O projeto nasceu em 2003, a partir de alguns estudantes de Geografia que sentiam que havia um afastamento muito grande entre a universidade e a escola pública. Pensando nisso, organizaram um evento que duraria uma semana e que se voltaria, inicialmente, para a formação de professores.
Entretanto, burocraticamente, o projeto necessitava da assinatura de um professor ou professora para que pudesse ter validade institucional. Nesse sentido, a, então mais nova professora do Departamento, Glória Alves, decidiu apoiar o projeto sendo a coordenadora da Semana de Geografia. O projeto também foi acolhido pelo Laboratório de Geografia Urbana (LABUR).
A segunda e a terceira Semana de Geografia foram dividas. Enquanto a II Semana, mais uma vez se voltou à formação de professores, a terceira edição trouxe um novo formato. Nela eram desenvolvidos projetos ao longo do ano em diversas escolas públicas, que durante a Semana eram trazidos à USP para apresentá-los e conhecer o campus.
O formato que trouxe os estudantes para a universidade, deu tão certo, que foi replicado nas edições seguintes, reservando o dia para as escolas e a noite para a formação de professores.
Desde então, já participaram da Semana mais de 140 escolas, mais de 7000 alunos e quase 120 monitores. Não é à toa que somos reconhecidos como o mais longevo projeto de extensão da FFLCH-USP.
Ao longo dos últimos 17 anos, muita coisa mudou, nosso logo; nosso auditório, que agora é o Milton Santos; e nossa universidade, que agora possui cotas, permitindo o acesso a pretos, pardos e indígenas. Mas tem uma coisa que se preservou ao longo desse tempo: a nossa luta por uma escola pública de qualidade e uma universidade que não se distancie do ensino público.
XVIII Semana de Geografia - 2021
Com o tema "Perspectivas Para o Estágio Supervisionado de Ensino de Geografia no "Pós-Pandemia"", a 18ª edição da Semana de Geografia propôs debates e atividades, trazendo problematizações sobre o ensino híbrido, articulando a formação contínua dos professores de escolas públicas e questionando quais as adaptações propostas a toda comunidade escolar frente ao desafio sobre o "novo normal".
Com o tema “Resistências e Possibilidades para Estágio Supervisionado em Ensino e Material Didático em Tempos de Pandemia”, a Semana vai ser marcada pela mudança na forma como o projeto funciona, devido a necessidade de isolamento social. Além disso, agora temos o Residência Pedagógica como nosso parceiro.
Com o tema “Espaço, Presente! Memória, Presente! Liberdade, Presente!”, a Semana trouxe à tona a temática sobre a importância pela luta e manutenção dos direitos, além de combates a qualquer tipo de opressão, como ficou explícito nas apresentações das escolas.
Com o tema “Quem constrói o espaço e qual realidade queremos?”, os 15 anos da Semana foi marcado pelos recordes em escolas, alunos e monitores participando. 30 escolas apresentaram seus projetos, com seus mais de 1.300 alunos ao longo de quatro dias.
Chegamos enfim a XIV Semana de Geografia, com o tema “A Geografia serve em primeiro lugar para…”, em referência a um livro do Yves Lacoste. O principal objetivo foi refletir acerca da importância da Geografia no ensino básico, em um cenário onde se pretende tirar a obrigatoriedade do ensino da disciplina no Brasil.
Em 2016, foi realizada a XIII Semana de Geografia, com o tema “A luta pelo espaço público: qual escola queremos?”. A ideia foi refletir acerca das medidas do Governo Federal para a educação pública como a proposta de um novo ensino médio e da Escola Sem Partido. Além disso, é um ano onde podemos encontrar vários monitores que ainda participam da Semana, além de alunos de escola pública que apresentaram projetos e hoje são estudantes da universidade e inclusive monitores da Semana nessa edição.
Em 2015, aconteceu a XII Semana de Geografia, com o tema “A Construção da identidade do aluno e da aluna no espaço escolar a partir do lugar”. É a partir desse ano que os monitores já se tornam um pouco mais conhecidos nossos, com monitores que ainda fazem parte da Semana de Geografia e alguns recém-formados, que sem dúvida, contribuíram muito pela escola pública.
Em 2014, foi realizada a XI Semana de Geografia, com o projeto “A formação e autonomia do professor de Geografia: o papel da Universidade na Escola”, onde houve uma parceria inédita com o projeto Solo na Escola, que acontece no Parque Cientec.
Já no ano de 2013, a Semana de Geografia completou 10 anos com o projeto intitulado de “Escola e Universidade: Aprendendo Juntos”. Nesse ano foi feito o filme que segue a seguir, contando um pouco da história e das experiências da Semana de Geografia.
