Gastronomia de Coimbra

Chanfana

A chanfana é um prato de origem popular tradicional de Portugal. É um prato à base de carne de cabra, tradicionalmente já velha, assada dentro de caçoilas de barro preto em fornos a lenha, mergulhada em vinho tinto, alho, folhas de louro, pimenta, colorau e sal. Este prato tradicional deve ser consumido sem congelar num prazo de três a cinco dias (se congelado por mais de quinze dias poderá perder o sabor e as forças da carne).

Miranda do Corvo é chamada Capital da Chanfana, assim como Vila Nova de Poiares é chamada Capital Universal da Chanfana.

Existem explicações para o aparecimento da chanfana. Nenhuma é totalmente aceite, pois são histórias populares que carecem de fundamento histórico.

No entanto, registos históricos apontam para o aparecimento da chanfana em Portugal, aquando das Invasões Francesas no início do século XIX, na região centro, mais propriamente nos distritos de Viseu e Coimbra.

Uma das versões é a de que o prato foi inventado pelas monjas do Mosteiro de Semide que, para evitar que os franceses lhes roubassem os rebanhos, mataram os animais e os cozinharam. Como os franceses tinham envenenado as águas, as monjas utilizaram vinho para a sua confeção.

Outra versão é a que liga as freiras desse mesmo mosteiro às invasões napoleónicas. Os soldados teriam confiscado todos os animais para alimentação, sobrando somente os velhos, considerados imprestáveis para alimentação, e teriam cozido as partes de cabras e bodes velhos em vinho.

A chanfana é referenciada em escritos desde o século XVII (Miguel de Cervantes, Bocage, Nicolau Tolentino, Miguel Torga, entre outros), que referem a esta iguaria como um prato de subaproveitamento, que teria aparecido do povo. Os que tinham menos poder económico aproveitavam tudo o que poderia originar uma boa refeição, tudo que tinham em casa: a cabra – que já não dava leite nem cabritos; o vinho – da própria adega; o louro; o alho; o azeite e o toucinho do porco.

Leitão assado à bairrada

Leitão assado à Bairrada é um prato típico da região da Bairrada, em Portugal, tendo sido nomeado uma das 7 Maravilhas da Gastronomia de Portugal.

Apesar de se saber que os romanos já apreciavam leitão, não são muitos os livros de gastronomia que o referem assado. Facto é que desde o século XVII que a criação de suínos se tornou excedentária em terras da Bairrada e esse facto constituiu um grande impulso que o levou à sua comercialização.

O documento mais antigo que se refere a esta iguaria é uma receita conventual de 1743, provavelmente do Mosteiro do Lorvão ou do Mosteiro da Vacariça, compilada num caderno de refeitório de 1900 por António de Macedo Mengo, na qual é descrita uma receita que quase coincide com a receita atual.

Devido a esta falta de documentação mais exata, todos os concelhos da região da Bairrada reivindicam a sua origem.

Sobremesas

Pão de deus ou arrufadas

Também chamado de “bolinho” em algumas regiões do país, este pão doce com ADN português é uma das mais saborosas e conhecidas receitas do país. O seu sucesso não aconteceu por acaso, mas sim porque, de facto, esta receita é uma riqueza de sabor.



Pastel de Tentúgal

O Pastel de Tentúgal é um doce conventual típico de Portugal, criado pelas freiras carmelitas do Carmelo de Tentúgal e confecionado desde os finais do século XIX.

Este doce foi um dos candidatos finalistas às 7 Maravilhas da Gastronomia portuguesa.

Os Pastéis de Tentúgal são doces originários do receituário de doçaria do Convento de Nossa Senhora do Carmo de Tentúgal.

Na doçaria portuguesa, encontra-se uma grande variedade de massas folhadas e recheios com doce de ovos nos diversos tipos de Palitos Folhados; os do Convento de Tentúgal seriam, porventura, dos mais elaborados, e no século XIX já era conhecida a sua receita.