Esta página destina-se a todos os que, tendo deixado os nossos espaços escolares,

avançaram para o mundo com o Búzio no coração!

Da Escola Secundária 

para 

o Ensino Superior


Testemunho de Gabriela Ferreira

finalista de Ciências e Tecnologias

em 2020/2021 * 

A vida após o secundário, como seria de esperar, mudou drasticamente. Cidade nova, pessoas novas, todo um novo modo de viver. Claro que estas mudanças têm o seu lado bom e o mau. Por um lado, tornamo-nos muito mais independentes, conhecemos pessoas novas e temos uma melhor visão da vida que nos espera daqui para a frente. Mas, por outro, vamos ficar longe dos nossos amigos e da família, de todas as pessoas com quem convivíamos diariamente, o que pode tornar as coisas um bocadinho mais difíceis. 

Acreditem que no início vai parecer que estão completamente perdidos, que caíram num sítio novo completamente desamparados. Mas não se esqueçam de que não são os únicos e, onde quer que estejam, vão encontrar sempre pessoas dispostas a ajudar-vos. E não tenham medo de pedir ajuda; todos nós precisamos dela, às vezes. Vai levar algum tempo até se habituarem a gerir todas as coisas, mas nada é impossível, e vão ver que vai melhorar com o tempo.

Olhando agora para trás, a Escola Secundária é um sítio que me traz muitas memórias criadas ao longo dos três anos em que lá estive. Conheci muitas pessoas importantes na minha vida, tive experiências incríveis, aprendi com os melhores professores, culminando tudo isto em três anos especiais e inigualáveis. Fico feliz por realmente ter conseguido tirar o melhor proveito de todos estes momentos, que tornaram inesquecível a minha experiência do secundário.

Apesar da próxima etapa da vossa vida ser uma das mais emocionantes, e eu sei que estão ansiosos por vivenciá-la, tenho a dizer-vos para aproveitarem ao máximo o tempo que vos resta na escola, com os vossos amigos. Acreditem que vão sentir saudades.  Mas não se preocupem, vai tudo correr bem e vão ver que conseguem alcançar tudo aquilo que esperavam. Boa sorte para todos para esta nova etapa que vos espera!

* Gabriela Ferreira está a frequentar o 1º ano de Medicina, no Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar, Porto

Gabriela Ferreira

Ano Letivo 2022/2023


Testemunho de Isabel Costa

finalista de Ciências e Tecnologias

em 2020/2021 * 

O que devem os alunos de 12º ano saber?

O conselho que eu considero mais importante é que, quando forem fazer as vossas candidaturas, se mantenham tranquilos. A verdade é que sentimos muita pressão dos pais e de nós próprios!  As colocações dos nossos amigos também pressionam, assim como a pressão de acertar no curso certo para nós, na universidade certa. De facto, muitos de vocês vão entrar no curso que queriam, enquanto outros não. Eu fui uma destas pessoas e posso dizer por experiência própria que tudo acaba por se resolver... e não, não é o fim do mundo!

Se não entrarem na primeira fase, entram na segunda, se não entrarem no primeiro ano, entram no segundo, desde que mantenham essa vossa garra e ambição. E quem sabe se, ao não entrarem no curso que tinham planeado, vão descobrir a vossa verdadeira paixão. Foi o que me aconteceu!

Lembrem-se, todos nós temos um caminho para percorrer, e não é por ser diferente que ele é errado. Nunca deixem que vos digam o contrário.

* Isabel Costa está a frequentar o 1º ano de Ciências Biomédicas Laboratoriais, na Escola Superior de Saúde do Instituto Politécnico do Porto

Isabel Costa

Ano Letivo 2022/2023


Testemunho de Gustavo Sousa

finalista de Ciências e Tecnologias

em 2020/2021 * 

O que devem os alunos de 12º ano saber?

* Gustavo Sousa está a frequentar o 1º ano de Medicina, na Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra.

