Como aluna, considero o voluntariado uma oportunidade de aprender, crescer, ajudar os outros e trabalhar em equipa, promovendo uma sociedade solidária. Considero que, ao envolvermo-nos em ações de voluntariado, aprendemos a olhar para o outro com mais empatia. É uma maneira sentirmos que participamos em algo maior e de incentivar o mundo a ser mais justo e humano. O voluntariado é uma forma de contribuir para as necessidades básicas dos outros, sendo que uma simples ação nossa pode fazer grande diferença na vida de alguém próximo ou distante de nós. Esta reflexão é ainda mais importante pois no dia 10 de dezembro celebrámos o Dia dos Direitos Humanos.
O Voluntariado, assim como a comemoração desta efeméride, promovem a construção de uma sociedade mais justa, solidária e inclusiva.
Marta Costa, 10ºA
Ano letivo 2024/2025
A GNR veio à Escola e não veio sozinha!
Numa demonstração que envolveu um grande número de meios, trouxe a Olívia, uma cadelinha muito profissional, que encantou toda a comunidade!
Fica um excerto da entrevista, enviada a posteriori, pelo Sr. Major Romeu Carvalho Martins, Oficial de Relações Públicas em Acumulação.
Aproveitamos igualmente para agradecer ao Sr. Coronel João Carlos da Silva Fernandes, Comandante da Unidade de Aveiro, pela colaboração e disponibilidade.
Toda a entrevista encontra-se disponível no seguimento das fotografias.
Alunos do 8º D
Simão Soares
Rita Brandão
Santiago Godinho
Ano letivo 2022/2023
Há quanto tempo está a GNR em Vale de Cambra?
A presença da Guarda Nacional Republicana na cidade de Aveiro teve os seus primórdios no ano de 1911, com a criação da GNR, a 3 de maio. Esta presença tornou-se efetiva e permanente a 10 de novembro de 1917, na sequência de uma autorização do Ministro do Interior, através da qual foi determinada a implantação imediata da 2.ª Companhia do então Batalhão n.º 4, previsto ficar sedeado em Viseu.
A 6 de junho de 1919, após a instalação do Comando de Batalhão em Coimbra, o mesmo passou a designar-se de Batalhão n.º 11, e passou a ter nova constituição, com a 2.ª companhia com comando em Aveiro, a qual se subdividia em duas secções, Aveiro e Ovar. Esta última com o Posto de Vale de Cambra, data em que existe a primeira referência à implantação de efetivos na cidade de Vale de Cambra.
Quais os crimes mais comuns no concelho de Vale de Cambra?
A tipologia criminal que mais ocorre no concelho de Vale da Cambra são: furto em edifícios (estabelecimentos, indústrias, residências) com e sem arrombamento, condução sob influência de álcool, violência doméstica e os crimes contra as pessoas (injúria, difamação, ameaças).
Qual a situação mais exigente por parte da GNR no concelho de Vale de Cambra?
Uma vez que o concelho de Vale de Cambra é constituído por uma vasta mancha florestal, existe uma grande preocupação e exigência na prevenção, sensibilização e fiscalização nas matérias respeitantes aos incêndios rurais. Também a redução da sinistralidade rodoviária e prevenção dos crimes de furto são objetivos que constituem uma exigência diária.
Quais os objetivos das demonstrações da GNR nas escolas?
As demonstrações têm como objetivo dar a conhecer a instituição, os seus meios e as suas valências, tentando esclarecer os jovens sobre o que é a GNR.
Qual é a vossa divisa?
A divisa do Comando Territorial de Aveiro é “Lestos Ria a Cima, Ria a Baixo”, que realça a prontidão, o empenho, a rapidez e dinamismo evidenciados pelo efetivo deste Comando para assegurar em permanência o cumprimento da missão na sua área de responsabilidade.
Como estão organizados?
