Olá, aluno(a)! Na lição de hoje, irei lhe apresentar mais alguns temas com relação a como o usuário vê e interage com seu aplicativo. Você verá sobre o conceito de design de aplicativos móveis, que garante que os usuários possam interagir com os aplicativos de maneira intuitiva e agradável. Dessa forma, você verá que, dentro desse conceito, será necessário dar uma atenção maior na própria interface do usuário em ter um design responsivo, uma boa navegação, consistência, além de um trabalho com uso de cores e ícones.
Outro fato importante, mesmo levando em consideração os itens anteriores com relação ao design, é sempre trabalhar com feedback em ações de usuário, assim como a personalização para cada usuário podendo dar o seu toque no aplicativo.
Com relação à experiência do usuário, acredito que é o ponto de contato mais importante entre o usuário e o aplicativo, colaborando muito para o sucesso de qualquer aplicativo móvel. A experiência do usuário também é a responsável pela satisfação do usuário no uso de seu aplicativo, o que consequentemente colabora para a popularidade e sucesso do aplicativo nas lojas de apps. Sendo assim, UX – ou experiência do usuário –, torna-se uma das principais preocupações dos designers e desenvolvedores de aplicativos móveis.
Atualmente, os conceitos de design de aplicativos móveis são fundamentais para resolver diversos problemas que são encontrados no desenvolvimento de um aplicativo. Um design centrado no usuário, e bem-feito, pode contribuir para melhora da experiência do usuário, tornando a interação com o aplicativo mais fácil e intuitiva. Dentre os problemas que podemos ter em um aplicativo, temos um em que os conceitos de design contribuem, que é a dificuldade do usuário em entender como utilizar o seu aplicativo. Muitas vezes, a falta de clareza na interface do usuário pode fazer com que o usuário fique confuso ou até mesmo desista de usar o aplicativo. Pois, ao trabalharmos imersos no desenvolvimento, para nós, está sempre tudo muito claro, entretanto, para o usuário, que tem a primeira experiência com o aplicativo pronto, pode ter problemas/dificuldades. Por isso é tão importante ter certeza que tudo dentro do aplicativo faz sentido.
Além do que já foi citado neste item, outro problema solucionado com a aplicação de um bom conceito de design é a melhora da usabilidade do aplicativo em diferentes tamanhos de tela e resoluções, tornando-o acessível a um público mais amplo, pois hoje existe um vasto número de dispositivos, tamanhos, marcas e preços. Então, atentando-se para escolha de cores, fontes e ícones, você também pode ajudar a transmitir a mensagem correta e criar um ambiente apropriado para o aplicativo.
Você pode conferir então que os problemas de conceitos de design estão diretamente ligados à usabilidade e à experiência do usuário e que lhe ajuda a garantir que seu aplicativo seja de fácil utilização e agradável em suas interações.
O case fictício que irei apresentar hoje, por mais simples que pareça ser, é bem mais comum do que você pode imaginar. A empresa MobileApps, cujo o foco é no desenvolvimento de aplicativos móveis, enfrentava uma alta taxa de abandono de usuários, pois eles não conseguiam entender como usar a maioria dos aplicativos desenvolvidos pela empresa. Após o resultado da avaliação que chegou no motivo do abandono, a empresa decidiu implementar conceitos de design de aplicativos móveis, como uma interface do usuário mais clara, navegação simplificada e feedback adequado.
Após análise de designers especializados, todo o aplicativo foi redesenhado, tornando-o mais fácil de usá-lo e compreendê-lo. Escolheram as cores especificamente para criar uma atmosfera agradável e os ícones foram projetados para que os usuários pudessem identificar facilmente as funções nas quais representavam.
Após a reestruturação, os resultados foram aparecendo através da diminuição drástica da taxa de abandono de usuários, e através dos indicadores de tempo de uso e de engajamento dos usuários, que aumentaram significativamente.
Esse case, apesar de fictício, demonstra como a implementação de conceitos de design pode ser fundamental para o sucesso de qualquer aplicativo desenvolvido e disponibilizado nas lojas Google Play e Apple Store.
Este assunto limitado ao desenvolvimento de aplicativos móveis nos traz algumas questões básicas, como sugere Wroblewski (2011) quando diz que o design para dispositivos móveis deve levar em conta as limitações de espaço e desempenho dos dispositivos móveis, e ser capaz de entregar uma experiência de uso eficiente e ágil.
