Correio no Distrito da Huíla

A colonização do Distrito de Moçamedes

Em 1627 os portugueses iniciaram as primeiras expedições à região planáltica da Huíla. Exploradores portugueses, provenientes de Moçâmedes atravessaram as areias do deserto, escalaram a serra da Chela e, após atingirem o seu topo, deparou-se-lhes abaixo o verdejante vale onde reinava o soba Kaluvangu. Dizem os registos históricos que esses exploradores, "após terem atravessado o deserto e escalado a serra da Chela, apresentava-se aos seus olhos um vale pleno de água límpida correndo por entre a vegetação viçosa de uma bacia hidrográfica abrigada das ventanias pela proteção da serra".

Era uma região propícia à agricultura e à pastorícia, com terrenos férteis, clima ameno, abundância de água, que aguçou o apetite da sua ocupação. Reza a História que, em 1769, era fundada a primeira povoação colonial na região, à qual foi dado inicialmente o nome de Alba Nova e que, mais tarde, viria a denominar-se Huíla (nome proveniente da população local Mwila). Em 1850, foi criado o Concelho da Huíla pelo Marquês de Sá da Bandeira, então ministro português do Ultramar.

Em  1870  o marquês de Sá da Bandeira deixa definitivamente a política, as estradas para a Huila estão finalmente acabadas, não só na antiga passagem por Capangombe à Huíla, pelo Bruco, mas também para a Bibala, pelo Munhino.

Correio Central de Loanda / Cor.º Marítimo – A preto e sépia, LF LOA 3A e LSB CM1 em carta datada da Huíla (13.11.58) para Valpaços, com trânsito por Lisboa (01.06.59) e Porto (03.06.59) com o porte de 40 réis, manuscrito a sépia e o porte territorial de 40 réis, batido a sépia. 

PORTELA DO BRUCO “ A Colonização das Terras Altas da Huila” de Carlos Alberto Medeiros

O Correio de Angola

O Correio de Angola foi criado em 1846 de acordo com “Arquivos de Angola- 2.ª série, Julho a Dezembro de 46.[1] Esta data marca o nascimento da era pré-adesiva.

A introdução do selo adesivo foi preparada pelo Decreto de 16 de Dezembro de 1868, publicado no Boletim Oficial de 11 de Março de 1869.


Regulamento para a administração dos correios da provincia de Angola

Da inspecção geral dos correios (16 de Dezembro de 1868)

 

Dos estabelecimentos do correio e do seu pessoal

"Art. 4.° Todos os estabelecimentos do correio serão administrados directamente por conta do governo da provincia, e por directores do correio immediatamente subordinados ao inspector geral.

Art. 5.° As direcções do correio serão em Loanda, Benguella, Mossamedes, Ambriz, Novo Redondo e Egito, e em cada um dos concelhos do interior.

Art. 6.° O correio de Loanda terá um director, um fiel e escripturario e tres carteiros.

11.° A cidade de Loanda será dividida em tres districtos, comprehendendo: 1.°, desde o Penedo até á praça do Calheiros e travessa do Espirito Santo; o 2.°, até á praia do peixe; o 3.°, a cidade alta.

| 2.° Toda a correspondencia não official será distribuída pelos carteiros, que não terão por isso mais remuneração alguma. Esta distribuição começará até duas horas depois da chegada das malas do correio.

Art. 7.° A direcção dos correios de Benguella, Mossamedes e Ambriz estará a cargo dos administradores das alfandegas, os quaes proporão um empregado das mesmas alfandegas para accumular os deveres de fiel e escripturario.

...

Das estampilhas para pagamento dos portes das correspondências

Art. 11.° Os portes do correio serão pagos por meio de estampilhas, affixadas no sobrescripto das cartas ou de quaesquer outras correspondências.

§ 1.° A franquia por meio de estampilhas será facultativa para a correspondencia epistolar, e obrigatória para todas as outras classes de correspondencia, quando se destinem para os differentes pontos da provincia.

 §2.° As cartas com destino para os differentes pontos da provincia, que não forem franqueadas por meio de estampilhas, pagarão o dobro do porte.

Art. 12.° Emquanto não for estabelecido por lei o uso das estampilhas para a permutação das correspondências entre o reino e a provincia de Angola, continuará a observar-se no pagamento dos portes o que se acha determinado nos decretos de 27 de outubro de 1852 e 4 de maio de 1853, com relação ás correspondências das provincias ultramarinas.

