Em 2023, a greve da rede estadual do Rio de Janeiro teve como pauta pedagógica o Novo Ensino Médio e como pauta salarial o cumprimento da Lei Nacional do Piso do Magistério. No ano seguinte os/as profissionais de educação da rede municipal do Rio de Janeiro deflagraram greve contra o PLC 186. Avaliamos que tais lutas poderiam ter sido mais combativas e gerado mais ganhos, caso não houvesse uma burocracia político-partidária de aparelhamento do SEPE.

      Em nenhum momento deixamos de acreditar na base da categoria e em sua indignação por não se ver representada pelo próprio sindicato. Queremos que o sindicato seja um espaço de acolhimento dos/as trabalhadores/as nas questões decorrentes da precarização das condições de trabalho, oferecendo apoio e encaminhando soluções. Por isso integramos a chapa 23, formada por professores/as da rede estadual e municipal do Rio de Janeiro sem vínculo algum com partidos ou centrais sindicais, e que participam do Campo Classista Combativo e Independente (CCCI), algumas tendo feito parte da antiga chapa 68.

     Acreditamos que a verdadeira democracia direta passa pela participação contínua da base no cotidiano do sindicato e em seus espaços de deliberação, questionando o aparelhamento sindical a fim de garantir uma maior participação da base. Dessa forma, a responsabilidade coletiva, o classismo e a combatividade serão ferramentas presentes e marcas do nosso sindicato. É nesse sentido que nossa chapa pretende trabalhar.

NOSSAS PROPOSTAS

•Realizar reuniões periódicas do conselho de representantes de escola, garantindo relação direta com a base e exercitando um modelo de organização federativa construída de baixo para cima;

•Transformar a regional em referência para a categoria e escolas da região, mobilizando trabalhadores/as da educação para a ocupação deste espaço;

•Mudança da sede da regional para um espaço mais amplo que o atual, que possibilite a realização de atividades culturais, reuniões, plenárias, seminários, palestras;

•Construção de uma direção ampliada com participação direta da base na gestão do sindicato, através de comissões colaborativas;

•Combate a todas as formas de opressão que dividem a classe trabalhadora – racismo, machismo, etnocídio, lgbtfobia;

•Criação de uma política financeira que oriente os gastos, publicizando aos/às filiados/as da regional como o dinheiro da arrecadação fiscal é utilizado;

•Realização de uma assembleia estatutária para a criação de uma comissão de ética;

•Luta contra a privatização da escola pública, parcerias público-privadas e o ensino remoto;

•Fim da contratação e da terceirização na escola pública;

•Concurso público para todos os cargos;

•Autonomia pedagógica;

•Implementação do orçamento participativo de forma que a base e seus representantes definam as prioridades orçamentárias e tomem conhecimento dos gastos realizados com o dinheiro da arrecadação fiscal.

REDE ESTADUAL

•Pagamento do piso nacional do magistério;

•Manutenção do plano de carreira;

•Nenhum funcionário/a abaixo do piso;

•Isonomia dos/as funcionários/as com os/as professores/as relativa ao recebimento do difícil acesso e difícil provimento;

•Luta contra o Novo Ensino Médio;

•Boicote ao diário online e à prova Segunda Chance.

REDE MUNICIPAL

•Devolução dos descontos da greve;

•Fim da minutagem (revogação do PLC 186);

•Revogação da lei dos contratos temporários;

•Fim da aprovação automática nas séries iniciais e do conceito global nas séries finais, que nada mais é do que uma aprovação automática disfarçada;

•Combate ao sexto ano carioca (série em que um professor generalista leciona quase todas as matérias) e aos programas de aceleramento de ensino realizados apenas por um professor (multifacetado e limitado, atuando fora de sua formação);

•Redução do número de alunos/as por turma;

•Climatização real e não apenas manutenção de condicionadores de ar caseiros;

•Reajuste salarial;

•Fim do apostilamento nas turmas e das provas bimestrais. Pela autonomia pedagógica das comunidades escolares;

•Efetivação das merendeiras (COZINHEIRAS) ao cargo e salário que lhes é de direito, uma luta que persiste desde a última greve (2014);

•Mais concursos para agentes educadores, cozinheiras e secretárias.

PRINCÍPIOS

Autonomia – Construir o SEPE pela base, independente de partidos políticos e correntes, visando sempre às demandas e pautas da classe trabalhadora. Acreditamos na liberdade de organização política, desde que respeitem a esferas de decisão da classe. Defendemos o direito à livre organização dos/as trabalhadores/as. Por um Sepe da categoria, e não dos partidos eleitorais!

Democracia operária - Fomentar e defender instrumentos democráticos de participação direta da base da categoria como conselho de representantes de base, visando tornar o Sepe presente no cotidiano das escolas. Defender nas assembleias e demais espaços de deliberação medidas que visem ampliar a participação da base, combatendo o encastelamento das direções sindicais. É preciso renovar, é preciso buscar o novo.

Classismo - Entender-se como parte da luta dos trabalhadores/as, articulando ações de unidade com outras categorias e visando fortalecer a unidade da classe e a luta como um todo. Quem luta junto luta com mais força!

Combatividade - Acreditamos na força da classe trabalhadora e em suas ações diretas, pois são essas que impulsionam a vida e nos trazem vitórias. É nas greves, manifestações, boicotes e piquetes que está a nossa força!

QUEM SOMOS

Carolina: professora de inglês na E.M.Georg Pfisterer; Iná: professora de filosofia no C.E. Monteiro de Carvalho; Paula: professora de português no C.E. Professor Ernesto Faria e na E.M. Camilo Castelo Branco; Regina: professora de história no C.E. Gonçalves Dias e na E.M. Presidente João Goulart; Silvana: professora aposentada da rede estadual; Valéria: professora de sociologia no CIEP 303 Ayrton Senna; Wagner: professor de artes cênicas na E.M. Santa Catarina.