APRESENTAÇÃO

O PROJETO CULTURAL do Agrupamento de Escola Coimbra Oeste no PLANO NACIONAL DAS ARTES

O PCE do AECO é o documento estratégico para o primeiros dois anos 2023-2025 do Agrupamento de Escola Coimbra Oeste no âmbito do Plano Nacional das Artes.

TEMA

«Raízes e Utopias: cuidar e construir»

A proposta de um tema aglutinador para o Projeto Cultural de Escola visa apresentar-se como um nó de possibilidades que estimule a reflexão e o trabalho de articulação, ao mesmo tempo que oferece uma direção para as múltiplas ligações que se podem estabelecer entre os diferentes projetos e as atividades do Agrupamento, entre ciclos e estabelecimentos de ensino, entre a escola e a comunidade, entre a educação e a arte. Deste modo, o tema aglutinador é uma base comum que permite articular estratégias, metodologias e atividades, mas também estimular e fortalecer, por diferentes caminhos, novas experiências de integração e de transgressão disciplinar, o ensaio de outros processos de ensino-aprendizagem e a abertura de horizontes inusitados nos modos de viver a escola e ver o mundo, por parte de todos os atores da comunidade educativa.

Tendo presente este enfoque, o tema proposto para o Projeto Cultural do AECO no âmbito do Plano Nacional das Artes é:


«Raízes e Utopias: cuidar e construir»


Com a proposta deste tema, apontamos os seguintes vetores de contextualização que, tendo em mente o retrato do Agrupamento de Escolas Coimbra Oeste atrás apresentado e as potencialidades do seu território, são pistas para a sua concretização e desenvolvimento:

a) na medida em que remete para a tensão entre a dimensão da herança natural e histórico-cultural que nos enforma e a dimensão de possibilidade e projeto que idealizamos, bem como implica o cuidado ativo em relação aos outros com quem partilhamos o mundo, o tema «Raízes e Utopias: cuidar e construir» abre-se a atividades, projetos e abordagens disciplinares e interdisciplinares que evoquem essas tensões e este projeto de cidadania;

b) o tema «Raízes e Utopias» permite a ligação às ciências naturais, numa perspetiva de articulação entre a investigação e a cidadania, tratando subtemas como a sustentabilidade ecológica, a poluição e esgotamento da natureza, a crise climática, a importância da água ou a manipulação transgénica, entre outros;

c) este tema suscita o envolvimento dos saberes histórico, geográfico, económico e outros, no conhecimento e valorização do património, seja ele rural e urbano, material e imaterial, popular e tradicional, nas suas múltiplas formas e expressões, numa perspetiva de intervenção cidadã em parceria com as entidades autárquicas, associativas, culturais e científicas da comunidade;

d) o tema «Raízes e Utopias» apela ao diálogo com a diversidade de línguas, culturas e ideias, envolvendo os clubes, projetos e atividades do AECO como instrumentos de acolhimento, integração e participação na comunidade escolar de todos os que a ela chegam, por um lado, mas também de abertura de horizontes de construção pessoal, de conhecimento dos outros, próximos ou distantes, na construção de um futuro comum;

e) este tema apela ao contributo das ciências exatas e da matemática, na sua articulação ancestral e virtual com as artes plásticas, a arquitetura e a música, na descoberta da linguagem matemática na natureza, na projeção dos cenários do futuro;

f) o tema «Raízes e Utopias» abre também possibilidade de envolvimento dos diferentes cursos profissionais do AECO, quer seja na valorização do património gastronómico ou na descoberta de novos caminhos nas artes de comer e beber, no uso das tecnologias da comunicação e da informática ligadas ao património e à cultura, nas técnicas da animação sociocultural através das artes e expressões ou nas técnicas farmacêuticas aplicadas ao cuidado dos outros, novos e velhos, mais ou menos frágeis, aqui incluindo também o cuidado em relação aos recursos florestais e ambientais;

g) «Raízes e Utopias» evoca a terra e o elemento etéreo, a matéria e espiritualidade - os espaços dos lugares e de quem os habita, pessoas, bichos, plantas e pedras, mas também os espaços dos não-lugares, dos sonhos e dos pesadelos, das lendas e da imaginação –, sugerindo caminhos para o desenvolvimento das diferentes vertentes das expressões, das artes ou da criatividade;

h) «Raízes e Utopias» evoca a facticidade e a finitude, mas também a superação dos limites, em que as diferentes modalidades e projetos específicos da educação física, tal como as atividades de prevenção e promoção de saúde da mente, podem ser polos aglutinadores para o reconhecimento e valorização de si e dos outros, para o estímulo ao esforço, à melhoria e à resiliência;

i) podem confluir com o tema «Raízes e Utopias» muitas atividades e projetos que constituem uma vivência enraizada no AECO, designadamente, no âmbito das bibliotecas escolares, Escola UNESCO, Plano Nacional de Cinema, «Rua com Eles», «Revivências», «Arte Chair», EcoMuseu do Mondego, e os clubes de teatro, música, rádio, artes plásticas, etc.

j) ao tema «Raízes e Utopias» podem associar-se as propostas de programação no âmbito das comemorações dos 50 anos do 25 de abril de 1974, dirigidas ao público escolar e a atividades de turma, privilegiando diversas formas de intervenção colaborativa, em metodologia de projeto e envolvendo diversas disciplinas, a Cidadania e Desenvolvimento e Domínios de Autonomia Curricular (DAC). 

