Dia 3: 27 de agosto de 2010, La Paz, Bolívia

Cheguei em La Paz!!!

Assim que cheguei fui gentilmente abordado por duas policiais bolivianas. Elas me perguntaram onde eu iria e respondi que dali iria a Cusco. Elas então, gentilmente, me conduziram até um guichê de uma companhia para que eu comprasse lá o bilhete. Claro que havia outras opções de empresas, mas como eram duas policiais, comprei na empresa que me levaram. No fim das contas, as empresas eram todas iguais e os presos meio tabelados. Mas que ficou constrangedor, isto foi...

Dali fui ao hostel Onkel Inn. Aí abaixo umas fotos dele, retiradas do sítio do hostel. 

       

Copa e sala de refeições                                                                        Sala de diversão

     

Um dos banheiros                                                                      Um dos quartos

Só o que achei ruim foi a barulheira dele. O piso é de madeira meio frouxa e cada passo perturba meio mundo! A localização é muito boa. Bem no centro da cidade.

Deixei minhas coisas em uns baús que eles disponibilizam para cada quarto e fui dar uma volta na famosa La Paz.

De cara eu digo: o tal mal da altitude é real. O que senti foi um cansaço extremo quando fui subir uns simples lances de escadaria numa rua próxima ao hostel. Procurei o tal chá de coca mas achei uma farmácia que vendia uma pílula. Tomei a pílula e, 6 horas depois, outra. Fiquei bonzinho! Não senti mais problema ao longo da viagem toda! Mas aqui deixo uma grande dica: eu vim de ônibus de Santa Cruz a La Paz. Foram umas 14 horas de ônibus, o que foi me ajudando a aclimatar. Todos que conheci que chegaram em La Paz direto de avião passoaram mal. Talvez eu não tenha sentido tanto por morar em Brasília, cuja altitude é 1000m acima do nível do mar, porque Brasília é muito seca (umidade por volta de 20% a 30% em agosto) e porque tenho uma boa capacidade respiratória.

Almocei em uma birosquinha. Dia a dia ficou mais claro que o pessoal lá é doido por um franguinho com arroz e batata frita. Aliás, até demais. Depois de um tempo lá, peguei um enjôo de tanto cheiro de frango frito ...

Andando pelas ruas, vi policial para tudo que é lado. Muitos mesmo. Literalmente em todos os quarteirões havia um ou dois. A cidade me pareceu bem segura. Caminhei muito pelo centro dela e não vi gente drogada, ou gente com cara de malandro. E olha que procurei ser bem atento. Em nenhuma cidade brasileira dá pra caminhar tanto assim sem esbarrar com alguma figura suspeita.

Achei um museu de antropologia e entrei. Arrependi-me. Museu muito fraco, mas era o que tinha... Seguem algumas fotos do que vi lá.

                                              

Máscaras de museu. A primeira é igualzinha ao Coxinha! A segunda parece pai de santo!

Pense numa lhama braba! E pense numa política de avanço da Bolívia! Estes quadros eram uma mostra de artes plásticas. Bacana!

Ainda caminhando pelo centro de La Paz, cheguei na praça em frente ao centro de governo da Bolívia. O lugar era bonito.

Praça principal de La Paz.

A praça era repleta de pombos, os famosos 'ratos que avuam'. Um esporte lá é dar comida a pombos. Algumas mães, entretanto, fazem da cabeça de seus filhos um puleiro.

Mães e pombos.

Cheguei depois num belo mirante no alto da cidade. Belíssimas imagens da cidade, que está a mais de 3500m acima do nível do mar. Tem bairro que está acima de 600m do centro da cidade.

       

Imagens das belezas da cidade, o que inclui a mim.

Uma coisa que quem vai a La Paz logo percebe é que o item mais importante de um carro é a buzina. Com ela diz-se 'sai da frente', 'com licença', 'cuidado', 'obrigado', 'presta atenção', 'fui', 'tou indo', 'espera aí'... Pelo que vi, o carro pode até ficar sem porta, mas nunca sem buzina. É uma sinfonia só. A turma mete o carro e vê no que dá.

O trânsito é uma doidice. Demorei a entender como se fazia para atravessar uma rua. Descobri que a melhor tática era seguir um habitante da cidade e colocá-lo entre você e o carro que vem. Assim, se o carro atropelar alguém, acerta o habitante primeiro. A turma às vezes se joga na pista mesmo e torce para os carros freiarem. Muitas vezes eles freiam. Mas é uma loucura total. E para piorar, as calçadas eram muito estreitas. Ah! Os carros param onde querem, na hora que querem. Isto inclui parar no meio de um cruzamento para pegar passageiros.

Como atravessar uma rua em La Paz

A maioria dos veículos é de origem japonesa. Parece-me que tudo que é carro usado no Japão vem parar na Bolívia. E boliviano adora enfeitar carro. Grande parte deles pareciam carros alegóricos, em especial os taxis, vans e ônibus.

E quando você pega taxi não é muito mais seguro. Os caras tiram fino em batida nos outros o tempo todo. Para eles é normal 'quase bater'. Sei que no meio desta doidice toda eu não vi nenhum acidente. Eles se entendem, mas Deus quem me livre dirigir lá. Ainda quanto a taxi, eles são muito baratos. Compensa usá-los. Mas combine antes o preço.

O sistema de transportes públicos é bem fraquinho, mas parece atender as necessidades da cidade. Aliás, La Paz só tem uns 800.000 habitantes. Uma passagem vai ser algo entre 1 e 3 bolivianos. Não cheguei em nenhum momento da viagem a tomar ônibus, mas tive a curiosidade. Eles são no melhor estilo "cobrador na janela gritando por passageiros".

Um veículo típico de transporte público de La Paz.

Outra coisa legal em La Paz é que aquelas roupas meio indígenas não são para gringo ver. A mulherada usa mesmo estas roupas típicas. Em especial mulheres mais velhas e pobres. 

Chapeuzinho clássico em La Paz.

Uma historinha que achei bacana a respeito de La Paz foi a origem da história do chapéu. Diz-se que no fim do século XIX um comerciante inglês tinha um montão destes chapéus de coco a vender e não conseguia. Disse então às ricas de La Paz que eles eram moda na Europa. As ricas compraram os chapéus e as pobres seguiram a onda. Até hoje elas usam estes chapéus, mesmo que eles não sirvam para coisa alguma. Outra curiosidade é que as casadas usam ele em pé, e as solteiras de lado! 

À noite caminhei um pouco pela cidade, onde achei na avenida principal uma agência do Banco do Brasil! Há muitos caixas eletrônicos e casas de câmbios. Tem uns cinemas, muitos restaurantes e tudo mais! Cheia de gente passeando nas praças desta avenida.

La Paz é uma cidade pobre, ainda mais se lembrarmos que é a capital da Bolívia. Mas achei uma cidade interessante, e não tenho mesmo nada de mal para falar dela. Achei segura, relativamente limpa e sempre tem muita gente para todo lado.

Voltei ao hostel e fui dormir que de manhã tinha a viagem até Cusco!

Gastos do dia:

Passagem de La Paz a Cusco 130 Bv 

Internet 2 Bv 

Almoço 11 Bv 

Batata frita - lanche 6 Bv 

Tampico, 2 litros 7 Bv 

Caneta e relógio fuleiro 37 Bv 

Ingresso para museu 35 Bv