1. Influência de Popper sobre cientistas
2. Problema de demarcação: "Denomino problema de demarcação o problema de estabelecer um critério que nos habilite a distinguir entre as ciências empíricas, de uma parte, e a Matemática e a Lógica, bem como os sistemas 'metafísicos', de outra." (p. 35)
Diferente dos positivistas, que abordaram esse problema a partir de uma perspectiva filosófica mais geral, Popper não estava (inicialmente, ao menos) interessado em questões filosóficas mais gerais. Para ele, hipóteses não científicas não são necessariamente sem sentido, por exemplo.
Exemplo de hipótese científica: a teoria da relatividade de Einstein
Exemplo de hipóteses pseudocientíficas: a teoria psicanalítica de Freud e a teoria social e econômica de Marx
Solução de Popper para o problema da demarcação: falseacionismo (uma hipótese é científica se, e somente se, tem o potencial de ser refutada por alguma observação possível.
--> Teorias que não se arriscam, isto é, que são compatíveis com todas as observações possíveis, não são científicas.
--> Testar uma hipótese científica é tentar refutá-la por meio de observações.
3. Ceticismo com relação à indução
4. Mudanças científicas
5. Falseacionismo ingênuo e sofisticado
Teorias não podem ser verificadas ou confirmadas, tampouco enunciados singulares (como "Aqui está um copo d'água"). Enunciados singulares são impregnados de teoria. Como teorias não podem ser confirmadas, tampouco os enunciados singulares impregnados daquelas teorias podem ser confirmados ou verificados. O uso de enunciados particulares na refutação de uma teoria depende, para Popper, de uma decisão, por parte de cientistas, de tratar aquele enunciado como sendo verdadeiro. Trata-se, portanto, de uma conjetura (falível, mas não arbitrária), usada circunstancialmente para refutar outras conjeturas (uma hipótese ou teoria).
"... não há como emitir um enunciado científico sem ultrapassar, de muito, aquilo que pode ser conhecido de maneira incontestável, 'com base na experiência imediata'. [...] Toda descrição usa nomes (ou símbolos, ideias) universais; todo enunciado tem o caráter de uma teoria, de uma hipótese. O enunciado 'aqui está um copo com água' não admite verificação por qualquer experiência observacional. A razão está no fato de os universais que nele ocorrem não poderem ser correlacionados com qualquer experiência sensorial específica. (Uma 'experiência imediata' é 'imediatamente dada' apenas uma vez; ela é única.) Usando a palavra 'copo', indicamos corpos físicos, que exigem certo comportamento legalóide, e o mesmo cabe dizer com respeito à palavra 'água'. Os universais não admitem redução a classesde experiências; não podem ser 'constituídos'." (p. 101)