Em momento algum a tripulação da Archimedes se perguntou se era uma boa ideia roubar de um dos maiores mafiosos da galáxia. E é justamente essa atitude pró-ativa que interessa a pessoas como Nassana Dantius. Era o que o job exigia.
Dantius descobriu que os Hutts têm um grande depósito de spice em Sriluur, escondido de outras facções que possam vir a tentar roubá-los. O depósito fica em um conjunto de crateras na Great Cueva Expanse, praticamente impossível de acessar com naves grandes. Parece que o Império resolveu que vai fazer uma incursão militar no espaço Hutt, então o gângster precisam tirar sua carga o mais rápido possível.
Nassana deixa o negócio tão claro quanto possível: o grupo coleta a mercadoria no depósito e entrega para ela em Darlyn Boda, e ela lhes dá o paradeiro de Silara Drusat.
Srillur é uma planeta desértico localizado na Orla Exterior e faz parte da Sisar Run Hyperlane. Apesar do ambiente inóspito, Srillur tem uma grande população, composta essencial de Weequays, a espécie nativa. Tem uma economia autônoma, baseada em agricultura de subsistência (que acontece nas ilhas de Cupric) e na exportação de gemas e minerais.
O planeta é basicamente coberto por desertos, savanas e campos pedregosos, e tempestades de areia são frequentes. Seus oceanos são ácidos mas, ainda assim, lar para algumas formas de vida. Tem 5 luas, mas somente Ruul é capaz de sustentar vida. Meirm City é a capital da cidade, localizada na Copper Coast, mas rivaliza em importância com Dnalvec, a cidade portuária.
Praticamente todo o hemisfério norte é coberto pela Great Cueva Expanse, um enorme deserto coberto de crateras e cânions. O hemisfério sul, que concentra a maior parte da população, é recheada de vulcões dormentes e cânions de transparisteel.
A inteligência que eles têm sobre o local é pouca. Dantius pode informar as coordenadas do depósito de spice, mas explica que não é possível levar a Archimedes até lá: pousar uma nave tão grande nos campos pedregosos é praticamente impossível, e no evento de uma tempestade de areia, a nave pode ser gravemente danificada. Eles precisam chegar no depósito de outra forma.
O capitão Tom Wakeman conseguiu, através de sua irresistível e profundamente irritante lábia, convencer Nassana lhe dar os dados de astrogation de Srillur sem custo. Era tudo o que precisavam para partir.
Em 3 dias chegaram à órbita do planeta, e a visão era impressionante. Grandes desertos, separados por oceanos cor de cobre, ocupavam todo o hemisfério sul. Uma grande cratera ocupa o hemisfério norte, e mesmo da órbita era possível ver grandes nuvens de areia se movendo rápida e violentamente, castigando os cânions, que daquela distância pareciam pequenos leitos de rio secos.
Pousaram em Dnalvec, a cidade portuária, adjacente à Great Cueva Expanse. Rapidamente se misturaram naquela exótica cidade, um aglomerado de pequenos prédios e plataformas de pouso, cobertos por uma suave poeira metálica, e habitados em grande parte por weequays.
Depois de uma rápida mas detalhada pesquisa, descobriram que um weequay chamado Tobi poderia ajudá-los a chegar nos cânions. "Mas vocês vão para norte ou nordeste?", perguntou Tobi, em tom amistoso. "Para norte a navegação é bem fácil, mas os cânions a nordeste são tremendamente estreitos, e vocês vão precisar de um piloto muito bom", disse, olhando de esguelha para Chowun De Maal, dada a fama dos Duros como alguns dos melhores pilotos da galáxia. "Para nordeste, vocês vão ter que pagar uma pequena sobretaxa, sabe? A chance de vocês danificarem meu veículo é alta... vocês entendem, não?" Entenderam, e pagaram aviltantes 500 créditos para alugar um airspeeder modificado, feito para levar pessoas e carga, que contava com peças de pelo menos três tipo de veículos diferentes. De Maal percebeu que embora fosse bem manobrável, provavelmente não deveriam navegar em grande velocidade.
Rapidamente descobriram que Tobi tinha razão. O cânion era estreito, com múltiplas curvas apertadas e pedregulhos ameaçadores. De Maal contou não só com a sua habilidade, mas com sua intuição e um pouco de sorte, e conseguiram chegar ao depósito.
O depósito ficava bem no fundo do cânion, em uma parte na qual parecia que uma de suas paredes estava se inclinando sobre um pequeno platô, praticamente um canto de uma caverna. Duas pequenas plataformas de metal se projetavam sobre o platô, ligadas por escadas, fazendo com que o depósito tivesse três andares cobertos de caixas e maquinário. Ainda de longe, perceberam uma figura sentada no platô preguiçosamente, que empertigou-se ao avistar o veículo do grupo. Ao se aproximarem do depósito, o capitão Wakeman começou sua ladainha. "O chefinho nos mandou buscar a carga, pois o Império pode chegar a qualquer momento", disse Wakeman, para um capanga desconfiado. Outro capanga, mais atrás, prestava atenção e, ao fundo, sentado em uma mesa, um EV-Series Supervisor Droid permanecia plácido, com os dois pontos brilhantes que são seus olhos olhando para o horizonte.
O grupo repetiu o embuste, mas o droid não pareceu convencido. "Qual é a palavra-passe?", perguntou. Depois de um breve momento ponderando sobre a resposta adequada, Wakeman explodiu a cabeça do droid com sua blaster pistol. Tuk e Leedo buscaram proteção, enquanto Ketah sacava seu rifle e De Maal estava mais preocupado com o datapad na mesa do droid.
Contudo, os anteparos que Tuk e Leedo se moveram - eram na verdade droids assassinos, construídos com uma única finalidade: destruir quem tentasse roubar o poderoso Jabba, The Hutt. Os dois capangas foram derrotados rapidamente, mas os droids eram mais duros na queda, e não eram as única proteções do depósito: quatro turretas presas ao cânion se ativaram, disparando saraivadas no pequeno platô. De Maal conseguiu desativá-las antes do pior, mas os droids fizeram algum estrago antes de serem destruídos.
Vencida a resistência, é hora de contar os espólios. O tempo urge - De Maal não quer ter que pilotar nesse cânion no escuro. Resta saber se o cair da noite é o único inimigo à espreita.