"Costumam dizer que tudo na vida tem um início, um meio e um fim, e eu não podia estar mais de acordo. A minha vida começou, realmente começou, quando Adam nasceu, no dia 4 de agosto de 1932, 3,290Kg de pura doçura e felicidade, o meu pequeno ratinho, o verdadeiro sentido da minha vida. O único que esteve ao meu lado quando mais precisava, o único que nunca deixou de me amar e, no meio de tudo isto, acabamos por nos esquecer que tudo chega a um fim, tudo acaba e por vezes até cedo de mais.

Adam... Adam morreu, e agora estou sozinha, aprisionada neste mundo, presa num livro donde não consigo sair. Só eu continuo a ouvir o seu choro e as suas preces, a ver o seu sorriso e os seus olhos brilhantes. Mas continuo aqui, sem poder abraçá-lo, beijá-lo ou dizer que o amo. Porque só eu continuo aqui, presa no segundo, no momento, na história acabada, na sala com a porta que nunca conseguirei abrir.

Desculpa, Erik, desculpa, Ewa, desculpa, Helena, mas eu não aguento mais, porque, no final de contas, foi o meu filho, foi a minha vida."