As motivações e desafios enfrentados pelos estudantes da Educação de Jovens e Adultos (EJA) em uma instituição privada em Novo Hamburgo.
Autoras: Gabriela de Abreu Kunrath, Lavínia Manoela Schmidt, Maria Eduarda da Cunha e Maria Luíza Demétrio de Oliveira.
Uma pesquisa conduzida pelas estudantes Gabriela Kunrath, Lavínia Schmidt e Maria da Cunha, entre março e agosto de 2024, investigou as motivações de jovens e adultos que buscam a EJA (Educação de Jovens e Adultos) em uma instituição privada de Novo Hamburgo. Através de um questionário online, o estudo buscou entender as razões que levam os estudantes a retornarem à escola, após anos sem a experiência escolar formal. Os resultados indicam que a principal motivação dos participantes é a necessidade de qualificação para melhorar sua posição no mercado de trabalho. Apesar das dificuldades em conciliar os estudos com as responsabilidades pessoais e profissionais, os alunos demonstraram grande determinação em superar os obstáculos e conquistar novas oportunidades. A pesquisa destaca a importância da EJA não apenas como uma chance de concluir a educação básica, mas como uma ferramenta crucial para a inclusão social e profissional desses indivíduos.
A pesquisa sobre as motivações de jovens e adultos que buscam a Educação de Jovens e Adultos (EJA) em instituições privadas de Novo Hamburgo revela aspectos cruciais sobre as realidades e desafios enfrentados por esses indivíduos ao retornarem aos estudos. Um dos principais achados da pesquisa é que a maior motivação desses estudantes é a busca por melhores oportunidades no mercado de trabalho, muitas vezes associada ao desejo de alcançar a auto-suficiência e proporcionar uma qualidade de vida superior para si e suas famílias. Esses dados reforçam a hipótese levantada inicialmente, de que a qualificação profissional e a busca por uma melhor inserção no mercado de trabalho são as principais razões que levam os adultos a optarem pela EJA. Como apontam Santos, Lima e Santana (2017), a EJA oferece uma oportunidade de aceleração no processo de formação, permitindo que aqueles que não puderam concluir seus estudos na idade regular possam alcançar um nível educacional compatível com as exigências do mercado de trabalho. As respostas dos participantes indicam, ainda, que muitos ingressam nessa modalidade de ensino com a expectativa de transformar suas vidas e alcançar objetivos como a conclusão do ensino médio e melhor colocação no mercado de trabalho, o que está alinhado com o que Miranda e Araújo (2019) afirmam sobre o impacto da EJA na busca por melhores condições de vida.
No entanto, a pesquisa também aponta que a jornada na EJA é permeada por dificuldades significativas, principalmente no momento de conciliação dos estudos com as responsabilidades pessoais e profissionais. Muitos estudantes relatam uma reorganização completa em suas rotinas diárias, com aumento do cansaço físico e emocional, o que torna o processo de aprendizagem ainda mais desafiador. Esse contexto reforça a ideia de que, apesar da determinação dos alunos em retomar seus estudos, as instituições precisam oferecer currículos que atendam efetivamente às expectativas desses indivíduos e às exigências do mercado de trabalho atual. Como enfatizam Silva, Guerra e Paraíba (2014), muitos alunos da EJA enfrentam dificuldades relacionadas ao contexto de vida já estabelecido, como a sobrecarga de responsabilidades, o que exige uma adaptação significativa para reintegrar o ambiente educacional. Esse cenário reflete a necessidade de um currículo flexível e adaptado às condições específicas de cada estudante. Esse ponto também é abordado por Andrade (2004), que defende que a EJA deve ser um espaço aberto e motivador, respeitando os interesses e as necessidades de cada aluno, para que este se sinta parte de um processo de transformação pessoal e profissional.
Em conclusão, a pesquisa conduzida pelas estudantes de ensino médio, por meio da implementação de um questionário online tem um impacto significativo, pois mostra como a EJA ajuda no crescimento pessoal e nas condições de vida de tais alunos. A pesquisa questiona a ideia de que a formação escolar da EJA deve ser semelhante ao mercado de trabalho. Este estudo pode não apenas melhorar as condições sociais dos estudantes, mas também ter um impacto positivo em suas famílias e comunidades. Com isso, pesquisas futuras podem explorar ainda mais as oportunidades de desenvolvimento da EJA no alinhamento com os mercados, incluindo a condução de estudos semelhantes ou a expansão deste questionamento.
SANTOS, M.; LIMA, A.; SANTANA, R. O ensino de jovens e adultos: desafios e possibilidades na educação escolar básica. 2017.
MIRANDA, L.; ARAÚJO, D. A EJA e suas motivações: o retorno ao ensino formal e os desafios enfrentados pelos alunos. 2019.
SILVA, A.; GUERRA, M.; PARAÍBA, C. O impacto da EJA na vida dos adultos: uma análise das dificuldades e das expectativas dos estudantes. 2014.
ANDRADE, L. Transformação da EJA: como adaptar o currículo à realidade dos alunos e promover a inclusão social. 2004.