Imigração Italiana

Imigração Italiana

A terra que faltava aos europeus era abundante no Brasil. O governo imperial de D. Pedro II (1840-1889) resolveu implantar um projeto de imigração e colonização, ganhando a adesão de países do velho continente, como Alemanha, Polônia entre outros, mas especialmente da Itália.

Visita Virtual ao Museu

Visita virtual ao Museu Municipal Maria Clary Frigeri Horn

Malas trazidas pelos imigrantes para a região. Fotógrafa: Paola Morgan Riva

Início da imigração

Esses países viviam dificuldades econômicas graves naquele momento. Abrindo mão da responsabilidade de buscar uma solução para grande massa de desempregados e tendo em vista uma alternativa para a sobrevivência da população, o governo italiano incentivou a Imigração.

A Cocanha

Por isso, milhares de pessoas atravessaram o oceano atraídos pelo Novo Mundo, “El paese de la Cocanha”. A Cocanha é um país mitológico, conhecido durante a Idade Média.

Nesta terra mitológica, não havia trabalho e o alimento era abundante, lojas ofereciam seus produtos de graça, casas eram feitas de cevada ou doces, o clima sempre era agradável, o vinho nunca terminava e todos permaneciam jovens para sempre. Vivia-se entre os rios de vinho e leite, as colinas de queijo e leitões assados que ostentavam uma faca espetada no lombo.

Mas a realidade foi outra. Quando chegaram aqui em nossa região depararam-se apenas com a mata virgem.

Quadro do "País da Cocanha". Fotógrafa: Paola Morgan Riva
Foto geral do espaço do museu. Fotógrafa: Paola Morgan Riva

O projeto de imigração

O projeto de imigração e colonização o governo brasileiro, também tinha objetivos como:

  • A ocupação dos espaços vazios do território como forma de ampliar o comércio interno;

  • Aumentar a segurança de suas fronteiras;

  • Promover a substituição da mão de obra escrava pela mão de obra livre, assalariada;

  • Realizar a política eugênica de branqueamento da população.

1875

A primeira leva de imigrantes italianos chegou a Colônia Caxias por volta de 1875. As longas viagens de navio eram feitas em condições precárias e junto com animais, com isso se espalharam epidemias e doenças, levando pessoas a morte durante o trajeto e seus corpos eram jogados ao mar.

Desembarcavam primeiramente no Rio de Janeiro, onde ficavam em quarentena e posteriormente foram encaminhados para outras regiões do país.

A grande maioria dos imigrantes italianos que chegaram à Serra Gaúcha, vinham principalmente do norte da Itália, em sua maioria da região de Vêneto.

Foto geral do espaço do museu. Fotógrafa: Paola Morgan Riva
Bagagem dos imigrante com os locais de suas viagens gravados no topo. Fotógrafa: Paola Morgan Riva

A bagagem

Na bagagem traziam as roupas de cama e de vestir; instrumentos de trabalho, utensílios domésticos e tudo o mais que coubesse nas malas, baús e valises. Em cada peça, em cada objeto, lembranças de cenas e rostos familiares, resquícios de uma história de vida cujos sonhos ocupavam, agora, o maior espaço.

Lotes

Na chegada, os imigrantes ocuparam lotes em uma região coberta pela mata. O primeiro contato dos colonos aqui seria com o agrimensor. Ele era o responsável pela medição da terra a ser ocupada. Ele fazia parte da Comissão de Terras que o governo da Província do Rio Grande designou para receber e estabelecer os novos imigrantes em suas colônias.

Teodolito. Fotógrafa: Paola Morgan Riva
Foto geral do espaço do museu. Fotógrafa: Paola Morgan Riva

A lei imperial

A lei imperial de janeiro de 1854 ordenara a demarcação dos lotes coloniais. As medidas básicas das colônias eram a légua, o travessão e o lote rural. Em forma de retângulo, os lotes possuíam 200 a 250 metros de frente por 1.000 ou 1.200 metros de fundo. As colônias, geralmente, não ultrapassam os 30 hectares.

Vítimas da Lei de Terras de 1850, foram obrigados a pagar por elas, porém tinham de 5 a 10 anos para quitar a dívida.

Imigração Subvencionada

Foi a chamada Imigração subvencionada, onde as passagens de vinda eram financiadas, bem como o alojamento em galpões na chegada e pequeno auxílio na instalação em suas terras.

Foto geral do espaço do museu. Fotógrafa: Paola Morgan Riva
Quadro de Jorge Leitão. Fotógrafa: Paola Morgan Riva

Jorge Leitão

Nascido em uma família humilde de porto Alegre no ano de 1903, Jorge Leitão abandonou os estudos aos 18 anos.

Sempre com apreço ao desenho, realizou diversos trabalhos de propaganda e publicidade na capital gaúcha.

Com a Festa da Uva, na década de 1930, vislumbrou possibilidades de mais trabalho na região. Apaixonou-se pela cidade e por aqui fixou residência. A pintura da paisagem regional foi a marca de seu trabalho.

O Quadro de Jorge Leitão

O quadro presente aqui no Museu Municipal é um dos exemplares de sua obra. Ele contribui em alguns aspectos, de forma ilustrativa, para descrição de como pode ter sido uma paisagem no início da imigração, como por exemplo:

  • A vegetação nativa, rica em araucárias;

  • O estilo e características das casas de madeira, com seu telhado de tabuinhas, e a separação da cozinha da parte íntima da casa;

  • A presença do forno para o pão e assados;

  • A fonte de água, como elemento de fundamental de sobrevivência para a família e animais, bem como para higiene de roupas e da família.

Detalhes do quadro de Jorge Leitão. Fotógrafo: Guilherme Sorgetz
Itens de trabalho animal. Fotógrafa: Paola Morgan Riva

como sobreviviam

Instalados em suas terras, os imigrantes derrubaram a mata e prepararam a terra para receber suas sementes.

Mas, até suas primeiras colheitas, eles sobreviviam da caça e coleta de frutas e alimentos silvestres. Também trabalhavam na abertura de estradas para a Comissão de Terras, onde o serviço era remunerado. Sendo, muitas vezes, a única fonte de renda que possuíam até a primeira colheita.

Novas Paisagens

Lavouras de milho, trigo, feijão, entre outras, formaram uma nova paisagem em que as cercas também delimitavam o espaço dos cavalos, mulas, galinhas, porcos, ovelhas, vacas de leite e outros animais domésticos para consumo familiar. A habilidade manual e o conhecimento permitiram que a abundante madeira se transformasse em máquinas e utensílios para processar alimentos como farinhas, a banha, o mel...

Máquinas voltadas para a agricultura. Fotógrafa: Paola Morgan Riva
Máquinas voltadas para a produção do vinho e afins. Fotógrafa: Paola Morgan Riva

Cultivo da uva e fabricação de vinho

Com o passar dos anos foram cultivando outros tipos de alimentos, plantava-se de tudo um pouco, ficaram conhecidos, também, pelo cultivo da uva e fabricação de vinho.

Do fabrico e consumo familiar, o vinho saiu dos limites locais para atingir outros mercados do país e gerar um lucro comercial

Os alimentos

Preparar, cultivar, colher e transformar para cozinhar os alimentos e compartilhar a mesa farta, um sonho alcançado. A polenta, as massas, o pão, as sopas e, especialmente, as carnes, carregam o gosto da tradição gastronômica, que renova com a criação de novos pratos como o galeto al primo canto.

Geladeira. Fotógrafo: Guilherme Sorgetz

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