Muitos compostos orgânicos são incolores. A cor destas substâncias pode ser atribuída a presença de grupos cromóforos, responsáveis por absorção da luz na região do ultravioleta e visível. Grupos que possuem ligações múltiplas, tais como C=C, CtriplaC, C=O, C=N, N=N, N=O, CtriplaN, são exemplos de cromóforos e pode-se atribuir a eles, absorções relativas a transições eletrônicas n->pi* e pi->pi* observadas nos respectivos espectros de UV/Visível. Um grupo com pelo menos um par de elétrons n ligado ao grupo cromóforo provoca um aumento no comprimento de onda de absorção máximo (lambdamax) e na absortividade molar do composto. Estes grupos são chamados de auxocromos (intensificadores de cor) e sozinhos não são capazes de produzir absorções em comprimentos de onda acima de 200 nm. Dentre os auxocromos mais comuns encontra-se os grupos -OH, -OR, -NH2, SH e -Halogênio. A ocorrência de substâncias orgânicas coloridas (400nm<lambdamax<700nm) é muitas vezes observada em substâncias com grupos cromóforos conjugados com auxocromos ligados a eles (SILVERSTEIN, 1979, p.209).
Observe a cor da amostra original, bem como qualquer mudança de cor que possa ocorrer durante a determinação do ponto de ebulição, destilação ou após separação cromatográfica. A cor de alguns compostos é devida a impurezas; frequentemente estes são produzidos pela oxidação lenta do composto pelo oxigênio no ar. A anilina, por exemplo, geralmente é marrom avermelhada, mas uma amostra recém-destilada é incolor.
Muitos líquidos e sólidos são definitivamente coloridos devido à presença de grupos cromóforos na molécula. Muitos compostos nitro, quinonas, compostos azo, carbocátions e carbânions estáveis e compostos com sistemas conjugados estendidos são coloridos. Se um composto desconhecido é um líquido incolor estável ou um sólido cristalino branco, esta informação é valiosa porque exclui grupos funcionais cromofóricos, bem como muitos grupos que se tornariam cromóforos por oxidação (SHRINER, 2004, p.23-24)