Arte e lazer

Arte e Lazer

Ao chegarmos na última sala de exposições permanentes do museu Municipal Maria Horn Frigieri, nos deparamos com um espaço que apresenta uma temática distinta vista até então.

Como vimos anteriormente a cultura ligada ao trabalho, de longas e fatigáveis jornadas diárias na labuta, marcou o princípio da colonização em território brasileiro. Da chegada, com o cultivo da terra e um sistema de subsistência campesino ao advento da indústria, a imagem do italiano sempre foi intrínseca ao trabalho braçal.

Aqui, no entanto, deixamos de lado essa perspectiva inerente à vida laboriosa e nos voltamos aos momentos dedicados ao entretenimento, que costumava ocupar o tempo vago de muitos cidadãos.

A sala da Arte e Lazer busca resgatar, por meio de peças e objetos que marcaram os séculos passados, um pouco dessa memória extra-laboral.

Visita virtual ao museu

Visita virtual ao Museu Municipal Maria Clary Frigeri Horn

Os brinquedos. Fotógrafa: Paola Morgan Riva

os Brinquedos

A parte da infância, resguardada ao último espaço, nos faz imergir no mundo das crianças com um olhar lúdico e de grande nostalgia. As bonecas de pano e de sabugo de milho, artesanalmente confeccionadas pelas próprias donas de casa; Os carrinhos de madeira, rústicos e encantadores; Os clássicos, como o dominó e as cinco marias e que até hoje ganham a diversão das crianças.

brinquedos referentes à vida doméstica

Além de todo o caráter pueril, entretanto, os brinquedos já ganhavam naquela época um sentido que ultrapassava o propensão pedagógica. As minúsculas peças que fazem alusão ao mundo doméstico, direcionava os pequenos às tarefas diárias, como o trabalho de casa, realizado quase que exclusivamente pelas mulheres. Por meio disso, conscientização do que encontrariam na vida adulta se tornava, consequentemente, cada vez mais concreta e presente no ideário crianças. Fato, que culminava, inclusive, num amadurecimento precoce e de grande responsabilidade.

Brinquedos referentes à vida doméstica. Fotógrafa: Paola Morgan Riva
Na tofo, algumas câmeras ao lado de uma TV e um rádio. Fotógrafa: Paola Morgan Riva

A tv e o rádio

Os aparelhos eletrônicos, consequentemente, ganham destaque neste cenário. É o caso, por exemplo, das televisões e rádios. Os modelos, que datam da segunda metade do século XX, nos remete a um mundo mais globalizado e que já passava por uma transformação cultural gradual, chegando a cidades fora dos grandes centros econômicos.

os tocadores de disco

Evidentemente, aparelhos audiovisuais, como esses, eram restritos, inacessíveis para os padrões de vida daquela época; não passavam de mero desejo. Afinal, apenas um pequeno número de famílias possuíam um tocador de disco de vinil em suas casas, como uma eletrola ou um belo e requintado gramofone. Quem os tinha demonstrava o luxo, a ostentação e até mesmo um status social elevado.

Vitrola. Fotógrafa: Paola Morgan Riva
Foto geral do acervo. Fotógrafo: Guilherme Sorgetz

A energia elétrica

Conquistas como essas só foram possíveis, é claro, com a chegada da energia elétrica em Caxias do Sul, datada de 1913. Apesar de ser limitada a alguns pontos específicos, foi a partir de sua introdução na cidade que um novo estilo de vida aos poucos fora se formando e delineando a cultura local.

Instrumentos musicais

A arte, enquanto música, também começava a dar seus primeiros passos na região. Os instrumentos musicais, que compõem a sala, revelam não apenas a diversidade dos equipamentos bem como a paixão e carinho daqueles que tinham a música como um paixão em suas vidas. Nas fotografias das primeiras bandas marciais caxienses podemos constatar um pouco disso.

Instrumentos. Fotógrafa: Paola Morgan Riva
Câmera. Fotógrafo: Guilherme Sorgetz

As câmeras fotográficas

Por falarmos em fotografia, logo ao entrar na sala, o visitante se depara com alguns modelos de câmeras fotográficas que registravam desde a vida particular aos eventos mais formais da sociedade. Máquinas que carregam consigo a tradição de antigos estúdios fotográficos da cidade, a exemplo do estúdio Geremia, que protagonizou na área por muitos anos do século anterior. Os diversos tamanhos, as lentes e as próprias fotos reproduzidas nos conduz a uma volta no tempo, mostrando a evolução de um equipamento cujo, nos dias de hoje, cabe facilmente em nossos bolsos.

a sala

A sala da arte e do lazer é um espaço onde a reflexão, o pensamento e o olhar aguçado deixam de ter idade. Deixam de ter sexo. deixam de ter a visão única de uma cultura homogênea. É onde a curiosidade mostra suas várias faces, proporcionando ao visitante o conhecimento e a percepção entre esse elo que liga o passado e o contemporâneo.

Foto geral do acervo. Fotógrafa: Paola Morgan Riva

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