Nei Loja - Faço o que quero ou faço o que DEVO FAZER?

Autor: NEI LOJA

Peter Druker relatou que os maiores executivos do mundo, incluindo reis, presidentes, imperadores e dirigentes empresariais, devem seu sucesso a uma pergunta que se fizeram diante de uma situação onde uma clara estratégia deveria ser definida. Esta pergunta foi...

O que precisa ser feito?

E disse mais. Que na superlativa maioria das vezes eles se deram conta de que, o que precisava ser feito não era o que queriam, nem o que gostariam de fazer. Mas uma vez que conseguiram a resposta àquela pergunta, puseram mãos à obra, fazendo o que era necessário, salvando nações, reinos, impérios e empresas.

Realizei, diante desta pergunta, que várias nações de nosso mundo realmente precisaram entrar em guerra, colocando ali toda a sua energia quando, por exemplo, ocorreu alguma tentativa de invasão. Certamente que os cidadãos não queriam nem desejavam a guerra como plano para o futuro, mas era o que precisava ser feito. Peter Druker não disse como se obtêm uma resposta à pergunta, mas estimulou um modo de pensar bem interessante. Para mim ocorre perguntar o que realmente estimula os atos visíveis e concretos, por que aí deve estar a origem deles mesmos. Por exemplo:

Mesmo quando em guerra o seu objetivo não é estar em paz? Realmente você não reza para vencer logo e acabar a guerra rápido, para poder retornar à sua paz? Então o desejo presente não é o de fazer uma guerra, mas o de conseguir a paz. A guerra foi a resposta àquela pergunta, naquele momento.

Esta pergunta intriga você? Pode parar um minuto inteiro pensando nela?

Acabei de assistir uma entrevista do técnico da nossa seleção de futebol sobre o primeiro jogo da copa mundial. Ele disse o seguinte: - ¨Agora nós só vamos cuidar dos aspectos psicológicos da equipe¨! Bem, este técnico é um executivo que decidiu trabalhar sobre os aspectos psicológicos de seu time. Para ele, neste momento, é o que precisa ser feito, e deve ter baseando sua decisão em um histórico de sucesso ou fracasso, onde as condições psicológicas interferiram muito – todos sabemos disso, pois a psicologia não é um livro secreto. Todos sabemos quais os efeitos da motivação e do otimismo nos resultados de qualquer time de trabalho, principalmente quando as crises levam várias empresas a reduzirem mais ainda suas capacidades e competências devido a um fenômeno do comportamento humano, muito comum, que ocorre em qualquer lugar do mundo; aumenta o tempo gasto em reclamações sobre a conjuntura, o medo do futuro, a sensação de insegurança... E as motivações vão recuando, se esvaziando... Bem, o resultado acaba sendo bem pior do que aquele que a situação real poderia influenciar.

Uma primeira resposta à pergunta não poderia ser que o que deve ser feito é cuidar dos aspectos psicológicos, motivando muito mais para que o nosso desejo de paz se concretize? E já que se está em uma guerra, conseguir que todos usem suas energias totais? Você já viu algum filme no qual um grande grupo de milhares de homens se reuniram para defender seus lares, e partiram para a guerra cantando um refrão como este?

"Vamos morrer,

Perder a guerra,

Estamos fritos,

Adeus vida, adeus alegrias,

Vamos morrer como gado"

Você já viu isto? Talvez em alguma comédia?

Se o pessimismo jamais ganhou sequer uma batalha, como poderia ganhar uma guerra? O caminho é deixar o pessimismo para quem o quiser, inclusive seus concorrentes, e cantar com energia seus hinos de vitória. Uma boa música levanta nações inteiras, você sabe disto. Quem vai para a guerra com medo, perde! E quem define a vitória, pela capacidade de motivar para terem coragem e darem seus máximos, são os líderes verdadeiramente motivadores. Nunca se esqueça de que fugir é mais fácil, mais biológico, do que enfrentar qualquer coisa com risco de morte. O líder precisa lutar contra forças de sobrevivência individual muito poderosas, que são naturais e parte de como nos desenvolvemos ou fomos criados.

Mas se o líder sair correndo diante do inimigo, não fica um!

Em uma multinacional, sediada em São Paulo, um de seus principais executivos, que era estrangeiro, se arriscou a uma crítica honesta do seu grupo, enviando algumas perguntas escritas aos seus funcionários. Recebeu bastante informações sobre o elevado grau de desmotivação de provocava como conseqüência de suas atitudes e dos recursos de comunicação que utilizava. Chamando nossa consultoria para apóia-lo, teve facilidade em retroceder aquele quadro simplesmente percebendo que alguns problemas pessoais o levavam a ameaçar, sendo desrespeitoso com as pessoas, ao invés de utilizar o verdadeiro caminho do líder, que é o de motivar para conseguir ótimos resultados... Fez um entusiasmado trabalho de mudanças comportamentais que rapidamente restaurou a auto-estima de sua excelente equipe, restaurou a competência, a criatividade, acabando por mudar seu modo de pensar.

