Discografia

dISCOGRAFIA museal

A nossa coleção consiste de um total de 3181 discos, sendo eles:

  • 2412 discos de gramofone (Goma Laca, 78 rpm);

  • 505 discos de vinil (Long Play (LP), 33 1/3 rpm);

  • 264 mini discos de vinil (compactos, 45rpm).

Na nossa coleção temos discos gravados por 142 gravadoras diferentes, algumas brasileiras e outras importadas.

O gráfico ao lado representa quantos discos temos de cada gravadora. A gravadora RCA corresponde a quase 32% dos discos da nossa coleção, com um total de 1046 discos. As outras quatro gravadoras mais representadas são:

  • Odeon, com 520 discos, cerca de 16%;

  • Columbia, com 263 discos, cerca de 8%;

  • Polydor, com 167 discos, cerca de 5%; e

  • Continental, com 152 discos, cerca de 5%.

Somadas, essas 5 gravadoras correspondem a 2148 discos dos 3181 totais, cerca de 67% de toda nossa discografia museal.

TIPOS DE DISCOS

Discos de Gramofone

Feitos majoritariamente de goma laca, o disco de 78 rotações (78 rpm) é o nome utilizado para discos tocados em um gramofone. Armazenavam somente áudio (principalmente canções, mas também discursos e ditados e, em raros casos, efeitos sonoros e hinos) entre 1895 e meados da década de 1970, mas que já vinham caindo em desuso a partir do advento do disco de vinil, no fim da década de 1940. Foram inventadas por Emil Berliner, juntamente com o gramofone, em 1888.

Discos de vinil (LP)

O Disco de vinil, conhecido simplesmente como Vinil, ou Disco fonográfico, ou Long Playing Record (abreviado Long Play e LP; em português: disco de longa duração), é um disco, majoritariamente de cor preta e contendo um rótulo no centro chamado de selo fonográfico. São fabricados através de processos eletromecânicos e feitos de um material plástico chamado policloreto de vinila (abreviado como vinil ou PVC), que foi inventado pelo engenheiro Peter Carl Goldmark (empregado da Columbia Records) para substituir os velhos discos de 78 rpm, utilizada para o armazenamento de áudio desde 1948.

Embora tenham experimentado um grande declínio em seu uso a partir da década de 1990, com a introdução do CD, ressurgem na década de 2010, influenciada por connoisseurs de música, tentando retornar à qualidade sonora dos discos.

Mini discos de vinil (compactos)

Um disco de 7 polegadas (18cm) que toca a 45rpm (rotações por minuto). Isso normalmente cabe cerca de cinco minutos de música em cada lado e são discos que chamamos de single (uma música em cada lado).

Os amantes do compacto defendem que o som é melhor do que no disco de vinil maior. Isso porque no processo de masterização, quanto maior o nível e frequência registrados, maior a curvatura do sulco. Coisas que a física explica.

Os compactos possuem um charme especial não só pelo seu tamanho, mas também por terem sido muito usado como difusor de músicas de trabalho de um álbum completo, que seria lançado posteriormente. Era como se o compacto "abrisse alas" para o álbum.


"HIS MASTER'S VOICE"

RCA Records

"His Master's Voice", traduzido para o português, "A Voz do Dono", era a marca registrada da gravadora RCA, seu logo era a imagem do cachorro Nipper ouvindo um gramofone.

A RCA inicialmente foi fundada com o nome Victor Talking Machine Company e manteve esse nome até 1929 até que passou a ser conhecida como RCA Victor.

A Victor passou por grandes dificuldades com a Crise da Bolsa de Nova Iorque de 1929 e a solução encontrada pelas empresas controladoras foi vender a operação para a Radio Corporation of America que rebatizou a empresa como RCA Victor. Assim, a Radio Corporation of America seria a controladora da gravadora de 1929 até 1986.

