Três brasileiros cruzam o teto do mundo
Dois mil quilômetros de bicicleta e mil de jipe off-road: regiões remotas do altiplano Tibetano jamais visitadas por brasileiros são percorridas em 37 dias por Leo Tenenblat, Jean Phillipe Boubli e Francisco Pontual.
Altitudes médias de 4.500 metros, apenas 47% de oxigênio disponível na atmosfera para respirar, temperaturas extremas de -5º C e ambientes insalubres. Cenários deslumbrantes tendo como pano de fundo os Himalaias. Povos nômades, monges budistas e o abismo de culturas. Tudo isso foi vivenciado e registrado por uma equipe determinada a chegar ao fim da viagem.
Permissões especiais foram concedidas pelas autoridades chinesas, que há 50 anos ocuparam o território antes governado pelo Dalai Lama, autoridade máxima do budismo. Não é todo o dia que um matemático (Tenenblat), um antropólogo (Boubli) e um biólogo (Pontual) se reúnem para uma empreitada em território tão estranho aos olhos dos brasileiros... e voltam intactos. Provavelmente os primeiros a se aventurarem sobre duas rodas numa região tida como de mais difícil acesso que a Antártica. Agora, eles convidam você e seu leitor a também participar desta expedição.
O Projeto Tibet 2000, que contou com apoio de empresas dos EUA, Canadá, Alemanha e Brasil, foi concebido por Tenenblat, de 24 anos. Ciclista experiente, ele desenhou o trajeto depois da realização do Projeto Américas, há dois anos, quando pedalou os 14.553 km que separam São Francisco (Estados Unidos) de Brasília, passando por 12 países. Leo e o amigo Boubli (34), que tambem ja viajou por varias partes do globo, trataram então de decidir a rota a ser tomada, os paises a serem visitados, além de planejar o equipamento para a cruzada. Quase às vésperas do embarque, o biólogo Francisco Pontual, 34 anos, juntou-se aos dois para dar o apoio necessário para que a vigem fosse o mais segura possível. Somaram-se ao time dois tibetanos: o guia Passang e o motorista Nyima, que também desconheciam o caminho a ser percorrido.
O dia-a-dia foi registrado em fotos e vídeo que somam um acervo único de mais de 3 mil cromos, 2000 imagens digitais e 20 horas de vídeo que pode agora ser experimentado por leitores e espectadores dos mais diversos segmentos. Seja para mergulhar no universo do budismo em sua raiz, ou para vislumbrar a beleza de paisagens, um vasto material foi recolhido para viabilizar a viagem daqueles que sonham em um dia escrever um diário de bordo como o que os três puderam produzir.
O aprendizado adquirido nos dias difíceis de exaustão física e diferenças culturais foi igualmente compartilhado pela equipe. "Entre a viagem planejada e a realizada ficou a lição de que a flexibilidade e humildade foram elementos fundamentais para que a gente pudesse chegar ao fim", conta Leo Tenenblat. "O que nos permitiu completar a viagem foi o jogo de cintura brasileiro. Tivemos que deixar de lado a lógica ocidental e nos adaptarmos a uma realidade sócio-cultural completamente distinta da nossa. O clima físico e psicológico muda constantemente no Tibet", afirma Pontual. "Creio que jamais vamos nos esquecer que todos os momentos difíceis, incluindo aqui as interações com o ambiente físico ou com os Tibetanos, foram vencidos com paciência e humildade. Esta talvez seja a maior lição que levaremos do Tibet para as próximas aventuras", conclui Boubli.
Contatos: Leo Tenenblat (0XX21 539-3682) e Francisco Pontual (0XX21 294-7027)
Conheça mais sobre a empreitada e seus componentes nos sites:
http://www.sferi.com/
http://www.revista2k.com.br/aven/frame_secao_aventura.htm