Conferindo o pensamento acima, ele primeiro mudou o comportamento e depois mudou o pensamento, porque as mudanças positivas o fizeram perceber que só tinha a ganhar. Então, o que ele precisou fazer foi mudar o comportamento para conseguir o que desejava. Desejava os resultados que o conduziram ao seu próprio equilíbrio e à paz no grupo.

Vamos novamente? ... O que precisa ser feito?

Os grandes líderes da nossa história não eram onipotentes. Tinham um grupo de estrategistas para debater possibilidades, para pensar nas soluções, definindo juntos o que deveria ser feito. Assim, algo comum entre os líderes mais bem sucedidos foi e é a competência em utilizar mais inteligências somadas, conseguindo mais, perguntando mais, aceitando mais...

Já não temos mais uma possível resposta?

Que para conseguir e manter a paz e o equilíbrio é necessário um grupo de estrategistas?

Ocorre que mesmo em um departamento com meia dúzia de funcionários você precisa perguntar o que deve ser feito para que o departamento consiga mais, alcançando, assim, a paz. Se for obtido um bom consenso, todos estarão remando juntos e para o mesmo lado. Devemos refletir que nenhum presidente de país ou de empresa conseguiu realizar todas as tarefas que decidiu, sem ajuda. Nos departamentos também não - As máquinas não trabalham sozinhas -. A Gerência efetiva se revelará pela maior ou menor capacidade de obter colaboração entusiástica, feliz, inteligente e capacitante.

O nome que daremos a esta forma de refletir, chamaremos de Planejamento Estratégico Setorial, porque não sei se tem outro nome, realmente não conheço nenhuma autoria anterior sobre esta idéia que já desenvolvo há alguns anos e divulgo nas minhas palestras sobre Liderança Motivacional.

Trata-se do seguinte: existe o Planejamento Estratégico da Empresa, que é realizado pela área de definições estratégicas - presidente e diretores, cujos resultados, incrivelmente, muitas vezes nem são informados às equipes de execução, levando a muitos erros. Mas existe um outro, o Planejamento Setorial, que deve ser corretamente realizado nos níveis de execução, aumentando muito todos os resultados a partir da correta compreensão dos membros de cada grupo sobre os objetivos específicos de cada área, do que é necessário para funcionarem melhor, realizando uma honesta auto-avaliação do que está certo ou errado no trabalho. Assim, um plano de ação e correções será feito e as tarefas divididas entre os membros da equipe. Todos participando, já deu certo!

Se esta conversa continuar, ao invés de um artigo, este texto será um livro. Eu vou escreve-lo com o título da minha palestra, Liderança Motivacional, e dedica-lo aos líderes que querem ser felizes no trabalho, agindo corretamente com todos, desde seus auxiliares aos acionistas, estes que capitalizam a organização esperando correto retorno de seus investimentos. Os líderes, que compreendem completamente o seu papel, são os meritórios. Merecem medalhas de campeões.

Para finalizar, uma sugestão que já estou praticando. Estou me perguntando várias vezes ao dia, todos os dias, diversas vezes, o que deve ser feito... Colei esta pergunta junto à tela do meu notebook e a complementei... E por mãos à obra! No momento em que se define o que deve ser feito, coloca-se mãos à obra!

Na minha opinião, todos os dias merecem uma reflexão de pelo menos um minuto sobre o que realmente precisa ser feito!

Nei Loja

Anote para memorização: O que precisa ser feito.

- Motivação – aspectos psicológicos da equipe,

- Auto-estima dos grupos – que é a mola mestra das motivações

- Força da Palavra Positiva – Líder Motivacional.

- Para ter paz precisamos de estrategistas (são membros de nossa equipe).

- Planejamento Estratégico Setorial – claras definições de metas e tarefas, com adesão.

- Será que está na hora de mudarmos em algo? Que tal perguntar?

- Crie um modo desta perguntar retornar sempre à você. Não a esqueça, é um benefício.

Nei Loja é Psicólogo e é o Presidente do GDAN - Treinamentos, Palestras e Consultorias Transformadores, e coordena reuniões para o Planejamento Estratégico Empresarial e o Planejamento Estratégico.Setorial, ensinando a metodologia em sua palestra,"A Liderança Motivacional".