Gastronomia de Ovar

Caldeirada de peixe

Tradicionalmente, a caldeirada, em Portugal e na Galiza, é um cozido, ou seja, uma preparação que não passa pelo refogado, cujos componentes básicos são diversas variedades de peixe, batata, cebola, tomate e pimentão. O tempero deste prato pode incluir apenas sal de cozinha e azeite, ou vários outros condimentos, como pimenta, salsa ou outros.

A caldeirada pode ser mais ou menos líquida: por vezes, é servida como uma sopa, noutras regiões é frequente servi-la sobre fatias de pão ou com pedacinhos de pão torrado.

Caldeirada de Enguias

Prato preparado à base de enguias apresentando uma cor amarelada e textura macia. Características particulares: Caldeirada confecionada com "pó de enguias" ou "pó de peixe" (Gengibre Amarelo ou Açafrão das Índias ou Curcuma) Curcuma longa L, designadamente a raiz seca e depois moída.

Sobremesa

Pão de Ló de Ovar

O Pão de Ló de Ovar é um produto de pastelaria típico e tradicional da cidade de Ovar, sendo considerado o principal prato gastronómico desta localidade. Sendo amplamente reconhecido não só na Região de Aveiro, como a nível nacional e internacional, este doce garantiu a proteção internacional da sua denominação de origem, em 2016.

A autoria do Pão de Ló de Ovar não é oficialmente conhecida. Apenas se teoriza que é de origem conventual, especulando-se que alguma freira tenha divulgado a receita a algum familiar ou amigo residente em Ovar.[6] Segundo a tradição oral, durante o século XIX, várias famílias de Ovar dedicavam-se à confeção de doces regionais, de onde se destacava o Pão de Ló de Ovar. Sabe-se, no entanto, que a confeção deste doce é anterior ao século XVIII.

Luís de Oliveira Gomes, da família Arrota, criou o hábito de, nas quadras festivas do Natal e da Páscoa, presentear os seus clientes e amigos com pães de ló de Ovar, que eram transportados em canastras próprias, cobertas com lona, dando origem a que o fabrico da iguaria conhecesse incremento no segundo quartel do século XIX. Esse fabrico teve continuidade através da sua cunhada, Rosa de Oliveira Duarte, e, depois, nos seus filhos.

O fabrico, até ao final daquele século, era artesanal. A massa era batida à mão durante duas horas, em alguidares de barro vermelho com uma pá de madeira, e cozido em formas forradas com papel de linho branco, em fornos de lenha aquecidos com pinhas ou ramos secos. Para testar a temperatura do forno, era utilizada uma vara comprida, levando na extremidade uma tira de papel de linho branco, devendo permanecer no interior do forno durante o tempo de orar um pai-nosso, ocasião em que se invocava uma boa cozedura. Uma forma de tamanho médio consumia um arrátel de açúcar. Era tradição ainda que as pessoas da vila fornecessem ovos, açúcar e farinha de trigo, levando para si as claras restantes e pagando o chamado "feitio de fabrico". Para o transporte dos pães de ló, eram utilizados cestos ou tabuleiros utilizados exclusivamente para esse fim, guarnecidos por panos de linho bordados.

O Pão de Ló de Ovar ganhou nome no contexto da doçaria tradicional do País, graças à qualidade do produto e à sua progressiva comercialização, em tempos e mercados mais amplos.