Art. 13.° As estampilhas serão fornecidas pela secretaria d'estado dos negocios da marinha e ultramar á junta da fazenda, que as distribuirá pelos directores do correio e chefes dos concelhos, pelo modo indicado no n.° 5.° do artigo 10.°

§ unico. A junta da fazenda remetterá á dita secretaria no fim de cada anno economico um balancete com designação do numero de estampilhas recebidas, das distribuídas ou consumidas, e das que houver em ser.

Art. 14.° A ninguém é permittido vender estampilhas sem estar para isso competentemente auctorisado pelà junta dá fazenda ou delegações. Áquella pessoa que as vender sem a devida auctorisação, perderá todas as que forem encontradas em seu poder, e alem d'isso soffrerá pela primeira vez a multa do tresdobro do valor das mesmas, pela segunda vez a multa do sextuplo e prisão de quinze a sessenta dias, e em caso de nova reincidência duplicar-se-ha a multa e o tempo de prisão.

Art. 15.° O que vender estampilhas por preço superior ao que estiver n'ellas designado, perderá para sempre a auctorisação de as vender, e pagará uma multa de 5$OOO a 40$000 réis.

Art. 16.°. Os falsificadores, os vendedores e os possuidores de estampilhas falsas incorrerão nas mesmas penas dos faisificadóres e dos passadores de moeda falsa.

Art. I7º . Ás pessoíis auctorisadas para vender estampilhas poderá abonar-se ate 2 por cento'de premio, quando paguem adiantado a importancia das que requisitarem.

...

Art. 55.° Em Benguella e Mossamedes haverá duas expedições mensaes para o interior nos dias 1 e 15, e do interior para aquelles pontos nos dias 2 e 16.”

 ...

Art. 61.° A estação postal da cidade de Loanda estará aberta todos os dias desde as dez horas da manhã até ás quatro da tarde, e nos dias de chegada ou expedição das malas estará aberta até que se conclua a expedição e se mande fazer a distribuição, comtanto que esta se possa concluir até ás nove horas da noite; e do contrario será a correspondencia distribuída no dia seguinte ao romper do sol.

§ unico. As restantes estações estarão abertas nos dias das chegadas das malas e nos de expedição, e quando as malas cheguem de noite a entrega da correspondencia effectuar-se-ha no dia seguinte pela manhã.

..."

Devido a um grande atraso na chegada dos selos a Angola, só foi possível pôr em prática a partir de 1 de Junho de 1869, exceto na aplicação dos selos adesivos e na tabela de taxas. A circulação dos primeiros selos só aconteceu em meados de Junho de 1870, segundo o edital[2]. 

Nas restantes províncias ultramarinas o aparecimento deu-se nas seguintes datas[3]:

História do Correio do Distrito do Moçamedes

Nos primeiros tempos da vida dos correios de Angola as estações só dispunham de carimbos mudos e pré-filatélicos (Correio de Mossamedes e MOSSAMEDES linear), dificultando a identificação do local onde foram usados.

A partir de 1872 foram distribuídos os carimbos de duplo círculo, com palmas e legenda em letras normandas (1872-1892). O carimbo datado com palmas é o primeiro da marcofilia do Distrito de Moçamedes.

Imagem de um sobrescrito da coleção do Elder Correia

Durante aproximadamente 15 anos os correios do Distrito de Moçamedes  abriram pelo menos três estações postais em Capangombe, Humpata e na Huila.

 Imagem de selos (1882) do Klaus Queisser

Imagem retirada do site do Paulo Sequeira

O carimbo da Humpata com a data mais antiga, que conheço, é o da imagem que se segue, de 8 de junho de 1883:

Durante o ano de 1883, fruto da colonização, é fundada a colónia da Humpata de grande importância militar e administrativa para a região. O serviço postal da colónia iniciou-se neste mesmo ano como pode ser comprovado com o belo exemplar do Jorge Cirne:

Da análise das duas imagens anteriores é possível vislumbrar que em abril não existia marca de dia e como tal os selos eram inutilizadas de forma manuscrita, e que em junho do mesmo ano os mesmos selos passaram a ser obliterados com uma marca de dia.

O Decreto de 3 de dezembro de 1885 veio alterar o número de estações postais na circunscrição de Moçamedes, como se pode ver a seguir:

Decreto de 3 de Dezembro de 1885- Novo Regulamento dos Correios

 ...