Gustavo Sousa

Ano letivo 2022/2023


Testemunho de Tiago Seixas

finalista de Ciências e Tecnologias

em 2020/2021 * 

Muitos dizem que a faculdade é a melhor fase da vida, mas para outros pode não ser bem assim, ou pelo menos na fase inicial. Para alguns o início é toda uma novidade, o início da independência e a expectativa de que “podem fazer o que querem”, mas não se iludam: não é sempre assim. Já para outros, o início é uma fase assustadora, estão fora da sua terra e longe da família, sentem-se perdidos e agora estão por sua conta. Mas vai acabar por se tornar bom, pois vão ganhar muito mais maturidade.

No meu caso, a adaptação a essa nova vida não foi nada fácil, e ficou ainda mais difícil depois de ter mudado de curso na segunda fase, mas posso dizer que tudo isso me fez crescer mais.

Alguns dizem que não existe grande diferença em entrar na primeira e na segunda fase, mas a verdade é que sim, existe. Na primeira fase, o facto de entrar numa turma em que não conhecemos ninguém leva-nos a ter de conviver com novas pessoas, mas isto acaba por ser relativamente fácil, pois estamos todos no mesmo barco. Quando se entra na segunda fase é mais difícil, visto que, normalmente, começa-se duas semanas depois do início das aulas e quando entramos vemos que já todos se conhecem minimamente e existem alguns grupos formados, o que torna mais difícil a comunicação com novas pessoas, principalmente para quem é mais introvertido.

Por isso, por mais que custe, tentem falar com as pessoas e, se virem que está a ser difícil, procurem alguém que também possa estar a passar pela mesma situação. Por certo que não são os únicos a viver essa experiência. Por agora, podem não dar grande importância a isto mas, quando entrarem na universidade, tenho a certeza de que este testemunho pode ajudar; já estive no vosso lugar e sei que podem até nem pensar muito nestas partes “más” neste momento, mas, sim, elas existem!

O meu conselho é que escolham bem o curso que querem seguir e analisem bem todos os cursos. Verifiquem todas as cadeiras que existem nos cursos em que estão interessados e vejam em que consiste cada uma delas, pois o nome nem sempre corresponde àquilo que realmente são. Procurem também saber de pessoas que frequentaram ou estão a frequentar os cursos que vos chamam mais a atenção e esclareçam todas as vossas dúvidas. Tentem não escolher cursos só porque as pessoas dizem que são bons ou que têm bastante saída, o que também acaba por importar, mas importa mais que vocês gostem do curso que escolheram, uma vez que, se for algo de que gostem, a motivação vai ser maior e a adaptação pode ser menos difícil.

Caso não tenham notas para o curso que realmente gostariam de seguir, vejam cursos relacionados, em que tenham probabilidade de entrar, pois até podem descobrir que esse é o vosso caminho.

Quanto aos exames, sei perfeitamente que é stressante o facto de, em tão poucas horas, esse momento decidir a entrada na faculdade e o curso que se quer. Mas, por mais que seja difícil, não acrescentem pressão sobre vós mesmos. No meu caso isso só me fez ficar ainda mais stressado, o que não ajudou nada.

Assim, foquem-se no presente e, claro, um bocado no futuro também, e aproveitem o que resta do secundário! Por mais que estejam fartos, vão lembrar-se de tudo o que de bom e de mau aconteceu e vão ter, nem que seja um bocadinho, saudades dessa vida e de estarem todos os dias com os vossos amigos.

Espero que não vos tenha assustado com o meu testemunho. Vai correr tudo bem, e lembrem-se: se não correr como vocês queriam, era porque tinha de ser assim e era o melhor para vocês. Nada acontece por acaso. Vocês vão conseguir!

* Tiago Seixas está a frequentar o 1º ano de Engenharia e Gestão Industrial, na Universidade de Aveiro.

Tiago Seixas

Ano letivo 2022/2023

Testemunho de Hugo Costa*, 

finalista de Línguas e Humanidades

em 2020/2021 

Quase dois anos se passaram desde a minha saída, mas o Agrupamento de Escolas de Búzio e todas as memórias que lhe são associadas continuam em mim. 

