Educação em saúde bucal

Educação em saúde inserida nos objetivos de desenvolvimento sustentável da onu

Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) foram estabelecidos em 2015 pela Organização das Nações Unidas como um plano de ação para as pessoas, para o planeta e para a prosperidade. Trata-se de uma agenda de ação até 2030, com 17 Objetivos e 169 metas construídas sobre o legado dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM). Os ODS são integrados e indivisíveis e equilibram as três dimensões do desenvolvimento sustentável: econômica, social e ambiental. Eles estimularão a ação para os próximos anos em áreas de importância crucial para a humanidade e para o planeta e abrangem um conjunto mais amplo de temas que os ODM no que diz respeito à saúde (OPAS Brasil, 2022). 

Nossa proposta de Educação em Saúde está inserida nos ODS 3 (Saúde e Bem Estar) e ODS 4 (Educação de Qualidade), uma vez que envolve aspectos relacionados a importância da educação de qualidade para o desenvolvimento pleno de um indivíduo. Especificamente nossas ações abrangem a educação para promoção da saúde bucal materno-infantil e prevenção de doenças crônicas não-transmissíveis, visando a qualidade de vida e o bem-estar coletivo. Essa temática também está inserida na Agenda de Prioridades de Pesquisa do Ministério da Saúde (APPMS) nos Eixos 5 (Doenças Crônicas Não Transmissíveis), 8 (Gestão do Trabalho e Educação em Saúde) e 14 (Saúde Materno Infantil). Dessa forma, nossa atuação dentro da Universidade de São Paulo, em um ambiente de Ensino, Pesquisa e Extensão à comunidade, nos permite contribuir em diferentes frentes para que esses objetivos sejam alcançados.

cárie dentária, alfabetismo em saúde e a infância

A infância é um período muito oportuno para as ações de Educação em Saúde, uma vez que as informações compartilhadas pelo profissional com a família permitem a aquisição de conhecimento que poderá favorecer a longo prazo as tomadas de decisão em saúde. 


De acordo com a OMS, a Alfabetização em Saúde é um processo composto por atividades educacionais com a finalidade de aumentar o conhecimento relacionado à saúde pela população e de expandir valores pessoais, atitudes e habilidades que promovam o bem-estar e a qualidade de vida. Dessa forma, pode ser entendida como um instrumento que permite minimizar as desigualdades e propiciar equidade social, a partir de uma construção em que o indivíduo adquire conhecimento e habilidades para estabelecer rotinas e priorizar o cuidado.


No Brasil, as evidências indicam que existe, de modo geral, um baixo alfabetismo em saúde que resulta, muitas vezes, em comunicação profissional-paciente deficiente, em baixa adesão aos tratamentos e cuidados propostos, além de insatisfação com os resultados alcançados frente ao tratamento de um problema. A prevalência de cárie dentária não tratada, por exemplo, é maior em crianças pré-escolares cujos cuidadores apresentam um baixo grau de alfabetismo em saúde bucal. A falta de conhecimento pode ainda agravar o problema, como no ciclo restaurador repetitivo, quando uma criança com cárie da primeira infância recebe restaurações em diversos dentes e as restaurações falham em um curto período de tempo. Falham, porque não se atuou no fator primário envolvido ali - a falta de higienização bucal e o consumo de açúcar. Mas o que fazer para que o indivíduo compreenda isso?

Através da educação em saúde, pois à medida em que a pessoa compreende os processos biológicos da doença e aprende que sua mudança de comportamento pode modificar o curso desse processo, desenvolve-se ali uma autonomia importante para o cuidado consigo mesmo. Em nível coletivo, esses esforços contribuem para minimizar as disparidades nos níveis de saúde bucal encontrados na população.

Para isso, é importante um olhar na perspectiva da educação. Mas não basta apenas ensinar, há que se compreender que o ensino e a aprendizagem são bidirecionais e que o educando deve assumir o protagonismo na ação. Na educação, um passo importante foi a mudança de um processo centrado na transmissão de conhecimentos de um indivíduo para o outro, para uma intervenção mais abrangente e integradora, centrada no indivíduo e na criação de condições para que ele se desenvolvesse na sua integralidade e na capacidade de interagir com outras pessoas. Assim, na saúde, o profissional passa a ter o papel de educador e de fazer a informação chegar até as pessoas de uma maneira que elas entendam e sejam participantes daquilo que está sendo apresentando. Para tanto, é necessário existir uma proximidade entre o educador e o educando para que o profissional que tem o conhecimento técnico sobre as doenças, os métodos de prevenção e os possíveis tratamentos, possa compartilhar essas informações com a família, adequando o diálogo à realidade vivenciada por cada núcleo familiar


Conheça mas sobre nossas propostas dentro dessa temática nas abas Alfabetização em Saúde Bucal e Saúde Bucal da Primeiríssima Infância.

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