Poemas

Quickly became bored

Used to have freedom

A different way of living

Rarely see my friends

Another day that feels the same

New rules

Tired of wearing reusable masks

I miss the old days

Now danger is all around

Everything will be fine

Leonor Antunes


Da minha janela

Da minha janela

Muita coisa consigo ainda observar:

A Natureza no seu estado puro

Dezenas de pássaros a cantarolar.

Da minha janela

Consigo ver sossego, paz

Coisa que há cerca de dois meses

Era totalmente incapaz.

Da minha janela

Consigo ver ruas vazias

Sem qualquer movimento

Parecendo reais utopias.

Da minha janela

Não consigo ver agitação

Não consigo ver pessoas

Não consigo ver ação.

Da minha janela

Não consigo ver carros

Não consigo ver trânsito

Não consigo ver beatas de cigarros.

Da minha janela

Entendo o significado da nossa existência

Adaptamo-nos às circunstâncias

Com resiliência e inteligência.

Francisco Pedro


“Fechados em casa”

Da minha janela eu vejo,

A liberdade que me foi tirada,

Por um vírus

Da minha janela eu perco,

A esperança de poder sair,

Por um vírus

Da minha janelo eu vejo,

O quão os médicos tratam,

Pessoas infetadas,

Por um vírus

Da minha janela eu vejo,

Tudo o que nos foi retirado,

Tudo o que nos foi limitado,

Por um vírus

Da minha janela eu espero,

Quieto e calado,

Que isto tudo acabe,

E que volte tudo ao normal.

Sebastião Valada


Fechados em casa

Vivo... durmo, como, jogo

E olho a cada instante

Tão perto e tão distante

A rua quieta, silenciosa

Ociosa, contagiosa, infecciosa

Quando se abrirá a porta?

O sol, o desporto, os amigos...

Quando sairemos dos nossos abrigos

Para matarmos a saudade

Sermos como somos de verdade...

Abraços, sorrisos

Estarmos juntos, finalmente!

Confiadamente

E voltar à escola!

E a vida descola...

Dinis Ribeiro


Uma Triste Reclusão

Numa altura triste e difícil estamos

Fechados em casa nos mantemos

E só assim resolveremos

O estado de emergência em que vivemos

Sem poder sair de casa

Sem poder com os amigos se encontrar

Como um pássaro sem asas

Só a imaginação consegue voar

Usá-la para imaginar

Como tudo teria sido

Usá-la para me libertar

Deste isolamento que me foi submetido

Por muito que soframos

Vamos conseguir ultrapassar

Unidos, diferenças de lado poremos

Pois no fim a Humanidade irá triunfar

Manuel Serra


Quarentena

Fechados em casa

sem poder sair

O tempo a passar

A chuva a cair

O sol a brilhar

Aborrecimento

Não saber o que fazer,

como agir, o que pensar.

Só quero gritar

Gritar para que me devolvam

a liberdade que me foi retirada,

antes sequer de lhe dar

o devido valor.

Gritar para que os meus irmãos

se calem

Gritar para que me devolvam

o amor

O amor dos meus amigos que

outrora não aproveitei

Aqueles que me rodeavam

Aqueles que me completavam

Aqueles de quem sinto saudade

Todos queremos gritar

Gritar para que a nossa vida volte ao normal

Para que possamos agora aproveitar o que antes para nós

era banal.

Mariana Reis

A Vida em casa

Estamos em casa

Não podemos sair.

Não podemos abrir as asas,

Porque não temos para onde ir.

Apenas podemos fazer compras,

Ou simplesmente trabalhar.

Não conseguimos ver as sombras.

Não podemos ir a nenhum lugar.

Não podemos ver a luz do Sol.

Não podemos estar com muita gente.

Não podemos ir pescar com anzol.

Não podemos fazer-lhes frente.

Não podemos ir à escola.

Não podemos estudar.

Não podemos jogar à bola.

Não podemos lá passar.

Nunca podemos ver as árvores.

Nunca, lá fora, nos podemos divertir.

Nunca podemos ver rochas, como mármores.

Nunca podemos rir.

Diogo Antão


Fechados em casa

As farmácias e os hospitais assinalados,

Que da grande crise Lusitana,

Com esta doença nunca antes encontrada,

Passaram ainda além dos 17 mil casos

Em perigos e guerras escusadas,

Mais do que prometia a força humana,

E entre tanta gente passara

Nova doença, que tantos horrorizavam.