De acordo com a Lei Orgânica da Guarda Nacional Republicana (Lei n.º 63/2007 de 06 de novembro), esta organiza-se hierarquicamente e os militares dos seus quadros permanentes estão sujeitos à condição militar, nos termos da lei de bases gerais do Estatuto da Condição Militar, assim como pelo Estatuto dos Militares da GNR.
Ao nível da estrutura, articula-se em “estrutura de comando”, “unidades” e “estabelecimento de ensino”. Ao longo do território nacional, cumprimos a missão geral da Guarda, através de 20 Comandos Territoriais, um por Distrito, e um em cada Região Autónoma, sendo complementados por quatro Unidades especializadas, uma de representação e uma especialmente vocacionada para as missões de manutenção e restabelecimento da ordem pública, resolução e gestão de incidentes críticos.
Que valências tem a GNR e qual é o ambiente entre elas?
A GNR possuí diversas valências, das quais se destacam: Policial; Programas Especiais; Trânsito; Proteção da Natureza e do Ambiente; Controlo Costeiro e Fronteiras; Fiscal e Aduaneira; Segurança e Ordem Pública; Proteção e Socorro; Investigação Criminal; Honorifico e de Representação; Saúde.
É possível mudar de área ou valência dentro da GNR?
Aquilo que é mais desafiante nesta profissão é que podemos escolher diversas valências ao longo da carreira. A mudança de valência (ou especialidade) é possível, existindo normativos internos que definem as condições para que possam ocorrer essas alterações.
Qual a função da cavalaria na GNR?
A cavalaria na GNR concorre para o cumprimento da missão Geral da Guarda estando representada em várias valências, nomeadamente nas valências Policial, Segurança e Ordem Pública e Honorifico e de Representação. Para uma pesquisa mais aprofundada sugere-se a consulta da Revista da Guarda, edição 101, consultável através de : https://www.gnr.pt/documentos/revista/Revista101.pdf
Em que situações é utilizada a cavalaria?
Para uma pesquisa mais aprofundada sugere-se a consulta da Revista da Guarda, edição 101, consultável através de : https://www.gnr.pt/documentos/revista/Revista101.pdf
Como é o treino dos cães da GNR e a sua alimentação?
O treino é realizado de acordo com os princípios da aprendizagem e é realizado de forma diária.
No que concerne à alimentação, enquanto cachorros, normalmente a introdução de alimentos sólidos é feita quando o animal atinge as três a quatro semanas de idade e o desmame está completo às oito semanas de idade. Por volta dos cinco/seis meses de idade, o horário da alimentação pode ser reduzido a duas vezes diárias. De acordo com o crescimento, vai havendo uma adaptação e a quantidade de comida será adaptada ao tamanho, atividade, metabolismo e ambiente. Quando o animal atinge um ano de idade, podemos afirmar que atingiu a maturidade.
Como são selecionados os cães da GNR?
Os cães, para serem selecionados, têm de cumprir algumas provas para demonstrar que não têm medos e possuem aptidões para o serviço.
Como se pode ser admitido à GNR?
Existem duas vias para ser militar da GNR.
Para a categoria de Oficiais através da Academia Militar, existindo um concurso todos os anos, podendo informar-se através do seguinte site: https://academiamilitar.pt/
Para a categoria de Guarda ou para ingresso na carreira de Guarda-Florestal, através de concurso, encontrando-se a informação disponível no portal do recrutamento no site: https://www.gnr.pt/
Quais os postos ou patentes existentes e como se faz a progressão da carreira?
