Educação para as Relações Étnico Raciais

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Este material é um portal que se abre para oferecer um tratamento novo, honesto, digno e humano para os povos indígenas. É a porta da frente da história que queremos oferecer porque entendemos que a cidadania se constrói dignificando os cidadãos, todos eles, sempre. Os povos indígenas ganham, neste material, seu merecido papel de anfitriões, de primeiros povos, de primeiras nações, de primeiros brasileiros. É nossa maneira de honrar nossa história, nossa pátria, nossa terra, nossa identidade brasileira.

#Live - Esta transmissão trata de temas como: a presença imigrante nos territórios das Unidades Educacionais da Rede Municipal de Ensino tendo em vista a equidade para acesso de todas e todos, a educação para as relações étnico raciais e a educação antirracista em nossos territórios.

O NEER, Núcleo de Educação Étnico-Racial tem realizado uma série de lives, está acompanhando? segue aqui os links das lives que já aconteceram! Não deixe de assistir, compartilhar e pesquisar, sempre!

Nesta transmissão, educadoras da rede municipal de São Paulo mostrarão que ser antirracista vai muito além do que é não ser racista e que a escola possui papel fundamental nesse processo.

Bora assistir? 🤜🏿🤛🏾



Contribuições Iniciais para Educação das Relações Étnico Raciais

*Ana Cristina Pereira, ATE I, FB

*Roberto Antonio Maciel, ATE I, FB

O racismo deixa suas marcas nas estruturas sociais, ou melhor, ele estrutura os pensamentos neoliberais. Esta Pandemia trouxe indicadores relevantes para criarmos discussões e reflexões acerca das estruturas de poder.

Novamente a população Negra é evidenciada, não pela sua representatividade, mas pelo Número de mortos, explicados pela falta histórica de acesso à saúde.

De acordo com a reportagem da Folha de S. Paulo de 11/04/2020


São na Sua maioria Negros:

67% dos que dependem do SUS (Sistema Único de Saúde) são negros;

Portadores de Doenças como Diabetes, Tuberculose, hipertensão Arterial e doenças renais crônicas.


A partir destes dados podemos desenhar de que forma a educação pode pensar nesta população.

Qual repertório cultural das Periferias?

Quais os meios de expressão artística?

Quem são as personalidades de destaque dentro desta população, e quais foram os caminhos percorridos?

No PPP da escola como as contradições são reveladas na perspectiva de construção de identidades positivadas da população público alvo do nosso trabalho Pedagógico?

Considerando a história escravocrata do país e o processo de marginalização da população negra brasileira como romper a invisibilidade e nomear as demandas apresentadas pelo território (saúde, cultura, etc)?

As literaturas oferecidas estão livres de estereótipos, preconceitos e racismo? Qual a mediação proposta pelo Educador?

Sabemos que a Educação é um dos caminhos, porém como convencer nossos estudantes sobre tal afirmação?

Naturalmente as pessoas não percebem quando estão sendo racistas, no máximo se julgam preconceituosas, mas racistas nunca. Este artigo surge com embasamento da lei 10.639/11.645 que inclui no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da presença da temática "História e Cultura Afro-Brasileira e Africana"

“A assinatura ocorre graças aos anos de lutas dos movimentos sociais, em especial do Movimento Negro, e sem dúvidas é uma conquista desses atores sociais. No parágrafo primeiro, o texto da lei cita que o conteúdo programático incluirá a luta dos negros no Brasil, a cultura negra e formação da sociedade nacional "resgatando a contribuição do povo negro nas áreas social, econômica e política pertinente à História do Brasil". (https://www.ceert.org.br).

Importante destacar que o Racismo é nocivo também para população branca, que se coloca em lugar inconsciente de poder. “Inserm (Instituto Nacional da Saúde e da Pesquisa Médica, França) – homens brancos – invocam a possibilidade de testar vacinas contra o corona vírus no continente africano” por que na Africa? é desta forma que o racismo se perpetua em nossa sociedade.

Mais de doze milhões de Africanos vieram para as Américas na condição de escravos. Quase metade deste número para Brasil, isto nos traz a condição de país com a maior quantidade de afrodescentes das Américas. Mesmo diante da luta e avanços acadêmicos, tecnológicos desta população, ainda estamos na base da pirâmide e “represados” nas periferias, lugar este delimitado pelo Estado.

