Manganês (Mn)

A essencialidade do Mn foi demonstrada para fungos, plantas superiores e para animais em 1863, 1923 e 1931  respectivamente (SMITH 1993). O Mn no solo depende da rocha que deu sua origem e sua qantificação na mesma, sendo que em rochas ígneas apresenta maior concentração. O Mn disponível pode estar na forma orgânica solúvel, como Mn+2 e como Mn+3 que é facilmente reduzido a Mn+2 em micrositios pouco arejados dos solos aeróbicos ou, em maior escala nas condições anaeróbicas (solos encharcados, arroz inundado). O manganês orgânico disponível aparece como quelado ou metalóforos, sendo em geral baixa a constante de estabilidade o que permita o deslocamento daquele por outros cátions de solução do solo. A disponibilidade é  em função do pH, possivelmente o fator mais importante, condições de óxido- redução, microorganismos e exsudados de raízes. O manganês é um micronutriente indispensável para a produção de clorofila, desempenhando um papel crucial na ativação de enzimas. Sua função primordial está ligada à operação do fotosistema II durante o processo de fotossíntese, onde é responsável pela quebra da molécula de água. Além disso, o manganês desempenha um papel vital no equilíbrio iônico, agindo como contra-íon ao reagir com grupos aniônicos. Uma variedade significativa de enzimas é potencializada pela presença de manganês, especialmente aquelas que participam de vias metabólicas intermediárias. Quanto à toxicidade de Mn, considera-se que a acumulação de Mn2+ é tóxica para a maioria das plantas cultivadas, esse elemento parece ser o único micronutriente que pode acumular-se nas plantas por absorção excessiva. 

O manganês é um elemento químico considerado essencial por estar envolvido no metabolismo de aminoácidos, carboidratos, gorduras, colesterol e ácidos nucléicos - DNA e RNA, por exemplo, enzima piruvato carboxilase. O mesmo atua na formação óssea, na síntese de glicoproteínas e mucopolissacarídeos, nos tecidos conectivos, na formação da cartilagem, e dos ossos, na coagulação sanguínea, na ação da insulina, e na síntese de colesterol (produção de hormônios sexuais).  As forragens são ricas em manganês, por isso os sintomas de deficiência são difíceis de ocorrer em ruminantes, já em bezerros, se apresenta na forma de juntas inchadas, ossos e cartilagens com crescimento anormal, baixa tolerância à glicose e má-formação ao nascer. O maior dano da deficiência de manganês ocorre em aves, se apresentando com a retração da cabeça dos pintinhos, perose - tendão rompido, baixa produção de ovos e baixa eclodibilidade. A perose pode ocorrer também por deficiência de colina e biotina. Nos mamíferos, os sintomas de deficiência de manganês são anestro, a libido reduzida, espermatogênese anormal e baixa concepção.

MINERAIS QUE POSSUEM MANGANÊS EM SUA COMPOSIÇÃO:

Pirolusita , PsilomelanoPurpurita , Rodonita , Turmalina


REFERÊNCIAS: 

FERNANDEZ, Manlio S.  Nutrição mineral de plantas. SBCS, 2006.

MACHADO, Luiz Carlos. GERALDO, Adriano. Nutrição Animal Fácil. Edição do autor. Bambuí, Minas Gerais. 2011.

MALAVOLTA, Eurípedes. Manual de nutrição mineral de plantas. Pavilhão de Chimica, ESALQ: CERES, 2006. 

ROGÉRIO DE PAULA LANA, Nutrição e alimentação animal (mitos e realidades), Viçosa: UFV, vol. 2, pág. 111, 10 de maio de 2024.