Desde o Ensino Pré-Escolar até ao Ensino Secundário, frequentei este Agrupamento. Foi um longo caminho, desde a Escola Primária do Côvo, passando pela Escola Básica de Dairas e acabando na Escola Secundária de Búzio, caminho no qual se cruzaram muitos colegas, professores e diretores de turma, que me deram ensinamentos que permanecem e permanecerão comigo. Aqui, refiro-me não só a conhecimentos específicos de determinadas matérias, como também a valores que me fizeram crescer e voar rumo à vida «desprotegida» (entenda-se: para lá dos portões da escola).


Hoje, considero-me feliz. Entrei no Ensino Superior na Licenciatura em Tradução, na Universidade de Aveiro. Sempre tive um gosto enorme (e vocação) para as línguas, literaturas e culturas, que me foi fomentado ainda mais no Ensino Secundário pelas minhas professoras de Línguas e Literatura Portuguesa. Mas foi Tradução a minha primeira opção, não que me visse no futuro como tradutor, mas única e exclusivamente por causa das disciplinas de línguas (mais o Francês, uma língua pela qual sou apaixonado). Não estou arrependido, e gosto até das unidades curriculares mais teóricas da tradução. Em cada aula aprendo tanto, mas tanto, que o meu gosto por estudar vai sempre aumentando. 

No 11.° ano comecei a ter gosto em obter bons resultados, e isso verifica-se nos diplomas e bolsas de mérito que tenho ganhado desde então. Estou no segundo ano da Licenciatura, e ainda em novembro passado fui receber um diploma das mãos do reitor da Universidade de Aveiro. 

Agora, em tom de conselho, dirijo-me a vocês, estudantes dos Ensinos Básico e Secundário: aproveitem cada momento que vão passar neste Agrupamento. O corpo docente e não docente (de que tantas saudades tenho) é maravilhoso, e bastante bem conceituado no meio universitário, o que é notório quando os alunos dizem que vêm de Vale de Cambra. Por isso, aproveitem as aulas, valorizem os/as professores/as e o árduo trabalho deles/delas, e estudem desde o primeiro dia de aulas. Por experiência própria, ver os nossos diplomas com médias elevadas é uma sensação de missão cumprida e um motivo de orgulho à medida que os anos passam e olhamos para trás (com uma lágrima no olho, por vezes).

Agora para quem pretende ingressar no Ensino Superior: não temam o futuro. Carpe diem, como diria Horácio! Vão entrar onde tiverem que entrar. Sigam apenas a vossa vocação e, quando se sentirem desorientados, procurem ajuda, pois muito rapidamente, estou certo, encontrarão a luz que iluminará o vosso caminho. 

Em fevereiro, inicio uma nova experiência na minha vida: no âmbito do programa ERASMUS+, vou viajar e permanecer na Bélgica um semestre inteiro. Portanto, para vocês que também estão quase a iniciar uma nova experiência nas vossas vidas, deixo-vos com uma citação de Rainer Maria Rilke, que me foi dada a conhecer através de um marcador de livros, oferecido por uma professora pela qual tenho um carinho muito especial, no final do meu Ensino Secundário: « Não vê que tudo o que acontece é sempre um princípio, um começo ? […] Há tanta beleza em tudo o que começa !»

Para terminar: se precisarem de algum esclarecimento adicional sobre a Licenciatura em Tradução, e a Universidade, cidade ou Praxe de Aveiro, estou ao vosso dispor através do meu Instagram - @hugoscosta29.


Hugo Costa

* Hugo Costa é o principal fundador do jornal Búzio Informa. Foi diretor do jornal e coordenador da equipa de redação, quando frequentava o 12º ano, em 2020/2021.

Ano Letivo 2022/2023

Testemunho de João Santos,

finalista de Línguas e Humanidades

em 2020/2021 

Boa tarde a todos!

Sou o João Santos, ex-aluno da Escola Básica e Secundária de  Búzio e atual estudante de História, do 2º ano, na Faculdade de Letras da  Universidade de Coimbra.  

Em primeiro lugar, e antes de começar a escrever sobre a vida académica e as  suas conquistas, anseios e felicidades desta belíssima fase da vossa vida, queria  apenas dar-vos um conselho: aproveitem!  