E também as memórias gloriosas

Daqueles passeios, que foram tomados por garantido

Temos A Fé, que as melhoras estão próximas

De Ásia a Europa anda devastando, aterrorizando;

E aqueles, que por obras valerosas

Pensam que podem estar por aí sem motivo andando;

Espalhando-o por toda parte,

Sendo egoísta, e mesmo assim sabendo que espalha a morte.

(adaptado da 1.ª e 2.ª estrofes de Camões, Os Lusíadas)

Francisco Candeias

Da minha janela vê-se…

Da minha janela vê-se uma paisagem familiar,

Que até vendada a consigo pintar.

A janela do meu quarto é um parapeito de abrigo.

Nos dias mais escuros, a janela do meu quarto serve como um ombro amigo.

Já chorei na minha janela,

A ver a chuva a bater nela.

Uso a janela do meu quarto quando preciso de respirar.

Agora, para escrever isto, é nela que me estou a inspirar.

Abro-a um pouco para inspirar o ar que me tem faltado,

Que saudades de ver o mundo para lá da janela do meu quarto.

É preciso ter calma,

No fundo, sei que o que vejo da minha janela,

O que me vê para lá dela,

Vai estar sempre ali de corpo e alma.

Basta dizer espera,

Mas é difícil quando da tua janela vês o florar da Primavera,

E tu não a podes cheirar.

Apenas escutas os pássaros a palrar.

Mas sempre com a vontade de sair,

Sempre com a vontade de trair

Esta obrigação de isolamento.

Não é nenhum tormento,

Podia ser bem pior.

Porém é assim tão difícil voltar ao tempo anterior?

Eu gosto da janela do meu quarto,

Mas não é para ela que eu gosto de olhar.

Ela sente-se envergonhada por pensar que a estou a apreciar.

Mal sabe ela que não é isso que quero ver,

Mas sim o que o mundo tem para oferecer.

Maria Azenha

Da minha janela vejo…

Da minha janela vejo

flores e campos verdejantes.

Fruto do meu desejo,

ouço barulhos distantes!

Da minha janela observo

poucas pessoas a passar.

A elas me queria juntar,

mas esta vontade reservo

para quando a vacina chegar.

Todos os dias, da minha janela,

sinto a frescura no ar,

o cheiro a bolos de canela

vem para me tentar.

Não posso sair de casa,

lamento,

Não caio em tentação!

O vírus com tudo arrasa,

é preciso contenção!

Quando tudo isto passar,

será uma alegria!

Vamos todos abraçar!

E um dia

recordar,

a história da pandemia.

Sofia Fernandes

Da minha janela vê-se uma enorme serenidade.

As ruas vazias e as casas cheias de pessoas.

Vejo uma senhora, já com alguma idade.

Anda vagarosamente, passo a passo,

sempre com o objetivo de chegar ao seu espaço,

à sua casa, ao seu lar.

Esta calma que ela


transmite,

traz-me nostalgia, traz-me memórias.

Lembro-me da minha avó, que está na mesma situação.

Vivo na incerteza do estado de espírito dela.

Vivo na vontade de ajudar, de sair de casa e acudir os outros.

Mas será melhor ficar aqui,

por detrás desta pequena janela a ver tudo a acontecer,

ou sair à rua e talvez fazer o meu dever?

Diana Gamboa


Da minha janela vê-se

Da minha janela vê-se liberdade

no despertar dos pássaros a cantar,

que vontade tenho de abraçar o ar.

Sob a minha janela os carros silvam

como as ondas à beira-mar.

Há quanto tempo, amor, sem te achar.

Começa a janela a estremecer com o

ribombar do meu olhar;

Quanto tempo mais vou ter eu de esperar?

Ó liberdade, para te abraçar.

Joana Alegria


Da minha janela vejo…

Da minha janela vejo

flores e campos verdejantes.

Fruto do meu desejo,

ouço barulhos distantes!

Da minha janela observo

poucas pessoas a passar.

A elas me queria juntar,

mas esta vontade reservo

para quando a vacina chegar.

Todos os dias, da minha janela,

sinto a frescura no ar,

o cheiro a bolos de canela

vem para me tentar.

Não posso sair de casa,

lamento,

Não caio em tentação!

