A industrialização

A industrialização de caxias do sul

A industrialização de Caxias foi essencial para a transformação e urbanização da cidade e seu início pode ser compreendido por dois movimentos: um, pelo investimento de comerciantes na construção de fábricas e, outro, de pequenas oficinas que cresceram e se desenvolveram como indústria. Este último é o caso da metalúrgica Abramo Eberle, uma das primeiras indústrias da região e a qual dispõe de um acervo específico neste museu sobre sua história.

Visita virtual Ao museu

Visita virtual ao Museu Municipal Maria Clary Frigeri Horn

Foto geral do acervo. Fotógrafa: Paola Morgan Riva

A família Eberle

A família Eberle oriunda da região do Vêneto, se estabeleceu na Colônia Caxias em 1884 comprando um terreno na zona rural e um ano e meio depois, adquiriu uma pequena funilaria na Rua Sinimbu

A funilaria

Com duas propriedades houve a necessidade de dividir o trabalho. Enquanto o pai, Giuseppe, ficou encarregado da atividade no campo, coube a mãe, Gigia, dar início as funções da funilaria, em 1886. Entre os quatro filhos, estava Abramo, que desde cedo passou a acompanhar o serviço familiar, sobretudo na funilaria.

Algumas peças fabricadas pela empresa. Fotógrafa: Paola Morgan Riva
Ilustração representando a transição de comando. Fotógrafa: Paola Morgan Riva

Abramo Eberle

Em 1896, com 16 anos, Abramo passa a ter o comando da funilaria, produzindo uma diversidade grande de produtos e dispondo de dois funcionários: Rombaldi e Boff, que foram representados no quadro de Jorge Leitão.

A empresa

A empresa então passou a tomar outras proporções a medida que deslocava-se para outras regiões em busca de vendas e de matéria-prima, sendo Abramo um dos primeiros empresários a estabelecer relações com centros econômicos como São Paulo.

Quadro de Jorge Leitão representando dois funcionários: Rombaldi e Boff. Fotógrafa: Paola Morgan Riva
Estribo com brasão de armas do Brasil. Fotógrafa: Paola Morgan Riva

Estribo com brasão de armas do Brasil

A pequena funilaria fez-se uma indústria metalúrgica reconhecida nacionalmente, tornando-se a maior empresa do gênero na América Latina e, por consequência, criou relações próximas com o governo federal na época.

Pode-se observar isso através do Brasão de Armas do Brasil gravado em um estribo produzido pela metalúrgica a Cavalaria do Exército Brasileiro.

Eberle e Vargas

Já produzindo peças ao exército, com a entrada do Brasil na Segunda Guerra Mundial, em 1942, a Eberle foi escolhida naturalmente por Vargas para produzir equipamento de guerra, lucrando mais nesse período que coincide com o da produção de motores elétricos iniciada pela empresa alguns anos antes.

Algumas peças produzidas durante a segunda guerra mundial. Fotógrafa: Paola Morgan Riva
Foto geral do Museu. Fotógrafa: Paola Morgan Riva

Setor Metalmecânico

Diversas fábricas se constituíram no setor metalmecânico em Caxias do Sul, a partir da segunda metade do século XX, desenvolvendo a cidade como polo industrial e tendo a Metalúrgica Abramo Eberle como principal empregadora. Dessa forma, uma nova onda migratória se estabeleceu na cidade, por pessoas em busca de emprego na indústria, vindas principalmente do interior do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná.

Venda da empresa

A empresa acabou por ser vendida a outro grupo em 1984. No entanto, o legado da empresa familiar ainda é presente na indústria caxiense e também na arquitetura da região. Sua sede é um dos edifícios tombados pelo patrimônio histórico local e está representado no Museu pela sua maquete.

Algumas peças voltadas ao setor metalmecânico. Fotógrafa: Paola Morgan Riva
Maquete da MAESA. Fotógrafa: Paola Morgan Riva

O Prédio

O prédio localiza-se no centro da cidade e é possível observar ao topo a réplica da pequena funilaria onde o negócio se originou e que se situava no mesmo terreno do atual.

projeto de Silvio Toigo

Também é possível observar no quadro emoldurado o projeto de Silvio Toigo do complexo da “Maesa”, edifício de 53 mil metros quadrados, construído em 1948 e atualmente cedido ao município pelo Estado para revitalização de seus prédios históricos

Projeto de Silvio Toigo do complexo da MAESA. Fotógrafa: Paola Morgan Riva
Cadeira presente no acervo. Fotógrafa: Paola Morgan Riva

O acervo

O acervo disposto no Museu Municipal faz parte de uma doação feita pelo Museu Eberle e a Casa da Saudade, ambas instituições ligadas à própria empresa. É possível observar também cadeiras dos escritórios, uma mesa de projetista, além de documentos como um contrato de 1901 e um livro de operações financeiras

Pesquisas relacionadas

*Em breve*