"Art. 11.° A provincia de Angola divide-se em tantas circumscripções telegrapho-postaes quantos forem os seus districtos administrativos.

...

A terceira circumscripção comprehende os concelhos e povoações seguintes:

Bumbo (Capangombe);

Gambos;

Huilla;

Humbe;

Humpata;

Mossamedes."

...

Em 11 de Junho de 1885 a circunscrição postal de Moçamedes ficou constituída pelas seguintes estações postais:

Lista e classificação das estações postais e telegráficas em 1885

Nesta altura estavam em uso os novos carimbos de duplo círculo e ponte datada, são conhecidos selos obliterados com a marca de Bumbo, Huilla, Humbe e Humpata.

Ao mesmo tempo, foram ainda utilizados, provavelmente, por militares responsáveis pela colonização das zonas do planalto da Huíla marcas administrativas, para o Distrito de Moçamedes conhecemos, nesta altura, marcas de Humbe, Humpata e da Huila.

Sobrescrito do Dr.º Luís Frazão com a marca da Huíla

O selo com o carimbo da Humpata é do Klaus Queisser

A 31 de outubro de 1891, alteração da tabela de itinerário das malas, é criada a linha divisional do Lubango para a Humpata. Segundo o artigo [5] as malas expedidas para o Lubango deveriam ser entregues ao chefe da estação da Humpata que se encarregava de as enviar para o Lubango. O chefe da estação postal do Lubango expedia a mala com destino ao litoral para a Humpata de modo que lá chegassem até às 3 horas da tarde dos dias 3, 13 e 23 de cada mês. Esta informação é preciosa, uma vez que nos dá conhecimento da estação postal do Lubango em funcionamento no ano de 1891.

A Missão Católica da Huíla

No dia 4 de dezembro de 1866, desembarcou em Moçamedes o padre Carlos Duparquet, da Congregação do Espírito Santo, nomeado pároco de Capangombe, e mais concelhos do Distrito, assumiu funções em 17 do mesmo mês, regressou mais tarde a Lisboa. Em outubro de 1881, embarcava em Lisboa o pessoal da Missão, com destino ao sul de Angola, constituído pelos padres Antunes e Wunemburger e três irmãos. Duparquet acompanhava os missionários, disposto a associar-se aos trabalhos iniciais da sua instalação.

Igreja Da Missão e à esquerda a residência dos missionários

A Missão da Huíla instalou-se num terreno de 2.000 hectares, para esse fim concedido, pelo Governo. Foi-lhes dada autorização para estabelecer casas de educação e ensino dos naturais, bem como para a criação de uma granja, que servisse de escola aos educandos e para a produção de géneros para o consumo da própria missão. Conforme o artigo [5] foi criada uma estação postal junto da missão católica, por iniciativa governamental local ou particular, que possuía a marca de dia (não catalogada) da figura seguinte.

A correspondência da Missão passava por esta estação postal e era obliterada com a marca elíptica, da imagem anterior. São conhecidos poucos exemplares desta marca.

O correio no Distrito da Huíla [5]

1901-o governo de Angola entendeu criar por decreto o distrito da Huila a 2 de setembro, com sede no Lubango, que pelo mesmo decreto foi elevado à categoria de vila com o nome de Sá da Bandeira. O novo distrito passou a compreender os seguintes concelhos: Lubango, Gambos, Huíla, Humbe e Humpata.

Decreto (Ministerio da Marinha e Ultramar — Diario do Governo n.º 197 de 4 de setembro)

A criação do Distrito da Huíla e a consequente expansão da colonização, apareceram novas colónias, o que provocou a abertura de novas estações postais, assim em 20 de fevereiro de 1903 foi alterada a tabela de serviço de condução de malas postais na circunscrição postal de Moçamedes.

Itinerário das malas de Moçamedes ao Humbe

Em 1904 o Sul de Angola começa a ser cobiçado por outras potências estrangeiras, regista-se o desastre do Cuamato, além de outros incidentes, com estas condicionantes o então ministro e secretário de estado dos negócios da marinha e ultramar, Manuel António Moreira Júnior toma a decisão publicada sob a forma de Decreto-Lei de 27 de maio de 1905. O Rei dá parecer favorável e autoriza a quantia de 1.500:000$00 réis para a construção do caminho de ferro de Moçamedes com via de 0,60 m, desde o porto de Moçamedes ao planalto da Chela.