Aos militares da GNR é aplicável a hierarquia militar, organizando-se em categorias, subcategorias e postos. Os militares da Guarda agrupam-se, por ordem decrescente de hierarquia, nas categorias de oficiais, sargentos e guardas. As subcategorias correspondem a subconjuntos de postos militares que se diferenciam por um aumento da autonomia, da complexidade funcional e da responsabilidade. O posto é a posição que, na respetiva categoria ou subcategoria, o militar ocupa no âmbito da carreira, fixada de acordo com o conteúdo e qualificação da função ou funções. A categoria de oficiais compreende as seguintes subcategorias e postos: Oficiais generais, que compreende os postos de tenente-general, major-general e brigadeiro-general; Oficiais superiores, que compreende os postos de coronel, tenente-coronel e major; Capitães, que compreende o posto de capitão; e Oficiais subalternos, que compreende os postos de tenente e alferes. A categoria de sargentos compreende os postos de sargento-mor, sargento-chefe, sargento-ajudante, primeiro-sargento e segundo-sargento. A categoria de guardas compreende os postos de cabo-mor, cabo-chefe, cabo, guarda-principal e guarda.
A progressão na carreira é regulada pelo Estatuto dos Militares da GNR, consistindo, em regra, na mudança para o posto seguinte da respetiva categoria.
Que tipo de treino têm os militares da GNR?
O ingresso na GNR inicia-se com um período de formação, onde são ministradas matérias de diferentes âmbitos, nomeadamente militar, policial, desportivo e académico. Ao logo da carreira, os militares poderão frequentar diversos cursos de promoção e de especialização e subespecialização, existindo ainda formação contínua versando várias matérias.
Que tipo de horários têm os militares da GNR?
Aos militares da GNR é aplicável um horário de referência, de acordo com o previsto em normativos legais e internos. O regime de prestação de horários, depende da valência e especialidade em que o militar presta serviço, sendo o mais habitual o trabalho por turnos. Acima de tudo, somos militares e isso exige de nós uma disponibilidade permanente.
Quais as dificuldades no exercício da profissão?
Ser militar da GNR é uma profissão exigente, de enorme responsabilidade e acarreta alguns riscos. Todavia, é uma vocação e é bastante gratificante.
Como se processa a movimentação de militares entre Postos ou locais de colocação?
A movimentação dos militares entre Unidades e subunidades processa-se de acordo com normativos internos estabelecidos. A transferência para outro local é sempre possível desde que se respeitem outros militares que se aguardam em espera e que haja vagas nesse mesmo local.
Qual a rotina diária para se manterem em forma?
Aos militares da GNR é aplicável um Plano de Formação Contínua, no qual entre várias matérias do âmbito policial, também é ministrado treino físico, adaptado à idade e tipo de serviço que os militares desempenham.
Qual o procedimento após um alerta ou chamada a ocorrência?
Quando é comunicada uma ocorrência, esta é encaminhada para o Posto Territorial da área em que a mesma está a acontecer para que envie os meios necessários à sua resolução. A ocorrência é registada e acompanhada pela Sala de Situação, a qual monitoriza toda a atividade ao nível Distrital e, se necessário, ativa outros meios de reforço para a ocorrência.
Que tipo de equipamento é usado pelos militares a título individual e instalado em veículos?
Dependendo da valência, a especialidade em que o militar presta serviço, o militar da Guarda possui um conjunto de equipamento para o cumprimento da missão que lhe está atribuída. O militar “patrulheiro”, que é o regularmente visto na rua, para além do uniforme, normalmente transporta consigo, pelo menos, a arma e carregador, cinturão com algemas e bastão, podendo fazer-se acompanhar de rádio, luvas, bastão extensível, gás pimenta, lanterna e colete retrorrefletor.
Qual a idade de reforma dos militares da GNR?
As regras aplicáveis para os militares transitarem para a reserva e/ou reforma encontram-se previstas no Estatuto dos Militares da GNR, mas, por norma, a partir dos 55 anos (reserva) e 60 anos (reforma).
Para mais informação, pode consultar o site da GNR através do seguinte link: https://www.gnr.pt/
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Padre António Vieira deu-nos um sermão
No passado dia vinte e quatro de novembro, mais de uma centena de alunos do 11º ano e do 2º profissional da Escola-Sede do Agrupamento de Escolas de Búzio tiveram a oportunidade de ouvir o famoso Sermão de Santo António, interpretado pelo simpático Marcelo Lafontana, num monólogo provocador, relativamente ao qual vivamente desaconselho a distração, sob ameaça de ser interpelado pelo ator.