Além de saber dessas limitações que você tem com dispositivos móveis, um primeiro passo para construção de um aplicativo de qualidade é conhecer seu público-alvo, ou seja, para que tipo de usuário você está criando seu aplicativo? O conhecimento do público-alvo é essencial para se criar interfaces que sejam atraentes e fáceis de usar. Não adianta criar uma interface cheia de recursos e funcionalidades se ela não for adequada ao perfil do usuário. Para isso, é preciso entender as necessidades, desejos e habilidades do público-alvo, para criar uma interface que atenda suas expectativas e seja efetiva na realização das tarefas desejadas. Sobre isso, os autores Barbosa e Silva (2010) dizem que as pessoas esperam que o apoio computacional oferecido por um sistema interativo seja simples, fácil e rápido de aprender. Isso está diretamente ligado à linguagem que você espera que o seu usuário tenha, ou seja, seu público-alvo definitivamente precisa estar claro para essa definição.
Mas o que é afinal o público-alvo?
Você pode entender ele como o grupo de pessoas que tem o perfil parecido e que é para quem seu aplicativo irá servir. Por conta de seus atributos e comportamento, essas pessoas estão mais dispostas a adquirir os serviços que seu aplicativo oferece, podendo se tornar seu usuário fiel. São informações que você pode utilizar para definir seu público-alvo: sexo, idade, localização, formação educacional, classe social, poder aquisitivo, hábitos de consumo, hobbies, entre outros.
Outra questão muito importante no que diz respeito a conceitos de design em aplicativos móveis ocorre através do uso das simplicidades das interfaces, pois, como a disponibilidade de tamanho dos dispositivos é diferente de um monitor widescreen de 32 polegadas, por exemplo, você precisa trabalhar com um número limitado de elementos e funções disponíveis na tela. Então, para que você tenha sucesso nesse quesito, torna-se indispensável que os elementos da interface sejam claros e simples, pois assim permitem ao usuário realizar as tarefas sem dificuldades, pois, devido ao seu tamanho, por maior que seja a tela de seu dispositivo, o excesso de elementos e funcionalidades pode confundir o usuário e tornar a experiência desagradável.
Dentro do conceito de design temos a questão da Hierarquia da informação, em que você poderá criar todo um caminho por onde usuário poderá rapidamente identificar através de tamanho das fontes, cores primárias e secundárias, qual o “caminho” das informações da mais importante até a menos importante. Essa Hierarquia é uma ferramenta essencial para que você consiga organizar elementos de uma interface de maneira clara e coesa, e ainda em colaboração com o item anterior (simplicidade), ajuda a entender o que é importante ter na visão do usuário e o que pode ser removido. Outra vantagem importante da hierarquia da informação é que com a disposição adequada dos elementos corretos, o usuário é capaz de entender o fluxo de informações e, assim, realizar as tarefas de uma forma mais intuitiva e fácil, tornando o uso de seu aplicativo algo extremamente satisfatório.
Apesar dos itens anteriores já citados, ainda sim é primordial que, ao longo do desenvolvimento e aplicação dos conceitos de design, você faça sempre avaliações e testes com o usuário final de seu aplicativo para que, assim, consiga um feedback constante da aplicação, bem como a cada nova funcionalidade liberada ao usuário e/ou nova versão do aplicativo, pois esses feedbacks de usuários são fundamentais para o sucesso de seu aplicativo. Eles lhe ajudarão a validar o conceito de design, identificar problemas com a usabilidade e ainda seu objetivo principal, que é atender às expectativas dos usuários.
Experiência do Usuário é a tradução de um termo em inglês – inclusive justificando sua sigla UX – que vem de User eXperience, mas, mesmo assim, você pode ficar tranquilo que seu significado é bem mais simples do que parece e também não é nenhuma novidade, pois existe há muito tempo.
Um erro comum é achar que experiência do usuário acontece somente em produtos digitais, pois, segundo Grilo (2019), a experiência do usuário pode acontecer tanto no meio digital como no mundo real, bastando para isso a interação entre um indivíduo e um artefato, mediada por uma interface, isto é, um elemento posto entre o usuário e uma estrutura interativa.
Corroborando com as questões e temas de conceitos de design, umas das coisas que torna uma boa experiência para o usuário se trata sobre definir alguns itens do seu aplicativo, como:
Porquê - o problema que precisa ser resolvido.
Quem - definir para quem esse problema precisa ser resolvido.
Como - definir o caminho que deve ser percorrido para resolvê-lo.
Basicamente, é saber o que precisa ser feito para quem e como, assim, faz todo o sentido a questão de conceito de design, em que é preciso conhecer meu público alvo para então traçar suas necessidades e sua linguagem, o mesmo é verdadeiro quando se fala da experiência desse usuário (público alvo).
Teixeira (2014) nos traz que os UX Designers – profissionais que atuam diretamente com a Experiência do Usuário –, trabalham para construir produtos que sejam fáceis de usar (usabilidade), reduzindo a fricção e permitindo que os usuários completem a tarefa desejada em menos tempo, com menor ruído e obstáculos.
