Produtora Cultural Solidária

Memória e Rede Solidária

Por Paulo Barbosa (Brasil) . Historiador

Apresentação: uma produtora cultural de caráter solidário. Há oito anos atrás têm início as atividades da incubadora Chibarro de produção cultural solidária na Universidade Federal de Pelotas, (UFPel) agregando projetos de extensão voltados para a inclusão social. Atualmente, suas intervenções abrangem a periferia urbana, a zona rural e também a colônia de pescadores da Z-3, regiões onde temos projetos com ações diretas e regulares. Integrada por profissionais de diferentes áreas do conhecimento, professores e estudantes universitários, lideranças comunitárias, jovens agentes “Primeiro Emprego” (Ministério do Trabalho e do Emprego - MTE) do Programa “Cultura Viva” e artistas de rua, a rede Chibarro atua movida pelo interesse comum de seus integrantes na preservação, no fomento, na análise e registro acadêmico e na democratização de práticas culturais1 populares2, bem como, possui uma forte vinculação com movimentos sociais e com atividades universitárias de pesquisa e extensão alinhavadas pela intervenção social como diretriz. A incubadora Chibarro articula atividades de ensino, pesquisa e extensão, produção cultural solidária, formação e capacitação, criação cênica, música, jornalismo comunitário, geração de trabalho e renda, memória e comunicação social. Um de seus princípios é o diálogo permanente com movimentos sociais organizados, órgãos 1A titulo ilustrativo destacamos: Michel de Certeau, “A Invenção do cotidiano 1 : Artes do fazer, op. cit. 1992 e " A cultura no Plural", Campinas, SP, Papirus, 1995. Stuart Hall, op. cit., Mike Featherstone, op. cit. Nestor Calcline, G. "Culturas híbridas: estratégias para entrar e sair da modernidade. São Paulo, Editora da USP, 1994. Mike Featherstone. 2 Práticas Culturais é um conceito que tomamos de empréstimo de Michel de Certeau para assinalar singularidades em cada iniciativa cultural e para fugir de discussões genéricas sobre o conceito de cultura. Em sua pesquisa cultural, CERTEAU utiliza esse conceito dentro do que o autor denomina de uma teoria das "artes do fazer" e ele o usa principalmente para se referir à experiências empíricas especificas como é o caso da Religião, do Morar, do Andar, do Cozinhar do Falar. Para maiores considerações teóricas sobre os pressupostos que compõem o conceito de Práticas Culturais, ver: CERTEAU, Michel: "A invenção do cotidiano 1: Artes do Fazer". Petrópolis, RJ: Vozes, 1994.