O espetáculo "Payassu, o Verbo do Pai Grande", encenado por Lafontana- Formas Animadas, cativou todos os jovens, que assim, de forma lúdica e útil, ocuparam agradavelmente algumas horas de uma manhã tempestuosa, com muita chuva e vento.
Para quem não sabe, o Sermão de Santo António é uma obra de Padre António Vieira, que viveu entre Portugal, Brasil e Itália, no século XVII. Este é o seu trabalho mais famoso e foi pregado em S. Luís do Maranhão, a 13 de junho de 1654, para uma plateia um pouco peculiar. Nessa época a escravatura dos índios brasileiros estava a atingir o seu pico e, sendo contra a escravatura, Vieira começa a sensibilizar os homens do Maranhão, que exploravam milhares de escravos. Ao perceber que as suas palavras não demoviam os exploradores de cometer os seus pecados, recorreu a um meio mais extremo. No dia 13 de junho, dia de Santo António, e seguindo o exemplo do santo português, mudou o púlpito: ”Deixa as praças, vai-se às praias, deixa a terra, vai-se ao mar (..)“, diz Vieira no sermão. E assim começa a dirigir-se aos peixes, ao invés das pessoas. Foi um discurso que sem dúvida moveu as pessoas, principalmente o Padre, pois teve de fugir, sob ameaças e perseguições dos colonos, que não ficaram nada felizes ao serem chamados à atenção.
Este sermão é uma leitura obrigatória no 11º ano, na disciplina de Português, o que é bastante pertinente, visto que ainda se aplica à sociedade atual.
No final, tivemos a oportunidade de conversar com o ator.
Marcelo La Fontana, quando questionado acerca da razão da escolha deste sermão, afirmou que “o sermão, tem um significado pessoal para mim, e também é um sermão que se mostra muito útil na relação que nós temos com os professores, no ensino. É um sermão pragmático. “
Ainda em conversa com o ator, percebemos que a importância do sermão reside na sua capacidade de se aplicar a quase todas as situações. O cenário que nos apresenta é o académico: “Aquelas perguntas que eu fui fazendo são perguntas retóricas do Padre António Vieira, que eu transformei em perguntas diretas. Porque as pessoas estão ali a “babar”, com a cabeça de lado e não aproveitam porque não ouvem e assim não fica nada. Porque vocês (alunos) são garrafas; os professores deitam conhecimento, e quando vocês não precisam mais desse conhecimento, para o teste e notas, esquecem. E isto é uma fraude que nós alimentamos. Todos nós, vocês como jovens, os vossos pais e os professores, todos vamos alimentandoa fraude. Eles fingem que ensinam e vocês fingem que aprendem. Mas eu acredito que, no meio destas pessoas, uns poucos ouvem e pensam."
O ator brasileiro, que vive em Portugal há 32 anos, alerta para a necessidade de um ensino mais afetivo, que faça os alunos verdadeiramente aprender, e não se limitarem a receber informação. É preciso “delectare, docere e movere, ou seja, agradar, instruir e mover, isso é o mais importante. Por exemplo, aquelas pessoas que estão sempre a atirar papéis ao chão, só vão parar quando se sentirem mal a fazer isso; por exemplo, se limparem a casa porque sentem que estão a estragar uma coisa que é sua. Quando as pessoas não sentem no coração, não sentem emocionalmente, não aprendem. Tem de ser ensino afetivo, nós só aprendemos aquilo que nos move, que nos fascina, ou que nos irrita.”
Por fim, encerro este artigo com uma frase do célebre neurologista português, António Damásio, que La Fontana, citou no fim da nossa conversa: “Sinto, logo existo", que subverte a filosofia cartesiana “Penso, logo existo”.
Joana Cruz, 11º E
Ano letivo 2022/2023