Figura 1: Vista supero-lateral do hemisfério cerebral esquerdo. O ramo posterior da Fissura Sylviana separa o lobo temporal inferiormente do lobo frontal superiormente.
Neurosurgery.Volume 45(3), September 1999, p 549..Microsurgical Anatomy of the Temporal Lobe: Part 1: Mesial Temporal Lobe Anatomy and Its Vascular Relationships as Applied to AmygdalohippocampectomyWen, Hung Tzu M.D.; Rhoton, Albert L.
1-Sulco pré-central
2-Sulco central
3-Sulco pós-central
4-Giro pré-central
5-Giro pós-central
6-Giro supramarginal
7-Terminaçãoes ascendentes e descendentes do ramo posterior da Fissura Sylviana
8-Parte triangular-Giro frontal inferior
9-Parte opercular-Giro frontal inferior
10-Giro de Heschl- Giro temporal transverso anterior
11-Giro temporal transverso médio
12-Parte orbital-Grio frontal inferior
13-Ramo posterior da Fissura Sylviana
14-Giro temporal superior
15-Sulco temporal superior
16-Giro temporal médio
17-Sulco temporal inferior
18-Giro temporal inferior
Figura 2. Vista póstero-lateral do hemisfério cerebral esquerdo.A Linha parietotemporal extende desde a Incisura parieto-occipital na superfície lateral até a Incisura pré-occipital desta forma separando os lobos parietal do occipital. A Linha temporo-occipital origina-se da porção posterior do ramo posterior da Fissura Sylviana até o ponto mediano da Linha parietotemporal separando desta forma os lobos temporal e parietal. O sulco intraparietal separa os lóbulos parietal superior e inferior.
Neurosurgery.Volume 45(3), September 1999, p 549..Microsurgical Anatomy of the Temporal Lobe: Part 1: Mesial Temporal Lobe Anatomy and Its Vascular Relationships as Applied to AmygdalohippocampectomyWen, Hung Tzu M.D.; Rhoton, Albert L.
1-Giro pré-central
2-Giro pós-central
3-Sulco intraparietal
4-Lóbulo parietal superior
5-Giro supramarginal
6-Giro angular
7-Linha temporo-occipital
8-Giro temporal superior
9-Giro temporal médio
10-Linha parietotemporal
11-Lobo occipital
Correlação clínica:
1-Afasia de Wernicke: paciente com lesões na região do Giro supramarginal e angular no hemisfério dominante podem evoluir com Afasia de Wernicke. Nesta afasia o paciente apresenta dificuldade ou mesmo não compreende o que lhe é falado. Se a área de Broca está preservada, o paciente consegue falar, mas não consegue entender o que o examinado lhe fala. Quando a lesão é extensa o suficiente para lesar a Área de Broca e Wernicke simultaneamente, o paciente apresenta um quadro de afasia mista ou global na qual não fala nem compreende nada do que lhe é falado.
Neuroanatomia funcional do Cérebro ou Telencéfalo
O córtex cerebral (área cinzenta periférica) é dividido em áreas citoarquiteturais numeradas de 1 a 52 (áreas de Brodmann).
Lobo Frontal
Motricidade voluntária e involuntária (automática);
Expressão da linguagem (fala);
Iniciativa;
Raciocínio;
Planejamento;
Solução de Problemas;
Comportamento Social;
Concentração (memória imediata).
O Lobo Frontal se divide em:
- Córtex motor primário (área 4): piramidal; responsável pela motricidade e força muscular do dimídio contralateral. Lesões causam: paresia, plegia e convulsões jacksonianas.
- Córtex pré-motor (área 6): extrapiramidal; contém programas motores, garantindo destreza a tais movimentos contralaterais. Lesões causam: apraxia (dificuldade de realizar o movimento), agrafia sem alexia, ataxia, espasticidade, posturas disotônicas.
- Área do Desvio Conjugado do Olhar (área 8): responsável pelo desvio voluntário do olhar para o lado oposto. Lesão causa: desvio dos olhos para o lado da lesão (lado oposto da hemiplegia). Se o desvio for contrário á hemiplegia, a lesão é do lobo frontal (área 8) por AVE de cerebral média. Se for para o lado da hemiplegia, lesão da ponte por AVE pontino.
- Área da Broca ou da Expressão da Fala (área 44): lesão causa afasia (distúrbio de linguagem), disfasia + hemiparesia/plegia esquerda, mantendo a compreensão do que se fala.
- Córtex pré-frontral Lateral (convexidade anterior): responsável pelo raciocínio, solução de problemas, conclusão, planejamento, iniciativa e vontade. Lesões causam síndrome abúlica (bulia = vontade, iniciativa) ou mutismo acinético. Apatia, não faz nada, diurese e defecação por “transbordamento”.
- Córtex pré-frontral Orbitário e Medial Anterior (comportamento social): armazena aprendizado sobre o que é certo e errado. Lesões causam síndrome da liberação frontal (desinibição, atrevimento, atos constrangedores, hipo/anosmia, nega sintomas).
- Áreas do Sistema Límbico (24, 25 e 32): emoções.