Aproveitem todas as oportunidades que o Ensino Secundário vos der e não  anseiem demasiado pela entrada na universidade. Cada fase da nossa vida tem  a sua beleza. Acreditem nas palavras dos vossos professores, quando vos dizem  que na universidade as facilidades de comunicação entre docente e aluno vão esbater-se. 

Passando agora à vida académica em si, vou começar pela descrição de Coimbra, pois acredito que seja uma forte candidata a tornar-se a cidade universitária de uma grande maioria dos leitores deste artigo, devido à relação existente entre a vasta oferta académica (sobretudo na área das Letras), a sua tradição  estudantil (algo que abordarei com mais pormenor à frente) e a distância (dado  o facto de não ser muito longe de Vale de Cambra). 

A Universidade de Coimbra possui três pólos, situados em diferentes zonas da cidade. 

O Pólo I localiza-se na Alta da cidade e concentra as Faculdades de Letras, Direito, Matemática e Arquitetura, o Departamento de Física e Química e  ainda parte da Faculdade de Medicina (onde são lecionadas as disciplinas mais  teóricas). Este pólo é a “alma” de toda a cidade em termos académicos, situando-se ao seu lado as tasquinhas estudantis mais pitorescas da cidade, como o Pintos,  Cabido e Moelas, com mais de quatro décadas de serviços (essenciais, diga-se de passagem) à comunidade académica, a escadaria monumental com a famosa  lenda das bolas de D. Dinis e, claro, não podia deixar de fazer uma menção à sede da AAC (Associação Académica de Coimbra), com os seus belíssimos jardins onde os estudantes se reúnem com os colegas para porem a conversa (mas também a bebida) em dia. 

Contudo, o verdadeiro centro de encontros estudantil em Coimbra é, sem  qualquer margem de dúvida, a Praça da República, por ser um lugar central e  com bastante oferta ao nível de cafés, bares e discotecas. Nesta zona da cidade,  temos o Cartola, o Repúblika, o Mandarim, o Tropical, o Moçambique, o 24 Bar  e o NB Club. Todos estes são sítios onde podes ter uma agradável saída à noite  com os amigos e, claro está, conhecer ainda mais jovens espetaculares de outros cursos, alargando assim o teu horizonte de amizades.  

A tudo isto tens acesso, porque o que “na noite acontece, da noite não sai”, e  podes acreditar mesmo em mim quando digo que Coimbra deve ser das cidades  estudantis mais tranquilas quando de saídas à noite se trata.  

Passando agora o foco para outros assuntos mais “sérios”, a nível de aulas e horários, se fores estudar para a FLUC (Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra) tenho uma novidade para te dar: és tu  quem constrói o teu próprio horário. E tal acontece porque na FLUC tens a oportunidade de escolher um Menor noutro curso em que tenhas interesse, de  forma a completar ao máximo o teu percurso académico (por exemplo, eu estou no curso de História e a fazer Menor em Estudos Europeus). Desta maneira, tens  de ser tu a inscrever-te nas disciplinas (consoante os horários definidos pela Faculdade) para teres o teu horário completo, o que faz com que possas definir  o teu horário de acordo com as tuas preferências ou necessidades. 

Para as aulas todo o material que necessitas de levar é um caderno e uma caneta (ou, então, um computador) para tirares apontamentos do que o docente aborda na aula. E, apesar de poderes faltar às aulas, tal atitude não é a mais  aconselhável, uma vez que, no Ensino Superior, se faltares a apenas uma aula que  seja, estás a perder mesmo MUITA matéria, acredita. 

E, além disso, é sempre bom o facto de os docentes recordarem a tua cara, dado que, se não participares nem apareceres nas aulas, eles não te conhecem nem  têm qualquer tipo de problema com isso, acredita. Tu é que perdes! 

Pois é, o tempo de fazer a chamada na aula e a professora ficar em pânico por faltar alguém está a terminar, companheiro... 

