O projeto Pracinha Initiative teve início com a adoção de duas praças em torno da escola pelo programa Adote Uma Praça. Com os Termos de Cooperação firmados com a Prefeitura de São Paulo, por meio da Subprefeitura do Butantã, a iniciativa teve duração de 3 anos. Assim, foi criado o Clube da Pracinha. Iniciado por alunos, community engagement, faculty do Primary e do Secondary, essa foi a primeira iniciativa Cross Divisions da escola: alunos do Primary idealizaram melhorias na Praça, na aula de Design Thinking, enquanto alunos do Secondary articularam ideias para os espaços, contemplando pontos de vistas não só da Avenues, mas também da comunidade do entorno.

O primeiro passo foi ouvir as pessoas que moram ao redor da praça e entender as necessidades. “Na intenção de manter um diálogo com a vizinhança, apresentamos esse projeto para moradores do bairro. À primeira vista, eles demonstravam receio de como essa praça seria utilizada pelo público”, explica Paulo Pita, diretor de operações da Avenues. "O espaço estava bem abandonado, com a terra rebaixada por conta da chuva e raízes das árvores expostas. Foram necessárias muitas intervenções na praça”, comenta.

Em setembro de 2019, alunos do Primary reformaram os bancos da praça Klaus Walter Zulauf e convidaram a comunidade do entorno para zelar por este espaço por meio de campanhas. Em outra ação, em dezembro do mesmo ano, inspirados pelo movimento de estudantes liderado por Greta Thunberg, Fridays For Futre, o Clube da Pracinha organizou um mutirão para plantio de espécies nativas de mata atlântica na Praça José F. Nobre, com a participação de alunos do Primary Division. Em 2020, houve a perda da concessão de uma das praças e os alunos focaram na realização de ajuda humanitária para minimizar os efeitos da pandemia. 

Com a retomada da concessão da Praça Walter Klaus Zulauf pela escola, a equipe de Operações, em colaboração com professores e alunos, têm trabalhado para abordar sua revitalização com melhorias em segurança, manutenção e paisagismo. Além disso, o projeto deu ênfase à preservação da praça, por meio da manutenção de bancos, calçada e plantas. Assim, é possível garantir condições ideais para o conforto e segurança de quem frequenta a praça.

A retomada da concessão é recente: fevereiro de 2023. Tudo está em construção, mas é possível ver os primeiros resultados positivos. Como parte de um projeto dos alunos do quinto ano, foram selecionadas 50 árvores frutíferas nativas do Brasil com alturas entre 1,5 e 2 metros, para serem estrategicamente plantadas em toda a área no final do último ano letivo.

O primeiro aprendizado desse processo, de acordo com Tatiana Abujamra, professora da Avenues, foi que os alunos puderam ver sentido na iniciativa. “Queremos formar pessoas que olham para a cidade e enxerguem como resolver problemas – e isso só se aprende agindo no mundo real. O aluno se vê como um agente de transformação, o que é muito poderoso”, afirma. 

A líder do projeto conta também do episódio em que mesmo sob forte chuva, no dia marcado para o plantio de árvores, pais e alunos compareceram em peso. “Isso foi inédito: todos debaixo de chuva, eu estava encharcada, mas a chuva foi uma maravilha para o nosso plantio. Foi demais!”.

A realização de melhorias significativas na segurança, manutenção e paisagismo é fruto de um compromisso genuíno com o bem-estar da comunidade, proporcionando um espaço público acolhedor, seguro e sustentável para todos desfrutarem. O intuito é seguir fazendo a diferença por meio da troca de experiências entre alunos, pais, professores e na própria comunidade

O projeto, realizado pela turma Guará (K), com a investigação sobre como tornar a praça um local mais convidativo para toda a comunidade, além do plantio de árvores frutíferas, realizou a instalação de placas para conscientizar os frequentadores, além da construção de um labirinto de cordas.

“Por se tratar de um projeto multidisciplinar houve aprendizagem significativa em diversos campos. As crianças puderam reconhecer suas áreas de interesse e investir nas mesmas, desenvolvendo competências e habilidades de pesquisa e planejamento, empatia, além da resolução de problemas. A resposta das crianças foi muito bacana. Eles demonstraram engajamento e capacidade de identificar os problemas que tínhamos na pracinha, planejando soluções viáveis e conectadas com a realidade do local”, avalia Tatiana Del Nero, professora.

Assim, fica evidente a importância de espaços públicos próximos à escola. Todos os professores da Avenues, independentemente de série escolar ou tópico, sempre usam a pracinha como mais um recurso e essa relação é uma oportunidade para que os alunos vejam o mundo além da sala de aula.