No final de 1968, a controladora resolve remodelar completamente suas marcas: muda o seu logotipo e, também, o da sua gravadora. Assim, a gravadora passa a se chamar RCA Records.

Em 2011, a RCA Records foi reestruturada e absorveu todos os artistas da Arista e J Records e vários artistas da Jive Records, já que estes selos foram desativados.

RCA no Brasil

A Victor havia recebido autorização para atuar no Brasil em agosto de 1928, embora tenha começado suas atividades apenas em novembro de 1929 e, assim, quando a matriz americana foi adquirida pela RCA e trocou de nome, o mesmo ocorreu com a filial brasileira que, em agosto de 1931, passou a chamar-se RCA Victor Brasileira, Inc. Nos anos seguintes, a gravadora lutou para conquistar espaço no mercado brasileiro que era dominado pela Odeon Records e, em 1934, a gravadora já equilibrava forças com a sua concorrente. No final da década, a gravadora estava completamente consolidada no território nacional com artistas como Almirante, Mário Reis, Carmen Miranda, Aracy de Almeida e Ciro Monteiro.

Odeon Records

nome fantasia da International Talking Machine Company, foi uma gravadora fundada por Frederick M. Prescott em Berlim, na Alemanha, no ano de 1903. Como selo fonográfico de propriedade da Universal Music Group, a marca sobrevive até hoje em diversos países, principalmente Brasil e Alemanha.



Frederick M. Prescott era o presidente da Zonophone International, o braço internacional da gravadora americana e viu a empresa ser fechada por problemas judiciais da matriz. Assim, reuniu-se com os investidores franceses que o haviam ajudado a abrir a primeira empresa e propôs que fundam-se uma nova empresa, com sede na Alemanha, para atuar em todo o continente europeu. Desse modo, a gravadora foi fundada em agosto de 1903, com fábrica em Weissensee, em Berlim, na Alemanha, com o intuito de vender discos e toca-discos, chamados comercialmente de "odeon records" e "odeon talking machines", respectivamente. A empresa funcionou independentemente até 1906, quando foi comprada pela Fonotipia Ltd, da Inglaterra. Em 1911, a empresa inglesa foi comprada pela Carl Lindström Company, tornando-se esta última a controladora da Odeon Records. Com isto, a Odeon expandiu-se para a América Latina, construindo fábricas na Argentina, Chile e, a maior de todas, no Brasil - em parceria com a gravadora brasileira Casa Edison. Em 1926, a Columbia Graphophone Company, uma gravadora inglesa, adquiriu o controle da controladora da Odeon, modificando a política relativa a América Latina e terminando a parceria com a Casa Edison, passando a executivos da própria Odeon a operar a fábrica e a cuidar das vendas. Em 1931, a Columbia Graphophone Company e a Gramophone Company realizaram uma fusão fundando a EMI e, assim, a Odeon passou a ser controlada pela gigante inglesa.

Sob intervenção nazista

Em 1936, o diretor da filial da Odeon foi forçado a se retirar e foi substituído pelo Dr. Kepler, um membro do Partido Nazista. Em 1939, a Odeon e a Electrola Records passam a ter sua gerência feita por administradores nazistas. Quando os russos liberaram Berlim em 1945, eles destruíram a maior parte de sua fábrica.

Odeon no Brasil

Após o fim da parceria com a Casa Edison, a empresa passou a ser gerida por diretores apontados pela matriz e continuou a ser uma das principais gravadoras do país até começar a perder espaço durante os anos 1960. Em 1949, trocaria sua fábrica para São Bernardo do Campo, fechando-a em 1985 e passando a terceirizar a sua produção. No mesmo ano, a empresa passaria a funcionar como EMI Brasil, utilizando uma variedade de selos, além do selo Odeon. Após a venda da EMI para a Universal, o selo continuou a ser utilizado para relançamentos e lançamentos especializados.

Pesquisa, restauro e catalogação realizada por Felipe Piamolini Alves e Isabella Peruzzolo Bizi em 2021.