar e todos devemos tirar ilações, aprender algo, caso contrário, penso que a humanidade estará condenada. Irremediavelmente perdida! O que te quero, efetivamente, dizer, avô, é que na minha opinião, o mundo em que vivemos, moderno, tecnológico, dinâmico, mas também nem sempre empático e justo, continua a ser um lugar maravilhoso e se todos contribuirmos um pouquinho que seja para assim o manter, ou melhorar, de preferência, tudo valerá a pena e seremos felizes e realizados. Os poderosos, os presidentes dos países mais desenvolvidos, esses sim, poderiam marcar a diferença e fazer bem mais do que nós dois, mas... A ver vamos, não é, avô? Da próxima vez que te escrever, espero sinceramente que seja para te dizer que te vou aí abraçar e que juntos passearemos à beira mar, como costumávamos fazer quando te visitava aos domingos. E sorriremos… muito! Beijinhos cheios de saudades! Adoro-te!A tua neta,Íris Carolina