No dia 28 de setembro de 1905 foram iniciados os trabalhos de construção do Caminho de Ferro de Moçamedes, em direção à Bibala, por nordeste da Quilemba, devendo atingir o Lubango pela bacia da Mapunda.

Partida inaugural do Comboio em Mossamedes em 29 de setembro de 1905

Entretanto, com a «Expedição ao sul de Angola», razão que motivou a construção do caminho de ferro, começam a chegar ao porto de Moçamedes inúmeros soldados vindos do Continente. É publicado no dia 7 de março de 1906 um Decreto a isentar o pagamento de franquia postal toda a correspondência enviada pelos militares.

Toda a correspondência militar e dos militares tinha de ser obliterada com o carimbo especial para gozarem da referida isenção.

A 19 de fevereiro de 1907 foi aberto o troço de Moçamedes ao km 67. É criada uma estação postal itinerante que acompanha a testa da linha ferroviária em construção.

A 6 de janeiro de 1908 João de Almeida toma posse como Governador do Distrito da Huíla. Foi o responsável pela ocupação militar da região da Huíla e pelo desenvolvimento do sistema de comunicações tanto postais como telegráficas. Antes da tomada de posse deste grande Governador da Huíla, o serviço postal do Distrito tinha apenas 7 estações postais e 5 encarregados de correio:

1.ª classe-LUBANGO

2.ª classe-HUMPATA e HUMBE

3.ª classe-CHIBIA, GAMBOS, HUÍLA e CUAMATO

Encarregados de correio (Postos militares)-Quipungo, Capelongo, Mulondo, Quiteve e Dongoena.

As obras do caminho de ferro continuam e a 1 de setembro de 1908 foi aberto à exploração os primeiros 107 Kilómetros dos 248 km até ao Lubango. 

A importância das comunicações está patente no quadro acima, cada fortificação estava munida de serviços telegráficos, imagem retirada da obra Sul D'Angola de João de Almeida.[4]

A 1 de dezembro de 1910 o caminho de ferro de Moçamedes atingia o km 147.

No dia 1 de fevereiro de 1912 é aberto à exploração o troço do km.º 147 ao km.º169 (Vila Arriaga). A Portaria Provincial n.º 294-A (imagem abaixo) transfere a testa do caminho de ferro de Moçamedes para a Vila Arriaga e consequentemente a sede da estação itinerante passa para Vila Arriaga o cargo do chefe da estação do caminho de ferro.

imagem do blog A mala-posta

Estação de Vila Arriaga do C.F.M.

Carimbos Numéricos

“Tendo sido adquiridos por esta repartição para fornecimento às estações que os não possuam, 20 carimbos para inutilização de selos e igual número de sinetes para lacre, numerados de 1 a 20, conforme os modelos afixados nesta ordem de serviço e que acabam de dar entrada no respectivo depósito, determino que, sempre que alguns desses carimbos ou sinetes seja fornecido a qualquer estação, se faça constar em ordem de serviço os respectivos números e os nomes das estações a que foram fornecidos, para conhecimento do pessoal e devidos efeitos. Estes carimbos e sinetes serão fornecidos nos termos usuais do fornecimento de impressos, material e expediente e serão aumentados à carga das estações que os requisitarem.

Repartição Superior dos Correios de Angola, em Loanda, 5 de Agosto de 1913. = O Director, Leopoldo Carlos Madeira.[6]

imagem do blog A mala-posta

Carimbo numérico de Cuamato

Quipungo (selos do Klaus Queisser)

Capelongo

Da mesma forma foi atribuído o carimbo com o n.º 10 à estação postal de Vila Arriaga pela Ordem de Serviço n.º 351 da Repartição Superior dos Correios de Angola, datada de 24 de outubro de 1913.

imagem do blog A mala-posta

Carimbo numérico de Vila Arriaga

"20 – Humbe – O antigo forte do Humbe foi fundado, na margem direita do Rio Cunene, em 1857. Povoação comercial de 4.ª categoria da circunscrição do Cuamato, então Distrito da Huíla. Localidade preponderante na conquista do sul de Angola com 4 casas comerciais. Estação Postal de 3.ª classe criada em 1892 o cargo do comandante do posto militar. Pela Ordem de Serviço n.º 121 de 02.05.1914 foi atribuído carimbo e sinete com o n.º 20." [6]

Em 1921, o capitão do Serviço de Administração Militar, José Ribeiro da Costa Júnior publicou o relatório dos Serviços Administrativos no Sul de Angola em 1915, trata-se de um relatório minucioso relatando todas as dificuldades sentidas na distribuição de abastecimentos, fardas e do transporte dos militares e do material bélico.