A nível de avaliações, na nossa Faculdade tens duas formas: a periódica (onde fazes frequências durante o semestre e um trabalho) e a final (onde fazes um exame na época para eles destinada, que é o mês de janeiro para as cadeiras de 1º semestre e o mês de junho para as cadeiras de 2º semestre). Esta escolha é feita pelo docente e publicada nas Informações da disciplina no InforEstudante, a plataforma académica onde vais poder tratar de quase tudo,  no que se refere ao teu curso.  

E não podia deixar de mencionar as celebérrimas PRAXES!! 

A praxe, na Universidade de Coimbra, é totalmente opcional. Portanto, não te  preocupes porque, caso não a frequentes, ninguém te vai marginalizar ou simplesmente deixar de falar contigo. No entanto, devo informar que é uma boa ferramenta para arranjares amizades, porque vais estudar para uma cidade que não conheces e no teu curso vais ter colegas de outros pontos do país. Portanto, o melhor conselho que te posso dar vai no sentido de aceitares ser praxado, até para veres e seres visto. 

E de mais a mais, com o Código de Praxe da UC, foi abolida toda e qualquer praxe suja ou violenta, e tu podes recusar uma ordem de um praxador, caso não te sintas à vontade com o que te é pedido.  

Pelo menos nos cursos de Letras, a praxe é um momento de descontração e galhofa, tanto para praxados como para praxadores. Geralmente, após a praxe (que acaba por volta das 23h 40min) tens convívios onde podes conhecer melhor a malta, não só do teu, mas também de outros cursos. São as famosas “noites que acabam de manhã”, recheadas de histórias para um dia mais tarde  recordares.  

Depois deste resumo sobre o funcionamento da vida académica em Coimbra, acrescento que, caso queiras vir estudar para Coimbra e tenhas algum tipo de dúvidas sobre o curso, alojamento ou vida académica, basta seguires-me no Instagram (putojonny) e enviares DM. 

Desejo-te um bom resto de Ensino Secundário, e prepara-te para uma nova aventura!!

João Santos

Ano letivo 2022/2023


Testemunho de Margarida Soares,

finalista de Línguas e Humanidades

em 2020/2021 

Terminado o secundário, chegamos àquele momento em que nos interrogamos: “Já vamos para a universidade? Passou tudo tão rápido! Não sei o que quero seguir”! São momentos que nos arrepiam, é difícil acreditar como tudo passou tão depressa, e como aquela realidade estranha se aproxima! 

Tudo isto é normal: esta ansiedade, o nervosismo de não saber para onde vamos estudar, a perspetiva de ir viver longe dos pais, a adaptação difícil...

Confesso que pensei que a minha adaptação seria mais fácil, mas o facto de não ter entrado na minha primeira opção (Administração Pública e Privada, na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra) não ajudou em nada. Já tinha tudo tão idealizado em Coimbra, tal como a casa, a rotina, a disposição do quarto, entre outros aspetos...

De facto, foi um choque quando soube que tinha ficado colocada no Instituto Superior de Contabilidade e Administração do Politécnico do Porto, em Marketing. Comecei a chorar e não queria acreditar que tinha entrado na minha segunda opção. Pensava na vida académica que queria ter, porque sempre tinha dito “Se vou para a universidade, quero viver a sério um ambiente académico”, e quando pensava no Porto só pensava na cidade em si, e não naquilo que a universidade me podia proporcionar. 

Todavia, todos nós nos enganamos e, neste caso, eu estava redondamente enganada. Além disso, tenho de admitir que ter ido viver para longe com alguma malta conhecida foi uma grande ajuda. 

Atualmente, estou há um ano e meio a viver no Porto, e não me arrependo nada. A cada dia que passo, apaixono-me cada vez mais pela cidade. Adoro o ambiente universitário que vivo e respiro todos os dias - todas as festas, encontros, tudo o que a  Academia do Porto nos dá. Destaco especialmente o ISCAP: por todos os momentos que nos fornece; por todas as quintas académicas; por todas as atividades que organiza semanalmente, de modo a integrar melhor os novos estudantes; pelo ISCULTURAP (uma semana de palestras com pessoas importantes, que nos ensina muito sobre a vida e a cultura); pela oportunidade de pertencer à Associação de Estudantes, à JUNISCAP, à COMAP; pelas festas na Via Rápida (discoteca do Porto). Para além disto, pela semana de receção ao caloiro, onde se integra a latada; pela semana académica, mais conhecida por “Queima das Fitas”, onde os caloiros trajam pela primeira vez, durante a serenata, e passam a ser "doutores"; pelo cortejo, entre outros eventos.