EIXOS ESTRATÉGICOS

Linhas prioritárias de ação

Tendo em mente as finalidades propostas no Plano Nacional das Artes e na Estratégia Nacional de Educação para a Cidadania, bem como os compromissos da Rede de Escolas Associadas da UNESCO e na Estratégia Educação Cidadania Escola (EECE), a Promoção e Educação para a Saúde (PES), propõem-se as seguintes linhas estratégicas de atuação:

1. SUGESTÓRIO – consulta e observatório permanente das propostas, necessidades, expectativas e hábitos culturais e artísticas das alunas e alunos, de modo a incentivar a sua participação e o desígnio integrador da Escola;

2. ARTE-VAI ARTE-VEM – oficinas, palestras, visitas, etc. dirigidas aos alunos e às alunas, prioritariamente em regime de colaboração docentes-artistas, em contexto de sala de aula/sala de atividades ou nos espaços culturais das entidades parceiras;

3. PATRIMÓNIO QUE NOS ENVOLVE – atividades de descoberta, pesquisa e fruição do património envolvente, na sua diversidade natural e cultural, rural e urbana, material e imaterial, histórica e arquitetónica, gastronómica, popular e tradicional, dos ofícios e das lendas;

4. PASSAPORTE CULTURAL – implementação e generalização do dispositivo e procedimentos de um registo digital das experiências culturais e artísticas das crianças e jovens, durante o seu percurso escolar no AECO, desde a educação pré-escolar até ao ensino secundário;

5. MOSTRAR-TE – meios de divulgação interna e externa, em suporte digital ou físico, das atividades culturais e artísticas dos diferentes projetos do AECO e entidades parceiras, nos espaços das escolas e da comunidade;

6. CALENDÁRIO UNESCO - celebração, em articulação com as finalidades do Plano Nacional das Arte, da Estratégia Educação Cidadania Escola (EECE), da Promoção e Educação para a Saúde (PES) dos dias específicos eleitos pelas Nações Unidas para marcar acontecimentos ou assuntos relevantes com o objetivo de promover, através da consciencialização e da ação, os objetivos da Organização.

7. CINQUENTENÁRIO DO 25 DE ABRIL - atividades que promovam o conhecimento, a discussão e a projeção futura do património e ideário político e cívico da revolução do 25 de abril de 1974.

8. DAR & RECEBER - atividades que promovam o acolhimento e participação das alunas e alunos estrangeiros e o conhecimento mútuo das raízes e realidades culturais.

9. CUIDAR-TE - atividades que promovam a saúde menta, o reconhecimento e valorização do eu.

10. ACADEMIA PNA – esta medida do Eixo B. CAPACITAÇÃO do PNA, tem em vista capacitar “docentes, artistas e mediadores para a utilização das práticas artísticas em processos pedagógicos, de outras pedagogias críticas, questionadoras e promotoras da autodescoberta, da colaboração e da criatividade, assumindo a premissa da transversalidade do conhecimento.”

11. (DES)INSTALAR-TE – atividades que podem passar por projetos específicos, concursos de ideias e parcerias, no sentido de desenvolver ideias, planear intervenções e criar objetos que transformem os ambientes de trabalho, sala de aula e espaços escolares, tornando mais presente a arte nos espaços exteriores e interiores das escolas do AECO.

12. ARTISTA(S) RESIDENTE(S) – de acordo com a proposta do Programa «Indisciplinar a Escola» do PNA, o Artista Residente é “responsável pela conceção/orientação do projeto de continuidade com as escolas, mas tem como colaboradores diretos e participativos a comunidade que integra o PCE. O trabalho a realizar na escola conta com a colaboração ativa da comunidade escolar e dos mediadores e colaboradores externos que integram o PCE.” (A concretização desta medida depende da existência de parcerias em que ela seja enquadrável ou de candidatura específica junto do PNA, da autarquia ou de outros programas como o PNEPSE.)

COMO ARTICULAR AS ATIVIDADES DA TURMA (visitas de estudo, projetos DAC, PES, Cidadania, etc.) COM OS EIXOS ESTRATÉTIGOS do PCE do AECO?

Os seguintes aspetos são orientações para a articulação das atividades da turma com os eixos estratégicos do PCE do AECO *:

a) relacionar-se com o tema «RAÍZES E UTOPIAS: CUIDAR E CONSTRUIR» (ver pp. 13-14 do Projeto Cultural 2023-2025);

b) articular-se com a área da CIDADANIA;

c) envolver PARCERIAS com os agentes culturais e artísticos, em especial, do território;

d) reunir os vetores de fruição, mas também da CRIAÇÃO (incentivar o papel ativo dos alunos, intervindo na comunidade, produzindo trabalhos, manifestando a sua opinião...);

e) procurar a ARTICULAÇÃO entre disciplinas, projetos, ciclos e estabelecimentos do AECO.


* Tendo a atividade alguns destes vetores, fará sentido assinalá-lo no InovarPAA (logo no primeiro quadro, indicar a atividade com o "✔" em «Outras estruturas curriculares - PCE».)