Refere ainda que "foi nos Gambos que estive mais em contacto com esse homem de rara envergadura moral que se chamou Antonio Júlio Pereira d'Eça."

Campanha ao Sul D'Angola antes da chegada de Pereira D'Eça

Na tabela [9] seguinte temos a estatística do número de passageiros desde a abertura do primeiro troço do C.F.M. até 1916.

O fim da campanha ao Sul D'Angola em 1915 é bem visível no número de passageiros transportados nesse ano, o número de militares europeus envolvidos na defesa e conquista do Sul da Província é bastante grande, o que coincide com o relatório do capitão José Ribeiro da Costa Júnior. Daqui também se retira a importância que o comboio teve no desenvolvimento da campanha do Sul D'Angola.

A Estatística geral do serviço dos correios de Angola do Ano de 1915 refere para o Distrito da Huíla as seguintes estações de correio:

Caiundo, Capelongo, Cassinga, Chibía, Cuangar, Dirico, Dombondola, Gambos, Huíla, Humbe, Humpata, Lubango, Mucusso e Quipungo.

Com o fim da Campanha começa a decrescer o volume do correio nas estações do distrito, principalmente nos postos militares.

"21 – Forte Roçadas – Localidade fortificada na margem esquerda do Rio Cunene, região do Cuanhama, perto do Humbe no então Distrito da Huíla. Deve o seu nome ao General José Augusto Alves Roçadas, então Capitão e Governador do Distrito da Huíla que o mandou construir. Estação postal de 3.ª classe criada pela Portaria Provincial n.º 96 de 19.04.1916. Pela Ordem de Serviço n.º 234 de 01.18.1916 foi atribuído carimbo e sinete n.º 21." [6]

Forte Roçadas(selos do Klaus Queisser)

Dos 40 carimbos numéricos distribuídos pelas várias estações postais da província, 6 foram destinados para localidades do distrito da Huíla.

A 16 de abril de 1916 é aberta à exploração o troço do km.º 176  ao km.º 186 (HUMBIA). A participação de Portugal na grande Guerra levou à paralisação de novos avanços no sentido de levar o comboio ao Lubango. As obras foram retomadas em 1923, assim a 2 de abril de 1923 foi aberto o troço desde a Humbia até ao km 223, e a 31 de maio de 1923 é finalmente aberto à exploração do último troço até ao km 248 no Lubango. Foram necessários dezoito anos para construir os 248 quilómetros de via que ligam os dois mais importantes núcleos populacionais do Sul de Província.

Existem novas marcas para o distrito da Huíla catalogadas em [1] e apresentadas aqui, pretendi com este pequeno guia apresentar as datas mais importantes do correio da Huíla, as marcas em uso e a justificação histórica do seu aparecimento. Aconselho a quem quiser saber mais sobre este assunto a leitura das obras indicadas na bibliografia.

Bibliografia:

[1] Marcas Postais de Angola, pág. 11

[2] Descoberto por Carlos Torres de Sousa

[3] PERNES, Rufino R. (1976). Crown Stamps of the Portuguese Colonies. Crete, Nebraska: J-B Publishing Company

[4]ALMEIDA, João de (1912). Sul d'Angola, Lisboa : Typ. do Annuario Commercial.

[5]CORREIA, Elder, História Postal de Angola (8): Subsídios para a História Postal da Huíla, boletim do CFP n.º 387: 29-37

[6] CORREIA, Elder. História Postal de Angola (13): Carimbos numéricos de duplo círculo, boletim do CFP N.º 412:19-31.

[7] Madeira, Leopoldo Carlos (1918). Estatística geral do Serviço dos Correios, Ano de 1915, Imprensa Nacional de Angola.

[8] JÚNIOR, José Ribeiro da Costa (1921). Relatório dos Serviços Administrativos no Sul de Angola em 1915.

[9] Castro, Eduardo Gomes de Albuquerque (1966). Angola: Portos e Transportes- Obra política- económica de consulta e divulgação, Luanda, Oficinas Gráficas ABC.