O vírus com tudo arrasa,

é preciso contenção!

Quando tudo isto passar,

será uma alegria!

Vamos todos abraçar!

E um dia

recordar,

a história da pandemia.

Sofia Fernandes

Da minha janela vejo…

Vejo carros a passar

Vejo pessoas a conversar

Vejo árvores paradas

Vejo dias desmoronados

Da minha janela vejo…

Vejo um estacionamento parado

Vejo carros por todo o lado

Com uma pessoa sem parar

Sempre a correr... sempre a andar

Mas as pessoas vão mudar

e a quarentena vai acabar

Assim é o tempo

Sempre a andar

Sempre a correr

Mas se parar

O mundo vai desabar

João Gonçalves

Da minha janela…

Da minha janela eu vejo a primavera

vejo relvados cobertos de flores,

parapeitos cobertos de verde

Estes relvados deixaram de ser pisados,

pois os que o faziam estão agora escondidos

deixando esplanadas, cinemas e praças vazias

Da minha janela eu vejo Lisboa

vejo paz nas ruas, dias silenciosos

e passos sós e com saudade

Vejo uma cidade vazia

sem beijos, sem abraços

sem risos e sem mãos dadas

Dela também vejo pessoas como eu

que das suas janelas espreitam

para procurar o sol e ar fresco

De tudo o que vejo, o mais difícil de esquecer é a esperança

é a gratidão pelos corajosos

e a força daqueles que resistem

Maria Monteiro



Da minha janela vê-se…

Da minha janela vê-se o que outrora não era preciso imaginar

Da minha janela vê-se o que outrora se podia saborear

A brisa que as folhas das árvores continua a abanar

É agora um dos elementos que só podemos recordar

Da minha janela vê-se o que de outrora tão próximos estávamos

Da minha janela vê-se o que de outrora realmente precisávamos

As lembranças e as memórias que uns aos outros proporcionávamos

São agora tudo o que mais ansiávamos

Da minha janela vê-se uma ou duas pessoas a correr

Da minha janela vê-se o que foi rápido a desaparecer

A liberdade que em tempos garantida nos podia parecer

É apenas um dos elementos que começamos a reconhecer

Da minha janela vê-se o que outrora podíamos ser nós

Da minha janela vê-se o que outrora podiam ser netos e avós

Enquanto passarinhos com sua família continuam a viajar

Nós temos que refletir sobre o que ver os nossos pode implicar

Da minha janela vê-se o que outrora por alguns era temido

Da minha janela vê-se o que outrora podia ser sentido

As mudanças climatéricas como a chuva, a trovada e o sol entre eles a alternar

São agora uma mera metáfora das emoções que esta quarentena nos está a proporcionar

O que tomávamos como garantido foi rápido a desaparecer

Observar e fantasiar é o que podemos continuar a fazer

Sempre com o esperança e com o crer

Que a normalidade se vai voltar a estabelecer

Carolina Lopes


Memórias de uma Quarentena

Houve um tempo em que se podia abrir a janela

Em que se podia sair à rua,

Ver pessoas, criar memórias.

Hoje em dia tenho apenas

uma janela e imaginação,

é tudo o que me resta.

Uma janela onde não há sorrisos,

Luz, pessoas, apenas esperança.

Uma janela onde tudo parece monótono.

Uma janela onde vejo tristeza,

Um céu nublado, a chuva a cair

Onde as flores e as memórias são o meu único abrigo.

Uma janela onde recordo a infância,

Os amigos, os momentos bem passados.

Uma janela onde vejo a esperança, que um dia

Lindo, vai nascer, e que tudo isso vai ser apenas uma lembrança.

Sthefania Brito


“Memórias de uma quarentena”

Observo a serra que me enche o coração.

Angústia corre-me pela falta de conexão,

Que com ela partilhei anteriormente.

Ansiando pelo reencontro somente,

Esperando pelo “finalmente!!”

Observo o jardim em que cresci perder cor,

Cor que só nos traz as flores da nossa vida.

Faltará muito para sentir o seu amor?

Ou permanecerá esta dor…

Sento-me remotamente,

Esperando pelo “finalmente!”

O bairro está deserto.

Orgulho cobre-me os vazios,

mesmo havendo receios,

Portugal faz o que está certo.