Lobo Parietal:
Capta e processa a sensibilidade somática (tato, dor, temperatura e propriocepção) e a sensibilidade cinestésica.Integra mensagens da interpretação visual e (em menor grau) da auditiva.
- Córtex Somatosensorial Primário (áreas 1, 2, 3): responsável pela consciência imediata dos sentidos do tato, dor, temperatura, pressão, vibração e propriocepção. Lesões causam hemiparesia/plegia e hemihipoestesia/anestesia (tudo contralateral).
- Córtex Somatosensorial Associativo (áreas 5, 7): são áreas de reconhecimento sensitivo, onde estão armaze3nadas diversas sensações (queimadura, agulhada, beliscão). Lesões causam agnosia (perda da capacidade de reconhecer o estímulo), astereoagnosia (perda da capacidade de reconhecer um objeto pelo tato, mas pode reconhece-lo pela visão, pelo som, pelo cheiro). Acomete o lado contralateral.
- Córtex Associativo Geral (áreas 39, 40): processam informações sensoriais e as comparam com experiências anteriores. Respondem pelo entendimento dos gestos, dos símbolos, da escrita, dos números, da orientação direita-esquerda. Sua lesão causa a síndrome de Gerstmann (agrafia + alexia, acalculia, agnosia, desorientação espacial direita-esquerda, apraxia - dificuldade de realizar o movimento).
Lesões no Lobo Parietal não dominante:
- Síndrome da heminegligência: não reconhecimento do lado esquerdo do seu corpo, deixando-o descuidado, despresado.
- Anosognosia: o paciente não percebe que há algo de errado com seu corpo, negando a hemiplegia.
- Apraxia Construcional: incapacidade de copiar ou desenhar figuras e de construir modelos.
- Apraxia para Vestir-se.
Lobo Temporal:
Audição (porção lateral);
Música;
Compreenção da Linguagem Falada;
Olfato (porção medial);
Memória;
Comportamento Emotivo (porção medial).
- Córtex Auditivo Primário (área 41): responsável pela percepção dos sons. Como há fibras aferentes bilaterais para ambos os ouvidos, sua lesão não causa hipoacusia.
- Córtex Auditivo Associativo (área 42): responsável pelo reconhecimento do som. Uma lesão bilateral causa agnosia auditiva. Uma lesão isolada na área 42 causa amusia (incapacidade de reconhecer melodias).
- Área de Wernicke ou da Compreensão da Fala (área 22): sua lesão (AVE de artéria cerebral média) causa a afasia de Wernicke ou sensorial (não compreende nenhuma palavra que falam para ele, nem o que ele mesmo fala, criando palavras incompreensíveis). Outro tipo de lesão leva a aprosidia sensorial (perda da intonação da fala, sem emoção).
- Área Olfatória (área 28 e 34): úncus e área etorrinal do giro parahipocampal.
- Área da Memória: responsável pela memória dos fatos recentes (hipocampo), como dos fatos antigos (corpo mamilar e giros do lobo temporal medial). Lesões podem causar amnésia lacunar ou total (como no TCE). Na epilepsia, o paciente pode experimentar sensações de deja vu (parece conhecer um lugar onde nunca esteve) ou jamai vu (não reconhece lugares familiares).
- Áreas Comportamentais: sua lesão causa inexplicável raiva e agressividade, ansiedade, pânico, discreta paranóia. Lesões bilaterais determinam ilusões auditivas ou visuais, desorientação, alterações de comportamento, incluindo religiosidade e hipergrafia.
Lobo Occipital:
Visão;
Interpretação visual;
Interpretação espacial;
Interpretação da leitura.
- Córtex calcarino (área 17): responsável pela precepção do estímulo visual. Sua lesão unilateral leva a hemianopsia contralateral. Faz-se campimetria visual.
- Córtex Visual Associativo (áreas 18 e 19): processa e reconhece aquilo que o paciente está enxergando. Uma lesão no hemisfério dominante causa agnosia visual (o paciente enxerga, mas não sabe o que é, não sabe o nome e nem sabe para que serve). Sua lesão bilateral causa a Síndrome de Anton (fica cego, sem reconhecer que está cego). Outras lesões podem causar alexia sem agrafia, incapacidade de distinguir rostos de pessoas conhecidas e síndrome de Balint.
Síndrome de Balint:
Simultanagnosia: perda de a noção espacial, incapacidade de reconhecer cenários e paisagens.
Ataxia Óptica: não consegue alcançar objetos com a mão.
Apraxia Óptica: não consegue desviar olhar voluntariamente numa paisagem ou cenário.
Substância Branca Cerebral:
Preenche o espaço entre o córtex e a substância cinzenta.
Composta por fibras de projeção, fibras longitudinais e fibras transversais (comissuras anterior e posterior e corpo caloso).
Uma lesão no corpo caloso causa a não transmissão de habilidades aprendidas com uma das mãos com a mão oposta. Se tampar o olho direito, não consegue dizer qual o objeto que está vendo com o esquerdo. (pois o estímulo visual chega ao córtex occipital direito).