Agora, diferente das questões de design, os projetistas de experiência do usuário não necessariamente passam horas utilizando o Photoshop ou Figma para desenhar interfaces, cores de botões, tipos de fontes etc. Teixeira (2014) diz que mais importante que isso é definir como as pessoas vão interagir com o produto, quais tarefas conseguirão realizar dentro dele, qual a ordem na qual as telas serão apresentadas e tarefas desse tipo.
Acrescentando mais argumentos no parágrafo acima, você pode pensar que mais do que definir se o botão será azul ou vermelho (o que se faz na parte de conceitos de design), o UX Design ou Projetista de Experiência do usuário, precisar definir questões mais voltadas para o funcionamento do botão, como segundo Teixeira (2014) em:
Por que o botão existe?
Qual a importância dele naquele contexto ou tela em que ele aparece?
Ele é a ação primária ou secundária que o usuário pode tomar naquele momento?
Para onde o usuário será levado quando clicar no botão?
O que o texto do botão deve dizer para o usuário?
O botão está sempre ativo, ou ele só é ativado depois que o usuário preencher determinado campo em um formulário?
Todos os usuários, logados ou não no aplicativo, veem o mesmo botão?
São muitas questões, que como você viu, diferem da aplicação dos conceitos de design e até mesmo da arquitetura da informação (que você conhecerá na lição seguinte) dentro desse cenário, algumas dessas questões são respondidas não somente pelo UX Designer, mas em conjunto com o diretor de design, com o desenvolvedor, com o gerente de projetos e com outros profissionais que também estão envolvidos na criação do produto, aplicativo ou site.
Em um mundo cada vez mais móvel, em que os usuários esperam uma experiência fluida e agradável em seus dispositivos móveis, a experiência do usuário é essencial para criar aplicativos de sucesso. Sendo assim, ela se torna – assim como o conceito de design –, uma das principais preocupações dos designers e pessoas desenvolvedoras de aplicativos móveis.
Um último fato importante é que, assim como os Conceitos de design, Grilo (2019) diz que a experiência do usuário é um fenômeno cujas ocorrências podem ser observadas, avaliadas e aprimoradas pelo designer.
E, para “fecharmos” o conceito de experiência do usuário, é importante entender que o UX vai além da interface. Há uma série de conceitos e atividades relacionados a essa área de atuação, na qual os profissionais se preocupam, dentre outras tarefas, como:
Usabilidade.
Arquitetura da informação.
User Interface (UI), contemplando: tipografia, cores, layouts e design.
Prototipação.
Interação homem-máquina.
Acessibilidade.
Observe que UX vai muito além de telas, trata-se do estudo minucioso da experiência do usuário em todos os seus pontos de contato e/ou interação com os sistemas.
Conceitos de design e experiência de usuário em aplicativos móveis é relativamente simples de se aplicar, você pode seguir algumas regrinhas que conseguirá obter mais resultados sobre esses dois tópicos em seu aplicativo.
Primeiro, conheça seu público-alvo. Para criar um design eficiente, você precisa conhecer o público que irá utilizar o aplicativo, pois assim conseguirá entender suas necessidades, preferências e comportamentos, a fim de criar uma interface que seja clara e intuitiva para eles.
Mantenha a simplicidade, pois aplicativos móveis “pedem” por ela. Seus usuários esperam que seus aplicativos sejam fáceis de usar e compreender. Portanto, faça o básico bem, deixando de lado interfaces com muitas informações e/ou funções desnecessárias.
Crie uma hierarquia visual onde você ajuda seus usuários a entender a organização e a estrutura do aplicativo sempre com o apoio de elementos visuais, tamanho de fonte coerentes, cores e espaçamentos onde você consegue passar para o usuário a importância das informações e funções.
Você conseguirá um maior alinhamento com seu usuário se realizar testes com ele e iterar sobre o processo de aprimoramento constante do aplicativo. Aprimoramento esse sempre baseado nos feedbacks dos usuários, isso lhe manterá no mesmo caminho de evolução que seu usuário espera de seu aplicativo.
Usando essas “regrinhas”, você conseguirá, aos poucos, aplicar os conceitos de design em aplicativos móveis, melhorando assim a experiência do usuário, além de outros quesitos, como visto na lição sobre usabilidade.
BARBOSA, S.; SILVA, B. Interação Humano-Computador. 1. ed. Rio de Janeiro: Elsevier Editora, 2010.
GRILO, A. Experiência do usuário em interfaces digitais. 1. ed. Natal: SEDIS-UFRN, 2019.
TEIXEIRA, F. Introdução e boas práticas em UX Design. 1. ed. São Paulo: Casa do Código, 2014.
WROBLEWSKI, L. Mobile First. 1. ed. A Book Apart, 2011.