CHAPA 36 - CLASSISTA, COMBATIVA E INDEPENDENTE

 

   Somos professores/as das redes estadual e municipal, contrários/as à burocratização, o oportunismo e o aparelhamento do sindicato por grupos eleitoreiros. Acreditamos que o afastamento e a desmobilização da base só agravam essa situação. O avanço em nossa organização, culminou na criação do Campo Classista Combativo e Independente.

 

      Integrando este Campo, a Chapa 36 surge do comprometimento com a luta pela educação, com ampla participação nas principais reivindicações e greves da nossa categoria nos últimos dez anos. Entendemos que no atual contexto histórico de ascensão da extrema-direita e do fascismo é vital resgatar as experiências mais aguerridas da classe trabalhadora, como a da Espanha de 1936, na qual inspira-se nosso número. Nessa ocasião, trabalhadores/as tomaram seu destino nas mãos e combateram a extrema direita. Entendemos que somente a mobilização popular e ação direta da classe trabalhadora pode apontar caminhos para derrotar a extrema direita.

 

      A Regional 2 sofre com a ausência de um trabalho de mobilização da base da categoria nas escolas, devido a atuação de forças majoritárias, que representam aquilo de mais atrasado no nosso sindicato. Impedem qualquer iniciativa mais combativa, mas conciliam com nossos inimigos declarados, como o governo de Eduardo Paes! É preciso renovar a Regional 2, com independência em relação aos governos e com a luta pelos direitos da categoria.

 

NOSSOS PRINCÍPIOS

 

CLASSISMO é reconhecer o conflito entre a minoria rica e poderosa e a maioria trabalhadora explorada, da qual somos parte. Nossos interesses abrangem toda a classe trabalhadora. Como educadores/as, instruímos os/as filhos/as dos/as trabalhadores/as, evitando o corporativismo e o clientelismo, unificando a luta com funcionários, comunidade escolar, responsáveis e estudantes. Nenhuma conquista virá da boa vontade dos governantes, nossos inimigos de classe. Rejeitamos a conciliação, os acordos espúrios e a ilusão de vitória sem luta. A verdadeira negociação exige COMBATIVIDADE, mobilização e enfrentamento para garantir conquistas. Há anos, o SEPE é dominado por correntes eleitoreiras que ignoram a independência sindical, submetendo nossas lutas a interesses políticos. Criam obstáculos, apostam em reformas, que acabam retirando direitos e traem a categoria para disputar as eleições.

 

Usam o sindicato para financiar suas organizações, sem contrapartida à base. Onde está a CNTE diante dos ataques à Educação? Defendemos um sindicato INDEPENDENTE, livre dos que sacrificam nossa luta por cargos e alianças com nossos próprios inimigos! Nos opomos a métodos autoritários e arbitrários nos processos decisórios do SEPE. Enfrentamos cancelamentos injustificados de assembleias, inoperância do conselho deliberativo e perseguição a militantes da base. Defendemos a DEMOCRACIA OPERÁRIA, onde a maioria decide, e o diálogo e o convencimento são os principais métodos de organização. Defendemos também uma ampla aliança com os movimentos sociais,  abrindo um diálogo de nosso sindicato com diversas lutas populares.

 

COMO ENTENDEMOS O CONTEXTO EM QUE VIVEMOS?

 

A Educação Pública tem sofrido ataques contínuos, como cortes de verbas, reformas precarizantes (como o Novo Ensino Médio), terceirizações e perdas de direitos. Tais medidas seguem uma lógica neoliberal ditada por organismos como o Banco Mundial. Em meio à crise do capitalismo, grandes corporações intensificam a exploração dos trabalhadores e a privatização da Educação, ampliando o controle ideológico sobre as escolas públicas. A ascensão da extrema-direita e a reacionarização do Estado, com repressão institucional e uso político de sindicatos e igrejas, fortalecem esse processo. Nesse cenário, a luta pela Educação integra a resistência popular e a defesa dos direitos fundamentais. No entanto, a direção majoritária do SEPE adota práticas conciliadoras e ineficazes. É necessário resgatar o caráter combativo e independente do sindicato, rompendo com o burocratismo e reafirmando um sindicalismo classista e voltado à mobilização real da categoria.

 

DEFENDEMOS PARA A REDE MUNICIPAL

 

Revogação da Lei 276/2024

Melhores condições de trabalho

Climatização nas creches e escolas

Valorização salarial para todos/as os/as trabalhadores/as

Contra a burocratização e gerencialismo (como as parcerias público-privadas, sistema 3.0 e demais planilhas)

Contra o assédio moral e perseguição política

Contra as políticas de reestruturação pedagógica e meritocracia

Contra o fascismo e fanatismo religioso

Manutenção das eleições para direções de escola

EJA (Educação de Jovens e Adultos) presencial

Garantia da qualidade na Educação Infantil e Educação Especial

Autonomia pedagógica e contra os desvios de função

 

DEFENDEMOS PARA A REDE ESTADUAL

 

Revogação do “Novo Ensino Médio”

Cumprimento da lei do piso nacional do magistério e do plano de carreira

Reajuste salarial

Abertura de concurso público

Convocação para aprovados/as em concursos

Pagamento do piso regional para funcionários/as concursados/as e terceirizados/as

Luta pelo plano de carreira para funcionários/as concursados/as e terceirizados/as

Defesa da regularização profissional de Animação Cultural, de suas pendências trabalhistas e salariais e da migração dos ex-FAEP

Contra a avaliação “Segunda Chance”

Contra a falsa "Escuta Colaborativa"

Climatização das escolas

Contra o desmonte da previdência

Fim das perseguições políticas e assédios a educadores/as

Fim da criminalização das greves

Desmilitarização da corregedoria da SEEDUC

Autonomia pedagógica e contra os desvios de função

Contra a burocratização e gerencialismo (como as parcerias público-privadas, sistema Conexão, que visa o controle e piora a qualidade do ensino)

Contra o autoritarismo e gestões neoliberais, que responsabilizam docentes e estudantes pelo fracasso escolar

Apoio ao movimento estudantil e à construção de grêmios autônomos

Formação de COMITÊS DE LUTA no chão da escola e eleição de representantes

Manutenção das eleições para direções de escola

 Contra as políticas de exclusão, que causam o aniquilamento social e negam o futuro, sobretudo da juventude preta, pobre e periférica