O tema proposto no ano de 2012 “ A Geografia na escola e na formação de professores: estado da arte, desafios e perspectivas” discutiu como principalmente a partir da proposta curricular do estado de São Paulo e os PCN’s, o ensino de Geografia vem sendo trabalhado nas escolas e qual o papel da formação dos bacharéis e licenciados em geografia na abordagem escolar, lembrando que, o licenciado em geografia, como todos os formandos da FFLCH, só podem ser licenciados se forem bacharéis.
No ano de 2011, o tema proposto foi “ A Geografia do trabalho e as transformações no mundo contemporâneo”, que discutiu como as transformações no mundo contemporâneo produtivo têm promovido crises que afetam a vida cotidiana de boa parte dos brasileiros.
Neste sentido é de suma importância verificar como isso tem interferido no mundo escolar, buscando como essas questões se colocam hoje na escola pública, tanto do ponto de vista social como pedagógico.
No ano de 2010, a “VII Semana de Geografia – Geografia e Cidadania: A escola construindo o espaço do cidadão” tratou das diferentes concepções de cidadania existentes e qual o papel da escola na formação e na criação do espaço do cidadão.
O presente relato mostra os resultados da ”VIII Semana de Geografia: Geografia do Trabalho e as transformações no/do mundo contemporâneo” e uma avaliação das discussões obtidas durante toda a construção e desenvolvimento do evento, além de documentos acadêmicos produzidos por todos que participaram e desenvolveram seus trabalhos a partir das diversas atividades realizadas durante o projeto.
Em 2009, a “VI Semana de Geografia – Geografia e educação: Comunicando novas práticas e novas reflexões” tratou das realizações e das dificuldades encontradas no âmbito da educação pública, proporcionando um diálogo mais aproximado entre os níveis fundamentais e médio da escola pública e a universidade pública, a fim de unir essas duas esferas tão distantes e que raramente abrem espaços para a comunicação.
No ano de 2008, a “V Semana de Geografia: Geografia, Escola e Comunidade: transformando o cotidiano escolar” teve como proposta estreitar os laços existentes entre a escola pública e a universidade, ampliando a articulação entre Universidade e Comunidade. Sem, no entanto, deixar de fomentar a discussão sobre o ensino. Para que isso fosse possível, foram selecionados e acompanhados projetos realizados em escolas da rede pública que vieram à universidade expor seus trabalhos. Além disso, foram realizadas oficinas direcionadas aos docentes e graduandos e a realização de mesas de debate.
Em 2007, a IV Semana de Geografia teve como tema “A Escola Pública sob novos olhares e novas atitudes: cercas e pontes entre a Universidade e o Ensino de Geografia”, em uma tentativa de recuperar o uso do espaço da escola e da comunidade. Com isso, houve uma articulação entre comunidade e universidade, em uma semana que foi muito rica para o debate sobre formação de professores.
Em 2006, foi realizado o “I Encontro de Ensino de Geografia das Escolas Públicas de São Paulo”, que ficou conhecida como III Semana de Geografia. Ela foi a segunda parte do evento que se iniciou no ano anterior, mas dessa vez o projeto foi focado na relação dos alunos e professores das escolas públicas com a universidade. Foi a primeira vez que alunos vieram à USP apresentar projetos que realizaram ao longo do ano e dar um rolê pela Cidade Universitária. Essa edição mudou o formato da Semana de Geografia nos eventos posteriores.
Dando continuidade ao projeto, a II Semana de Geografia só veio acontecer em 2005 e, dessa vez, dividida em duas etapas. A primeira delas aconteceu no mesmo ano e ficou conhecida como “I Encontro de Formação e Ensino de Professores”, com os professores, graduandos e pós-graduandos de Geografia como principal público-alvo. A ideia era discutir educação em um momento de reformulação dos cursos de licenciatura. A segunda etapa só viria a acontecer no ano seguinte.
Você sabe de onde surgiu a ideia de se fazer a Semana de Geografia? Tudo começou em 2002, quando alguns estudantes incomodados com a pouca relevância que a educação tinha dentro do curso de Geografia, se uniram para criar um evento que discutisse a formação de professores dentro da universidade.
Além disso, o projeto “I Semana de Geografia” buscava refletir sobre o acesso e a democratização da universidade, trazendo para dentro da Universidade professores da rede pública.
Inicialmente, o projeto tinha como foco contribuir com a formação de professores, entretanto com o passar dos anos e das edições seu objetivo principal mudou e começou um outro movimento para integrar a universidade e a escola pública.