Quando o Brasil começou a ser colonizado, o comércio interno era reduzido e as mercadorias eram trocadas por outras, esse comércio era conhecido como "escambo". Tinha como unidade monetária o real português; também circulavam moedas hispano-americanas, porém sua circulação era pequena então, para facilitar a troca, alguns produtos assumiram a função de moeda como: açúcar, boi, chá, condimentos etc.
O governador Constantino Menelau, no ano 1614, determinou que o açúcar tivesse valor como "moeda", então 15 kg (uma arroba) de açúcar branco foi fixado em 1.000 réis, o mascavo em 640 réis e os de outras espécies em 320 réis.
A moeda sonante (dinheiro amoedado) vinha de Portugal, porém a sua origem era espanhola, a qual era rica em reservas metálicas, como o ouro e a prata extraídos do seu império colonial.
De 1580 a 1640, tempo em que a Espanha dominou Portugal, o Brasil Colônia utilizava a moeda real hispano-americana, a qual era cunhada em Potosi (Bolívia). As moedas eram de meio, 1, 2, 4, 8 "reales" que eram equivalentes 20, 40, 80, 160 réis.
Quando a Holanda ocupou o Nordeste brasileiro, em 1624, sob o seu domínio foi cunhada a primeira moeda no território nacional. Suas formas eram quadradas, pequenas, confeccionadas em ouro e prata, as quais começaram a circular no ano de 1645, em Pernambuco. Essas moedas eram usadas principalmente para pagar os soldados holandeses, que estavam no nordeste brasileiro. Porém, com a expulsão dos holandeses, em 1654, e a restauração do reino de Portugal, a Colônia voltou com a política monetária portuguesa. No ano de 1669, as moedas de prata portuguesas iniciaram a circulação no Brasil Colônia, carimbadas com um sinete real, nos valores de 80, 160, 320, 640 réis.
Nesta época circulavam moedas com diversos tipos, origens e valores instáveis. Portugal não dava importância para o fato, porque no período colonial o mercado interno era pequeno, os escravos não compravam nem vendiam, pela sua condição social, e os colonos livres recebiam seus pagamentos em mercadorias.
Criação da Casa da Moeda.
No final do século XVII foram criadas as primeiras moedas brasileiras e Salvador era, na época, a principal cidade da Colônia, sua capital e o mais importante centro de negócios. Então foi o local escolhido pelos portugueses para a instalação da primeira Casa da Moeda, em 1694. Essas moedas eram cunhadas em ouro e prata, sendo que as de ouro tinham o valor de 1, 2, e 4 mil réis. Sendo que as de prata observavam uma progressão aritmética de valores mais original 20, 40, 80, 160, 320 e 640 réis. As quais foram denominadas pelo povo de "patações", que tinha um certo sentido depreciativo, porque as moedas cunhadas no Brasil não tinham muita credibilidade no seu valor. No período de 1695 a 1702, entrou em circulação peças de cobre de 10 e 20 réis, cunhadas na Casa do Porto e destinadas a Angola, aqui introduzidas por determinação régia.
Em pouco tempo ficou difícil para a Coroa manter a Casa da Moeda em Salvador, porque foram descobertas jazidas de ouro pelos bandeirantes e a grande exploração das Minas Gerais. Ficou mais prático transferir a fabricação de dinheiro para o Rio de Janeiro em 1698, cunhando ouro e prata com os mesmos valores. A Casa da Moeda mudou para Pernambuco em 1700, retornando ao Rio de Janeiro em 1702. Em 1714, existiam duas Casas da Moeda, sendo uma no Rio e outra na Bahia. Depois em 1724 foi criada a terceira, em Vila Rica, que atuou até 1735, quando foi desativada. Para suprir a falta de troco a cidade do Maranhão chegou a ter a sua própria moeda, que era fabricada em Portugal, em ouro e prata, nos valores usuais e, em cobre, com seus valores em 5, 10, e 20 réis.
Os grandes negócios eram realizados na faixa litorânea, onde estava localizada a maioria das cidades. O dinheiro circulava somente nestas cidades, então nos distritos mineiros que produziam ouro, a moeda normalmente não circulava, o ouro era pesado e usado como moeda, tudo o que consumiam era importado. Em todo o interior brasileiro a economia de troca continuava prevalecendo. Nas regiões agrícolas, as fazendas, com seus escravos, produziam quase tudo que necessitavam. O dinheiro ficava a segundo plano, porque toda a riqueza era avaliada com base na propriedade imobiliária e o gado tinha um meio de intercâmbio bem aceito.
A Corte portuguesa veio para o Brasil em 1808 e, até esta data, tinha um valor muito pequeno de moedas circulando, a cifra de 10.000 contos (ou 10 milhões de réis). Com esse sistema monetário precário, chegando a circular ao mesmo tempo seis diferentes relações de moedas intercambiáveis. Para agravar mais a situação, o ouro em pó e em barra circulavam livremente e também podia-se encontrar moedas falsas no mercado.
Quando a Corte se transfere para o Rio de Janeiro, o processo econômico dá uma arrancada, aumenta a produção e o comércio e, com isso, tornou-se necessário mais dinheiro em circulação. O Banco do Brasil foi fundado, o qual deu início à emissão de papel-moeda, e seu valor era garantido pelo seu lastro, quer dizer, por reservas equivalentes em ouro. D. João IV retorna a Portugal e com ele foram a Corte e o tesouro nacional, reduzindo as reservas bancárias a 20 contos de réis. Em 28 de julho de 1821 suspenderam todos os pagamentos e iniciou-se a emissão de papel-moeda com pouco lastro metálico; então o dinheiro começou a desvalorizar rapidamente.
Em 7 de setembro de 1822, D. Pedro rompe definitivamente os laços de união política com Portugal e, no dia 1º de dezembro do mesmo ano, tornou-se o primeiro imperador do Brasil. Os cofres estavam vazios e a dívida pública era grande. No inicio da independência do Brasil não havia quase fundos. Embora a situação econômica brasileira tenha melhorado sob o comando de D. Pedro II, com o aumento da produção industrial, com o café e com a construção de estradas e ferrovias que facilitavam o escoamento das riquezas, mesmo assim a desvalorização da moeda persistia e já tinha se tornado um mal crônico no Brasil, com suas crises econômicas e financeiras se sucedendo.
Somente no Brasil República, em 1911, é que o dinheiro brasileiro obteve a sua primeira alta no mercado internacional. A partir daí, até os dias de hoje, a economia e a moeda brasileira vêm sofrendo mudanças, onde a moeda trocou várias vezes de nome. Em 1942 o "cruzeiro" substitui o "réis". Em 1967, com a desvalorização do cruzeiro, foi criado o "cruzeiro novo" com uma valorização de 1.000%; três anos depois, em 1970, com a inflação descontrolada, voltou-se ao nome "cruzeiro". No ano de 1986, com a desvalorização do cruzeiro, cria-se o cruzado, com 1.000% de valorização; três anos mais tarde, 1989, com a inflação em alta, cria-se o "cruzado-novo", novamente com 1.000% de valorização. Este nome durou um ano, o qual, em 1990, retorna ao nome "cruzeiro", mas não parou, pois em 1993, com a desvalorização do cruzeiro, foi criado o "cruzeiro real", com 1.000% de valorização; em 1994 cria-se o "real", com 2750% de valorização e, em 1998, vem a segunda família de moedas do "real".
Fonte: www.sociedadedigital.com.br