Sempre fui uma pessoa muito estudiosa, mas quando entrei para a faculdade pus uma coisa na cabeça: “Vou estudar e ter boas notas, mas também vou aproveitar ao máximo a vida académica”. Foi isto mesmo que fiz: aproveitei ao máximo todos os momentos e atividades. E, sem dúvida, o momento que mais me tocou foi a serenata, na semana académica, em que trajei pela primeira vez e me traçaram a capa. Foi um momento lindo, e partilhado com a minha família.

Em relação ao curso, Marketing é uma boa área que, de facto, é essencial às empresas. No meu curso, aprendemos um bocadinho de tudo e, de facto, ficamos com uma noção relativamente ao mundo empresarial, de como se prepara um produto para a venda. É preciso estudar o mercado, o consumidor, a própria empresa e o produto, até se chegar à sua efetiva venda. 

Quanto ao método de avaliação, tenho de agradecer imenso à minha faculdade por poder fazer as cadeiras por frequência e, no caso de não conseguir, aí sim, ir a exame. Este método é muito melhor porque, para além de não acumular matéria, chego à época de exames e, se fizer tudo por frequências, já estou de férias, como já me aconteceu.

Ao princípio fiquei um pouco de pé atrás com a quantidade de cadeiras de matemáticas que tinha, porque quem frequentou Línguas e Humanidades no ensino secundário, sem MACS (Matemática Aplicada às Ciências Sociais), não tem qualquer tipo de bases. Isso deixou-me um bocadinho receosa e com medo de não conseguir fazer nenhuma destas cadeiras, o que me levou a desesperar um bocadinho. Mas, como sempre me disseram, “Tudo se faz!”. A verdade é que consegui fazer as cadeiras todas, com maior ou menor dificuldade e, nas que estão mais relacionadas com o meu curso,  tenho notas entre 16 e 19, o que realmente me faz perceber o quanto gosto do curso! 

Assim, estou a caminho do segundo semestre do segundo ano, com todas as cadeiras feitas e uma média boa. E para quem diz “É impossível tirar mais de 15 na universidade”, eu tenho de discordar completamente. Só é impossível se não acreditarmos. Com esforço e empenho, tudo é possível!

Margarida Soares

Ano letivo 2022/2023

Testemunho de Beatriz Silva *,

finalista de Línguas e Humanidades

em 2020/2021 

Olá a todos! 

O meu nome é Beatriz Silva e sou estudante da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. Atualmente, estou no 2º ano da licenciatura de Jornalismo e Comunicação. 

O meu curso tem as duas vertentes; não se foca apenas na parte do jornalismo, mas também tem a parte da comunicação, ou seja, tem a vertente de todo o tipo de comunicação, só que mais geral (por exemplo, no meu curso existe a unidade curricular de Comunicação Organizacional, que se foca mais na parte das empresas e organizações).

Sendo assim, posso dizer que o meu curso é até bastante versátil e a melhor parte é que, na Faculdade de Letras, podemos a partir do 2º ano fazer cadeiras de outro curso à nossa escolha (desde que essas cadeiras façam parte da lista de cursos que podemos fazer na faculdade). A estas cadeiras de outros cursos nós chamamos "menor", algo bastante vantajoso, porque acabamos por explorar outras áreas também interessantes, fora do nosso curso. 

Para além disso somos nós que fazemos o nosso próprio horário, dependendo das cadeiras que escolhermos. Claro que existem cadeiras recomendadas que devemos fazer logo no primeiro ano (as chamadas cadeiras de iniciação, entre as quais podemos escolher) e ainda as obrigatórias, que temos mesmo de fazer. Por isso temos de prestar atenção ao que escolhemos e intercalar cadeiras práticas com teóricas, mas felizmente existe sempre alguém no nosso dia de matrícula que nos ajuda a fazer isso. Normalmente são estudantes mais velhos, que já têm mais experiência que nós. 

