A caracterização do tipo de hidrocarboneto halogenado pode ser realizada complementarmente aos resultados de análise elementar por reações de substituição nucleofílica. A velocidade e mecanismo de reações de deslocamento nucleofílico do halogeneto pode depender de múltiplos fatores, como a força do nucleófilo, o tipo de halogênio e a polaridade do meio. Assim, enquanto os derivados primários, alílilicos e benzílicos reagem rapidamente em meio não ionizante (solventes polares apróticos), os terciários, arílicos e vinílicos não reagem ou o fazem muito lentamente. Por outro lado em solventes ionizantes (polares próticos) e na ausência de nucleófilos fortes são os derivados terciários , alílicos e benzílicos que reagem rapidamente, enquanto que os primários, arílicos e vinílicos são os menos reativos. Porquanto das características mencionadas acima, os ensaios do NaI em acetona e do AgNO₃ em etanol são bastante úteis na caracterização de halogenetos alifáticos. Este ensaio se baseia na reatividade dos halogenetos em condições de SN2 e da pouca solubilidade dos cloretos e brometos de sódio em acetona. Os brometos primários dão precipitado em até 3 minutos a temperatura ambiente e os cloretos primários só levam a precipitação de cloreto de sódio se aquecidos a 50ᵒC. Os brometos secundários e terciários só levam a formação de precipitado após um ou dois dias de repouso. Os halogenetos de alilia e benzila dão precipitado em 3 minutos a 25ᵒC. Dibrometos (temperatura ambiente) e dicloretos vicinais (a 50ᵒC) dão precipitado e formação de iodo livre (coloração castanho-avermelhada). (SHRINER, 2023, p. 369-371)