O estudo da História e Cultura Afro-Brasileira e Africana é obrigatório, porém ainda existe a dificuldade pedagógica para que consigamos desestruturar a cultura racista arraigada, falar sobre os países da África, deixando a visão da miséria absoluta que os meios de comunicação diariamente nos “bombardeiam”. As contribuições destes povos para civilização, entendendo como berço da humanidade. Um continente com as seguintes características: “ é um dos seis continentes do mundo, sendo o terceiro maior em extensão territorial. O território estende-se por mais de 30 milhões de km2, ocupando, aproximadamente, 20% da área continental da Terra. No continente vivem mais de um bilhão de habitantes, fazendo dele o segundo mais populoso entre os demais.

A África é conhecida pela sua pluralidade étnica e cultural, e, por meio de uma história milenar, é capaz de contar a história de toda a humanidade. (https://brasilescola.uol.com.br/geografia/africa-continente.htm)




De acordo com a Fundação telefônica que aponta que o trabalho infantil está na entre 7,8% na faixa etária entre 6 a 14 anos. O número é alarmante quando falamos da representatividade da população negra (34,60%), sendo esta, segundo o site, a causa importante da evasão escolar.

Além da causa acima explicitada, temos a questão da inferioridade narrada nas salas de aula, onde o negro somente é colocado na posição de escravo, desconsiderando suas contribuições na formação deste país.

A escola historicamente aparece como a espaços perversos, de negação de direitos à população negra”, afirma o professor da UNEafro-Brasil, Douglas Belchior”, porém apesar de movimentes pulverizados de desmitificar a condição social em que a população negra se encontra , ainda temos muitos espaços para desconstrução do imaginário, porém o trabalho infantil é um ponto a ser discutido na escola pública, qualificando este debate isso reverbera em reflexões críticas a respeito da relação de trabalho e de poder.



O Mapa da desigualdade- 2020 traz os bairros periféricos com piores indicadores como:


Os dados identificados, foram os que mais provocaram atenção, porém muitos outros denunciam a falta de políticas públicas nas regiões periféricas.

Mas o que isto tem a ver com a educação pública no município de São Paulo?

Pesquisas mostram a concentração de negros nas regiões com mais escassez de recursos:


A lei 10.639/11.645 possibilita a desconstrução de mecanismo racista baseadas em práticas excludentes e violentas, isto se evidencia por meio de altos índices de reprovação, de evasão escolar e em casos explícitos de hostilidade e até assassinatos de jovens estudantes e Educadores no espaço escolar.

Desmistificar o mito da democracia racial na escola que tem papel fundamental e transformador, porém esta escola, coloca e alimenta as relações de poder e privilégios.

O professor enquanto pesquisador, identificando a imagem positiva da população negra com histórico de lutas e conquistas históricas trabalhará que a questão do Negro, vai além da pigmentação, trazendo para universo acadêmico outras reflexões sobre diversidade e respeito.

Precisamos deixar de naturalizar o comportamento racista e pensar segundo a Angela Davis, professora e filósofa, “em uma sociedade racista, não basta não ser racista, é necessário ser antirracista”. Ir contra qualquer atitude de desrespeito. Toda comunicação é feita a partir de uma classe média branca que estruturalmente desconsidera o não branco.

A educação tem papel transformador nas relações de poder, os livros didáticos precisam levar a reflexões, porém o Educador como mediador construirá e desconstruirá em um movimento dialético e dialógico de resistência para que hoje, um país com o maior números de afrodescentes, tenhamos a identidade reconhecida de forma igualitária de direitos.


Referências

  • https://brasilescola.uol.com.br/geografia/africa-continente.htm

  • https://www.ceert.org.br

  • https://32xsp.org.br/especial/sao-paulo-das-desigualdades/

  • https://www.youtube.com/watch?time_continue=325&v=i-H9pusmFN8&feature=emb_title.

  • https://www.nossasaopaulo.org.br/

  • http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2015/09/parelheiros-tem-78-vezes-mais-negros-que-pinheiros-diz-levantamento.html.

  • https://www.geledes.org.br/

  • Munanga, kabengele.Negritude: Usos e Sentidos. São Paulo. Átic, 1986.

  • Orientações Currículares. Expectativa de aprendizagem para a Educação Étncio -Racial – Educação Infantil, Ensino Fundamental e Médio.

  • https://32xsp.org.br/especial/sao-paulo-das-desigualdades/