O esmalte dentário é uma estrutura mineralizada que difere de outros tecidos duros por apresentar origem ectodérmica, possuir uma matriz orgânica peculiar e um padrão de biomineralização distinto. A formação do esmalte dentário (amelogênese) é regulada pelos ameloblastos, células que sofrem apoptose à medida que ocorre a erupção dos dentes na cavidade bucal, motivo pelo qual o esmalte não pode se renovar. Dessa forma, o esmalte dentário se apresenta como um marcador de eventos fisiológicos e patológicos, uma vez que fatores de origem local, sistêmica, ambiental ou genética podem produzir alterações no desenvolvimento do esmalte. A hipomineralização de molares decíduos (HMD) e a hipomineralização de molares e incisivos (HMI) é considerada um importante problema de saúde pública, pois além de apresentar alta prevalência, pode levar a diversas repercussões clínicas, prejudicando a qualidade de vida da criança e da sua família. A etiologia destes defeitos qualitativos do esmalte não é conhecida, ainda que tenha sido associada a alguns fatores etiológicos que atuam nos períodos pré, peri- ou pós-natais. Fatores pré- e peri-natais incluem o tabagismo, o déficit de vitamina D, o baixo peso ao nascer e o nascimento pré-termo. Fatores pós-natais incluem as doenças da infância, usualmente associadas à febre, as doenças respiratórias e o uso de alguns medicamentos. Neste projeto investigaremos possíveis fatores que impactam a amelogênese e formação do esmalte dentário, utilizando cultura de células, modelos experimentais murinos e estudo observacional em humanos.