Quanto à vida académica em Coimbra, pode dizer-se que não é só a praxe que nos permite viver novas experiências. É certo que no início ajuda-nos a conhecer as pessoas do nosso curso, mas isso é só um pequeno passo. Existem outras atividades a que nos podemos juntar: por exemplo, o jornal académico da universidade (“A Cabra”) e a Rádio Universitária de Coimbra (RUC), em que qualquer pessoa pode entrar. Ainda existe a tvAAC (que é uma televisão criada e gerida por estudantes). 

Outra coisa que gostava de referir sobre a praxe e a vida académica é a questão dos trajes… Talvez muitos possam achar que só quem participa na praxe é que pode andar trajado. Bem, isso é uma ideia completamente errada, que no início eu também tinha. A verdade é que não há regra nenhuma que nos proíba de usar o traje fora da praxe. Mas é claro que a maior parte das pessoas que vemos trajadas no dia a dia vêm ou vão para a praxe. 

A praxe é só mais uma forma de nos incluir e, graças a ela, conhecemos estudantes mais velhos do nosso curso, que nos ajudam nos nossos trabalhos e a conseguir apontamentos de outras disciplinas. Se tivermos confiança com algum desses colegas, podemos pedir-lhes  que  sejam o nosso padrinho ou madrinha, pois os nossos padrinhos de praxe têm como missão apoiar-nos, dentro do que lhes for possível, durante a nossa presença no mundo académico e até, quem sabe, mesmo depois, fora de portas da Universidade. Poderão tornar-se um futuro amigo ou amiga. Um padrinho é alguém que esperamos que esteja lá, para tudo o que precisarmos. 

No início, quando entrei para a faculdade, estava muito nervosa, porque não é fácil ir para longe, sem os nossos pais para nos apoiarem quando chegamos a casa. Não é fácil termos de ser nós a preocuparmo-nos com o que fazer para o jantar (...bem, mas para isso também há solução, é só trazer comida da cantina, e a melhor parte é que não estamos dependentes de apenas uma cantina, pois existem várias - a azul, a rosa, a amarela… é só escolher!). Embora o meu primeiro dia tenha sido agitado, até porque nesse dia cheguei tarde à praxe por não saber onde devíamos reunir, fazendo com que todos os meus colegas corressem por minha culpa (mas esta não é das piores coisas que se faz na praxe, para mim fazer flexões é pior, por isso não foi tão mau), a melhor parte é que conheci logo uma pessoa do meu curso que viria a ser uma amiga. 

À medida que a primeira semana passava fui conhecendo os meus colegas e, quando voltava para casa ao fim de semana, ficava sempre com saudades de Coimbra, já que estava a viver novas experiências e, no fundo, via que conseguia ser independente e que não precisava de estar com os meus pais para fazer as coisas sozinha; isso para mim foi a melhor experiência que pude ter até agora. 

Para finalizar gostava de deixar um conselho àqueles que ainda estão com algum receio de seguir um curso superior. Lembrem-se: independentemente do que escolherem fazer quanto à vossa vida profissional ou académica, não tenham medo de arriscar. Cada experiência é única, e mesmo que as coisas não vos corram como querem, ao menos sabem que tentaram e estão um pouco mais perto de saberem o que realmente vos deixa felizes. Tenham ainda em conta que, mesmo que entrem num determinado curso, estão sempre a tempo de mais tarde trocarem; não fiquem presos a algo que não vos motiva. Posso mesmo comprovar que existem muitas pessoas que no fim do primeiro ano mudaram de curso e agora estão mais confiantes em relação ao que querem fazer para o futuro. Mudar de curso e começar do zero não significa que estão a dar um passo para trás, antes pelo contrário… estão mais perto dos vossos sonhos.


Beatriz Silva

* Beatriz Silva é uma das fundadoras do jornal Búzio Informa, tendo feito parte da equipa de coordenação e redação do mesmo, quando frequentava o 12º ano, em 2020/2021.

Ano letivo 2022/2023