Os dias passam vulgarmente,

Esperando pelo “finalmente!”

“A esperança é a última a morrer”,

A frase que se ouve dizer.

Aos nossos guerreiros pediram para combater,

A nós pedem para ceder.

Juntos venceremos,

E por fim gritaremos

“Finalmente!”

Carolina Sousa


7º ANO

Os poemas escritos por estas três alunas de 7º ano resultam de um desafio – To be or not to be a poet – que fez parte de uma das aulas de Inglês do Estudo Em Casa, na RTP.

Ana Paula Costa


All ABOUT ME POEM

I am a thinker of the new world

I feel different over the year

I love the differences between people

I need you to be near

I want the best for everybody

I fear the world pollution

I dream that the earth will get a new body

I think of a nature revolution.


Clara Carapau

All ABOUT ME POEM

I am happy as no other

I feel lazy sometimes

I love playing with my brither

I need nothing but good times

I want an ice cream bad

I fear snakes but it’s all in my head

I dream like a baby

I think too much lately

I am that and much more

(no need to bother for sure).


Laura Andrade Esteves

ACROSTIC - POETRY


Poetry is a word

Of a million values

Echo of a bird

That I shall use

Raspberries in a cup, that

You will eat up.


Maria Mesquita

All ABOUT ME POEM

I feel like sinking in a pile of glue

I love fresh air but

I need a chair

I want to go beyond the sands

I fear to fall in the wrong hands

I dream of candy

I think of my family

I am very happy.


Maria Mesquita

9º Ano

Estes textos poéticos foram inspirados na leitura de um poema que dei, como trabalho extra e voluntário, aos alunos de 9º ano. Esse poema, apresentando uma construção original, tem duas possibilidades de leitura: do início para o fim e também no sentido inverso. No fundo, são dois textos diferentes num só.

Pedi depois aos alunos que tentassem construir um poema semelhante e com essa possibilidade de leitura nos dois sentidos. Eis o resultado do desafio que alguns alunos aceitaram. O poema da aluna Camila Mendonça é sobre a situação que ela experienciou durante o confinamento.

Ana Paula Costa


Today, the sun is shining

Even though

Now there are some clouds in the sky.


The sun is like my mood

Good,

Or

Bad;

I am like a sunflower,

I turn, always following the sun

´Cause sometimes I´m happy

´Cause sometimes I´m sad

But don´t worry

The sun won´t go away

Like

My mood will always stay

Even though

Is better than yesterday

Or

Is worse

Anyway,

The sun is like my mood.


Today, there are some clouds in the sky


Even though

The sun is shining.


(now read the poem from bottom to top)


Ana Rita Sancho

Life isnt worth it

So dont try to convince me that

There’s good in everything

And besides what some might say

Our reality

Shapes

Our imagination

I won’ wake up smiling everyday

And i don’t see a reason why

Life is worth it


(now read the poem from bottom to top)


Joana Carvalho

I have to be at home

Not for a long time

I don't like being closed

The coronavírus

Won't let us out

On the street just a little

While playing

I miss my friends

I miss school

I can't go out

I have to be at home


(now read the poem from bottom to top)


André Martins

It was enough

I was enough

And I realised

That All of that was meaningless

It didnt matter anymore

But

The bad feeling was winning

And then i realised

It wasn’t enough

I wasn’t enough


(now read the poem from bottom to top)


Vitória Francisco

Homework


I forgot my homework

And you will never hear me say that

I did it in time

But now

I'll never forget it

But I can't promise you that

I'll always remember my homework


Bruno Cipriano

Lisbon, sea and silence

Lisbon disappeared in a sea of silence

The streets are full of nobody

People are in their homes

Fearing an enemy with no face

On the outside everything looks frighteningly quiet

Lisbon is the reflection of anxiety

When I look through the window

There are no girls and boys laughing

There is no confusion

It is not my Lisbon anymore

For now it is just silence everywhere every time

But I think

Lisbon will rise again and the morning will be full of light


Camila Mendonça

We're all living bad days

It isn't time to complain about stupid things, because

It's time to help

It's time to react

It's time to finally understand that we're all in the same

boat

Which means,

I can't survive the virus on my own

I can't fight the virus only by myself

I need help, support and compassion

We all need help, support and compassion,

We'll win the war, only together!


(now read the poem from bottom to top)


Catarina Sardinha